29 de outubro de 2019

Amizade com o ex e comparar relações



Prontos para mais uma consulta eloquente, mas com javardeira a gosto? Aviso que estou com algum mau humor o que é sempre bom para efeitos cómicos. Ah e faltam menos de dois meses para o Natal. O que é que isso interessa para o caso? Absolutamente nada. Não, não estou bêbedo, vocês é que estão bêbedos. Bem, vamos a mais um "Doutor G explica como se faz".


Caro Doutor G, fala-se muito em mulheres serem complicadas e entendo até certo ponto. No entanto, eu sinto-me assim relativamente ao sexo masculino. Não me saio mal neste campo de funáná pelado mas quando há mais que isso perco-me e precisava de um manual de instruções para perceber o que se passa cabeça (de cima) dos machos. Tem algumas dicas que me possa dar? Outra questão, porque é que parece ser um bicho de sete cabeças quando se quer ficar amiga do ex, quando as coisas não correm mal simplesmente a relação não apareceu no timing perfeito nem as circunstâncias eram as melhores?
Ana, 27, Viseu

Doutor G: Cara Ana, duas perguntas em uma? Mau... uma pessoa dá a pontinha e vocês querem logo o saco inteiro. Bem, vamos então responder em separado:
  1. Os homens são pessoas e como pessoas são sempre complexas, mesmo as pessoas mais básicas como os homens. Agora, existe uma diferença entre ser-se complexo e ser-se complicado. Muitas vezes, as mulheres complicam a simplicidade dos homens e acham que eles são complexos quando, na verdade, são gajos básicos, fazendo com que elas, na verdade, se estejam a queixar da sua própria complicação. É o chamado paradoxo da complexidade proposto pelo sexólogo russo Punhetovsky no século terceiro AD (Antes de Doutor G). Por isso, como depende de indivíduo para indivíduo, é complicado dar dicas, mas aqui ficam algumas: se ele está triste, mostra as mamas e ele alegra. Se ele não te anda a dar atenção, mostra as mamas que ele já dá. Se ele está com fome, leva-o a jantar fora e podes mostrar as mamas na mesma. Fora mamas, não tenho muitas dicas porque os homens são básicos.
  2. Porque ficar amigo de ex-namorados é parvoíce. Qual é a necessidade? Não tens mais amigos? Precisas de mais gente para as tuas festas de aniversário terem 10 pessoas e conseguirem menu de grupo nos restaurantes? Ficar amigo do ex é guardar cotão do umbigo. O facto de as coisas não terem corrido mal e apenas ter sido mau timing, como tu dizes, ainda piora o caso. Significa que o sentimento ainda pode estar lá, latente, à espera da altura certa para emergir. Há tanta gente no mundo, arranjem outra pessoa para amigo. Existe até um estudo científico publicado em 2017 que sugere que ex que ficam amigos têm traços de psicopatia. Tenham juízo. Metam o ex namorado no pilhão e alguém que o leve.
É isto. Depois envia mensagem para te dar o meu número de telemóvel pessoal. Para pagares a consulta por MB Way, claro.


Com quanto tempo de namoro é aceitável ir viver junto?
João, 28, Vila Real 

Doutor G: Caro João, cada caso é um caso, mas digamos que não conheço um casal que ainda namore e que tenha ido viver junto em menos de um mês. Normalmente, quando há pressa em viver junto é quando há desespero. Nos dias de hoje talvez haja mais pressa para conseguirem dividir a renda sem ter de vender um rim. Seja como for, não há tempo certo, mas quando é muito rápido, alguém tem algum problema de personalidade a esconder e quer ir logo viver junto porque dá mais trabalho para a outra pessoa terminar tudo. Arrumar malas e fazer mudanças é uma chatice e o pessoal vai aturando e deixando-se andar. Já que és de Vila Real, aproveito para dizer que para ir ver o meu espectáculo nem é preciso namorarem, mas pode ser uma boa desculpa para convidarem a vossa crush a sair. Dia 7 de Novembro na UTAD, bilhetes neste link.


Doutor G, os homens só se sentem atraídos por mim fisicamente, o que fazer?
Anónima, 26, Porto

Doutor G: Cara Anónima, deves ficar contente por não seres um trambolho, começa logo por aí. Depois, deves investir na tua personalidade ou tentar encontrar homens que não queiram apenas samba de virilha ou, quem sabe, investir na comunidade invisual.


Caro Doutor G, há uns largos meses comecei a falar com um rapaz por mensagens e houve aquele click. Falávamos quase diariamente e havia bastante flirt e química. No entanto, havia o problema de estarmos em cidades diferentes. A certa altura eu mudei-me para a cidade em que ele estuda e da primeira vez que estivemos juntos depois disso ele confessou que gostava de mim e dormimos juntos (não houve luta greco-romana). Depois dessa noite, notava-se que o tom das conversas tinha mudado um pouco para uma cena mais de "namorados", sendo que era ele que dava iniciação a muitas dessas conversas. Quando finalmente começaram as aulas e estávamos ambos na mesma cidade ele simplesmente deixou de falar comigo. Ainda tentei mandar mensagem e perguntar porque é que ele não me dizia nada, que se ele não queria nada serio que podíamos continuar só amigos, e até tentei os comuns memes iniciadores de conversa, mas fiquei sempre no visto. Considerando que nem direito a assaltar a caixinha do tesouro teve, ele disse que gostava de mim para quê? Será que se arrependeu? Ou foi tudo só uma grande mentira? Espero que ele ganhe juízo de uma vez e volte a meter conversa comigo? Dou uma de chata e agora que passou um tempinho tento novamente? Ou desisto da minha vida amorosa desastrosa de uma vez por todas? Ajude-me, Doutor!
Sofia, 22, Porto

Doutor G: Cara Sofia, todas as relações que começam com pessoal a dormir junto sem fazer sexo, estão logo destinadas ao fracasso. Para dormir sem aconchegar a enguia trapalhona durmo com a minha cadela que faz melhor conchinha do que qualquer pessoa. Pais e filhos é que dormem juntos sem pinar (a maioria, pelo menos). Ou amigos e, mesmo assim, depois dizem que foi dos copos e que afinal não são gays. Pois, pois, tens hálito a pila, ou és gay ou és mulher hetero, não há outras hipóteses a não ser dificuldades financeiras ou querer subir na vida a todo o custo. Bem, acho que me desviei no tema...
Pelo que contaste, acho que precisas de um tratamento de choque. Senta-te que isto vai ser duro: o que é que interessa o porquê de o gajo ter deixado de falar contigo? Claramente que não gostava de ti nem te respeita enquanto mulher, por isso caga no gajo! Tentares ser tu a meter conversa outra vez? Mas fazes bicos com a testa ou quê? O gajo ignora-te e não te responde e tu vais atrás? Mas és otária? Tens assim tão fraca auto-estima? É que se tens, aconselho afastares-te de rapazes durante uns tempos e trabalhares em ti primeiro, porque claramente não gostas de ti o suficiente para conseguires escolher um gajo que te respeite.
As razões que o levaram a deixar de responder são desde logo uma: é um gajo sem educação porque nem que fosse por respeito respondia às mensagens a dizer que já não estava interessado. Depois, sei lá, o que interessa? Deve ter arranjado outra, provavelmente, ou precisava de óculos e foi, finalmente, comprá-los e não gostou do que viu. Não sei, nem interessa, porque o problema será sempre dele que te faltou ao respeito e deixou de te falar, por isso saberes o motivo em nada te adianta porque a culpa não foi tua e não podes melhorar em nada nem aprender com os erros a não ser com o erro de seres otária em ponderar ir atrás dele outra vez. Se ele "ganhar juízo" e for falar contigo outra vez e tu fores na cantiga, então aí a culpa é só tua.


Sr. Dr. G, namoro com a paixão da minha infância e não poderia ser mais feliz com esta pessoa. No entanto, apesar de nos conhecermos desde sempre e de termos uma amizade já prolongada, apenas nos apercebemos há alguns anos de que o que sentíamos era mútuo. Até lá, dediquei alguns anos da minha vida a um relacionamento falhado que, para mim, apesar de algumas brincadeiras marotas, será relembrado pela ausência de sexo. Por outro lado, a pessoa com quem estou aproveitou bem a vida dela, contando com um bom somatório de pila, namoros e comilanço do seu lado (Nada de errado com isso). Ao princípio do relacionamento, este assunto não me incomodava nada, mas agora tira-me o sono. Não consigo deixar de ter pesadelos com imagens do que pode ter acontecido. Não tem nada a haver comigo nem há nada que eu possa fazer para impedir o que aconteceu. Ela nega, mas, por paranóia minha, não deixo de me sentir comparado com todas as vivências sexuais que já viveu. As nossas aventuras em vale de lençóis possuem um balanço positivo, contando com algumas sessões de múltiplos orgasmos para a menina e até para mim. Com base nisto, não percebo porque é que a sua experiência me afeta assim tanto... Já sei que me vai chamar de coninhas. Aceito. Contudo, tem algum conselho que me possa ajudar a resolver ou a aliviar esta situação?
Anónimo, 24, Lisboa 

Doutor G: Caro Anónimo, tanto texto para dizer "a minha namorada tem mais experiência sexual do que eu e faz-me confusão imaginar que ela já esteve com outros gajos". Duas linhas, caralho. Duas linhas! E tu escreves um conto. Bem, vamos por partes:

  1. Claro que ela compara o vosso sexo com todo o outro sexo que ela já fez. Até o tamanho do teu trombinhas ela compara e sabe quem tinha maior ou menor, mais grosso ou mais fino, com mais veias ou menos veias e todos os detalhes desde a cor ao cheiro. Eu sei que não estou a ajudar muito, mas a verdade nem sempre é nossa amiga.
  2. Agora, se ela está contigo e, aparentemente, tem prazer contigo, qual é o problema? Até podes ser o melhor que ela já teve e se for esse o caso, é bastante bom ela já ter experiência porque assim não é por falta de termo de comparação que ela acha que és bom. Se ela fosse virgem e achasse que eras bom, podias ser só mediano e ela nunca ter levado foi uma saraivada de pila como deve ser.
Acho que o que acontece nesses casos é que a conice masculina ataca por se sentirem inferiorizados face às suas namoradas. Essa paranóia é uma manifestação inconsciente da tua biologia a dizer "Vai comer umas gajas para ficarem em pé de igualdade, vai lá comer umas gajas". Não cedas a essa tentação porque isso não iria resolver nada. Por muitas gajas que comas, tu podes continuar a ser o gajo com a pila mais pequena com quem a tua namorada já teve. Nunca saberás a não ser que ela se descaia e diga "Uau, o teu é o primeiro que consigo meter todo na boca".

PS: "Nada a haver"? Isso sim, devias preocupar-te se ela antes andava com gajos que não davam esse erro de fazer desumidificar qualquer pipi literato.


Está feito. Se gostam que o Doutor G dê consultas gratuitas, não se esqueçam que ele tem de fazer dinheiro por outras vias para pagar as contas. Uma é a prostituição, claro, mas a outra é através de espectáculos ao vivo. As últimas datas são estas e se não puderem ir, espalhem a palavra por amigos que vivam nas seguintes cidades:

- 7 de Novembro - Vila Real - Clica aqui para bilhetes
- 14 de Novembro - Évora - Clica aqui para bilhetes
- 15 de Novembro - Almada - Clica aqui para bilhetes
- 21 de Novembro - Covilhã - Clica aqui para bilhetes
- 23 de Novembro - Damaia - Clica aqui para bilhetes

E é isto. Obrigado e façam favor de continuar a fazer chegar as vossas dúvidas para a caixa de correio electrónico: porfalarnoutracoisa@gmail.com.

Façam amor à bruta porque de guerras o mundo já está cheio.

Ler mais...

28 de outubro de 2019

Mor, Princesa, Bebé - Nomes foleiros de casal


Há um tema tabu na nossa sociedade do qual ninguém fala: os nomes "carinhosos" que os membros de um casal atribuem um ao outro. Todos concordamos que é uma foleirada ter nomes fofinhos para a nossa cara metade, mas a verdade é que todos os fazemos, uns mais criativos, outros mais banais.

Talvez os mais comuns caíam na categoria do sentimento onde se encaixa o "amor", "amorzinho" ou a sua derivação preguiçosa "mor". Se pensarmos bem, quando dizemos “mor” parecemos alguém com problemas de fala que acabou de sair de uma operação no dentista e ainda está meio anestesiado e a babar-se. Depois há quem se chame de "paixão" e normalmente são as pessoas que gostam de David Carreira e ainda temos os que dizem "coração" que são normalmente adolescentes ou casais na casa dos cinquenta anos que namoram depois de ambos se terem divorciado e ficado sem a custódia dos filhos.

Estes nomes, quando são adjectivos, raramente são honestos. Por exemplo: godinho ou gôdo nunca é dado a pessoas gordas, tal como quando se chamam de lindo e linda, normalmente são feios e estão juntos porque sabem que não arranjariam melhor.


Se as alcunhas carinhosas fossem baseadas na realidade, teríamos muitos "Joelho de porco" e "Dente de abre latas".

Entre os mais infantis temos a fofinha e o kiduxo. Já os casais que se tratam por xuxu de forma não irónica são um bocado bimbos, só superado pelo pessoal das barracas que se mandam para um princesa ou um sereia. Já se forem de boas famílias nunca devem usar apelidos carinhosos, devem sempre tratar pelo nome completo e, se possível, na terceira pessoa. Os materialistas utilizam "tesouro" e "riqueza" e o pessoal do PAN usa "ursinho" e "gatinho".

Além do mundo dos negócios e das startups, os estrangeirismos também já invadiram as relações amorosas em Portugal, especialmente entre as camadas mais jovens. Cutie, babe e baby são os apelidos mais utilizados pela juventude. São pessoas incapazes de dizer "amo-te" – dizem sempre "luv u" – e nunca chamariam "bebé" ao namorado, mas se for em inglês tudo soa bem. Chamar bebé a alguém com quem se faz sexo só faz sentido se formos pedófilos e aí tudo bem, aceito perfeitamente. Já chamar papi, só faz sentido se for para pedir dinheiro.

