30 de novembro de 2015

Quem trai uma vez, trai a vida toda?



Antigamente, este dia era feriado. Agora estamos aqui todos a trabalhar a não ser os milhares de desempregados e os filhos da mãe do pessoal que ainda está no bem bom a estudar e a queixar-se que as aulas isto e as aulas aquilo. Não aproveitem, não. Bem, vamos a mais uma consulta na rubrica "Doutor G explica como se faz".


Olá Dr G., pois que aqui a miúda, que está mais perto dos 40 que dos 30, gosta de rebolar! Tive uns quantos Fucking Friends e meia duzia de relacionamentos. Acontece que sem querer, tropecei numa cena antiga! Pois o primeiro tipo com quem soltei a franga, foi mau, na altura.... Agora.... Agora foi muito bom e não tenho duvidas que sou a melhor queca da vida dele. Conversamos e, dito por ele, não quer nada sério... saiu de um relacionamento complicado... Ok, a cena é boa, quero lá saber do anel, mas depois mete-me ao telefone com a mãe, oferece-me presentes, só falta deixar a minha escova de dentes em casa dele. O que raio se passa?   

Anónima, 37, Lisboa

Doutor G: Cara Anónima, começa a ser um tema recorrente nas dúvidas enviadas para o Doutor G. Quais as reais intenções de um homem que diz que não quer assumir um relacionamento sério? São essas mesmo, as de não querer nada sério mas querer continuar a rebolar pelado sempre que possível. Os homens sabem que mantém mais facilmente uma fuck buddy se forem fofinhos, do que apenas toma lá que já almoçaste e agora vais à tua vidinha até à próxima. Ele, provavelmente, andará a sambar de saco ao léu com outras, ou, pelo menos, anda a tentar e por aí também não quer assumir nada. Quanto a meter-te ao telefone com a mãe, pode ser porque ela o chateia de ele não ter namorada e assim sempre a consegue calar ou porque tu és boa na cama mas péssima na cozinha e ele está à espera que ela te dê umas dicas.


Caro Dr. G, passa-se o seguinte: sendo eu um jovem rapaz com os meus 25 anos e com a minha historia de relacionamentos... venho preguntar se o doutor acha normal... eu nao conseguir ter um relacionamento por mais que dois meses no máximo, algo me diz para saltar fora a primeira oportunidade... ela pode ser espectacular mas mais cedo ou mais tarde eu aborreco-me sera isto normal... ou um caso de xóninhas crónico?
Pedro, 25, Braga

Doutor G: Caro Pedro, desde já detecto um grave problema que é o facto de utilizares reticências porque sim e porque não. Se há coisa que me irrita são pessoas que... falam assim... só porque... sei lá... A minha namorada é igual. Ao início quando ela me respondia «Sim...» ou «Não...» eu pensava logo que já tinha feito merda sem saber. Depois percebi que ela é só maluca e usa reticências fora do contexto. Antes isso do assassinar-me durante o sono com um picador de gelo. Mais uma vez, sendo que esta dúvida é recorrente, reafirmo que se saltas fora é porque ela não te prendeu. As pessoas podem ser espectaculares mas não suscitarem em nós aquele sentimento de Josef Fritzl que nos apetece tê-las sempre perto de nós amarradas numa cave.


Caro doutor G., namoro há 4 anos e há quase 2 que mantenho uma relação à distância. Amo-o muito e acontece que, apesar de termos acordado manter a coisa na monogamia, ambos temos tido affairs com outras pessoas; a pior parte, é que ele não assume (apesar de não saber esconder), e eu adorava que pudessemos ser sinceros um com o outro até porque eu própria dou as minhas escapadelas com alguma frequência (não consigo passar muito tempo sem levar com ele, fico toda nervosa). A minha questão é: devo assumir o meu comportamento e correr o risco de acabar esta relação ou continuar sem falar no assunto como se não fosse nada?   
Maria, 23, Porto

Doutor G: Cara Maria, desde já os meus parabéns. Acho que devias registar a frase «Não consigo passar muito tempo sem levar com ele. Fico toda nervosa.». Acho que deve ser a frase na tua lápide e que podes fazer bom dinheiro se fizeres umas t-shirts com isso. Em inglês e tudo para as inglesas no Algarve: «I can't handle much time without levating with it. I get toda nervous.». Pois, não sei sei o que deves fazer. Por norma, os homens gostam todos de relações abertas mas é só se forem só eles a molhar o bico por fora. Mas, posto isto, há excepções e pode ser que ele alinhe numa relação Cicciolina. Mas, se ele também anda a comer por fora e não te diz, diria que vocês já têm uma relação aberta sobre a qual não falam e que, aparentemente, resulta! Não mexe que estraga.


Caro Guilherme, antes de mais quero felicita-lo pelo seu excelente livro que me tem proporcionado alguns minutos de riso diários. Agora, voltando ao assunto que me traz ate si: Há 3 anos conheci uma rapariga com quem me super identificava mas neste “match made in heaven” havia um senão: ela era casada. Os dias foram passando e a tensão sexual entre nos aumentou ate que não foi possível aguentar mais e acabamos ambos no vale dos lençóis. Pensei que seria apenas uma escapadela da parte dela pois era casada há 5 anos mas, contra todas as hipóteses 2 meses depois deste incidente a rapariga divorciou-se! Assim, sem ninguém pelo meio, decidi esperar mais uns tempos ate as coisas acalmarem e assumi uma relação, so far so good que ate decidimos juntarmo-nos num apartamento e realmente viver como um casal e puff... Até ali, a nossa vida sexual era muito activa e qualitativa, íamos aos lençóis 4 ou 5 vezes por semana e queríamos ambos mais e mais, mas tudo mudou. Sem razão aparente, de um dia para o outro a rapariga começou a evitar qualquer contacto sexual. Claro que a frustração e rejeição começam a tomar conta de mim, nunca fui egoísta no sexo, sempre pus a sua satisfação em primeiro lugar e a variedade sempre existiu. Mas também não consigo acabar com uma relação só porque não há sexo há 7 meses, mas também não suporto a ideia de ser rejeitado constantemente. Poderá o doutor elucidar-me com os seus conselhos? 
PM, 30, Lisboa

Doutor G: Caro PM, é o que dá juntares os trapinhos com uma mulher que meteu os palitos ao marido. Posso estar aqui a teorizar sobre os vários motivos que podem levar a essa quebra de libido da parte dela mas é impossível saber. No entanto, digo-te uma coisa: o marido dela devia andar a perguntar-se exactamente o mesmo quando ela não tinha vontade em casa, mas andava a chafurdar contigo. Agora, daqui tiras as tuas conclusões. O universo encontra sempre o equilíbrio perfeito e para tu estares há 7 meses sem sexo, há, provavelmente, alguém que anda há 7 meses a jogar o tiki-taka genital como se não houvesse o dia de amanhã. Como compraste o meu belo livro, ao menos já tens como ocupar os tempos mortos na cama. Pumba, marketing digital à bruta.


