31 de março de 2015

O dia em que descobri uma espécie nova: o Bicho



Esta história é 100% real e a descoberta remonta ao ano de 1996, tinha eu 12 anos, no início da minha adolescência. Não, a espécie nova apelidada de "Bicho" não é uma metáfora para o meu órgão, não sejam ordinários. Vamos começar pelo início e já lá chegamos. Era uma tarde de fim de Verão, quente e húmida mas com uma leve brisa vinda da serra, que acariciava o rosto. Estava a passar férias na Guarda, terra dos meus avós maternos e, como sempre, o que eu mais gostava era de ir à aventura e descoberta com os meus primos mais velhos, cujas idades eram de 17 e 19. A meio da tarde lá fomos nós, os três de bicicleta em direcção ao infinito. O infinito era um salão de jogos na cidade, onde eu devido ao facto de desde novo ser muito bem relacionado, mesmo menor podia entrar e jogar até nas máquinas em que as meninas se despiam a cada par de cartas encontrado. Já se percebe porque é que fiquei assim, más influências dos meus primos. Depois de jogarmos uma hora, talvez, pedalámos em direcção ao pôr do sol. Pôr do sol era outro salão jogos também bastante jeitoso. Bem, finalmente fomos apanhar ar fresco, pedalando por entre trilhos e povoações já bastante afastadas do centro da cidade. Era costume ir com eles explorar os arredores, a serra, subir aos barrocos e comer azedas.

Também gostávamos de estar em casa a jogar computador, mas sempre que podíamos íamos para o mundo real, embora esse fosse por vezes assustador...

Eu sempre adorei cães, mas tinha algum (muito) receio que no meio daquelas casas e vivendas algum saltasse o muro e viesse ferrar dente no gajo mais lento pelotão, que claramente era eu, por ser mais novo mas também por ter uma barriga generosa, conquistada às custas de muita Cerelac que eu comia sempre com a consistência que até daria para assentar tijolos. Lembro-me que estava presente uma história que tinha dado nas notícias, de um pastor alemão que tinha saltado um muro e trincado a xixa de uma senhora por lá passava, incauta e metida na sua vida. Quando digo pastor alemão estou a falar da raça canídea e não de um senhor de origem alemã que cuida de gado e que mordeu a senhora. Isso era ainda mais assustador, é um facto.

Bem, voltando a esse dia, já estávamos a andar há algum tempo e o sol já estava na linha do horizonte. A claridade estava a diminuir e o medo de ficar algures no meio do mato depois de escurecer também era algum. Há 20 anos dizia-se que ainda havia lobos por ali e esse era outro dos pensamentos sempre presentes, talvez fosse só na minha cabeça e a história lobos não passasse de treta dos meus primos para me assustarem. Lá íamos pedalando e embora os meus primos dissessem que não estávamos perdidos, eu percebi que eles estavam a mentir quando parámos numa pequena povoação para perguntar indicações. Parecendo que não, eu era uma criança muito perspicaz. Vimos 3 ou 4 vivendas e eles perguntaram o caminho a uma senhora que estava à porta da sua casa. A senhora indicou-nos o caminho amavelmente, nós agradecemos e montámo-nos novamente nas bicicletas. Pedalámos 2 ou 3 segundos quando, à nossa frente se levantam duas cabeças grandonas de dois cães de grande porte, talvez Serras da Estrela e começam a avançar na nossa direcção. A senhora sussurra um "Tenham cuidado com os cães..." e nós desmontámos, damos meia volta devagarinho e começámos à andar ainda mais pausadamente com as bicicletas pelas mãos. Andámos uns 20 metros e os meus primos acharam que já era boa ideia voltar a pedalar. Erro crasso. Mal eles começam, os cães respondem a ladrar e a correr na nossa direcção a alta velocidade. Eu ainda me tento montar na bicicleta, mas todo descoordenado com o pânico não consigo. Mando-a para o chão e começo a correr, soltando o Obikwelu badocha que há em mim. Nem reparo que os meus primos já se tinham escondido atrás de uma árvore e vou disparado sempre em frente quando um deles me deita a mão e me puxa por um braço. Nisto vejo que um dos meus primos tem um tronco de árvore numa mão e o outro tem o canivete suiço aberto, mas que em vez da faca, serrote ou tesoura era na parte do garfo, pronto a vazar uma vista a um dos cães que, ao verem isso quedam-se e continuam a rosnar mas sem chegar perto, num impasse digno de um western das beiras. A senhora que nos mandou ter cuidado com os cães chama-os "Andai para casa já!" e eles recolhem, dando a entender que era a dona. Dona essa que nos tinha avisado para termos cuidado com os cães, embora nos tenha mandado ir por aquele caminho em que demos de cara com eles, não os tendo chamado mais cedo. Só para os meninos da cidade aprenderem o que custa a vida, digo eu.

Recuperados do susto começamos a andar, fazendo o caminho de volta, que embora sabendo que era mais longo tínhamos (quase) a certeza que nos levaria a casa. Vamos com as bicicletas pela mão, que as pernas ainda continuavam a tremer e nisto, de repente, dá-se o avistamento. "Páaaara!", grito eu ao ver que a roda da bicicleta de um dos meus primos estava a centímetros de esmagar um ser que eu nunca tinha visto! Ficámos parados, estupefactos e hipnotizados por aquela criatura saída de um filme de terror. Era uma espécie de chouriço verde, com dois olhos espalmados vermelhos, quatro patas e um ferrão preto a arrastar pelo chão. Um ferrão de fazer inveja a qualquer outro bicho possuidor de ferrão. Um senhor badalo que se este bicho fosse actor seria o Ron Jeremy da pornografia para insectos. Alías, insecto não era porque só tinha quatro patas e, se não sabem ficam a saber, um insecto tem sempre seis. Eu já na altura sabia isso, o que tornou aquele ser ainda mais misterioso.

Tinha aquelas cores berrantes de quem está, ou a pausar SWAG ou é lixado para andar à porrada.

Fica aqui uma ilustração fidedigna para terem uma ideia.

Devia ter uns 10 centímetros de altura, encorpado qual tanque de guerra pronto a atacar. Um dos meus primos agarrou numa pedra e queria deixá-la cair-lhe em cima, mas nós impedimos! Não por compaixão pelo Bicho, mas sim porque se falhasse ele tinha ar de quem era menino para saltar uns bons dois metros e aterrar com o ferrão em algum de nós. Dizem que é com os calminhos que é preciso ter cuidado e o Bicho estava demasiado calmo para quem tinha medo de nós. Estava ali a fazer peitaça, confiante e firme como só o Chuck Norris da bicharada seria capaz. Não havia telemóveis para tirar fotos na altura, então ficámos ali a observar de longe, a tentar perceber os detalhes para mais tarde nos lembrarmos. Fomos embora, sempre a olhar para trás, mas do Bicho nem um sinal de movimento. Virámos à direita, andámos uns 50 metros e vimos que nos tínhamos enganado e que afinal o caminho era à esquerda. Recuámos e ao passarmos pelo local onde avistáramos o Bicho, nada. Já não estava lá mas ficou para sempre na nossa memória. Toda a gente a quem contámos esta história ficou a olhar para nós com uma cara de quem estava desconfiado que tínhamos estado a fumar ou a beber.

No tempo dos três pastorinhos acreditaram que eles viram Nossa Senhora, connosco duvidaram que víssemos algo muito mais plausível.

O que é certo é que vimos, até podia ser um brinquedo perdido, já que não o vimos a mexer, mas o que é certo é que ele estava lá. Eu há uns anos enviei este desenho para vários fóruns e sites da especialidade que identificam tipos de espécies estranhas. Ninguém soube categorizar o Bicho. O Bicho era talvez o último da sua espécie, que por ali andava perdido, sozinho e sem ninguém que lhe desse amor. Devia ter deixado o meu primo esmagá-lo com a pedra e acabar-lhe com a solidão.

Algum especialista em bicheza que saiba finalmente identificar o Bicho? Ou permanecerá para sempre um mistério?
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30 de março de 2015

Stalkers, sinais de interesse, assédio e abstenção


Bom dia e não percamos mais tempo que nesta semana foram dúvidas à bruta. Vamos a mais uma rubrica "O Doutor G explica como se faz".