Se forem pessoas que usam bolsas de cintura ao pescoço e calças de fato de treino para ir ao centro comercial num domingo, então é certo que vão usar como nome carinhoso um dos seguintes: prima; sócia; dama. Quero apenas dizer que quem usa damo, seja como alcunha ou apenas para se referir a "namorado" só faz sentido se tiver unhas de gel com brilhantes e argolas de papagaio nas orelhas. Uma beta a usar "damo" só porque acha que fica gangster é do mais parolo que há. Não, a Benedita não tem damo. A Benedita tem clamídia.

Sugeri no Twitter que as pessoas confessassem as suas alcunhas humilhantes e foleiras e aqui ficam algumas:

  • Presuntino – Não sei se era mesmo presuntino e não presuntinho, mas gosto de pensar que está mesmo certo e que o gajo se chamava Vitorino e gostava muito de presunto ou tinha coxa gorda.
  • Formiguinha e Papa-formiga – O papa formiga tem grande habilidade com a língua por isso talvez fosse um casal feliz apesar destes nomes foleiros.
  • Hospicheira e Comandante – Pura classe.
  • "O meu pai chamava mosquinha à minha mãe. A minha mãe chamava-lhe moscardo. Moscardo evolui para mosco. Mosquinha mantém-se." – Nada mais romântico do que apelidarem-se de animais que gostam de merda.
  • Retardado e Camela – Isto sim, é amor a sério.
  • "Uma vez fiz uma chamada bêbado e chamei-lhe "razão de viver" e ela percebeu "cartão via verde". Opa e ficou assim." – Para mim esta ganhou.
Sinto que, mesmo assim, falta mais honestidade. Fiquei desiludido de não ver um Mini Milk e Cama de Hasmster, ambos inspirados na genitália do parceiro. Fica o desafio de deixarem nos comentários o nome mais foleiro que já tiveram ou deram a uma cara metade. Se for na actual relação, façam favor de identificar a pessoa em questão para não se humilharem sozinhos.

***

PS: Por falar em amor, já sabem que podem oferecer ao vosso fantasminha brincalhão ou à vossa lontruça piruça um bilhete para as últimas datas do meu espectáculo de stand-up comedy:

7 de Novembro - Vila Real Clica aqui para bilhetes
14 de Novembro - Évora Clica aqui para bilhetes
15 de Novembro - Almada Clica aqui para bilhetes
21 de Novembro - Covilhã - Clica aqui para bilhetes
23 de Novembro - Damaia Clica aqui para bilhetes

Obrigado a todos e ajudem a partilhar a mensagem.
Ler mais...

27 de outubro de 2019

O senhor de saia na Assembleia



Então, parece que um senhor entrou de saia no Parlamento. Ao contrário do que poderíamos pensar, não, não foi o Paulo Portas que voltou à política e saiu do armário. Foi Rafael Esteves Martins, assessor da deputada Joacine Katar Moreira. Agora que reparo, duas pessoas do partido Livre, de esquerda, com três nomes como os betos? Está giro. Bem, devo começar por dizer o seguinte: não tenho nada a ver com o que as outras pessoas vestem, cada um anda como quer, até podem ter um gorro com três dildos e dizer que se identificam com um triceratops de piças que por mim está tudo bem. Vou reparar nisso e comentar, claro, mas acho que têm todo o direito em fazê-lo. Por isso, acho ridículo aqueles que lhe chamam nomes e que se indignam como se isto fosse o fim do mundo. No entanto, acho o mesmo sobre aqueles que dizem que não se pode falar do assunto porque se o fizermos somos homofóbicos, até porque me parece discriminatório assumir a orientação sexual do rapaz (espero não estar a ofender ninguém ao assumir que ele é do género masculino) com base no que veste.

Lá por usar saias tem de ser gay? Provavelmente é, mas pode não ser. Ele licenciou-se em "Estudos Artísticos" por isso pode ser só excêntrico.

Os padres usam saias e chapéus ridículos; os juízes e advogados usam capa ou batina ou lá o que é aquilo. Homens de saia há em muitas profissões e nem estamos a falar dos escoceses e o seu kilt. Por falar nisso, terá o senhor da saia levado roupa interior ou andava ali em modo comando? Pode ser perigoso, toda a gente sabe que o poder dá tusa e podia excitar-se com a tomada de posse. "Tomada de posse" é uma expressão bastante sexual, ainda por cima. Tomada de posse à bruta e por trás que é o que normalmente os políticos fazem aos contribuintes.

A mim, o que me choca não é a saia: é estar mal vestido. Não há uma corzinha. O tecido da saia parece de fraca qualidade e não lhe a favorece a figura. O rapaz não é mal feito, podia ter apostado em algo mais cintado que lhe enaltecesse a zona dos quadriceps e dos glúteos. Aquela meia puxada para cima com aquele sapato é muito colégio interno de freiras. O senhor de saia foi notícia na SIC Mulher, onde a política normalmente nunca é destaque. Talvez seja bom porque pode significar que a política será comentada em programas como o Passadeira Vermelha e, assim, no meio das críticas aos outfits dos políticos, podem dar notícias relevantes para as pessoas que só vêem programas fúteis e não estão atentos à actualidade política. Já estou a imaginar o Cláudio Ramos a dizer "Joacine estava maravilhosa, vestida por João Rolo, com uma blusa esvoaçante de cetim, enquanto discursava a sua nova proposta de lei que pretende a subida do ordenado mínimo para os 900 euros mensais" e "Já António Costa, muito elegante num fato Hugo Boss com punhos de brilhantes, retorquiu que seria impossível o orçamento de estado comportar tal aumento e que iria focar-se nas taxas intermédias de IRS para combater as desigualdades salariais.".

O pessoal que destila ódio contra o senhor da saia nas redes sociais e que vai para o perfil pessoal dele no Facebook chamar-lhe nomes é tudo uma cambada de atrasados mentais, mas... ele sabia disso. As regras do jogo são bastante claras "És homem e vais de saia para o Parlamento, vais ter muita gente a chamar-te nomes". Não estou a dizer que concordo, estou a dizer que são as regras e que ele sabia quais eram. Deve coibir-se de ir vestido como quer por isso? Acho que não, mas gritar "Olha os homofóbicos maus!" como se fosse surpresa é um bocado desonesto intelectualmente quando me parece que o grande objetivo era o de provocar essa reacção.