Bom dia caríssimo Dr. G. namoro há 2 anos mas o gajo não me satisfaz sexualmente, tanto que eu tive que arranjar um segundo plano e ir chafurdar em território alheio. A questão é que me arrependo e bastante. E a pessoa com quem cometi o pecado do adultério nunca mais me disse nada depois do que aconteceu. Não tenho sabido como lidar com nenhuma das situações e aguardo ansiosamente que me elucide para o que fazer.
M., 20, Inferno

Doutor G: Cara M, não desculpes o facto de seres uma porca com a incapacidade do teu namorado para te satisfazer. Se ele não te satisfaz e não estás contente com isso, só tens de terminar a relação e partir (para) outro. E, quando dizes que estás arrependida, não é de o teres traído mas sim porque o outro gajo te mandou dar uma volta ao bilhar grande depois de te ter dado com o taco e as bolas. É só uma questão de tempo até seres novamente infiel e dares com os pés ao teu namorado se o teu parceiro de adultério não te der a ti. Por isso, ganha os tomates que o teu namorado não tem e deixa de fazer o "gajo" perder tempo.


Caro Doutor G, tenho 20 anos e estou na universidade, posso-lhe dizer que já tive algumas oportunidades indecentes de lutas greco-romanas debaixo dos lençóis, mas que nunca se chegaram a concretizar. Isto tudo deve-se a minha insegurança e receio uma vez que não sou muito dotado da parte de baixo. O que me aconselha a fazer da minha má sorte? Aqui vão as minhas medidas: 12,5 cm de comprimento e 12 de diâmetro 
António, 20, Leiria

Doutor G: Caro António,  deve haver algum erro com as tuas medidas. 12cm de comprimento e 12cm de diâmetro? Isso não é um pénis, é um disco! É um coto de um rolo de carne! Vou, então, partir do princípio que o diâmetro está errado e que é outro valor qualquer dentro do médio baixo. Não te vou mentir António, não tens um bacamarte, não. E, não te vou mentir António, o tamanho conta, nem que seja psicologicamente. Digamos que tens uma piloca modesta. Aliás, as boas notícias é que, segundo as novas estatísticas, só está abaixo da média por 0.7 cm. Não é um caso clínico em que precises de meter espuma isolante para dar volume ao bicho. É um pénis que se tiveres boa técnica, endurance e fores um gajo dedicado com os dedos e com a língua, elas não se vão queixar. Vê as coisas pelo lado positivo: vai ser-lhes fácil efectuar uma garganta funda (mais ou menos funda, vá) e nunca vão ter a desculpa de dizer que não querem anal porque lhes dói. Tens é de ter confiança! Agarra-as e encosta-as à parede e diz-lhes ao ouvido «Vou despir-te e dar-te uma meia-dose de enchido que até diz que é melhor porque a carne processada faz cancro!».


Boas, Doutor G. Estou com um problemazito de gaja... completamente. Entrei há um ano e pouco para a Universidade e conheci várias pessoas, entre as quais a Antonieta que é a rapariga que me dou melhor. A Antonieta é muito tímida e nunca teve uma relação. Eu bem tento, porque ela é uma rapariga brutal, mas não vai lá. Bem, passado uns meses, comecei a dar umas voltitas com um rapaz e, vai na volta, quando contei à Antonieta, a reação dela foi muito estranha. Achei que ela estava interessada nele. Tempos depois disse-lhe isso, mas, como é esperado, ela negou. Entretanto, ela disse-me que estava interessada num conhecido nosso. E isso era brutalíssimo SE esse rapaz e eu não tivéssemos uma relação muito boa e SE ele não parecesse estar interessado em mim. Inicialmente, via-me a ceder a este rapaz, mas quando soube, risquei essa hipótese (para não estragar ambas as amizades). Até agora tudo ok, sou uma tipa porreira. Acontece que, neste momento, dou-me muito bem com um outro rapaz e tenho uma curiosidade enorme de dar umas cambalhotazitas com ele. A chatice nº 3: ela parece ter uma igual pancada por este, embora não tenha admitido. Questão: Devo continuar a dizer que não às minhas cambalhotas por causa de uma amiga que não sabe o que quer? É que, vendo as últimas situações, temos tendência para achar piada aos mesmos. Ou devo simplesmente avisá-la mal me interesse por um rapaz, do género "Pára lá Antonieta que este é meu!"? 
Inês, 19, Porto

Doutor G: Cara Inês, a Antonieta é uma empata fodas do caraças, está visto. A amizade é mais importante que o sexo casual, no entanto, devem estabelecer uma espécie de prioridade e de regras sob as quais se devem reger. Aqui coloco um fluxograma para vos ajudar:




E pronto, depois do trabalho que isto me deu, o mínimo que podem fazer é partilhar este texto e comprar o meu livro à venda na FNAC, Bertrand e hipermercados. Pumba, marketing digital outra vez assim à Tomás Taveira. Obrigado a todos e continuem a enviar as vossas questões filosóficas e javardas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Façam muito amor à bruta que é quase Natal e de guerras o mundo já está cheio.

Ler mais...

25 de novembro de 2015

Pedro Arroja: o Rei dos homofobicus otarius



Raramente dedico textos a uma pessoa específica, acho que só o Gustavo Santos e a Alexandra Solnado tinham tido essa honra. Até agora. Hoje, venho falar-vos do Pedro Arroja, um professor que tem tempo de antena no Porto Canal para dizer alarvidades. Ficou conhecido aquando de comentários machistas sobre as deputadas do Bloco de Esquerda e agora voltou à carga ao falar da adopção por parte de casais do mesmo sexo. Já vos falei da sub espécie símia homofobicus otarius, da qual o Pedro Arroja é o imperador. Lembrem-se que não se trata da sua opinião ser contra, trata-se dos "argumentos" que ele dá. Podem conferir neste vídeo, 
cortesia do Porto Canal e da página Bocage 2.0, o qual vou, de seguida, criticar e maldizer.



Não, isto não é um sketch de comédia. Infelizmente. Vamos lá, então, por partes.

00:15 - «Alguém escolheu que eu fosse homem. Esse alguém, racionalmente, é Deus.»
Hum... não. Lamento, mas não foi Deus que escolheu que tu fosses homem. Foi todo um processo genético que definiu os teus cromossomas aquando da inseminação do óvulo da tua mãe com um espermatozóide do teu pai. A ver pelo vídeo, não foi o espermatozóide mais inteligente. Queres acreditar em Deus, tens o meu apoio. Trazer Deus para uma discussão política é que te devia valer um calduço com uma cruz de ferro incandescente.