 
Tive uma namorada à 3 meses atrás, e ela acabou comigo porque ainda sentia algo pelo ex dela, desde ai nas primeiras semanas tivemos umas conversas para acalmar as coisas e ficarmos como amigos, mas eu não consegui e acabei por cortar relações com ela, contra a vontade dela, de forma a ver se conseguiria esquecê-la. Mas ao fim de 3 meses, mesmo assim, dou por mim constantemente a pensar nela e a ler as antigas mensagens dela. Penso constantemente em voltar a falar com ela, mas não sei se o deva tentar porque poderia não dar em nada. O que me aconselha?
Rúben, 20, Alvalade

Doutor G: Caro Rúben, a tua ex queria manter-te no banco de suplentes, algo que as mulheres adoram fazer. Seja porque gostam da atenção, ou porque o titular se pode lesionar e elas podem precisar que o suplente vá a jogo. O meu conselho é partires para outra, se ela acabou contigo, ainda por cima por ainda gostar do ex, é esqueceres e aproveitares a pujança dos 20 anos para andar aí a espalhar magia por seara alheia. Apaga as mensagens todas, já agora.


Caro Doutor G, acha que quando nos interessamos muito por uma pessoa mas se começa a ter "festa" cedo demais, as coisas acabam por se cingir só a isso, ou não vai afetar a evolução da relação psicológica? Ou seja: ir com calma pelo bem da relação, ou só a vai melhorar? Obrigadissima.
Laura, 19, Porto

Doutor G: Cara Laura, tudo depende. Se me disseres que é fazer sexo no WC da discoteca, provavelmente nunca irá dar uma relação muito séria em que ambas as partes confiem um no outro. De resto, quanto mais cedo melhor, que se faz logo a triagem relativamente à compatibilidade sexual, que é das coisas mais importantes numa relação. Tentem saber o nome um do outro, pelo menos. No entanto, esperar também pode aumentar o prazer, desde que seja uma espera bem feita e não imposta só para parecer bem.


Olá, Boa noite! O meu nome é João e sou alvo de constante abuso e ameaças por parte de uma sujeita. Desconfio também, que ela me espia noite e dia. Ela inclusive diz que é ninja! Não que eu tenha medo, porque eu sou um super guerreiro, mas há sempre que desconfiar. Preciso da sua ajuda imediata, já não durmo sossegado há noite.
João, 27, Beja

Doutor G: Caro João, se dizes que não tens medo e que és super guerreiro, qual o motivo de não dormires sossegado durante a noite? Não faz sentido. O meu conselho é que vás à polícia ou que lhe dês um enxerto de porrada, mas sem deixar marcas, que senão quem se lixa és tu. Não se bate em mulheres e a violência não resolve nada, mas às vezes tem que ser. Isto se estamos a falar de ameaças graves, obviamente, caso contrário é ignorar e esperar que ela morra atropelada num "acidente" ;)


Doutor G, o meu namorado nunca se consegue vir dentro de mim, só fora e através da masturbação. Isto é normal? Já estamos juntos há vários anos e o sexo é óptimo, existe apenas esse pequeno problema. Obrigada!
Maria Silva, 24, Santo Tirso

Doutor G: Cara Maria, não consegue ou não quer? Os homens são crianças e como tal, gostam de sujar e ver o chiqueiro que fazem. Está-nos no sangue. Parece-me que será esse o caso, no entanto se ele não consegue mesmo vir-se dentro de ti, suspeito que estaremos perante um ou ambos os seguintes casos: Ou ele tem um pénis linguiça, fininho entenda-se, ou tu terás uma vagina olímpica, fazendo com que não haja a fricção necessária entre os membros aquando do coito. Para ele não há nada que se possa fazer, tu podes sempre fazer uns exercícios Kegel e apertar-lhe o trombinhas como gente grande. De nada.


Olá Doutor G, comecei á cerca de 3 semanas a falar com  uma rapariga, meti conversa com ela no facebook (já trocava-mos likes á mais de  1 ano e já tinha-mos trocado olhares em 2 festa muito recentemente) ela respondeu e começamos a falar nos 3 primeiros dias falávamos mais de 3 a 4 horas por dia (no facebook) depois ela deu-me o numero dela e deixamos de falar pelo Face e agora so falamos por SMS e nao trocamos mais de  10 mensagens por dia, porque ela so me responde umas  3 horas depois de eu ter enviado a minha mensagem. E no passado sábado convidou-me para ir ter com ela a um bar e lá fui eu com os meus amigos mas o momento mais intimo que tive com ela foi estar sentado num sofá com ela e a falar-mos ao ouvido um do outro (por causa do barulho). Acha que ela quer alguma coisa comigo ou como é que a conquisto? Eu gosto bastante dela.
Eduardo, 20, Leira

Doutor G: Caro Eduardo, ela claramente antes queria alguma coisa. Ninguém fala tantas horas no Facebook por dia só por amizade. Se ela agora anda mais distante foi porque se fartou que tu não tomasses a iniciativa e/ou já tem outro a fazer-lhe a corte. Como te convidou para ires ter com ela a um bar, talvez nem tudo esteja perdido. Convida-a para jantarem os dois, se ela disser que sim, está garantido, se ela disser que não dizes "Também não queria! Cheiras mal!". Estou a brincar, não digas esta última parte. Já agora, trocar likes durante um ano? Que merda é essa? Esta juventude...


Querido Dr. G, acompanho a sua rubrica com afeição e finalmente decidi partilhar algo que me preocupa: O meu marido é tarado! Não num sentido agradável, de altas ramboiadas pela noite fora, mas sim num sentido estranho e desconfortável. Muitas vezes, quando eu estou a falar com pessoas ao telefone, gosta de me atormentar com o mangalho, nomeadamente dando-me com ele na testa ou fazendo o helicopter dick com o robe entreaberto. Se eu estou na cozinha a fazer o jantar, muitas vezes olho para o lado e lá está o pepino em cima da bancada. Esta última situação aflige-me particularmente porque tenho medo de um dia cortar alguma coisa que não deva! E as coisas cada vez estão piores: ontem à noite, durante a festa, enquanto a cama emitia os seus tipicos rangidos e sons, ele começou a cantar-me baixinho ao ouvido o "Apita o comboio"! Dr. G, ajude-me. O que devo fazer?
Alex, 28, Reboleira

Doutor G: Cara Alex, já disseste ao teu marido que não gostas dessas situações? Antes de casares devias ter averiguado esse tipo de pancadas. Ele sofre do síndrome da Pila Playmobil, com a qual está sempre a brincar. Primeiro que tudo aconselho que lhe digas que não gostas. Se depois disso ele continuar, podes barrar a bancada da cozinha com piri piri e vê-lo a fazer o helicopter dick enquanto tenta apagar o fogo do pepino. Acho que ele vai aprender. 


Dr G, conheci uma rapariga à 5 anos, nunca tivemos muito confiança, as vezes nem um olá na rua trocava-mos, mas sempre tive uma vontade enorme de a "estunar" toda, mas não só, sempre a vi como uma rapariga com a qual gostaria de ficar. Actualmente ela tem namorado, parecem super apaixonados... Mas à 4 dias ela veio meter conversa comigo, desde então que não me larga, resmunga se demoro a responder às SMSs, reclama se não lhe mando mensagem de boa noite, acho isto estranho, o que é que será que ela quer? Dar umas por fora sem ninguém saber, ou arranjar um novo namorado mesmo ainda tendo actual?
RP, 25, Síria

Doutor G: Caro RP, tal como respondi ao primeiro leitor, essa rapariga quer banco de suplentes. Pode também querer festa rija extra conjugal, é questão de testares os limites ao dizer-lhe "Olha, tu não me largas, reclamas quando eu não respondo e quando não te mando mensagem de boa noite, por isso é como se já namorássemos... falta a parte boa, vamos a isso?"


Caro doutor, ando aqui com umas duvidas..... acontece que namorei durante algum tempo com um rapaz, entretanto acabamos mas continuamos próximos (encontra-mo-nos regularmente para fornicar). Mas neste momento ele está prestes a ir estagiar para fora do país e entretanto fiz novas amizades. A questão é: será que devia manter-me fiel á nossa proximidade e deixar a amiga descansar até ele voltar, ou devia investir nestes novos amigos e alargar horizontes, entre outras coisas? Bem haja.
SA, 19, Margem sul

Doutor G: Cara SA, depende da vossa relação. É exclusiva? Não sendo esse o caso, alarga o que bem entenderes e te apetecer. O que é preciso é honestidade e ambos estarem em sintonia. Já agora, acabar um namoro e continuarem a encontrar-se para sexo, mais cedo ou mais tarde vai dar merda. Prometo.