Como eu disse no meu anterior solo de stand-up "O Rodolfo vai para a escola no primeiro dia de aulas, vestido com umas botas cano alto cor-de-rosa, um pavão a fazer de boina e uma lanterna no cu a dizer que é um pirilampo. É gozado e sofre bullying. Horrível, nada justifica o bullying, mas... será que ele não tem um bocadinho de culpa? Só um bocadinho? Queremos ser excêntricos levamos no focinho, Rodolfo." E é um bocado isto que aconteceu. Se me dissessem "Ó Guilherme, mas ele é sempre assim, faz parte da identidade dele e seria injusto para ele renegar quem é só para cumprir as expectativas da sociedade" eu percebia perfeitamente. No entanto, basta ver outras fotografias na Internet e redes sociais para perceber que ele está sempre de calças. Ou seja, usar calças para ele não é um espartilho da identidade de género que ele acha desajustada, é uma coisa que ele usa no dia-à-dia sem que isso lhe faça confusão. Portanto, a escolha deste outfit para este dia deveu-se a uma das seguintes opções:
  1. Esqueceu-se de meter as calças a lavar. Acordou em cima da hora e não teve tempo de ir comprar outras e só tinha a única coisa passada a ferro era aquela saia.
  2. A caminho do parlamento deixou cair uma torrada com manteiga nas calças e a Joacine teve de lhe emprestar uma saia que tinha no carro.
  3. Só usa saias em ocasiões especiais e achou que a tomada de posse tinha passadeira vermelha.
  4. Usou saia porque sabia que ia ser um tema e iria ser falado.
Parece-me óbvio que é a última opção e não há mal nenhum nisso. É marketing e, meus amigos, é marketing bem feito. Nos dias de hoje ganha votos quem tem visibilidade e tempo de antena e se o Livre quer manter ou aumentar deputados têm de investir em marketing gayrrilha como este. Não me digam que não é pensado para isso porque eu não sou palerma. Agora, se nesse processo de marketing forem quebrados tabus e Portugal ficar um país mais tolerante à diferença, ainda bem. Agora, imaginemos que o André Ventura ia para a tomada de posse de calção e chinelo. Aposto o mindinho do pé em como as pessoas que exaltam o senhor da saia seriam os primeiros a dizer que o André estava a faltar ao respeito ao cargo e à responsabilidade que os portugueses lhe tinham dado e que levava a política como uma brincadeira e apenas como um modo de ser falado e de aparecer.

Se esta moda pega, esta de os políticos abandonarem o dress code rígido da Assembleia e começarem a usar aquilo com que se identificam, imagino algumas mudanças:  o António Costa e o Rui Rio continuam a ir de fato porque estão na política há tanto tempo que até dormem com ele; a Cristas vai vestida de freira beata; a Catarina Martins deixa crescer rastas e vai com aquelas calças largas que parecem pijama de quem faz malabarismo nos semáforos; o gajo do Iniciativa Liberal vai de calça de pano vermelha, sapato de vela, camisa da Tommy e um pullover salmão aos ombros; e o André Ventura vai vestido de fantasma, se é que me faço entender.

Para terminar, deixo-vos com uma história. Em 2011, trabalhava eu numa consultora informática e estava destacado num banco onde éramos obrigados a ir de fato todos os dias, embora fossemos programadores e quase nem víssemos a luz do dia, quanto mais clientes do banco. Certo dia, fui dormir a casa da minha namorada e esqueci-me de levar as calças do fato. Acordo, tomo banho e apercebo-me disso! Paniquei um pouco e vi que não dava tempo para ir a minha casa buscar as calças. Ponderei não ir trabalhar só para não ter de ouvir o chefe, temido por todos, a refilar. Fui na mesma, de calças de ganga, camisa e casaco do fato e optei por não levar gravata porque se era para dar tudo, era para dar tudo. Cheguei e percebi que sempre que me levantava do meu computador muita gente olhava para mim e, cá fora, nas pausas para fumar, todos os meus colegas me perguntavam "Então? Calças de ganga?" assim meio a medo e eu explicava o que tinha acontecido. Ninguém da chefia me repreendeu ou disse alguma coisa. Comecei a levar calças de ganga sempre às sextas-feiras onde o casual friday era fato sem gravata. Ninguém me disse nada. Comecei a levar calças de pano nos dias normais. Ninguém refilou. De vez em quando já levava calças de ganga em dias normais e nunca ninguém me repreendeu. Comecei a perceber que, coincidência ou não, houve alguns colegas a deixar a gravata em casa de vez em quando e a não irem sempre de fato completo. Nunca ninguém refilou. As revoluções, às vezes, começam numas calças, outras vezes numas saias. Pode ser que incentive alguns políticos a não andarem sempre de fato e a assumirem mais a sua identidade. Dava jeito para os conseguirmos definir melhor, já de fato parecem todos iguais, todos aldrabões. Prefiro o senhor da saia, por muito hipócrita que seja, do que o senhor de fato e gravata que quer proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O problema é que, por muito que custe admitir, o senhor de saia faz com que esse outro senhor ganhe mais apoiantes.


***


PS: Relembro as últimas datas do meu espectáculo Só de Passagem, onde podem ir vestidos como quiserem.

7 de Novembro - Vila Real Clica aqui para bilhetes
14 de Novembro - Évora Clica aqui para bilhetes
15 de Novembro - Almada Clica aqui para bilhetes
21 de Novembro - Covilhã - Clica aqui para bilhetes
23 de Novembro - Damaia Clica aqui para bilhetes

Obrigado a todos e ajudem a partilhar a mensagem.
Ler mais...

22 de outubro de 2019

Nunca se contraria o cabeleireiro



Desde puto que não gosto de ir ao cabeleireiro. Sim, vou ao cabeleireiro e não ao barbeiro até porque a barba faço em casa. Ir ao cabeleireiro é a prova de que o contexto é importante em tudo. Em que outra situação é que seria normal alguém lavar-me o cabelo como se eu fosse ou um rei da antiguidade ou o meu avô entravado? Mais, normalmente é um homem que me lava a cabeça e a situação é toda um bocado estranha. Não sei bem a etiqueta. Posso fechar os olhos e aproveitar a massagem ou depois disso vou querer ir ao IKEA escolher cortinados e ir ao brunch todos os domingos? Não sei.

Isto começa logo mal porque eu até lavei o cabelo em casa – ontem, é certo – mas deviam apenas borrifar-me para amolecer e não passar champô trinta vezes mesmo a dizer-me que estava sujo que nem um mineiro. Além disso, esta parte da lavagem é desconfortável fisicamente, estamos ali naquela poltrona, inclinados para trás com o pescoço todo torto naquele colar de loiça duro e há o momento em que ele nos pergunta se a água está boa.

Nunca está. Está sempre fria ou a queimar o escalpe, mas um gajo aguenta e diz "está bom" porque nunca se contraria o cabeleireiro.

Depois, vem a parte do corte e não sei se já pensaram nisso, mas nunca ficamos a olhar tanto tempo para a nossa cara como no cabeleireiro. Estamos ali meia hora, sentados a olhar para a nossa cara no espelho e começamos a descobrir imperfeições que nunca tínhamos visto: "Olha, tenho um olho mais fechado do que o outro". Giro; "Xiii a minha pele está uma desgraça". Que engraçado. Um gajo que devia sair com confiança reforçada de um corte de cabelo novo, sai de lá a sentir-se velho e acabado. Nisto, ele vai cortando o cabelo e eu penso sempre "E se eu precisar de espirrar? E se eu tiver daqueles espasmos musculares que às vezes temos mesmo quando ele me esta a acertar a patilha com a máquina e fico com uma autoestrada A0 de lado?". Esqueçam a queda livre, verdadeira adrenalina é ir ao cabeleireiro quando se está com tosse.