00:25 - «São uns filósofos de café.»
Sim, essas pessoas que acham que a homossexualidade não é uma escolha, mas sim uma predisposição genética. Esses parolos que acreditam na ciência em vez de seguirem à letra os ensinamentos com mais de dois mil anos escrito por pessoal que dava no ópio com força. E mesmo que fosse uma escolha, não estou a ver como é que isso te iria dar razão. Antes um filósofo de café do que um homofóbico de tasca. Pedro, ao dizeres que é Deus que faz tudo, estás a culpá-lo não só de te ter feito homem, mas também de te ter feito uma aventesma. Acho que te fica mal teres em tão pouca conta o trabalho do senhor.

00:58 - «Imaginando-me a perguntar à minha mãe: Olha, tu sabes fazer pénis?»
Palmas, Pedro. Palmas. Ri-me a bom rir com esta tua frase. Imagino-te à mesa em família a dizer «Mãe, pode-me fazer uns ovos estrelados? E pénis? Pode trazer-me uns penizinhos de coentrada? Não sabe fazer pénis? A avó não lhe passou a receita de caralhetes au champignon?». Se a tua mãe te tivesse dado duas chapadas de cada vez que fazias perguntas parvas, talvez te tivesses feito um Homem.

01:14 - «Ela fez quatro! Mas não sabe fazer pénis.»
Sorte de principiante, Pedro. Eu também não sabia fazer magret de pato com molho de frutos silvestres, mas inventei e até saiu bem! Não sei quanto aos restantes pénis que a tua mãe fez, mas no teu caso deve-se ter esquecido da panela ao lume e isso queimou-te o cérebro.

01:19 - «E cérebros, sabes fazer?»
Claramente que a tua mãe não sabe fazer cérebros, Pedro. Isso é mais do que óbvio a julgar pelo teu. Pilas também só as deve saber fazer pequenas e mal amanhadas, porque essa pequenez de mentalidade, normalmente é proporcional à insegurança causada por um micro-pénis flácido que ninguém quer pôr na boca. 

01:51 - «Estou a imaginar a resposta dela, típica da mulher portuguesa a desvalorizar o marido.»
Estás errado, Pedro. A típica mulher portuguesa não desvaloriza o marido. A tua, se calhar é que te desvaloriza porque percebe o anormal que tem em casa. Noto aí alguma raiva para com as mulheres, alguma desilusão e descrença no sexo feminino... Queres falar sobre isso? Desabafa que te faz bem.

02:25 - «Não foi a minha mãe porque não sabe sequer fazer os orgãos genitais dos homens (...) A resposta é: Foi Deus. Embora o tenha feito dentro do ventre da minha mãe.»
Mau... E o teu pai sabe disso? O teu pai sabe que Deus andava a enfiar coisas no ventre da tua mãe assim à bruta? Logo quatro pénis que lhe enfiou no bucho com o seu santo e sagrado sémen? E a tua mãe, será que deu conta? Deus violou-a como fez a Maria? Meteu-lhe roofies na francesinha? É ver isso que pode ser que o crime não tenha prescrito. Mais uma vez, quando estiveres a falar de política e de leis, mete Deus no teu santíssimo rabo.

04:55 - «Uma mulher sozinha não sabe para onde é que há-de ir.»
Finalmente, um argumento com o qual concordo. Toda a gente sabe que uma mulher sem GPS ou co-piloto, é provável que se perca e não saiba por onde ir. No parque de estacionamento também já as vi às voltas à procura do carro no Colombo, quando o tinham estacionado no Vasco da Gama. Ah, mas espera, estavas a falar na vida em geral? Que uma mulher não se sabe orientar sozinha? Eu é que queria ver como te orientavas sozinho sem uma mulher que tirasse as nódoas de merda do babete, quando a comes às colheres.

«07:34 - Corro o risco de sair um atado.»
Eras atado, mas no pescoço com um nó de forca. Estás, então, a querer dizer que uma mãe solteira não tem capacidade de educar uma criança em condições, é isso? É uma conclusão fácil de tirar do teu discurso machista. Portanto, uma mãe que foi abandonada pelo pai da criança, que tem dois trabalhos e conta com a ajuda da avó para cuidar do seu filho, ou filha, nunca vai conseguir criar um ser humano sem que este seja atado? Não sei, a quem estiver a ler isto que tenha sido criado só pela mãe ou avó, que mande o senhor Pedro para o caralho, mas só para lhe mostrar que não são atados. Dizem que somos aquilo que comemos, mas no teu caso não acredito porque tu és um coninhas, Pedro.

07:38 - «Corro um risco de ser um brutamontes.»
Sim, porque toda a gente sabe que os homossexuais são os seres mais violentos à face da terra. As paradas gays acabam sempre à porrada e com mais mortes do que as festas populares da Cova da Moura. Experimenta ir para o Bairro Alto, ou para as Galerias aí no Porto, e dar encontrões, por trás e sem querer, às pessoas. Muitos heterossexuais vão querer logo medir pilas e andar à porrada contigo. Os homossexuais vão-te convidar para beber um daiquiri. No fim até podem querer medir pilas contigo, mas vão ficar contentes se a tua for maior.

08:14 - «Por mais que eu pusesse cabelos compridos, fosse ao cabeleireiro, pintasse os lábios ou, até, fizesse uma operação para me aparecer... o peito.»
Repararam que ele disse isto enquanto esfregava as mãos? Um claro desejo recalcado de se fantasiar de mulher e cantar Celine Dion num bar de bears. Faz isso, Pedro. A sério. Se calhar vai fazer com que soltes a Suelly Cadillac que há em ti e que sejas mais feliz. Os vizinhos da minha namorada fazem umas festas que tu eras capaz de gostar. Podia ser que te convidassem para dar um pezinho de dança com a Nádia Diamonds. Se quiseres eu meto uma cunha por ti.

08:57 - Jornalista com um sorrisinho de quem pensa "Esta gajo é um perfeito anormal".
Esta jornalista deve morrer por dentro um bocadinho sempre que tem de manter um diálogo com este homem. Vê-se, claramente, que ela nem o leva a sério e que acha que ele é um palerma de fato. Se lhe perguntarem se ela preferia efectuar um felácio ao Balsemão para subir na carreira ou aturar este gajo todas as semanas, ela punha-se, logo, de joelhos.

09:35 - Momento BBC vida selvagem.
O professor Pedro termina em grande, a mostrar que é muito culto no tocante aos hábitos dos aracnídeos. Detesto aranhas, mas preferia dar um linguado numa tarântula bichona do que dar-te um aperto de mão, Pedro.

Resumindo, este senhor merecia ser condecorado pela ordem dos homofobicus otarius com um alfinete de peito, vulgo broche, e uma coroa de dildos. Uma espécie de chapéu com três bicos, algo que ele, para ser tão azedo, não deve ter há muito tempo. Sem ser a pagar.
Ler mais...

24 de novembro de 2015

Bebidas de homem e bebidas de mulher



Sejam bem vindos a mais uma consulta javarda deste vosso consultório das terças-feiras, "Doutor G explica como se faz". Temos boas dúvidas hoje e eu estou de mau humor. Metam o cinto que vem badalhoquice.



Caro Dr. G. entrei na universidade há 2 anos e meses antes acabei com o meu namorado. Acontece que ao ir estudar para outra cidade conheci muitas pessoas interessantes, nomeadamente rapazes. Envolvi-me com alguns e a maior parte (sem me querer gabar) ficaram caidinhos por mim. Poderia até ter começado algo mais sério com um deles mas quando eles se punham com essas ideias, eu inventava uma desculpa e fugia deles. Porque será que fujo dos compromissos sérios doutor? Será algum trauma do passado que não me deixa avançar? Ou será apenas medo de me magoar como aconteceu anteriormente?   
Miriam, 19, Elvas

Doutor G: Cara Miriam, eu sei lá se são os chineses ou o vernáculo do pénis, menina. Pode ser por isso tudo mas é, principalmente, porque nenhum deles tinha interesse suficiente para te fazer ficar de beicinho. No dia em que um te der uma saraivada como gente grande, vais ver que perdes o medo de ser magoada e já só pedes é com mais força e à bruta. Se nenhum te levou a querer mais do que sambodromo dos lençois, então é porque nenhum merece. Ou então és uma doida javardolas que só quer andar no buffet de carnes vermelhas. Cuidado que diz que faz cancro. E sífilis.


Olá Doutor, sou um rapaz muito tímido e por isso destaco-me muito pouco em ambientes de convívio. Tenho assim muita dificuldade em fazer amigas, daquelas mais intimas. Por mais esforço que faça para tentar conhecer raparigas novas, as coisas nunca vão para o lado que eu quero, mesmo perdendo a vergonha e sendo brutalmente honesto (até me deixarem de falar e perder assim algumas delas). Tive apenas uma namorada, com quem namorei dois anos e tivemos sexo espectacular, mas no entanto não toco em nada há mais de um ano e meio, o que está a dar comigo em doido. E eu e a minha ex até concordamos que a minha performance é muito boa. O Dr. tem algum conselho para alguém como eu?
José, 21, Almada

Doutor G: Caro José, vamos chamar as coisas pelos nomes: és um xoninhas. Orgulha-te disso que o mundo, parecendo que não, cada vez é mais dos xoninhas. Os conselhos que se dá aos xoninhas parecem sempre muito frases feitas do Gustavo Santos: «Não tenhas medo da rejeição.»; «Tens de ter confiança e tentar, falhar, e voltar a tentar.» e, claro, «Ama-te a ti mesmo», algo que já deves estar farto de fazer neste ano e meio em que estás restrito a tocar solos de oboé. Mas acaba por ser verdade, se não és o gajo que se destaca nas festas, nunca vais ser e não há mal nenhum nisso. Mas não podes ser um coninhas de todo o tamanho, também. Tens 21 anos, o teu target está todo no Tinder e nessas plataformas de engate para xoninhas que não têm coragem de abordar as pessoas na vida real. Eu sei que deves estar sempre com a mão direita ocupada, mas usa a esquerda para ir fazendo swipes. De resto, é ter calma e ir vivendo. Arranja hobbies que, para além de te distraírem do facto de não teres um pipi com que brincar, são uma óptima forma de ficares uma pessoa mais interessante e de conheceres novas potenciais parceiras. A não ser que tenhas hobbies tipo coleccionar selos... dessa forma vais criar teias de aranha nas virilhas. Quanto à tua ex dizer que a tua performance é muito boa, de pouco te serve, é o mesmo que dizer «Sou excelente a escolher destinos de férias paradisíacos, a questão é que nunca tenho dinheiro para ir a nenhum.». Podes sempre pedir-lhe para fazer essa recomendação no Linkedin a ver se te ajuda no recrutamento.


Sou uma moça com alguma experiência em cambalhotas javardas no divã, a bem dizer sou uma gaija que gosta à brava de comer bem e consequentemente ser bem banqueteada com a bela da fruta rija a estalar de boa! Como já percebeu sou aficcionada convicta de uma bela tourada na cama. Bom, adiante. O que me traz aqui é um grande assunto ou um assunto grande, por assim dizer, que recentemente ainda só me chegou ás mãos, mas que brevemente me chegará a outras partes do corpo. Ou seja, o assunto é o seguinte: Mangalho tamanho XXL. E a minha questão é esta: há algum cuidado extra que uma gaija deva ter antes da bela cambalhota quando se depara com uma mortadela inteira estando ela habituada a chouriço corrente?!
Ana, 38, Lisboa

Doutor G: Cara Ana, folgo muito em saber que a safadeza no teu corpo está viva e de boa saúde. Se te calhou na rifa um barrote do Entroncamento, só tens de seguir estes passos para conseguires disfrutar em pleno:

  • Fazer dez minutos de alongamentos;
  • Tequila para anestesiar. Oralmente e não na patareca.
  • Lubrificante com fartura. Pode ser mesmo dos carros que é melhor.
  • Evitar posições como as pernas nos ombros dele e o piledriver. Opta por aquelas em que ficas em cima a fazer de porteiro, ou seja, a controlar a entrada.
  • Ter gelo à mão.
  • Halibut.
  • Canadianas.
Força nisso. Devagar nisso, aliás. De qualquer forma, deixo uma resposta mais detalhada para alguma leitora que tenha passado pelas mesmas dores.