Olá Dr. G., trabalho num escritório há alguns anos e, apesar de achar que não sou nada de especial, tenho a sensação que o meu chefe, ao início, testou um bocado os limites, a ver se eu era aquele "estereótipo da secretária". elogiava-me os olhos, os cabelos e a roupa que eu vestia. Como acabou por, claro, por nunca acontecer nada, nem lhe dei liberdade para isso, tornou-se uma pessoa cada vez mais agressiva, chegando mesmo a tratar-me mal e a insultar-me. Tentei manter esta situação nos limites do mínimo aceitável, mas também não me posso rebelar muito, pois preciso mesmo do emprego. Acha que esta mudança comportamental pode mesmo ser de eu não lhe ter dado "fruta" ou isto já serão coisas da minha cabeça? A diferença de idades é bem substancial, mas consta-me que ele é muito infeliz no casamento. Obrigado Dr. G!
Patrícia, 34, Lisboa

Doutor G: Cara Patrícia, pode dar-se o caso da mudança de atitude se dever ao facto dele ter percebido que és incompetente no teu trabalho, embora o mais provável seja mesmo por não lhe teres dado fruta ou provado da dele. Aconselho-te que o seduzas mas que filmes tudo e mesmo antes do stick para a barbuxa propriamente dito, páras tudo e dizes que se ele não te der um aumento e te passar a tratar bem, que o vídeo vai parar às mãos da mulher e que ainda o acusas de assédio sexual. Podes acresentar um "madafaaaacaaa" no fim, só para efeitos dramáticos.


Dr. G, eu li muito atentamente o seu último post em especial aquele em que alguém dizia que tinha um amigo que já não se envolvia com uma rapariga há muito tempo. E fiquei a pensar, é que eu tenho uma amiga e desde que ela teve um grande desgosto de amor e que leu que houve uma mulher que ficou 20anos sem sexo, ela quer seguir os passos dessa mulher, ora a minha amiga já está 4anos sem contacto físico com homens. Se ela ficar os 20anos sem nada não será prejudicial para ela? O que fazer para eu a convencer a não desperdiçar os melhor anos da sua vida sem homens? Obrigada Dr., espero uma sábia resposta sua.
Estela, 24, Tavira

Doutor G: Cara Estela, deixar de fazer sexo por causa de um desgosto amoroso, é o mesmo que deixar de comer carne por causa de uma indigestão com sushi. É parvo. Diz-lhe que se não fizer sexo durante 20 anos a gruta fecha e não haverá Ali Babá que lhe descubra o tesouro. Agora a sério, ela que vá a um psicólogo, se for um bem parecido melhor, que é para se matar dois coelhos de uma cajadada só.


Caro Doutor G, preciso da sua opinião profissional. Conheci há pouco tempo um rapaz muito interessante, inteligente, com bom sentido de humor e nada mal parecido. Temos muitos gostos em comum, e eu acho que ele está interessado em tomar o próximo passo, mas há um pormenor que está a interferir com a minha potencial atracção por ele: ele tem uma expressão corporal, uns gestos com as mãos e inclinares de cabeça, vá... um (bom) bocado efeminados. É muito bom rapaz, mas para mim não há química nenhuma, sobretudo depois de já ter presenciado situações em que age como um "drama queen". A parte irónica é que o meu ex-namorado era muito macho, mas era tudo menos um gajo decente, por isso passei do 8 para o 80. Estou a sentir-me fútil, mas como mulher que sou, acho que dramas já me bastam os meus e que não me iria sentir bem em ser o homem da relação... O que me diz quanto à minha situação?
Helena, 29, Lisboa

Doutor G: Cara Helena, no início quando referiste um rapaz interessante, inteligente, com bom sentido de humor e nada mal parecido pensei que estivesses a falar de mim. Depois na parte do efeminado vi que não. Acho que aqui não se coloca o caso de ele ter ou não tiques femininos, mas sim do facto de teres dito que não há química nenhuma. Se não há química, não há nada a fazer. No entanto, se quiseres mesmo testar, embebeda-te e deixa-o levar-te ao castigo, pode ser que na cama ele seja um leão e não uma andorinha e tu mudes a forma como o vês.


Caro Dr. G, desde que descobri o seu blog que esta rubrica é a minha favorita. O que se passa é o seguinte: Namoro com o meu namorado há mais de 4 anos, sempre tivemos uma boa relação e, no que toca ao quarto, sempre fomos capazes de satisfazer o outro. No entanto, nos últimos meses, as coisas mudaram. Desde que eu comecei a fazer mestrado e a trabalhar a minha vida mudou. Tenho muito menos tempo livre do que tinha antes e ando quase sempre stressada, cansada e preocupada com as mil coisas que tenho para fazer. O problema é que, pela primeira vez na vida, me vejo confrontada com as exigências do mundo real e tenho tido dificuldade em "encaixar" o meu namorado no meio de tantas tarefas e obrigações. O resultado de tanto stress e cansaço foi uma diminuição acentuada do meu apetite sexual, facto esse de que o meu namorado se apercebeu imediatamente. A questão é que ele se mostra pouco compreensivo em relação á minha situação. Por mais que lhe tente explicar que continuo a amá-lo e a querer estar com ele e que esta diminuição é apenas produto das minhas preocupações, ele não consegue compreender. Ele ainda está na licenciatura e, em grande parte, ainda leva a vida inerente e característica dessa fase. Que me aconselha a fazer Dr. G? Sou eu a má da fita no meio disto tudo?
Maria Ana, 25, Faro

Doutor G: Cara Maria, o Doutor G acha que tem que haver um meio termo. Ele é tanto obrigado a compreender a tua situação, como tu a compreender que ele se sinta negligenciado. Ele tem que compreender, mas tu tens que fazer um esforço para não descurar o sexo na relação. Se andas sem tempo, tens que aproveitar todos os bocadinhos para o surpreender e lhe saltares para cima. Não esperes que seja ele a tomar a iniciativa, veste uma lingerie sexy e dá-lhe uma daquelas épicas para que ele fique satisfeito durante uma semana. Apostem na qualidade em vez da quantidade, é o meu conselho. Podes sempre optar por lhe trincar as partes até fazer ferida. Das próximas vezes, de cada vez que ele começar a ficar excitado vai sentir uma dor aguda, criando um reflexo pavloviano que ajudará a manter os níveis de líbido semelhantes aos teus.


E por hoje é  tudo. Vá, voltem lá para o trabalho que não quero se sejam despedidos por minha causa, se não depois têm que fazer favores sexuais ao patrão/patroa. Se querem mais para semana já sabem, partilhem e enviem as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com.


Até lá, façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.
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26 de março de 2015

Ana Malhoa, a cantar desde 1919



Ontem estava sem ideias para escrever, quando que por vontade de Deus a Ana Malhoa lança um novo video clip. A Margarida Rebelo Pinto diz que não há coincidências, mas todos sabemos que o que ela diz não se escreve. Ao saber de tal lançamento, soube automaticamente que iria ser uma mina de ouro, um refogado de azeite e cebola de fazer ir às lágrimas o mais circunspecto dos salazaristas. Esfreguei as mãos de contente, pensando no entanto que haverá quem esfregue outra coisa a cada novo video da Ana, dando festinhas na sua própria makina de fiesta, num ritual de onanismo em que o lubrificante é o azeite. São gostos, eu também gosto de tostas de queijo com chocolate e há quem ache nojento. Bem, lá cheguei a casa, recostei-me em frente ao computador, cliquei no play e comecei a degustação das gorduras monoinsaturadas que brotam a cada frame. Um mimo. Tudo o que eu sempre sonhei, uma galinha dos ovos de ouro de potencial humorístico. Não é nenhum "Tá Turbinada" atenção! É impossível fazer duas músicas de antologia labrega de seguida, mas é que é bom, lá isso é.


A música dá pelo nome de "Encaixa, baby, encaixa", um slogan que seria genial para uma campanha publicitária da LEGO. 

Para quem não viu, aqui fica, os primeiros dois minutos de introdução são a melhor parte, depois começa a música e estraga um bocadinho. Caso não queiram ver, em seguida descrevo em detalhe tudo o que lá se passa.