Quando me estão a cortar o cabelo sou uma espécie de supervisor, atento a todos os movimentos e micro-expressões faciais do cabeleireiro. Há sempre alturas em que eu acho que ele fez merda e está em controlo de danos a tentar disfarçar. Talvez seja trauma porque quando era puto, tinha uns 6 anos, cortaram-me a orelha. Fizeram-me um corte na orelha, vá, não foi um corte à Van Gogh. Jorrou sangue e eu chorei, enquanto a minha mãe berrava com a cabeleireira que dizia que a culpa era minha porque me tinha mexido. Era uma criança de 6 anos, se não me mexesse era sinal que estava morto.

No fim, podemos ter pedido só para aparar e o gajo passou pente zero na cabeça toda que não temos coragem de desafiar a autoridade dos cabelos. Ele faz aquela dança de ir buscar o espelho pequenino para nos mostrar a sua obra de arte numa vista de 360 graus e pergunta "Está bom?" e nós dizemos sempre "Sim, sim… está óptimo…", pagamos e vamos fechar-nos em casa durante duas semanas até não parecermos um caniche tosquiado por uma criança cega e maneta.


***

PS1: Podem ouvir esta crónica em formato áudio no podcast Por Falar Noutra Coisa, neste link da Antena 3. Também disponível no iTunes, Spotify e essas plataformas todas.


PS2: Relembro as últimas datas do meu espectáculo Só de Passagem:

7 de Novembro - Vila Real Clica aqui para bilhetes

14 de Novembro - Évora Clica aqui para bilhetes
15 de Novembro - Almada Clica aqui para bilhetes
21 de Novembro - Covilhã - Clica aqui para bilhetes
23 de Novembro - Damaia Clica aqui para bilhetes

Obrigado a todos e ajudem a partilhar a mensagem.
Ler mais...

Fotografias safadas, relações casuais e perceber os sinais



Cá estamos para mais uma consulta "Doutor G explica como se faz". Sem mais demoras, vamos dar início as hostilidades.


Caro Dr. G, reencontrei recentemente, por acaso, um amigo antigo que já não via há alguns anos porque ele estava emigrado. Eu estava enrolada com um rapaz simpático mas que não me alegrava assim tanto. Os copos levaram ao enrolanço com o emigrante, mas apenas num nível adolescente de uns beijos e mãos marotas, porque ainda assim não fui capaz de dar facada no simpático. A verdade é que o simpático acabou por ir à vida dele e eu e o amigo começamos a falar imenso - base diária mesmo - na net, quase sempre ele a puxar conversa. Não nos ficámos só pela conversa e a coisa aqueceu online. Nisto tínhamos de nos ver, o que fizemos e foi o carnaval pelado com uma química que não desapontou. Agora estamos longe e já falámos de nos vermos, mas a coisa não avança e ninguém quer ter a iniciativa, porque isso seria admitir alguma coisa mais e falámos que seria 'casual'. Tudo isto me está a fazer diminuir o interesse no funaná online - que continuou, mas agora sabe a pouco - e quis parar com a coisa mas ele parece querer continuar e manda mensagens frequentes, com coisas como BOM DIA. Que raio é isto?!
Patrícia, 27, Braga

Doutor G: Cara Patrícia, as mulheres realmente nunca estão satisfeitas. Tivesse o teu emigrante dado uma foda mágica (finaliza o coito e desaparece) sem te dizer mais nada a não ser quando quer fotografias e vídeos das tuas miudezas e tu dizias que ele era um porco que só estava interessado em ti pelo sexo. Agora, o rapaz diz-te bom dia e tu reclamas? Se não têm mais nada de jeito para fazer a não ser fazer exames ginecológicos e urológicos via Internet, força nisso. Às vezes um gajo perde uma hora a escolher o filme ou a série no Netflix e depois já é demasiado tarde, vai-se dormir e foi uma hora perdida. Por isso, em vez de perderem esse tempo, mais vale masturbarem-se com a companhia um do outro. Usem o Whatsapp que tem mensagens encriptadas ou o Snapchat ou Instagram que aquilo apaga as imagens depois da primeira visualização. Depois logo se vê, aproveitem as viagens low cost e encontrem-se para o carnaval pelado algures. Agora, tem de ser mesmo muito bom ou vocês são feios e não arranjam mais ninguém. Era mesmo eu que me metia num avião para fazer sexo.


Caro Doutor G, deve um homem enviar fotografias do seu membro a uma rapariga? Como é que isso é visto do lado feminino e tem algumas dicas para tentar essa prática?
Anónimo, 25, Lisboa 

Doutor G: Caro Anónimo, dicas para enviar dic pics? Mas queres o quê? Uma masterclass sobre fotografia de naturezas mortas com os melhores ângulos e iluminação para o teu pimpolho parecer maior? Usar filtro Nashville ou Juno nos tomates? Não tenho grandes dicas a não ser não mostrares a cara, isto se tiveres problemas que as fotografias vão parar a terceiros. Se possuíres um pénis majestoso, pode até ser uma boa forma de promoção futura. Mentaliza-te que as raparigas para quem enviares vão, muito provavelmente, mostrar às amigas e por isso, assegura-te só que a rapariga em questão não é amiga da tua avó. Quanto à primeira questão "Se deves ou não", deixo um fluxograma para te ajudar:
Quanto a como é visto do lado feminino, é simples: se ela estiver atraída por ti e tiver pedido, vai gostar de ver a não ser que precise de fazer muito zoom para ver alguma coisa. Ao contrário dos homens, que gostam sempre de ver, mesmo que não tenham pedido. Especialmente sem terem pedido, vá.


Querido doutor g, ando a trocar mensagens com um gajo que conheci através de uns amigos. Tenho de ser sempre eu a tomar a iniciativa para as mensagens e já tentei marcar dois cafés, mas ele disse que andava com muito trabalho. Eu acho que ele está interessado, mas começo a duvidar. O que acha o caro doutor?

Ana, 31, Pombal

Doutor G: Cara Ana, ele não está interessado. Fim.


Caro Doutor G! Sou um rapaz com relutância em comilanços casuais. No entanto, fui deparado com a teoria de um amigo de que "tem que se ir aos treinos para se brilhar nos jogos". O doutor também partilha desta opinião? 
Jovem, 21, Coimbra 

Doutor G: Caro Jovem, bom, dizem os estudos que as pessoas melhores na cama são as que tiverem poucos mas longos relacionamentos e não as que tiveram muitos parceiros apenas casuais. Isto tem a ver com o facto de terem mais tempo para aprimorar a técnica e, muitas vezes, nos casos de uma noite, as pessoas são mais egoístas e querem é despachar. Dito isto, em termos de prática, é melhor fazer mal feito do que não fazer. Imagina que queres ir correr uma maratona em março de 2020. É melhor não treinares nada até lá ou dares apenas umas corridas curtas ao fim-de-semana? Pois, as corridas não te vão ajudar muito, mas são melhores do que nada. Porquê? Boa pergunta, porque se passares muito tempo sem treinar, quando fores chamado a titular para o jogo, vais estar mais nervoso e menos confiante, o que vai resultar numa baixa performance.


Sou um cabrão e fodi a minha relação com a mulher da minha vida. Como faço ou o que faço para a reconquistar pela 9472926458x?
Anónimo, 24, Porto 

Doutor G: Caro Anónimo, se achas que ela é a mulher da tua vida, devias querer o melhor para ela e, claramente, o melhor para ela é estar com outra pessoa que não tu. Pumba, a verdade dói mais do que sexo anal sem lubrificante. 