Caro Dr. G, primeiro, começo por dizer que sou bissexual. Tenho a certeza desta condição pois já tive relação com os 2 sexos e gosto dos 2. Sou casado com uma mulher de quem gosto muito e tenho completa tesão por ela e nunca falhei. Gosto de mulheres e sinto extremo prazer com elas. Mas existe o outro lado, em que tenho uma vontade de estar com homens e como disse já estive e também sinto grande prazer. Como é óbvio (pelo menos para mim), só assumo o meu lado hétero (Sou daqueles que não gosta de ver gays na rua, mas aceita pois cada um faz o que quer e ninguém tem nada a ver com isso). Nem sequer penso em outra coisa. Também como é óbvio, a não ser a pessoa (homem) com quem estive e vou estando, ninguém sabe nem ninguém vai saber pois a situação dele é igual à minha e nem por sombras queremos assumir o que quer que seja, pois de homossexual só temos mesmo o prazer do sexo. Como isto é um “consultório”, peço-te que dês uma opinião, para realmente verificar o que outras pessoas pensam…

Joaquim, 32, Aveiro

Doutor G: Caro Joaqum, então tu és daqueles gajos que diz «Maricas de mão dada na rua? Que nojo!». Sempre me pareceu que quem diz isso tem uma espécie de homossexualidade recalcada. «De homossexual só temos mesmo o prazer do sexo?», até soltei uma gargalhada. «Eu, gay? Nem por isso, a única coisa que gosto é de sorver umas pilocas de vez em quando. Não é homossexualidade, é um hobbie.» O único problema no meio da tua história toda, é que estás a trair a tua mulher e ela não sabe e isso não tem nada a ver com a tua bissexualidade. Qualquer homem ou mulher casado tem vontade, mais cedo ou mais tarde, de efectuar o funaná pelado com outra pessoa, algures durante a vida. No teu caso é com outros homens, mas isso não é desculpa. É o mesmo que um heterossexual trair e dizer «É que eu tenho esta necessidade de comer uma chinesa de mamas grandes de vez em quando...». Mas bem, podes sempre falar com a tua mulher e pode ser que ela aceite. Antigamente, a mulheres diziam «O meu marido traiu-me porque ela se foi pôr debaixo dele.», pode ser que a tua diga «O meu marido traiu-me porque ele se for pôr por trás dele.». Até pode ser que ela goste, dizem aqueles estudos que a maioria das pessoas são bissexuais. Eu sei que não sou porque uma vez beijei uma gaja com buço e nada. Nem senti uma comichãozita na enguia trapalhona.


​Caro Dr G., há cerca de 2-3 meses comecei a falar com um rapaz. Eram conversas parvas, no geral, mas que volta meia volta tinham umas insinuações dúbias de parte a parte. Isto de falarmos quase diariamente durou umas 3 semanas, durante as quais fomos tomar café 2 vezes. De repente deixa de meter conversa comigo (e eu acabei por não meter tb pq não queria dar o ar de mt interessada, coisa típica de gaja) durante umas 2 semanas e eis senão quando o moço assume um relacionamento no facebook. Perante isto a minha dúvida é o que me escapou aqui??
  1. Ele só me via como amiga, nunca teve outras intenções, eu é que vi coisas onde não havia nada para ver;
  2. Ele ainda não tinha a outra segura, e por isso quis manter-me ali no banco de suplentes, não fosse dar-se o caso da outra não querer entrar em jogo;
  3. Fazia-lhe bem ao ego ter outra pessoa interessada nele, andar no jogo do flirt, mesmo não tendo qualquer interesse;
  4. Outra qualquer que me está a escapar mas que o Dr. G me vai elucidar.
Entretanto, 1 ou 2 semanas depois de assumir a tal relação, voltou a meter conversa comigo, como se nada fosse, e eu agora vejo-me na posição de querer mandá-lo à merda mas não poder para não dar numa de dama ofendida (porque bem vistas as coisas não tivemos nada, por isso não tenho o direito de estar chateada), e ao mesmo tempo não querer mostrar que isto me afectou (mas também não quero q ele ache q me pode manter ali no banco de suplentes à vontade, que eu vou ficar ali eternamente, porque isso não vai acontecer). Elucide-me Dr. G., que é dos poucos homens que ainda me faz acreditar que os seres do sexo masculino não são todos uns cafagestes.  
Maria, 25, Lisboa

Doutor G: Cara Maria, isto vai para aqui um testamento que sim senhor. Por hoje passa, mas dúvidas com este tamanho vão começar a ficar na caixa de entrada que ninguém me paga para isto e a boa vontade tem limites. Ora bem, vamos atalhar e passar já às respostas e não se fala mais nisso:

  1. Errado. Ele queria-te saltar para a cueca.
  2. Errado. Ele andava a ver qual queria e a primeira que se chegou à frente, ou atrás, fidelizou o cliente.
  3. Sim, fazia-lhe bem ao ego e isso tudo mas ele tinha interesse.
  4. Não há outra.
Conclusão: armaste-te em esquisitinha e difícil e outra mais badalhoca ficou com o prémio. Para a próxima já sabes, é caires-lhes de boca no colo como quem não quer a coisa. Ou quer a coisa. Se ele voltou a meter conversa contigo é porque continua interessado e quer pular a cerca, tropeçar e cair-te de pélvis na cara. Caga nesse gajo, é o conselho deste espécime masculino nada cafegeste.


Olá Dr. G., sou uma jovem rapariga, quase a terminar o curso superior, razoavelmente bonita e sempre fui muito bem comportada. Tive apenas um namorado e fui dando uns beijinhos a um ou dois rapazes, mas nada sério. Desde que terminei com o meu ex- namorado (há cerca de 5 anos) ele nunca me "largou", isto é, mandava mensagens, ligava-me, fazia cenas de ciúmes e eu nunca conseguia desligar-me por completo dele... a verdade é que também demorei a esquecê-lo. Acontece que, no verão passado, conheci um rapaz que me fez querer apagar o meu ex de vez. Começámos a conversar e a estar juntos. Porém, já nos afastámos algumas vezes porque ele diz que não quer assumir nada com ninguém. No meio disto tudo, fico baralhada. Há vezes em que parece que ele apenas quer estar comigo pelo sexo. Porém, faz coisas que me levam a pensar que não é bem assim, como uma vez que fez 150 km para me oferecer o jantar e irmos passear só porque eu estava em baixo nesse dia. A minha dúvida é: devo dar-lhe tempo e espaço para perceber o que quer ou sigo em frente, porque ele quer apenas aplicar-me uns mata-leões entre os lençóis? 
Anónima, 22 anos

Doutor G: Cara Anónima, nunca digas que és razoavelmente bonita que as pessoas imaginam logo um papa-formigas a provar limão pela primeira vez. Já respondi a dúvidas parecidas à tua e até me passo com este tipo de questões. Vou escrever agora como fazem os velhos e as velhas, nos comentários do CM, que só agora tiveram acesso à Internet: MAS SE ELE TE DIZ QUE NÃO QUER ASSUMIR NADA COM NINGUÉM QUAL É A PUTA DA DÚVIDA, CARALHO?!?!?! Se ele não quer, não quer, temos pena. Tens duas opções: ou continuas com ele só numa de te divertires, ou segues a tua vida se não estiveres para isso. Se ele diz isso e algum dia assumir alguma coisa contigo, não é porque mudou de ideias e começou a gostar de ti, é só porque ficou sem opções. A cena de ele fazer esses km todos para te consolar é porque se calhar até é um bom rapaz e gosta de ti como amiga colorida. Ou então foi porque estava com o depósito cheio e não estou a falar do carro.