Gostaram? Pergunta parva, bem sei. Vamos então esmiuçar o vídeo, desconstruindo-o e analisando ao detalhe as várias camadas, que é como quem diz, vamos lá então ajavardar com classe.

O vídeo começa com uma sonoridade a fazer lembrar os filmes pornográficos dos anos 80, uma batida que convida ao sexo com prostitutas baratas. Nisto, coincidentemente ou não, uma personagem de botas vermelhas e casaco desapertado bate a uma porta. Vemos segundos depois que é efectivamente a nossa Ana Malhoa de sempre, mas com um estilo arrojado, de cabelo rapado e descolorado, como quem teve piolhos e os tentou primeiro matar com água oxigenada. Entra e despe o casaco, dando a entender pelas protuberâncias, que continua efectivamente turbinada e, pelo que vimos na Playboy, foi alinhar a direcção ao oftalmologista da Rita Pereira, onde também deve ter comprado os óculos que coloca. Óculos esses que nos fazem perceber que até então estava a ver tudo desfocado, tendo ainda mais valor por conseguir andar sem cair naqueles saltos de fazer corar qualquer stripper da margem sul. Acende uma TV, onde aparecem as Latina News, com notícias de última hora. Nem vou pegar no facto de faltar um acento na palavra "última", acho que saber escrever português (ou castelhano se era esse o caso) não é importante para artistas deste gabarito internacional. Nisto aparece uma repórter que deixa os da CMTV com boa imagem. Não sei se a senhora é invisual, ou se é todo um estilo de apresentação a olhar para o lado como quem não quer saber. Um SWAG jornalístico de quem é apanhado desprevenido numa fotografia em pose natural. Segue-se um dos momentos mais altos que é o conteúdo da notícia: "A bomba Ana Malhoa La Makina, durante estes 30 anos de música, já demonstrou que é a artista mais latina da Europa. Definitivamente a artista pioneira do género tropical urbano em Portugal (...) a artista mais camaleónica portuguesa vem estremecer o panorama musical (...)".

Isto é poesia meus amigos, poesia. Está cheio de metáforas e por isso sinto-me na obrigação de traduzir para os menos literatos: "O estalinho Ana Malhoa, La Makineta, durante os seus 30 anos do que dificilmente se chamaria música, já demonstrou que é a artista mais sarrabeca da Europa. Definitivamente a artista pioneira do género bardajão urbano em Portugal, até porque foi um estilo inventado agora e que mais ninguém quer seguir (...) a artista portuguesa que muda mais vezes as cores e os brilhantes das unhas de gel, vem fazer escorregar ainda mais o pavimento musical (...)". Sempre fui muito bom a interpretar os textos do Fernando Pessoa e a escrever por palavras minhas o que ele queria efectivamente dizer, por isso acho que podem confiar.

Começa o enredo, a Ana pergunta quem é o gajo com ar de machão que está no sofá a fumar como quem tem dois primos afastados que lhe devem dinheiro. Ela diz para lhe levarem uma bebida, que é um copo de whisky cheio até cima, como um homem de barba rija bebe. A empregada vai lá dar-lho e reparamos que o bar é uma espécie de casa de meninas da Rinchoa, daquelas deprimentes em que se o HIV se apanhasse por via aérea toda a gente usava máscara cirúrgica. Há um plano lindíssimo e a Makina avança, qual gazela com pernas de centauro, em direcção à sua presa.


Uma vestimenta a dar tudo, como só a nossa bomba tropical urbana é capaz de usar. Uma espécie de baby grow que faria as delícias de qualquer padre. 

De repente a magia acontece. Entra o beat, igual a tantos outros porque é preciso que as pessoas se identifiquem e temos o momento que a Ana já nos habitou de spoken word, com um poema belíssimo: "Uma trajectória. Muita sabedoria. Aprendam connosco... niños!". Aqui claramente que fazendo alusão ao furacão El niño que fustigou a costa sul americana e lá está, tropical. Ana Malhoa é a makina das metáforas. O resto é música para os meus ouvidos desde que com tampões devidamente colocados. Ele é DJ com SWAG, rabos a abanar, roçanço no sofá, mamanço da boca, planos a mudar com a batida e claro, uma letra e rimas aparentemente primárias, mas é só porque as pessoas não perceberam que menos é mais. Termina com um o plano da artista a fazer uma careta qual malucos do riso, mas em que não há claramente nenhuma cabecinha pensadora. Há tempo ainda para ver os patrocinadores, do qual se destaca novamente o Ginásio Olímpia, com nome homónimo ao extinto cinema de Lisboa, onde passavam películas pornográficas. A Margarida Rebelo Pinto se calhar até tem razão.

Eu sei que parece que eu não gosto da Ana Malhoa, talvez tenham ficado com essa sensação, mas é uma sensação errada. Não tenho nada contra ela como pessoa e sinceramente até a acho uma boa artista dentro do género, o género é que é uma merda.
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25 de março de 2015

Entrevista ao gajo dos cartazes, Hugo Rosa




Bom dia, hoje um post diferente. Não lhe chamaria bem entrevista nem inquérito, porque no fundo é uma série de perguntas parvas que decidi fazer ao Hugo Rosa, o gajo dos cartazes do Got Talent. O Hugo é um comediante com quem já tive o previlégio de partilhar o palco várias vezes. Já o conhecia antes dele participar e sempre lhe achei mais piada que ao Guilherme Leite. Vamos conhecê-lo melhor? Vamos a isso que quem manda sou eu.
 
PFNC: Sei que és informático como eu, por isso começo esta entrevista com um "m/f?", "dd tc?", "idd?" e "como te chamas linda?"
HR: f,lx,18,débora e estou-me a tocar (limitei-me a dar-te a resposta que sempre sonhaste).

PFNC: Há quanto tempo começaste nesta vida de (tentar) fazer rir?
HR: Esta vida já vai para 5 anos e meio. Fiz o curso de Stand Up da Bang Produções em 2009 e no final incluia um espectáculo para "provarmos" a droga. Nunca mais a larguei.

PFNC: Como foi a primeira vez que pisaste um palco?
HR: Foi a experiência mais nervosa da minha vida, e na semana anterior tinha feito salto tandem de queda livre!! Estive em palco 18 mins e correu-me muito bem, mas também estava a jogar em casa (tinha algumas 50 pessoas amigas no meio de um público de 140).
 

PFNC: Escrever, fazer stand-up, fazer improviso, sketchs ou outra coisa? Queres fazer sempre de tudo um pouco ou tens alguma preferida da qual gostavas de viver exclusivamente?
HR: Um comediante não pode ser exclusivamente uma só coisa. Nem em Portugal nem em lado nenhum. Acho que temos de trabalhar nas várias vertentes da comédia e é por isso que tento fazer de tudo. Mas para mim a experiência de palco (Stand Up e Improv) é a melhor, porque tens um público que te dá feedback instantâneo sobre o que acha do teu humor.
 

PFNC: Referências no humor nacional, para além do Guilherme Leite?
HR: Ora bem, deixo só um top 3 para não me alongar muito: Herman José, Bruno Nogueira, Carlos Moura e para acrescentar mais nomes a esta lista, só se me quiserem dar trabalho :P
 

PFNC: E internacional?
HR: Como no estrangeiro ninguém me quer dar trabalho, a lista é mais longa: Louis CK, Bill Burr, Jim Jeffries, Chris Rock, Jerry Seinfeld, Dara O'Briain, Jimmy Carr, Stephen Wright, Jon Dore e se quisesse podia continuar... Milton Jones, Stephen Francis, Dave Chapelle e olha que era menino para dizer mais uns quantos ... .. . Robin Williams, Mitch Hedberg e se calhar já chega ... ... .. . . . Demitri Martin e se me lembrar de mais algum mando um mail!
 

PFNC: De 0 a 10, qual o nível de desilusão por aquele grupo de jovens com mãos fluorescentes e temas de Jesus ter passado à final no Got Talent e tu não? Achas que foi por vontade de Deus?
HR: Ahahaha, não estou desiludido. Não estive à altura das expectativas e fiz um trabalho mediano quando tinha de ser perfeito. Deixei-me influenciar em demasia por certos acontecimentos e a questão de ter apenas 2 minutos nunca joga a favor de um comediante. A culpa é minha, mas só com o vídeo do casting já tirei mais daquele programa do que alguma vez pensaria tirar (1 milhão de fucking views!!!!).
 

