29 de novembro de 2016

Quando o sexo anal corre mal



É dia de mais uma consulta "Doutor G explica como se faz". O Doutor G anda com pouco tempo até porque amanhã, dia 30, é dia de apresentação do livro do Doutor G em Lisboa, para a qual vos convido todos desde já (mais info neste link). Se alguém a ler isto for de Constância, ou perto, fica a saber que vou estar este sábado, dia 3, na feira do livro desses lados e podem aparecer para um exame à próstata. Mais informações aqui.

Bem, vamos lá começar a consulta.


Boa noite Doutor, no outro dia enquanto eu praticava o acto da real queca em casa com o meu namorado de três meses decidimos estrear a bagageira do meu carro se é que me entende, e ele já andava a insistir nisto há muito tempo por isso não lhe neguei. Mas o problema era o seguinte, eu tinha acabado de jantar e o nosso jantar foi kebab (sim com aquele molho mesmo gostoso) e com uma investida da sua magnifica espada provocou uma reação no meu reto, mas no sentido inverso... Doutor, eu caguei-lhe na piça, mas foi mesmo liquido, daquela diarreia que parece aquela mousse que compras no pingo doce, e já que estava escuro ele pensava que era sangue portanto removeu o sardão e ligou a luz... e a cara dele matou-me Sr. Doutor, é como quem tá à espera de receber um jogo da PS4 para o Natal, mas afinal recebe umas meias. Ele limpou a gaita e foi-se embora sem sequer olhar nos meus olhos nem dirigir me uma palavra e ainda não nos falamos desde aí. Ajude-me Doutor, que eu amo aquele rapaz e não queria mandar esta relação pela sanita abaixo. O que faço?    
Anónima, 22, Santarém

Doutor G: Cara Anónima, obrigado desde já pela descrição tão detalhada do teu caso, especialmente porque estava sentado ao computador a comer um gelado de chocolate com brownies que parecem aqueles cocós onde se distinguem as sementes e as cascas dos tremoços. Muito obrigado. Posto isto, resta-me dizer-te que o teu namorado é um palerma. Homem que é homem não vacila quando o sexo anal dá merda, literalmente. Vai lavar-se e vem reconfortar a sua donzela cagona, como um bom cavalheiro, trazendo-lhe toalhetes e WC pato. No entanto, achei estranho quando comparaste a cara de alguém à espera de um jogo da PS4 com o facto de ele pensar que tinha a enguia trapalhona coberta de sangue, o que me leva a pensar que vocês são pessoas com fetiches estranhos no sexo. Moral da história: tens um namorado de merda que pensa que o rabo das mulheres por dentro é revestido a pétalas de rosa. Cu é cu, e cu tem cocó. Quem quer fazer sexo anal tem de ter consciência dos riscos e salpicos. É fazer naqueles dias em que já se foi ao trono e o cocó saiu qual lontra ninja bebé que nem deixa pistas no papel higiénico. Nos outros, em que nos limpamos e o papel sai sempre sujo, vezes sem conta, como se tivéssemos um lápis de cera preso no cu, é usar a porta da frente.


Preciso desesperadamente de ajuda doutor! Sou do Porto e a relação com a minha namorada está cada vez mais instável ... Namoramos há quatro semanas e adoro quando expressamos o amor, isto é, quando lhe mato a fome de enchidos. Mas este é exatamente o problema... é que esteja onde estiver, adoro que ela jogue bilhar de bolso com o meu taco; gosto ate, que a meio das aulas discretamente me roce os dentes na enguia (somos da mesma turma ) mas ela só fez isso uma vez e agora diz que é imprórpio e que nao volta a fazer isso... serei eu que sou retardaddo, ou devo arranjar outra para me espigar o milho?  
Anónimo, 22, