Ir a um canil não é fácil. Ir a vários filmar um vídeo, e passar horas a editá-lo e a ver uma e outra vez cada um dos focinhos tristes, ainda pior. O ladrar constante dos cães é ensurdecedor, tanto em decibéis como em sentimento de revolta contra uma situação que era facilmente resolvida, não fosse a quantidade de gente de merda que existe no mundo. As pessoas que trabalham lá fazem o possível, mas não é suficiente para aliviar a dor e angústia que sentimos em cada olhar de quatro patas. A maioria já teve uma casa. A maioria já confiou em pessoas, que julgavam ser a sua família, só para depois serem abandonados. Alguns atirados de um carro em andamento, outros amarrados a uma árvore para que não encontrassem o caminho para casa. É triste. Não sou muito de causas, especialmente as perdidas por dependerem da bondade humana, mas fiz este vídeo para dedicar a todos os montes de esterco (des)humano que abandonam cães, seja porque razão for. Não acredito que mude alguma coisa, mas partilhem. Pode ser que apanhe uma criança que dê na cabeça dos pais quando eles estiverem a pensar abandonar o cão porque não cabe na bagageira do BMW com as malas todas das férias de Natal.
Clica aqui se não conseguires ver o vídeo.
Durante as filmagens dei de cara com este focinho que tremia e olhava para mim a pedir comida ou só uma festa.
Tinha sido abandonada, encontrada num barracão no meio do mato, magra e maltratada. Estava numa jaula há dois meses. Voltei lá, passado uns dias, e trouxe-a para casa. Agora está assim. Feliz.
Obrigado ao filho da puta que a abandonou. Ela manda cumprimentos.
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