Doutor G, preciso da tua ajuda. Entrei agora na Universidade e no meu curso e turma há uma rapariga pela qual desenvolvi uma enorme crush. Já fomos com mais colegas nossos ao Bowling e foi super divertido. Ela ri-se das minhas piadas e tem empatia comigo. Contudo, quando lhe dei boleia a casa, ela revelou-me que tinha namorado, algo que suspeitei, mas não tinha a certeza, e desabafou que achava que a relação não iria demorar muito tempo. Apanhou-me desprevenido nesse comentário e eu mudei de assunto. Desde então, já fomos andar de mota os dois, falamos poucas vezes do namorado, mas não sei o que fazer. Não trocamos muitas mensagens. Não sei se devo insistir nela, tipo ir tomar um lanche ou algo assim com ela, ou se não me devo intrometer. Além disso, não sei se ela acha-me piada, porque também é super nice e fixe com outro gajo da minha turma. Sinceramente, só não quero estragar a nossa amizade. O que achas que devo fazer? Tentar puxar mais ou estar na minha e ir esquecendo-a?
Anónimo, 19, Lisboa

Doutor G: Caro Anónimo, vamos aqui desde já estabelecer uma regra de ouro da corte amorosa. Quando alguém revela a outra pessoa (com quem não tem muita confiança) que tem namorado, mas que a relação não está para durar, isso é código para: "Quero ser honesta para o caso de descobrires, até porque redes sociais e isso, mas quero que saibas que estou disponível a darmos umas trancadas por fora a ver no que dá". Pronto, foi isto que ela quis dizer. Se a juntar a isso acresce o facto de terem ido andar de mota os dois, é mais do que óbvio que ela quer ter entre as pernas mais centímetros cúbicos do que os do veículo de duas rodas. Se ela também é nice e fixe com outro gajo é porque, pasme-se, também o pode querer comer. Ou não, pode ser só simpática com ele porque ela é boa pessoa. Tu é que sabes o que fazer, mas ela basicamente deu-te a senha para lhe desencriptares o pipi. Tudo isto pode ser falso e ela ser apenas uma gaja que gosta de provocar para depois rejeitar, ou até pode sentir atracção e estar só no flirt e depois não ir até ao fim por causa do namorado. No fundo, pode ser qualquer coisa porque as mulheres são um bicho estranho. Quanto a estragar a amizade, nunca nada fica estragado com sexo. Sexo é tipo bacon, fica bem com tudo, menos com crianças e com os pais.


Olhem, se querem a minha opinião, foi uma boa consulta. Tenho duas perguntas para todos vós:
1- Estou a pensar testar o Doutor G num formato vídeo. Como é que ia funcionar? Boa pergunta. Seria eu e um convidado, a ler e a responder às questões que iam enviando. Com algumas rubricas pelo meio e jogos javardos, mas eloquentes. O que vos parece? Deixem nos comentários para medir o vosso feedback e depois fazer o que me apetecer na mesma.

2- Outra pergunta é: já comprarem bilhetes para as últimas datas do meu espectáculo de stand-up comedy? Não? Então vejam lá isso. Se já viram e gostaram, sugiram a um amigo.
- 7 de Novembro - Vila Real - Clica aqui para bilhetes
- 14 de Novembro - Évora - Clica aqui para bilhetes
- 15 de Novembro - Almada - Clica aqui para bilhetes
- 21 de Novembro - Covilhã - Clica aqui para bilhetes
- 23 de Novembro - Damaia - Clica aqui para bilhetes

E é isto. Façam favor de continuar a fazer chegar as vossas dúvidas para a caixa de correio electrónico: porfalarnoutracoisa@gmail.com.
Obrigado e, como sempre: 

Façam amor à bruta porque de guerras o mundo já está cheio.

Ler mais...

21 de outubro de 2019

Professor agride aluno: excesso ou justificado?



Um professor agrediu um aluno do 8º ano durante uma aula. Dizem as testemunhas que tudo começou quando o aluno, depois de ter sido avisado, foi ao telemóvel outra vez. Nisto, o professor passou-se e disse "Dá cá o caralho do telemóvel, filho da puta" e como o aluno não largou o telemóvel o professor agarrou-o pelo pescoço e atirou com a cabeça dele contra uma das mesas. Fatality.

Eu sei o que estão a pensar "Ser professor é muito desgastante e isto deve ter sido depois dele aturar muita coisa e passou-se". Não, foi no primeiro dia de aulas daquele professor naquela escola! Era uma aula de apresentação, nem estavam a dar matéria! Boss! Todos sabemos que os professores, nos primeiros dias de aula, têm de mostrar respeito, mas ser amigáveis, e têm de evitar situações constrangedoras para não ficarem com alcunhas para o resto do ano; que o diga a Queques, a Voz de Robô e o Pila Rota (não perguntem), meus professores do 7º ano. Se calhar foi por medo das alcunhas que este professor abordou o ensino do 3º ciclo como se fosse uma prisão, onde é preciso chegar e mostrar quem manda. O professor identificou o alfa da turma, que normalmente é o mais otário e que, por isso, é o mais popular, e fez-lhe uma manobra de wrestiling. Acham que alguém lhe vai dar a alcunha de caixa de óculos? Nada disso, o gajo vai ficar conhecido como o Mike Tyson.

O mais estranho deste caso é que foi numa escola de Alvalade. É que nas escolas onde eu andei, na Buraca e na Damaia, isto não era notícia, era uma segunda-feira normal, mas em Alvalade achei estranho. Pensava que as pessoas desta zona eram mais civilizadas e que resolviam os conflitos de outra forma que não a violência ou a linguagem obscena. Acho estranho o professor não ter desafiado o aluno para um duelo de esgrima ou uma corrida de cavalo com obstáculos. Na escola primária onde andei, na Buraca, havia uma professora infame que tinha na sua posse a Dona Chiba. A Dona Chiba era uma régua de madeira com vários buracos para criar menos resistência ao ar e, assim, atingir uma maior aceleração e velocidade para que a energia cinética fosse maior, o que resultava num choro mais agudo da criançada que se portava mal e levava com ela no lombo. Já no 5º ano vi uma aluna a agredir um professor. Ele era meio deficiente porque tinha tido um acidente e ela era um pequenito diabo da Tasmânia que andava à porrada com gajos nos intervalos e que decidiu, depois de ser mandada para a rua, empurrar o professor e dizer "Você é um atropelado" antes de sair. O professor tentou ir atrás dela, mas era meio coxo e ela corria muito. Gritou umas cenas, mas ninguém percebeu muito bem porque a baba atrapalhou.

Este acontecimento deu também para perceber que há uma distinção de tratamento por parte dos media. A notícia foi dada em muitos locais da seguinte forma "Professor agride criança em sala de aula de escola de Alvalade". Se o caso se tivesse passado na Damaia, garanto que a notícia seria "Jovem é agredido por professor depois de criar desacatos numa sala de aula de escola da Damaia". Se és de uma zona fina e tens 13 ou 14 anos, és uma criança, se és de uma zona com má fama, já és um jovem como quem diz que já devias ter mais juízo e portar-te melhor.