Boa noite caro Dr.G, sou um jovem de 19 anos, que raramente vou a discotecas ou bares nocturnos. A minha dúvida é a seguinte: existe um tipo de bebidas certas para o homem e outro para as mulheres? Sempre que saio à noite não sei se devo beber esta ou aquela bebida, se vou pagar o mico porque estou a beber uma bebida que as "mulheres é que bebem", etc. Existe um tipo de bebidas para beber quando se está entre amigos e outro tipo quando se está na companhia de uma mulher?
Anónimo, 19, Algures 

Doutor G: Caro Anónimo, pagar o mico? A tua sorte é que eu via a Malhação e sei o que é que isso quer dizer. Mas, indo à tua pergunta, tudo depende da tua confiança. Eu, devido à minha barba e masculinidade exuberante, posso beber um daiquiri de morango com uma sombrinha lilás e ainda assim parecer um heterossexual. De resto, bebe mas é o que gostares e marimba-te para o que os outros pensam. Pede uma bebida de gaja se te apetecer e se a, ou as, mulheres que estiverem contigo se rirem, só tens de dizer «Só falta a sombrinha espetada. Por falar em espetar...». 



Espero que tenham gostado, caso contrário peçam a devolução do dinheiro na secretaria. Obrigado a todos e, como sempre, até para a semana e continuem a enviar as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Partilhem e façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.

Ler mais...

20 de novembro de 2015

Homofobicus otarius: os "melhores" comentários



Foi aprovada a lei da adopção por parte de casais do mesmo sexo e gerou-se o caos nas redes sociais, como sempre. Antes de vos mostrar, quero apenas dizer que, para mim, só há um argumento relativamente válido de quem é contra a adopção por parte de casais do mesmo sexo: é o argumento de que a sociedade pode não estar preparada e que os miúdos vão sofrer discriminação na escola por parte de outros putos ranhosos, filhos de pais preconceituosos que os vão impregnar de crueldade e homofobia. Ainda assim, embora perceba este argumento, sou a favor porque acho que o bullying é saudável e porque qualquer pessoa inteligente vê que mais vale chamarem-nos maricas no recreio do que passar a vida numa instituição sem uma família que nos dê amor. Posto isto, varri algumas secções de comentários de jornais portugueses e morri um pouco por dentro. Porque não gosto de guardar as coisas más só para mim, partilho aqui convosco para, também, falecerem um pouco. De nada.


Aqui conseguimos observar alguns exemplares de uma ramificação da evolução humana que não teve a sorte e chegar a ser homo sapiens, mas sim, homofobicus otarius. Comparar homossexualidade com pedofilia não é desinformação, é mesmo atraso cognitivo. De notar que existem «likes» em alguns destes comentários, dando a entender que esta sub espécie "humana" não está, infelizmente, perto da extinção.



Neste belo quadro, podemos observar os argumentos desta espécie, altamente ponderados e eloquentes. O uso das letras maiúsculas e os erros ortográficos são uma das armas mais poderosas do homofobicus otarius. De notar a falta de conhecimento da anatomia humana do senhor Jorge que, para além de pensar que dois pipis ou duas pilinhas podem procriar, ainda acha que adoptar o filho que foi abandonado por um casal heterossexual é, de alguma forma, «usar os filhos».



Perante a falta de argumentos, muitas vezes, o homofobicus otarius prefere expressar os seus argumentos e emoções na forma de bonequinhos palermas.



O senhor Mário é um cientista incoerente. Apesar de denotar algum sentido de humor, embora nojento, decide chamar Deus, dizendo que nada acontece por acaso, sem depois se lembrar que se Deus faz tudo pensado, também terá feito gays e lésbicas propositadamente. Tal como terá permitido que a lei fosse aprovada ao invés de deitar um meteorito na Assembleia. O senhor Mário é um palhaço.



A Luzia e o David a mostrarem-nos que o mais importante neste caso é a semântica. Já agora, podiam juntar-se os dois que assim só se estragava uma casa. Mas não procriem, por favor.



A verdadeira magia acontece nas zonas de comentários anónimos, onde o homofobius otarius revela a sua faceta mais nojenta. Chamo à atenção para o senhor Fernando, que está claramente a tentar enganar as pessoas, dizendo que é gay. Até se pode dar o caso dele ter um fetiche anal mal resolvido, é um facto. Mais uma vez, o homicídio da língua portuguesa é uma constante, porque a iliteracia e o preconceito andam de mãos dadas. Duas mãos de sexos diferentes, atenção. Não queremos cá mariquices.



Sim senhor, até que enfim argumentos e propostas de solução. O senhor Felisberto a revelar a sua homossexualidade reprimida a ver se pega. «Ah e tal, vou enfiar um pénis no rabo e outro até à garganta só para provar que tenho razão!».



A democrata senhora Helena a fazer a pergunta que faz sentido, à qual eu vou tomar a liberdade de responder. Senhora Helena, estas coisas não devem ir a referendo porque, como pode ver em todos os comentários acima, ainda existe muita gente retrógrada e atrasada mental. Como tal, os direitos humanos não devem ir a referendo, correndo o risco de serem decididos pela maioria inculta, burra e desinformada.

E é isto. Espero que tenham gostado. Se forem contra pelos motivos que falei no início, até vos respeito, mas argumentem de forma inteligente. Não sejam otários. Não sejam homofobicus otarius.
Ler mais...

18 de novembro de 2015

Regras de etiqueta para os novos botões


Com os novos botões do Facebook, há muita gente confusa sobre qual a melhor forma de os utilizar. Felizmente, eu vou armar-me em Paula Bobone da Buraca e explicar-vos as regras de etiqueta para as mais variadas situações com as quais se irão deparar.



Um post de gatinhos


Um post de uma criança africana subnutrida


Um post com uma passagem da Bíblia


Uma selfie de alguém cuja beleza é inexistente


Um post de uma grávida a mostrar a barriga


Um post a informar que alguém próximo morreu


Uma foto de uma rapariga em fio dental

De nada.
Ler mais...

17 de novembro de 2015

Como detectar um namorado abusador?



Depois de uma semana de folga, eis mais uma sessão do melhor consultório sentimental exercido por alguém sem diploma para o efeito. É dia de uma rubrica "Doutor G explica como se faz". 



