9 de janeiro de 2020

Cristina Ferreira: a próxima presidente da república?



A Cristina Ferreira, em entrevista à revista Visão, não descartou a hipótese de um dia se candidatar à Presidência da República. Se Cristina Ferreira chegasse a presidente seria a segunda estrela de televisão em Portugal a consegui-lo. Sim, o primeiro foi o Marcelo que andou anos em pré-campanha com o seu espaço de comentário, tanto que na altura de eleições nem precisou de campanha oficial. Aliás, entre Cristina e Marcelo há muitas semelhanças: Marcelo reúne com influencers, Cristina é influencer; ambos acreditam em nossa senhora de Fátima e ambos dizem representar o povo: o que eu sei é que um deles não veio do povo e o outro anda de Porsche.

Marcelo é sempre o primeiro a chegar a qualquer tragédia e temo que Cristina não conseguisse tal feito porque todos sabemos que ela demora a arranjar-se e tem de levar duas ou três mudas de roupa para qualquer evento. No entanto, teria uma vantagem face a Marcelo que apenas vai lá distribuir afecto e ajudar está quieto, já que a Cristina sabe espetar estacas no chão, devido ao seu tempo de feira, e podia ajudar a montar tendas de emergência e de abrigo em caso de incêndios com famílias desalojadas. 

Se a Cristina ficasse temporariamente impedida de exercer o cargo, quem seria o presidente interino? O Cláudio Ramos ou o José Figueiras?

Talvez fosse o Goucha, para o compensar de o ter abandonado no barco a afundar que é a TVI que nem a Maria Vieira o Mário Machado conseguem salvar.

Que outras coisas mudariam em Portugal se a princesa da Malveira fosse a Presidente de Portugal? Bem, desde logo o Diário da República seria extinto, já que todas as leis passariam a ser publicadas na revista Cristina, nas páginas centrais. Depois de ler uma boa entrevista a uma actriz de novela seminua ou de um jogador de futebol pelado na capa e de ver publicidade a bons cremes, ficaríamos a saber quais as alterações à lei portuguesa. Falar-se-ia de política no programa Passadeira Vermelha: "Agora, vamos ver o look que a presidente Cristina levou à cimeira da União Europeia. Preto com bordados? Linda! Chupa, Hillary.". Por muito mal vestida que a Cristina fosse à cimeira, todos no Passadeira iriam tecer rasgados elogios - como sempre - que eles são muito língua afiada, mas calma lá que não são burros e não sabemos se a Cristina depois da presidência não volta para a SIC.

Na entrevista à Visão, Cristina diz que seria capaz de "Representar todos os portugueses.". Ora bem, representar todos os portugueses é estupidez. Há portugueses burros, racistas, homofóbicos, por exemplo. Ela vai representá-los também? Não faz sentido, até porque iria dar confusão porque o André Ventura também se deve candidatar à presidência e depois um asno desses vai votar em quem? Vai ficar ali, a tentar decidir, e acaba por morrer pois parecem ambos representá-lo de igual forma, tal como o Burro de Buridan, um paradoxo filosófico sobre o livre arbítrio. Foda-se, as merdas que eu sei.

Se o Trump é o presidente do Twitter, a Cristina seria a presidente do Instagram. As stories patrocinadas teriam de ser por concurso público para não haver corrupção e tráfico de influências com ajustes directos. Os comunicados à nação seriam feitos através de lives e a Cristina envolveria o povo nas suas decisões com publicações ao género: "Estou indecisa: devo vetar ou promulgar esta lei? Dá like para vetar e comenta para promulgar." Por falar nisso, sempre que ela promulgasse uma lei, bastava abrir uma janela do Palácio de Belém e gritar com a sua voz "Está CERTO!!!".

Agora, quem seria o primeiro damo? Pois, é que se saiba a Cristina está solteira porque as mulheres fortes e independentes afastam os homens que se sentem inferiorizados. Sim, será verdade em alguns casos, mas muitas vezes essas mulheres que se dizem fortes e independentes são só malucas e os homens não estão para as aturar porque são insuportáveis. A Cristina gosta tanto de desafios que era menina para juntar o cargo de mãe solteira ao de presidente solteira só para mostrar aos homens como se faz. Em Portugal, o Presidente da República é o Comandante Supremo das Forças Armadas o que significa que iríamos ter um exército com novas fardas feitas pela marca de roupa e calçado da Cristina Ferreira. Parece um bocado promiscuidade entre política e negócios, mas estamos em Portugal e isso é tradição.

Outra tradição é a dos indultos, especialmente no Natal. Cristina poderia exercer o seu poder de conceder indulto ou clemência, mas com a diferença de que os perdões dela seriam distribuídos em modo giveway. Para um condenado ficar habilitado a participar só tinha de taggar 3 amigos no Instagram, dar like e seguir a conta e comentar com o número de cartão de cidadão e número de contribuinte.

Admiro sempre alguém que veio do nada, de outro meio, e que se excedeu e ultrapassou todos os outros que tinham cunhas e as portas todas abertas. Mostra carácter e capacidade de trabalho, embora muitas vezes mostre sociopatia, dizem alguns estudos. Em Portugal, o Presidente da República é uma espécie de relações públicas e não vejo por que é que a Cristina não seria capaz de desempenhar bem esse papel, especialmente agora que já sabe falar tão bem inglês que até lançou, em 2018, um livro que ajuda a aprender inglês. Acham que o livro foi escrito por outra pessoa e ela só deu a cara porque foi paga pelo "Cambridge Assessment English"? Oh pá, vocês também são uns más línguas.

Se a Cristina comparou a sua mudança da TVI para a SIC com a morte da princesa Diana, qual seria a analogia caso fosse eleita presidente da república? Com algo ainda mais mediático e inesperado como o golo do Éder?

Talvez vejamos Cristina como presidente em 2026. Aposto que uma das primeiras coisas que irá fazer, depois de tomar posse, é ligar para o programa do professor Marcelo que, com os seus 77 anos, estará nas manhãs da SIC com um programa que mistura comentário político e gerontologia. Marcelo atende em directo e fica confuso, até porque já não sabe quem é a Cristina Ferreira, pois isto de dormir tão poucas horas por dia dá cabo do cérebro a longo prazo. Isto é que era um plot twist de fazer inveja ao Fight Club.




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