Acho que as pessoas exageram ao criticar este professor de Alvalade. Atirar com a cabeça contra uma mesa é agressão violenta? Por favor, ainda se fosse no meu tempo, em que as carteiras tinham farpas a sair e parafusos enferrujados. Hoje devem ser feitas de plástico reciclado e todas almofadadas nas quinas para os alunos não fazerem dói dói na zona do baço enquanto correm na sala de aula a experimentar métodos alternativos de ensino. Antigamente, um aluno portava-se mal, chamavam-se os pais e o aluno apanhava em casa. E bem, que a porradinha nunca fez mal a ninguém se dada em doses homeopáticas e compensadas com amor e carinho. Hoje, os pais vêm às escolas e fazem queixa do professor que acusa o seu rebento de ser meio burro sem perceber que ele é especial e que tem diversidade intelectual e que só anda aos berros e aos saltos dentro das aulas porque é diferente e não mal-educado. Os adolescente são um bocado insuportáveis, toda a gente reconhece isso, nem os pais gostam muito dos filhos quando estão nessas idades e pensam muitas vezes em como seriam mais felizes se o coito tivesse sido interrompido, mesmo que isso implicasse sujar os cortinados.

Outra nota importante é o facto de a aula em questão ser de TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação - e, por isso, o professor seria, muito provavelmente, informático. Não estou a dizer que desculpa, mas é atenuante. Toda a gente sabe que os informáticos têm traumas do bullying que sofreram na escola e que ao verem um puto armado ao pingarelho podem passar-se e usar os truques que aprenderam a jogar GTA. O professor não ter usado um bastão e roubado o telemóvel ao aluno fim, já foi uma sorte.

Há quem se queixe que os professores só fazem greves e não querem trabalhar, mas afinal ainda há professores que trabalham mais do que as suas responsabilidades. Bater num aluno é fazer horas extra não remuneradas. A minha mãe é professora e já foi ameaçada de agressão algumas vezes. Nunca abriu a cabeça a nenhum aluno, não que não tivesse vontade, mas porque é boa professora. Isto é como a violência doméstica, não é que um gajo nunca tenha vontade de bater na namorada, mas simplesmente não se faz. Agora, acho que se um professor for agredido fisicamente, não deve enrolar-se em posição fetal e fingir de morto. Acho que aí tem legitimidade para se defender, embora não me pareça ter sido este o caso. Um professor de educação física é o único que pode agredir alunos de forma dissimulada. "Hoje é dia de luta greco-romana" diz o professor. Depois, chama o Martim para demonstrar à turma algumas técnicas. Nisto, entusiasma-se e parte a coluna do Martim em dois sítios, ficando o Martim tetraplégico e não podendo desta forma voltar a pegar no telemóvel e a desestabilizar a aula para os colegas. O professor diz que foi um acidente, leva uma reprimenda e fica tudo bem.

Obviamente que um professor nunca pode agredir um aluno, ainda por cima menor, mas devia poder chamar os pais à escola e aviar neles pelo comportamento de merda do filho. Pensemos pela positiva: antes um professor bater num aluno do que obrigar um aluno a bater-lhe.

***

PS: Relembro as últimas datas do meu espectáculo Só de Passagem:

7 de Novembro - Vila Real Clica aqui para bilhetes
14 de Novembro - Évora Clica aqui para bilhetes
15 de Novembro - Almada Clica aqui para bilhetes
21 de Novembro - Covilhã - Clica aqui para bilhetes
23 de Novembro - Damaia Clica aqui para bilhetes

Obrigado a todos e ajudem a partilhar a mensagem.
Ler mais...

20 de outubro de 2019

Primeira Paragem - Preliminares | Aveiro



Em 2018, depois de terminar a tour do meu primeiro espectáculo a solo (que podem ver no YouTube), decidi fazer uma tour em bares com vista a preparar e criar o meu segundo solo, Só de Passagem que alguns de vocês podem já ter visto. Essa pequena tour por bares teve o nome de Preliminares e todo o processo foi filmado com foco nos bastidores e palermices que se iam dizendo. Ficou durante muito tempo na gaveta e esteve para não ver a luz do diz, mas resolvi lançar agora, um episódio por cidade, que lançarei ao longo das próximas semanas. O primeiro episódio já está disponível e foi em Aveiro. Espero que gostem. Não é um projecto com o intuito de fazer rir ou ensinar e muito do que é dito não é para ser levado a sério. Seguem-se Viseu, São João da Madeira, Lousã, Ponte de Lima, Vila Real, Bragança, Guarda, Portimão, Évora e Beja. 

Notas sobre este "documentário":

  • foi gravado com uma câmara e um microfone.
  • foi realizado por um alcoólico e preguiçoso.
  • não foi guionado nem preparado e isso nota-se.
  • pode ou não espelhar opiniões reais sobre locais e pessoas.
  • pode conter vestígios de ironia e sarcasmo.
  • não pretende fazer rir.
  • não é bem um documentário.
Obrigado a todos os que participaram, a todos os parceiros e, especialmente, ao público.

ÚLTIMAS DATAS do espectáculo Só de Passagem:
- 7 de Novembro - Vila Real
- 14 de Novembro - Évora
- 15 de Novembro - Almada
- 21 de Novembro - Covilhã
- 23 de Novembro – Damaia

Bilhetes à venda nos locais habituais e neste link.
Ler mais...

18 de outubro de 2019

Marcelo, o influencer



Marcelo Rebelo de Sousa recebeu 40 influencers no Palácio de Belém, quase tudo mulheres, claro, porque existe machismo e entraves ao sucesso das mulheres em todo o lado, excepto no mundo da influência digital. Marcelo pondera a recandidatura e tudo isto não passou de uma estratégia para ter uma masterclass de digital influencing. Reparem, Marcelo só é presidente porque ficou famoso na televisão, mas a televisão já não tem a mesma força e, por isso, ele precisa de saber mais sobre a internet e as redes sociais.

Resta saber em que canais irá apostar Marcelo. Partindo do princípio que não irá para o Facebook, já que para garantir essa faixa etária basta ligar para o programa da Cistina, restam as opções:

  • Marcelo YouTuber – Pinta o cabelo de laranja e faz reacts ao canal parlamento. Faz unboxings dos diplomas com as leis para vetar ou promulgar. Se falar meio atrasado mental, pode até conseguir conquistar o eleitorado brasileiro e exercer a sua influência na política externa contra Bolsonaro.
  • Marcelo cria um Twitter - Ao contrário de Trump, que faz tweets às 5 da manhã, possivelmente embriagado antes de dormir, Marcelo faz a essa mesma hora, mas depois de já ter acordado, lido 3 livros e ter ganho uma prova no Tejo de 1000 metros mariposa contra um golfinho.
  • Marcelo Instagrammer - A estratégia mais óbvia se Marcelo quiser tornar-se num verdadeiro influencer. Ao contrário de outrora, não vale a pena influenciar as pessoas a ler livro que isso não dá likes, por isso terá de investir em stories com filtros. Sempre que houver tragédias, teremos acesso a elas em primeira mão através dos lives do Marcelo, já que chega sempre primeiro do que a polícia e bombeiros e, até mesmo do que a CM TV. A suas hashtags de eleição poderão ser: #afecto #MarceloNoComando #MarcelandoNaCaraDasInimigas #BELEM10PROZIS
Com esta visita dos 40 influencers, foram 40 selfies com o Marcelo partilhadas nas redes sociais, chegando a milhões de pessoas. O nosso presidente agora é tão famoso e popular que naqueles vox pops de rua, à porta da Universidade Lusófona, já ninguém diz que o presidente da república é o D. Afonso Henriques.