Olá Dr G., sou uma miúda algo volumosa, mas apesar disso nunca tive problema em arranjar namorados e coisas assim do género. O que acontece é que eu namoro já há uns 3 anos e não conheço os pais dele, no entanto conheço irmão, mas porque o irmão chegou lá a casa e nós estávamos os 2 juntos lá em casa, não estávamos a zumbar pelados vá lá, fui apresentada como amiga... Amiga??? A sério??? No outro dia estava eu a dizer ao meu namorado que eu achava que ele tinha vergonha de mim, porque as gordas são como as pantufas toda a gente gosta de usar mas ninguém tem coragem de sair com elas à rua. Ao que ele responde que não tem vergonha porque ele vem ter comigo ao trabalho, à faculdade, ao ginásio, leva-me aos jantares com os amigos dele (ah sim, para os amigos eu sou namorada porque uma vez um ficou hipnotizado a olhar para o meu sorriso estonteante, e ele lá disse é a minha namorada e lá o moço acordou) para nenhum se meter comigo. Eu então perguntei porque é que ele não me queria apresentar aos pais dele, ao que ele responde que só apresenta quando eu estiver em forma, então isto é ou não é ter vergonha de namorar com uma gorda?? E depois vocês gajos têm o dom de virar o bico ao prego, porque ele diz logo que eu é que tenho vergonha dele porque não ando de mão dada na rua com ele nem lhe dou beijinhos, ora não gosto de demonstrações de afeto em público... Ele tem vergonha de mim ou não??    
Sissi, 26, Lisboa

Doutor G: Cara Sissi, se ele te diz directamente que só te apresenta aos pais quando estiveres em forma, não percebo qual é a tua dúvida. É óbvio que ele tem vergonha de ti. Tens um namorado honesto! Uma otário, mas honesto. A não ser que a casa dos pais dele seja no 15º andar e o elevador esteja avariado e seja por isso que ele precisa que estejas em forma... Ou porque os jantares de família acabam sempre numa orgia com tudo a fazer um 69 em pé e a saltar à corda. Aí sim, compreendo que seja preciso uma boa forma física, que ninguém gosta de ver uma orgia perder ritmo porque está lá uma gorda que não tem andamento. Mas bom, esse teu namorado é um palerma. Fica ao teu critério a forma como queres dar seguimento ao processo.


Caro Doutor G, estive com uma pessoa durante alguns anos e, tendo-me dedicado por inteiro a ela, algumas das minhas habilidades sociais (neste caso, namoriscar/meter conversa com as mulheres) ficaram demasiado diminuídas. Agora que terminamos (e quando digo terminamos, já lá vai um ano), não voltei a estar com mais nenhuma mulher. Sempre que saio à noite e mesmo que beba uns copos, parece que nunca sei o que lhes dizer, ao ponto de lhes provocar interesse ou curiosidade. Para além de sentir falta de companhia do sexo feminino na minha vida pessoal, o meu braço direito está com o dobro do tamanho do esquerdo, se é que me entende. Não há hora do meu quotidiano em que não pense em sexo! Estou totalmente impaciente e ansioso. Já pensei em soluções temporárias, mas são tão dispendiosas! Sinto que o tempo vai passando e que nunca mais estarei com ninguém. Estarei a dar em louco?  
Anónimo, 23, Porto

Doutor G: Caro Anónimo, não estás a dar em louco mas está a sofrer do síndrome coitus xoninhux, que se manifesta por uma proporcionalidade inversa entre o nível de xonice e a quantidade de sexo que se pratica. Estás há um ano sem ver sexo do ponto de vista do utilizador, não é assim tão grave. Conheço casos bem mais graves que depois foram ao sítio, salvo seja. Ora bem, abordar mulheres na noite é sempre algo complicado que requer treino e habituação à rejeição. A prática faz a perfeição e não há muito mais que eu te possa dizer. Antes de ponderares soluções que envolvam a troca de orgasmos por capital monetário, sugiro-te as alternativas virtuais. O Tinder e essas ferramentas da moda, ideais para xoninhas com problemas de ansiedade. Na pior das hipóteses treinas os dedos com os swipes, algo que te poderá dar jeito depois quando chegar o tão ansiado dia. 


É o seguinte, envolvi-me com um homem 15 anos mais velho do que eu, casado e com filhos. É o homem mais giro com quem já estive, divertimo-nos imenso e a coisa durou 6 meses (porque tive de vir embora daquela região). Ainda trocamos mensagens com frequência mas eu sei que esta coisa de ser "a outra" não é para mim e tenho de o esquecer, porque a verdade é que fiquei embeiçada... Agora (o ridículo!): um amigo da minha mãe aprendeu a ler cartas de tarot e do nada disse que eu ia viver com um homem que tinha conhecido na circunstância X (não vale a pena detalhar mas batia certo com este gajo!) e como é óbvio ninguém sabia desta "relação". Eu não costumo acreditar nestas coisas mas fiquei abananada. Doutor, mantenho uma pequena esperança em ficar com ele ou viro a página?
DM, 23, Algarve

Doutor G: Cara DM, acreditar num tarólogo é quase tão mau como acreditar nos meus conselhos. Repara que ainda por cima foi um gajo que aprendeu agora a ler cartas de tarot, nem sequer é um cartomante com décadas de experiência no que concerne à charlatonice. Se a informação bateu certo é porque o gajo tem uma boa equipa de pesquisa que te andou a investigar ou, wait for it, é pura coincidência!!! Juro-te que existem, embora a Margarida Rebelo Pinto diga que não. Posto isto, é óbvio que deves virar a página, queres mesmo chegar aos 40 anos, auge sexual das mulheres, e ter um homem de 55 com uma alavanca de Arquimedes já meio cabisbaixa? Isto para além do facto de que 99% das vezes os homens não deixam as mulheres pelas outras, com quem só querem é funáná pelado. De qualquer das formas, se o tarólogo estiver certo, significa que existe mesmo um destino e um futuro delineado, pelo que virares a página e teres ou não esperança não vai servir, nem interferir, para nada. É fazeres a tua vida e esperar para ver, mas garanto-te, com 99,999999999999999% de certeza que esse tarólogo não tem razão. A ter, é pura coincidência. Mas, como tenho mente aberta, pergunta-lhe aí quantos livros é que vou vender


Namorei 5 anos com um rapaz era muito nova e sempre pensei que fosse para a vida, até que um belo dia ele decidiu dar um "fora" assim sem mais nem menos. Sofri bastante e depois lá fui fazendo a minha vida, mas já se passaram uns tempos e não me tem aparecido ninguém de jeito e pelo meio, quando eu já não penso no outro, ele aparece-me à frente. Parece sei lá o quê! É que sempre que já estou recomposta emocionalmente ele cruza-se comigo (não estou a falar obviamente em se cruzar na rua comigo...do género manda sms a fingir que não sabe que sou eu. Depois passa  um tempo já estou "curada" e aparece numa coisa em que quero participar (o que quero dizer é que parece que já são coincidências a mais). O que faço? O meu estado emocional já se esta a passar.  
Ana, 28, Lisboa

Doutor G: Cara Ana, só tens de o ignorar. Se ele te deixou sem dar satisfação e de vez em quando tenta entrar na tua vida só para ver o que se passa é porque é um palerma que, para além de não ter tido consideração por ti, continua a não querer que tu sejas feliz e o esqueças. O problema é que se ele te chamasse de volta tu ias a correr e como ainda não te aprendeste a valorizar, não te posso ajudar. Da próxima vez que ele te enviar uma mensagem a fingir que não sabes quem tu és, manda-lhe a foto da maior pila que encontrares na net com a legenda «O número que pretende contactar não se encontra disponível devido ao facto de estar a ser destruída por este excelso pénis.»