PFNC: Tens noção que se o ser humano nunca tivesse inventado a religião, tu provavelmente terias passado?
HR: Continuo a achar que é improvável. Ainda assim, fica esse lindo pensamento. #diejesusdie #bringbackourjesus #jesuspleasedieagain
 

PFNC: Achas que algum dia Portugal vai ter um vencedor de um programa de talentos que seja um comediante e que não tenha sido abandonado pelos pais nem tenha pelo menos uma doença grave?
HR: Acho que sim. Acho que se eu tenho feito algo realmente bom, o público tinha votado em mim porque senti que queriam mesmo que superasse o que já tinha feito. Com um formato de programa de menor restrição temporal, um comediante de qualidade parte aquilo tudo.
 

PFNC: Em termos de gajas, aparecer na TV trouxe-te quantas maminhas para autografar até agora?
HR: Puto, não te passa pela cabeça. UMA mama... a da minha namorada... enquanto ela estava a dormir... .. . Ricky Gervais: outro comediante que curto!
 

PFNC: Já alguma empresa de venda de cartazes te contactou para fazeres publicidade para eles?
HR: Não mas a Staples já se chegava à frente (wink wink) Deixei lá uns euros valentes!
 

PFNC: Queres deixar alguma palavra fofinha àquelas pessoas que depois de verem o teu vídeo do Got Talent comentaram com coisas do género "Acho inadmissível ele fazer piadas com matar gatinhos! É um ordinário!" ou "Devia morrer com cancro, esse patife!"?
HR: Essas pessoas podem ir levar ... os filhos à escola :P Rapidamente comecei a desligar do feedback sobre o que podia ou não dizer. Há pessoas que gostaram e pessoas que não gostaram, o que está no seu direito e podem manifestar essa opinião. Mas achar que a coisa errada daquilo, foi fazer referências a violência animal, ou cancro, e que devia haver limites é só ignorante ou hipócrita. Aposto que qualquer um deles já se riu de uma piada racista ou até de uma anedota "Um inglês, um espanhol e um português ..." que regra geral ofende nações inteiras de uma só vez. Enfim, todos temos telhados de vidro, comediantes incluídos.
 

PFNC: És Charlie ou és Gustavo Santos? Tens algum limite ou tema tabu quando fazes humor?
HR: Não tenho limites, falo do que acho piada. Depois o público julga e decide se também acha. Só tento não fazer a piada fácil de "esta gaja é porca", "aquele é corrupto" etc etc... porque acho redutor e dessas chovem aos milhares na internet de comediantes e não só. Em tempos li um comediante dizer algo que tento ter em mente, sempre que estou a escrever: "se um civil consegue fazer a mesma piada, então o comediante não é original".
 

PFNC: O que achas de não haver nenhum programa de humor na TV generalista portuguesa, com a excepção do Jornal Nacional da TVI?
HR: Acho uma pena, especialmente quando já se viu que o formato funciona (Levante-te e Ri) e sabendo que existem hoje mais comediantes com qualidade do que nunca. Por mim, era colocar um programa de Stand Up em horário tardio (da meia-noite para a frente), fazer trabalho de edição para garantir um produto de maior qualidade possível e não borrar a cuequinha sempre que o comediante toca em temas "sensíveis" ou diz um palavrão. Depois, era ver a magia a acontecer.
 

PFNC: Portugal sabe rir ou ainda tem a mentalidade do "muito riso, pouco siso"?
HR: Não gosto de argumentos que desculpam a falta de qualidade do comediante e este é muitas vezes usado dessa forma. É certo que há diferentes estilos de humor e públicos que não se adequam a alguns, mas temos de trabalhar sempre para fazer as pessoas rir do que nós também nos rimos e o resto é desculpas.
 

PFNC: Vende-te, sua badalhoca. Diz onde é que as pessoas te podem ver ao vivo nos próximos tempos. Podes deixar links e tudo, que eu sou um mãos largas.
HR: Yay, sou uma badalhoca. Ora bem, para já estou com o meu grupo de comédia de improviso (Improvio Armandi) todas as sextas até ao final de Maio, no Teatro da Comuna com o espectáculo TRAILER. Improvisamos um filme inteiro para o público e eles é que decidem o rumo da história. (Sinto-me sujo!) No inicio de Abril vou fazer 4 shows de Stand Up ao Porto a convite do Rui Xará e em Maio e Junho vou estar de volta com os meus Saia Na Saída ao Lisboa Comedy Club para espectáculos de Stand Up quinzenais (é aos Sábados! Vou tomar banho, emprestas-me o teu champô Johnson?).



E pronto, é isto. Gostaram de o conhecer? É um gajo porreiro por acaso, não é muito normal entre comediantes. Ele é mesmo um gajo humilde, as respostas dele não foram só para agradar, a mim quase que me convencia que a culpa foi dele e não do público que é na sua maioria burro. Já sabem, sigam-no e se o quiserem ver ao vivo apareçam esta sexta-feira, dia 27, no Teatro da Comuna, às 21h45, para uma noite de improviso, que se tudo correr bem vai ter piada, mas eu não prometo nada.
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24 de março de 2015

50 Sombras de Por Falar Noutra Coisa (conto erótico)



Aqui estou eu, de joelhos pronta para ti. Entrego-me, toda, de corpo e alma. De razão toldada pelo coração faço dos teus desejos ordens, os teus caprichos serão satisfeitos por esta tua serva sem livre arbítrio, submissa à tua vontade. Podes fazer de mim o que quiseres, que eu farei o que me mandares sem questionar as tuas razões. Um servo nunca questiona o seu mestre, por muito que lhe pareçam estranhos os seus pedidos, alguma razão ele deve ter. Podes prender-me, amarrar-me e marcar-me se eu merecer. Eu própria farei derramar o meu sangue se assim o entenderes. Podes fazer as maiores barbaridades que eu vou obedecer, compreender e continuar a servir-te com toda a vontade do meu ser. Não me vou dar a mais ninguém que não a ti. Vou renunciar a todos os prazeres que não tenham origem no teu, tudo o que me dá prazer agora és só e apenas tu. Vou recalcar e fazer do teu corpo e do teu sangue serão os meus únicos vícios. Vou suprimir as minhas vontades e trocá-las pelas tuas, pelos teus desejos e pelas tuas necessidades. Podes usar-me sem nunca me dar nada em troca, podes prometer e nunca cumprir, humilhar-me, fazer-me rastejar, andar de joelhos o dia todo que serás sempre aquele que está bem alto no altar, perfeito e impossível de alcançar.

Visto-me com as vestes que me mandas, de preto que sei que gostas, da forma que me queres eu serei. Só vou dormir depois de te pedir autorização e agradecer por mais um dia a servir-te e acordarei sempre com o sentimento de ser menor que tu, menos perfeita que tu, de não te merecer. Não me vou sentir nunca digna de ser a tua serva. És a razão do meu viver, por tudo o que de bom me acontece na vida eu vou-te agradecer. O que vier de mau, não te vou culpar, mas mesmo culpando sei que algum objectivo deves ter. Vais-me pedir coisas que não quero fazer, eu sei, mas por seres tu a pedir eu vou querer. Sou tua. Toda tua. Vestida e nua, sou tua. Nunca me vou cansar de chamar o teu nome, de o repetir vezes sem conta, seja a pedir perdão ou a pedir autorização, mas nunca em vão. Sei que apesar de distante, de altivo e superior, de cada vez me que me ouvires dizer "Pai nosso que estás no céu...", me vais responder. Se quiseres e eu merecer.


Vocês estavam a pensar que isto era uma qualquer cena de sado-masoquismo e no fundo é, mas não de teor sexual. É um resumo do que passa pela cabeça de uma freira quando se entrega a Deus. Ou de um Padre. Ou de qualquer outra pessoa que se entrega a uma relação de subserviência, sem questionar as ordens do seu Senhor, numa fé cega, que só a obsessão confundida com amor, consegue fazer deixar de ver.

Depois disto, faz sentido ver o ponto de vista de Deus, numa carta que ele me enviou no outro dia, através da Alexandra Solnado
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23 de março de 2015

Virgindade, ex-namoradas e cobranças difíceis



Bom dia e não percamos mais tempo. Vamos a mais uma rubrica "O Doutor G explica como se faz".