***

PS: Podem ouvir esta crónica em formato áudio no podcast Por Falar Noutra Coisa, neste link da Antena 3. Também disponível no iTunes, Spotify e essas plataformas todas.
Ler mais...

16 de outubro de 2019

Vegansexuais - activistas ou malucos?



Sabem o que são vegansexuais? Não, não são pessoas que só fazem sexo com leguminosas. Não, também não são pessoas que preferem usar pepinos em vez de vibradores de plástico que poluem o ambiente. Vegansexuais são pessoas que só fazem sexo com seres humanos que também são vegans. Dizem ser uma forma de protesto e que não se imaginam a, e passo a citar, "Beijar lábios por onde passam bocados de cadáveres de animais". É justo, eu também seria incapaz de ir para a cama com alguém que goste genuinamente das músicas da Maria Leal, a não ser que a pessoa em questão seja mesmo muito boa. A linha dos ideais e dos valores oscila consoante o par de seios da equação.

Devo dizer que percebo os vegansexuais, mas apenas se estivermos a falar de relações amorosas duradouras e não de encontros sexuais casuais. Um casal de namorados heterovegans (em que um é vegan e o outro não é, inventei agora) vai dar chatice, especialmente se o vegan for a mulher. Já todos sabemos que elas refilam quando se deixa o tampo da sanita levantado, agora imaginem o refilanço quando chegam a casa e o namorado está a desossar um pato.


Para uma pessoa não vegana, ter a casa a cheirar a peixe grelhado já é mau, agora imaginem para um vegan que acha que aquilo é Auschwitz.

No entanto, acho que esta postura dos vegansexuais é de quem não está preocupado com os animais. Sabem qual é a maior causa de um gajo ficar vegan de um momento para o outro? É começar a namorar com vegans. Já perdi a conta à quantidade de panhonhas que vi converterem-se em duas semanas só porque acham que estão apaixonados e que devem fazer tudo o que a outra pessoa quer para que ela também os ame. Por isso, a postura dos vegansexuais faz-me crer que não sabem o que andam a fazer para tornar o mundo um local com menos sofrimento animal. Haverá melhor forma de reduzir o consumo de carne do que uma mulher jeitosa dizer a um gajo "Vais mesmo comer esse bife ou preferes grelo?". Sim, passado uns anos ele vai fartar-se e acabar com ela só para comer bitoques sem culpa, mas durante aquele tempo reduziu-se o sofrimento animal no mundo.

Acham que uma gaja boa recusar sexo com um gajo só porque ele não é vegan vai ajudar o mundo? Sim, pode parecer um bom protesto, mas vocês esquecem-se que os homens mentem muito para levar gajas para a cama. Acham mesmo que ele não vai mandar uma mensagem a dizer "Estive a pensar no que disseste e vi aquele filme que me enviaste trinta e cinco vezes, e decidi ser vegan. Queres vir jantar tofu a minha casa?". Ela fica toda maluca porque acha que converteu mais um e vai lá a casa comer tofu e alheira de soja ao empurrão. De manhã, o gajo diz que mudou de ideias e que quer bacon e ovos.

Estou a falar de mulheres porque duvido que haja homens vegansexuais. Por muito vegan que um gajo seja, não vai recusar sexo com uma mulher jeitosa só porque ela come cabrito. Se o fizer, então é um gajo muito bem parecido que tem muitas gajas atrás dele e pode dar-se a esse luxo, ou é gay. Por falar nisso, haverá homens vegansexuais gays ou não dá tempo para perceber os hábitos alimentares enquanto se vai para a casa de banho do Lux? Nos Armazéns do Chiado é mais fácil, basta engatarem-se na zona de restauração e percebem logo a dieta de cada um.

Por fim, deve haver um subgrupo de vegansexuais que são as feias que comem hidratos a mais e que estão sozinhas há uns anos e que, como não arranjam ninguém, dizem que é porque rejeitam os não vegans e vegans conhecem poucos no trabalho. A pensar nestas, acho que devia haver níveis de não vegans e que os vegansexuais não deviam colocar todos no mesmo saco. Por exemplo:
  • Não come carne, mas come peixe: tem atenuante e, por isso, tem direito a brincadeiras com as mãos;
  • Não come animais, mas come ovos e queijo: já pode ter direito a sexo oral;
  • Só come aves porque são um bicho mais burro que não sente tanto: dá direito a linguadões e esfreganço com roupa.
Isto seriam os níveis assumidos porque, obviamente que se for rico e famoso até come uma vegansexual em cima de uma mesa no Chimarrão. O empregado a perguntar "Quer maminha?" teria toda outra conotação.

Um estudo feito com vegansexuais recolheu alguns dos seus argumentos:
  • "Não gostava de ter intimidade com alguém cujo corpo é literalmente feito de corpos de outros seres que morreram para o sustentar". Se é nisso que estás a pensar quando estão os dois nus na cama, se calhar o problema é mais grave.
  • "Mesmo que eu achasse a pessoa muito atraente, não ia gostar de me aproximar dela se o seu corpo fosse derivado de carne". Sim, porque o teu corpo é feito de seitã. A não ser que fosses vegan de nascença, lamento, mas o teu corpo também foi construído através de sofrimento animal.
  • "Os corpos das pessoas que não são vegan têm um cheiro diferente, mas para mim é sobretudo uma questão de ética sexual.". Isso do cheiro diferente é porque os não vegans tomam banho. Quanto ao resto, ética sexual é avisar antes de um gajo se vir durante o sexo oral e nunca tentar anal surpresa.
Reparem que estes vegans são mais extremistas do que muitos racistas que dizem "Eu não gosto de pretos, mas já comi pretas". Sinto que devia ser criado um filtro no Tinder para ajudar os vegansexuais a encontrar apenas pessoas que tenham a mesma ética animal do que eles. Este filtro seria muito útil também para os não veganos porque ajudaria a evitar pessoas chatas e sem sentido de humor. Com esta frase, os vegans têm duas hipóteses: ou ter fair-play ou comentar a insultar-me e a dar-me razão. Obrigado e até à próxima.

***

PS: O meu espectáculo não discrimina e pode entrar todo o tipo de pessoas, menos as virgens (ofendidas). Se gostas de fazer sexo com vegetais és bem-vindo, se gostas de fazer com bonecas também. Se gostas de fazer com ovelhas, só se for com o consentimento delas. Eis as datas e bilhetes:

7 de Novembro - Vila Real Clica aqui para bilhetes
14 de Novembro - Évora Clica aqui para bilhetes
15 de Novembro - Almada Clica aqui para bilhetes
21 de Novembro - Covilhã - Clica aqui para bilhetes
23 de Novembro - Damaia Clica aqui para bilhetes

Obrigado a todos e ajudem a partilhar a mensagem.
Ler mais...