Boas, sou o Ricardo tenho vinte e cinco anos e namoro há cinco anos e pouco com uma rapariga mais nova. Acontece que apesar de o sexo ser bastante satisfatório, sou uma pessoa extremamente aventureira e ela não. Gostava de experimentar cenas do género sexo anal, sexo em publico, orgias e até mesmo sexo a 3 (das duas formas). A minha namorada sabe que sou aberto a novas experiências sexualmente mas nunca quer realmente experimentar coisas novas, a "rotina" sexual é praticamente sempre a mesma. Alguma dica em especial? Já tentei falar abertamente com ela sobre isto contudo na grande maioria das vezes ou recebo um não imediato e não se fala mais do assunto ou fica, na falta de melhor palavra, fodida comigo.
Ricardo, 25, Algures

Doutor G: Caro Ricardo, tens sempre roofies para a tentar persuadir. Estou a brincar! Não faças essa merda! As pessoas ou são compatíveis sexualmente ou não são. Não há volta a dar. Não há nenhum argumento espectacular que eu te possa dar que leve a tua namorada a pensar «Olha que sim senhor, afinal fazer uma orgia até tem as suas vantagens» ou «Olha que nunca tinha pensado por esse prisma, vamos lá então chamar aquela amiga para a cama connosco que é capaz de fazer bem à celulite.» Se ela não quer, temos pena. Aliás, se eu fosse a tua namorada e me dissesses que não te importavas de me ver a levar com um nabo alheio, eu era gaja para achar que tu não gostavas assim tanto de mim. Mas isto sou eu que sou um gajo atento aos detalhes. Em relação ao sexo anal e sexo em público, a história é diferente já que apenas contempla os vossos genitais e, talvez, o de um ou outro voyer que se esteja auto satisfazer. Nesse caso é uma questão de seres espontâneo. Leva-a para o WC dos deficientes que é uma espécie de droga de transição para quem quer fazer verdadeiro sexo em público. O sexo anal, é ires apalpando terreno. Aproveita as noites de bebedeiras, que desde sempre que o álcool é utilizado como anestesia para operações delicadas.


Exmo. Dr.G, como está? Sempre tive dificuldade em gostar verdadeiramente de alguém e em querer alguém ao meu lado como namorado. A realidade é que nunca estive apaixonada. Conheci um rapaz há uns meses, demo-nos muito bem e eu até estava a gostar dele e a ponderar uma coisa séria. A coisa estava bem encaminhada até ao dia em que ele se mostrou um pouco… vamos dizer mentalmente instável. Livrei-me imediatamente dele antes que levasse uma nos queixos e agora estou meio traumatizada. Quer dizer, demoro tanto tempo a interessar-me por alguém e afinal ele é doido? What the fuck? Coloco-lhe então 4 questões:
  1. O que é que faço para ultrapassar este trauma?
  2. Como é que sei, sem conhecer bem a pessoa, que ele não bate bem da tola e um dia pode dar uma de Chris Brown na minha cara? Existem sinais?
  3. O que é que pode explicar a minha falta de entusiasmo em relação aos gajos que conheço? E não, não sou lésbica.
  4. Caso voltes a ficar solteiro podemos ir beber um café? Juro que não sou feia! Não sou uma Sara Sampaio mas também não sou um Sloth. 
Mariana, 27, Lisboa 

Doutor G: Cara Mariana, vamos então por partes:
  1. É pensar que segundo as probabilidades será complicado encontrares dois psicopatas abusadores e cobardes de seguida. Eu também não sei se o avião não cai, agarro-me às estatísticas.
  2. Há poucos sinais embora, para os mais atentos, seja possível ver-lhes nos olhos. Os chamados crazy eyes são algo que, com a prática, se conseguem identificar tanto nos homens como nas mulheres. Se ele tiver um livro do Gustavo Santos na mesinha de cabeceira, também é um bom indicador;
  3. Andas a dar-te com os homens errados;
  4. Eu não vou ficar solteiro, lamento. Quanto muito posso ficar viúvo e aí sim, aceito ser consolado todo nu que a roupa preta não me assenta bem. Atenção que isto não é um convite para assassinares a minha namorada.

Caro Doutor G, somos a Joana e o Tiago de São Miguel, Açores. Somos os primeiros malucos a partilhar com o doutor a nossa vida a dois? Vamos tentar não ser Alice. O problema em causa é ancestral. A Joana quando praticamos luta greco-romana não atinge o orgasmo. São vários os motivos avançados de parte a parte. Do lado da Princesa, o tamanho da espada, do lado dele a frequência de duelos e o conhecimento do adversário de parte a parte. Como resolvemos este problema facilmente? A vontade de ambos é enorme. 
Joana e Tiago, Açores

Doutor G: Caros, sim, acho que foram os primeiros a consultarem-me em conjunto. Só espero que não tenham também um Facebook conjunto que isso é o mesmo que fazer cocó de mãos dadas. O que faz mais confusão nesta dúvida, é a Joana ter dito directamente ao Tiago que a culpa dela não atingir o nirvana dos lençóis é o tamanho da espada. Porque das duas uma: ou é por excesso de tamanho, ou o Tiago consegue aguentar golpes duros na sua auto-estima. De qualquer das formas, seja por excesso ou por defeito, o tamanho do membro não é desculpa para não haver orgasmo, já que existem dedos e língua. Ela atinge o orgamos sozinha? Se sim, a culpa é do Tiago, se não, a culpa é da Joana. De qualquer forma a culpa é dos dois que deviam era estar todos nus a esfregarem-se de todas as maneiras e feitios em vez de estarem a enviar dúvidas à espera que eu resolva a situação. O único método 100% fiável de eu vos ajudar com o vosso problema era ser eu a tratar da Joana. Como o código deontológico não mo permite, resta-me desejar que se descubram mutuamente sem medos e sem tabus. Mas Tiago, a partir do momento em que enviaram esta dúvida, fica sabendo que quando a Joana se vier, a primeira coisa que vai pensar é em mim. De nada.



Continuem a enviar as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. E, esta rubrica terá tanta continuidade quantas as pessoas que a continuem a ler, por isso, partilhem e deixem-se de vergonhas. Até lá, 


Façam muito amor à bruta, que de terrorismo o mundo já está cheio.

Ler mais...