 
Grande Doutor G, um «amigo» meu, emocionalmente destruído por uma menina, não tem uma luta à moda do Dr. G (todo nu) já há bastante tempo. Nesse sentido, experienciou um sentimento que eu me atrevo a questionar se de facto existe: ele afirma ser virgem outra vez. Assim sendo, a minha questão passa por lançar a discussão no âmbito da virgindade. Será possível voltar a ser virgem? E como funciona com as Evas deste mundo? Dr. G, o que é a virgindade?? Aguardo uma resposta de acordo com a ideologia Filosofo-javarda! Muito obrigado!
CG, 22, Beja

Doutor G: Caro CG, a virgindade é acima de tudo um estado de espírito, principalmente nos homens, em que nada se rompe ao perdê-la. Pelo menos nos heterossexuais. Bom, mas adiante, esse sentimento que o teu "amigo" diz sentir, é aquele sentimento de quem sabe que da próxima vez que fizer, o acto vai durar tanto como o de um virgem, que normalmente são poucos minutos, ou até segundos. Nas mulheres, pode dar-se o caso de haver perda de elasticidade e da próxima vez haver necessidade de uso de halibut no dia seguinte. Ele que use essa do "sou virgem" como forma de engate, que há muitas mulheres que vão achar piada e tentar ser as primeiras a ensinar-lhe o que é bom.


Caro Doutor G, preciso de um conselho de alguém com criatividade...Se alguém lhe devesse 300 euros o que faria?! Eu e o meu namorado alugámos uma casa a um senhor que já tinha alugado casas a vários amigos nossos (correu tudo bem com todos), mas no final da história nós os dois ficámos sem dinheiro e sem casa... A questão é que este bandido ainda nos atende o telemóvel e fala como se nada tivesse acontecido! Anda na rua a fumar o seu cigarro com a descontracção de quem não deve nada a ninguém...já não sei o que fazer...
Soraia, 28, Lisboa

Doutor G: Cara Soraia, apesar de não ser uma pergunta de cariz sexual, sentimental nem existencial, eu respondo na mesma com todo o gosto. O Doutor G é apologista que a violência não resolve nada, mas que pode ajudar em muitos casos. Sugiro que com o auxílio de dois ou três gajos, o apanhem a fumar o cigarrinho na rua e o encostem à parede e lho apaguem na testa. Depois perguntem "Então, os meus 300€? Vais pagar já em dinheiro ou com os dentes, sendo que cada um vale 10€?". Ele se souber fazer as contas vai perceber que só vai ficar com 2 no final, caso tenha dentes do siso, ou que ainda vos vai ficar a dever 20€. Se preferirem uma via mais subtil, sugiro entrarem-lhe em casa sempre que ele não esteja, já que deduzo que tenham a chave e lhe mudem uma ou duas coisas do lugar, para ele começar a pensar que a casa está assombrada ou que está a ficar maluco. Dou-vos ainda uma terceira opção que passa por contratar uma prostituta de luxo que se faça a ele sem ele saber. No fim do acto, ela que lhe peça dinheiro pelo serviço, onde acrescem os vossos 300€. Se ele se recusar, ela ameaça com o seu chulo e seus brutamontes e voilá, o dinheiro aparecerá.


Caro Doutor G eu tenho uma questão que não me deixa descansado, quando era adolescente e durante anos um amigo meu tinha uma namorada e sonhei de várias maneiras que possuía a rapariga e fazia muito amor com ela. Mas agora passaram 10 anos, eles já não andam, ela quer fazer sexo comigo e posso finalmente concretizar o meu sonho, mas tenho medo que a realidade não seja tão boa como eu imaginei e que esse meu amigo me parta a boca toda por tocar no que foi dele e depois eu agora comecei a dar-me bem com uma outra amiga minha em que também posso ir para cama com ela. O que faço? Vou para cama com aquela com quem sempre fantasiei ou com a minha outra amiga que comecei também a dar bem?
António, 25, Setúbal

Doutor G: Caro António, primeiro que tudo não percebo a dúvida do "Vou para a cama com esta ou com aquela?". Porque não ir com as duas? Não me parece uma equação mutuamente exclusiva. Segundo, se fantasiaste com namorada de um amigo é porque não és um bom amigo. Para o Doutor G, namoradas dos amigos é como se tivessem uma pila, muitas das vezes na testa. As ex-namoradas igual, são homens. Caso não seja um grande amigo, percebo que tenhas essa vontade, mas se quiseres avançar, sugiro que fales com o teu "amigo" para saber se ele aprova essa situação. Primeiro para ele não te partir a boca e depois porque tens que pensar se vale mais um amigo ou uma noite de sexo. Para mim a resposta é óbvia, espero que para ti também.


Caro Doutor G, tenho 20 anos e ainda sou virgem, por opção. Gostaria de saber qual é a sua opinião sobre sexo apenas depois do casamento. Eu por um lado gostava de me guardar, mas por outro tenho dúvidas e muita vontade de me entregar já. O que aconselha?
Raquel, 20, Portalegre

Doutor G: Cara Raquel, cada um sabe de si, mas esperar para fazer sexo depois do casamento é parvo. Ninguém compra um carro sem experimentar primeiro. E se depois descobres que ele tem um mico-pénis, juntamente com ejaculação precoce e que acima de tudo é egoísta e não está interessado em dar-te prazer? Calculo que para teres essa convicção devas ser religiosa e diz que divorciar é pecado, portanto vais ter que ter mau sexo para o resto da vida e deixa-me dizer-te que não conheço ninguém feliz que tenha mau sexo. Normalmente são até pessoas azedas e que vão para as redes sociais comentar a dizer mal em páginas alheias, porque lá está, não têm mais nada interessante para dizer. Tens vontade de efectuar uma bela fornicação? Então efectua. Aliás, depois quando encontrares o homem ideal para casar, até já vais com mais experiência e a saber mais truques para fazer dele o homem mais feliz do mundo.


Tive uma namorada até há uns 4 meses, acabámos e entretanto envolvi-me com outra rapariga e começámos a andar. No entanto esta 2ª rapariga é bastante estranha, e no outro dia estava com ela e dei comigo a prestar muito mais atenção às mensagens da minha ex do que ao que a atual estava dizendo... Tenho um historial bastante significativo de traições (e ser traído também infelizmente...), e embora já tenha dito a mim próprio que tenho que me deixar dessas coisas, nunca cumpro e a minha ex ainda se sente claramente atraída por mim, que achas que devo fazer?
Nuno, 19, Figueira da Foz

Doutor G: Caro Nuno, trocar mensagens com a ex? Isso é um erro de principiante. Claramente não gostas assim tanto desta nova namorada e/ou ainda sentes alguma coisa pela outra. Acho que deves estar sozinho e perceber o que sentes. Se conseguires juntar as duas para uma festa do pijama, pode ser também uma boa opção para esclarecerem os vossos problemas.


Hoje o post foi mais curto. Porquê? Porque o Doutor G recebeu poucas dúvidas esta semana. Por isso cabe a vocês que esta rubrica continue, porque eu não tenho paciência para inventar histórias falsas. Partilhem e enviem as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. Até à próxima segunda-feira e já sabem:


Até lá, façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.
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19 de março de 2015

Faz 5 anos que o meu melhor amigo morreu



Já não consigo achar piada ao dia do pai. Dia 18 para 19 de Março marca dos piores dias pelos quais já passei. Dia 18 percebi que irremediavelmente iria ter de mandar abater o melhor amigo e, dia 19, dei-lhe finalmente paz. Um texto para as meninas verem que eu sou um gajo muito sensível e para os meninos me chamarem maricas.


Chamava-se Zen e tinha na alma a calma e pachorrência de quem não guarda rancores. Gostava de brincar a que horas fosse, se fosse desafiado para isso. Gostava de dormir, de passear, de mimos, de maçãs e de lamber as tampas dos iogurtes. Ainda nem tinha feito os 6 anos quando adormeceu pela última vez à força de químicos injectados na veia. Sem dor partiu, mas ficou a dor para os outros, para eu digerir. Faz hoje 5 anos, dia do pai, um dia a seguir aos meus anos que fiquei sem o meu melhor amigo. Sem o meu companheiro dos dias. Sem ouvir o seu ressonar à noite a ecoar nas paredes do meu quarto, ou da cozinha quando estava mais calor. Sem alguém que vá a correr para a porta sempre que eu entro em casa, com uma alegria desmedida, fosse a minha ausência de 5 minutos ou 5 dias. Sem alguém que fosse apanhar os bocados de comida do chão que caíam enquanto eu estava a preparar o jantar, ou o lanche. Sem alguém que viesse ter comigo e fazer-me sentir que fosse qual fosse o problema tudo iria ficar bem.

Desde que me lembro de ser gente que me lembro de querer um cão. No meu diário quando tinha 12 anos escrevi "O meu maior sonho era ter um cão ou ter os poderes do Songoku" e isto diz muito sobre o quanto eu queria ter um cão, porque ter os poderes do Songoku era do caraças. Os meus pais nunca foram na conversa durante anos.


Para me calar, quando eu tinha 6 anos deram-me um cão de peluche de prenda. Senti-me ofendido por acharem que um ser inanimado me podia colmatar a falta de um verdadeiro amigo de quatro patas.

Passado uns bons anos, sem saberem como, já tinha eu mais de 20, lhes dei a volta. Convenci-os que havia uma raça perfeita para apartamento, que não ladrava, nem largava muito pelo. Por coincidência havia um conhecido que tinha uma ninhada com 2 meses. Fomos lá vê-los e os meus pais apaixonaram-se por ele no momento em que o viram. Os xixis ocasionais no tapete do corredor, os chinelos roídos e os pelos no sofá deixaram de ser problema. Era mais um lá em casa que sujava. Era o melhor cão do mundo e eu tentei ser o melhor dono possível, e acho que fui. Passei os últimos 3 meses da vida dele a dar-lhe comida à boca, a comprar toda a comida possível para lhe despertar o apetite, a cozinhar para ele. A dar-lhe antibióticos de 4 em 4 horas, todos os dias na esperança, que era pouca, que ele melhorasse e não se fosse. Apesar dessa dedicação lhe ter dado mais 2 meses do que o prognóstico inicial, acabou por ir. Vi-lhe os olhos a fechar e o corpo a abater-se quando se lhe entrou o líquido da seringa. A médica disse que era melhor eu não estar presente, mas eu estive. Ele merecia isso. Merecia que eu fosse a última coisa que ele visse, que estivesse calmo antes de lhe darem o sedativo. Merecia que eu lhe desse uma festa e dissesse que ia correr tudo bem, como ele me fazia a mim e que depois disso já não ia sofrer a tentar respirar, porque já não ia precisar de o fazer.

São poucas as pessoas que amei mais do que amei o meu cão. Mais que muita gente que é ligada a mim por sangue. Quando ele já estava muito doente, a minha mãe ligou-me quando eu estava fora de casa. Eu atendo e vejo na voz dela que algo não estava bem, pensei que tivesse chegado o dia, mas não. Era um tio meu que tinha morrido de ataque cardíaco. 


Quis ficar triste mas não consegui. O alívio de não ter sido o Zen a morrer foi maior.

Quem não tem, ou nunca teve provavelmente não compreende. Não consegue conceber como se consegue gostar tanto de um animal, que para mim era uma pessoa. Não tenho filhos, mas gostava dele como se fosse um. E quem diz que não se deve comparar que vá à merda, porque eu trocava o teu filho por o meu cão sem pensar 1 vez. Saber que há pessoas capazes de abandonar um cão, ou de o mal tratar de outras formas, faz-me querer estar com elas cara-a-cara numa sala fechada onde as leis não se aplicam. Deviam ser abatidas mas sem a bondade de uma morte calma e indolor como foi a do Zen. Quando foi operado da primeira vez, ainda novo, ficou sem me "falar" 2 dias. Sem aceitar biscoitos da minha mão, sem querer festas, sem dormir no meu quarto. Depois perdoou tudo. Dois dias foram o suficiente para esquecer o sofrimento horrível que passou sem compreender nada. Dois dias bastaram para me perdoar na culpa que não tinha, mas que ele não sabia. Dois dias para voltar a amar incondicionalmente e sem remorsos, sem ressentimento. Só um cão consegue fazer isso.

Sempre pensei que o pior que podia acontecer era ter que se decidir quando abater um cão. Talvez pela palavra abater, que é horrível. Talvez por me ter morrido antes um, com 5 meses, no colo, de repente. Sempre achei que era pior ter que se decidir por fim à vida do nosso melhor amigo quando ele ainda dá sinais dela e de alegria ocasional. Quando por muito mal que esteja haja sempre esperança de recuperar. Mas não foi difícil. Foi fácil. Foi perceber que era egoísmo ele continuar vivo. Na noite dos meus anos decidi que de manhã iria dar-lhe paz. Ele sempre me apaziguou e acalmou, sempre me tirou a depressão ao deixar fazer-lhe uma festa no focinho enrugado, e eu, como melhor amigo dele, tive que o deixar ir. Foi fácil. O difícil é lembrar-me dele todos os dias e saber que nunca mais o vou ver. Porque o céu onde ele está não existe, só existe onde ele deitava a cabeça para dormir. No meu peito.
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18 de março de 2015

Queridos, mudei o blogue e faço anos hoje



Os mais atentos já devem ter reparado que o endereço do blogue passou a ser www.porfalarnoutracoisa.sapo.pt. Mudei-me de morada mas a antiga continua a funcionar também, por isso não refilem. "Ai, mudaste porquê? Aposto que vais mudar a forma de escrever e passar a ser politicamente correcto!", dizem alguns, os mais parvos. Estive a ponderar algum tempo, já que tive receio que ao mudar para o SAPO perdesse alguns leitores, especialmente os ciganos. Estou a brincar, toda a gente saber que isso é mito! Os ciganos não sabem ler. Pronto, estão a ver como isto vai continuar a ter piadas de mau gosto? Espero que estejam mais descansados. Vai ficar tudo igual menos o endereço lá de cima. De resto continuará a ser um local onde vai imperar a parvoíce, mas também algum bom senso.

Peço-vos que estejam atentos e que caso se deparem com algum problema me digam. Se der algum erro, não funcionar alguma partilha ou comentário, avisem que é para eu dar conta do recado. Sim, porque para não perder os comentários anteriores, a equipa técnica do SAPO não sabia como resolver, até disseram que seria impossível, mas o que é certo é que aqui o menino a puxou das skills de xoninhas nerd e resolveu o problema em menos de uma hora. Bem, por isso já sabem, qualquer problema ou coisa fora do normal agradeço que avisem.

Prometo também não começar a postar uma fotografia do meu outfit todos os dias de manhã, quanto muito meto uma de pijama ao deitar. Prometo que não vou falar de moda, de maquilhagem nem de trens de cozinha e receitas da Bimby. Não vou começar a namorar com ninguém da Casa dos Segredos, tampouco vou começar a sentir-me atraído sexualmente por homens. Bem sei que é uma desilusão para muitos, mas para eu ficar interessado por alguém continuará a ser preciso pagarem-me um jantar e possuírem um pipi. Prometo também não falar de decoração de interiores nem me afiliar em nenhum partido e ver as minhas opiniões "livres" sublinhadas a azul. Como podem ver, enfiaram-me neste lote de blogues conceituados, onde estou claramente a destoar, nem que seja porque sou o único homem... Estou a brincar, agora num tom mais sério, obviamente que o público alvo da maioria deles não sou eu, mas todos têm o seu valor, nem que seja porque escreveram muito, durante muitos dias, durante meses ou até anos, sem que ninguém lhes ligasse nenhuma e mesmo assim não desistiram e continuaram a fazê-lo por gosto. Por isso, estar seleccionado para estar no meio deles é uma honra, é sinal que em pouco mais de um ano, graças a Deus (lol), a vocês todos e a mim, consegui alguma visibilidade. Se eu gostava que houvesse menos blogues de moda e mais de humor? Claro que gostava, mas também assim tenho menos concorrência. Sou um optimista.



"Se está tudo igual, então para que mudaste? Vão-te pagar milhões, não é sua porca capitalista?", pensam alguns. Nada disso, continuarei a ser pobre. Mudei porque é possível que estando no SAPO chegue a mais pessoas e é só isso que me interessa neste momento. O blogue nunca será o meu trabalho nem de onde vou conseguir  ganhar dinheiro para pagar as contas. Por isso, o que me interessa é que mais gente conheça, que mais gente leia e que mais gente diga bem (e mal também). O SAPO à partida vai ajudar o blogue a crescer e a que mais pessoas se vão rindo das parvoíces que vou escrevendo. Na prática não muda nada, por isso quem se insurgir com tretas do "Ahhh eu gostava mais quando não tinha o .sapo.pt lá em cima", bem que pode levar um pontapé na sacola dos girinos. Estou muita forte a fazer associações entre as várias fases da vida dos batráquios.

E pronto, era só isto que tinha para vos dizer, até porque faço anos hoje e não tenho tempo para mais. Sim, faço 31, o início do fim. Podem dar-me os parabéns que só vos fica bem. Podem também aproveitar o dia e partilhar o blogue com os vossos amigos, dizendo que é o melhor blogue feito por alguém da Buraca! 

Só porque o António Feio já morreu, o Bruno Nogueira já não mora lá e o João Baião não tem internet em casa para não se sentir tentado a rever vídeos do Big Show SIC.

Já agora, deixo uma pergunta no ar, se eu editasse um livro com a compilação das melhores crónicas do blogue, vocês eram gajos e gajas para querer adquirir um exemplar? E já agora oferecer outro à vossa avó no Natal, para ver se ela tem um enfarte e vos deixa a herança mais depressa? Pensem nisso e digam-me, que ando só a sondar o mercado. Bem, agora vou só ali continuar a trabalhar, sim porque eu também tenho um trabalho honesto de gente crescida, portanto cada vez que alguém comenta a dizer que eu em vez de escrever idiotices devia era arranjar um trabalho, eu rio-me um bocadinho e depois choro, porque realmente tenho que trabalhar. Beijinhos às meninas e abraços aos meninos, ou se quiserem ao contrário é convosco, não sou gajo de discriminar.
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17 de março de 2015

Caderneta de cromos de pedófilos



Então parece que que foi aprovada a medida que prevê a criação de uma base da dados de condenados por pedofilia que será acessível às autoridades, mas também a todos os pais com filhos menores de 16 anos. Uma espécie de cromos para que a criançada complete a colecção e troque os repetidos. Já estou a ver os pequenotes a gritar "Oba! Saiu-me o cromo brilhante, o Carlos Cruz! Antes sair que entrar!" e "Tenho um Bibi para a troca!" ao que o amigo responde "Oh, esse toda a gente tem, é o cromo que sai sempre". Depois quando completassem a caderneta, podiam trocá-la por um par de ténis da Nike.

Voltando à base de dados semi-pública, acho que é uma medida parva. Não tenho compaixão nenhuma por pedófilos, mas se foram condenados e cumpriram pena, é para serem reintegrados na sociedade e não para serem discriminados. Ainda por cima discriminados por pais que têm medo que alguém queira abusar das suas crianças ranhosas. Já estou a ver conversas de elevador deste género:

- Sabia que o Alfredo do 2º esquerdo esteve preso 6 anos por pedofilia? Eu bem me parecia que ele olhava com um ar guloso para o meu Sandro Miguel.
- A sério? Não fazia ideia! Por acaso nunca reparei em nada, mas sabe como é, o meu Valter nunca anda com roupas provocantes e usa pouca maquilhagem.
- Pois, só pode ser disso, que o seu filho é muito bonito, qualquer pedófilo seria um sortudo em o ter.

Esta medida é parva, reafirmo. Isto é dizer que a sociedade não tem capacidade para reintegrar este tipo de criminosos, mas que ter molduras penais mais severas para eles não dá muito jeito. É dizer que mais vale remediar que prevenir e que há criminosos diferentes de outros. Já agora, porque não abrir a base de dados de todos os cadastrados a toda a gente? 

A mim dava-me jeito saber se tenho alguma rapariga na praceta que já tenha sido presa por atentado ao pudor na via pública. 

Dava-me também jeito saber a lista de condenados por tráfico de droga, que dada a taxa de reincidência é bem provável que ainda tenham produto para vender. Não gosto de governos que deixam as coisas a meio, se é para divulgar a lista de pedófilos, porque não a de violadores no geral? Acho que uma mulher tem tanto direito em saber se há um predador na sua área para atacar a sua cria, como a ela própria. Homens também, atenção, exijo saber se existe uma gorda no meu bairro que já tenha sido presa por se sentar na cara de um transeunte, enquanto lhe barrava Nutella nas vergonhas e se lambuzava toda, numa apneia sexual e gastronómica que faria o Chef Avillez bolsar na própria boca.

Para além de tudo isto, esta medida vai causar muitos outros problemas. Dizem que só os pais de crianças menores vão ter acesso à base de dados... Sim, porque as pessoas não falam nem nada, basta uma dessas mães ser a porteira de um prédio, para no dia seguinte já o bairro inteiro saber que no número 65 da Rinchoa, há um pedófilo a morar com a mãe no rés-do-chão frente. Eu não respondo por mim se souber que há um animal desses no meu prédio, estou a ver-me a chegar a casa, depois de uma hora no trânsito e encontrar esse sujeito no elevador. Ele vai tentar desbloquear a conversa e dizer "Está fresquinho, não está?". Com o cansaço e a raiva acumulada no trânsito, eu vou associar o uso do diminutivo na palavra "fresco" a pedofilia e o resto da história estará na capa do Correio da Manhã.

Como disse, não tenho compaixão por pedófilos, desejo do fundo do meu coração que faleçam com um grau de sofrimento elevado. Se eu mandasse nisto havia pena de morte para esses meninos. Não me interessa se tiveram uma infância difícil ou se é um impulso que não conseguem controlar. "Ah foi abusado quando era criança". Ai foi? Então metam-no a ele e ao gajo que o abusou em criança numa arena e deixem-nos lutar até à morte! No fim, o que sobreviver é-lhe colocada uma granada no esfíncter e enche-se-lhe o bucho de purpurinas e confetis para o gajo se finar em grande estilo. Aliás, vou soltar o torturador que há dentro de mim e chocar-vos um bocadinho com a minha demência ao descrever-vos o que eu acho que um pedófilo, ou qualquer outro violador, merecia:

Primeiro aquecia 10 agulhas até ficarem em brasa e enfiava-lhas no espaço entre o dedo e a unha até bater no fundo. Fazia uma pausa para fumar um cigarro e deixar aquilo arrefecer. Depois, tendo ele as mãos presas, efectuava um swing perfeito com um taco de golf, só mesmo a acertar na ponta da agulha que tinha ficado de fora, fazendo com que a unha saltasse em grande estilo. Repetia este processo 10 vezes. Em seguida, obrigava-o a ver o Buereré e de cada vez que ele começasse a ter uma erecção, furava-lhe um joelho com um berbequim, mesmo na rótula, até ele parecer um daqueles bonecos GI Joe, que já tinham a dobradiça das pernas moídas e não se seguravam em pé. Já com ele sentado, obrigava-o a ler um livro inteiro do Gustavo Santos e entre cada virar de páginas tinha que lamber os dedos, mas antes disso tinha que os molhar no pipi de uma prostituta com HIV da Artilharia 1 acabadinha de sair de um turno duplo sem tomar banho. Quando ele terminasse o livro, entrava a Ana Malhoa e as suas bailarinas a cantar durante uma hora, apenas e só o refrão da música "Tá Turbinada". 

Iam começar a doer-lhe os joelhos só de associar a Ana ao Buereré, no entanto aqui podia ter erecções que eu não lhe faria nada. Só iria ficar com pena do mau gosto dele. 

Terminado o concerto, iria amputar-lhe o pénis apenas com o auxílio de um corta unhas ferrugento e uma lixa para dar os acabamentos finais. Tudo com anticoagulantes para ele não morrer com hemorragias, que parecendo que não eu até sou um gajo que se preocupa com as pessoas. Por fim, colocava numa liquidificadora os restos genitais dele, com 10 das malaguetas mais potentes do mundo, 10 giletes de 5 lâminas, uma garrafa de UCAL (a garrafa mesmo, não o conteúdo), 1 litro de vodka do LIDL, 500 Peta Zetas e 1 litro de Coca-Cola light. Fazia ali um batido bem jeitoso e depois, com ele de quatro, injectava-lhe tudo no rabo com o auxílio de um saco de pasteleiro de ponta dura. No fim, bem antes de lhe fechar o buraco com uma mistura de super cola 3 e betão, deitava para lá uma caixa de Mentos. Tirava-lhe as amarras e o resto é poesia.

Sim, a minha mente é doente. Obrigado e bom dia.

PS: Outros textos sobre a temática de comer criancinhas e não estou a falar de comunistas: Um, dois e três.
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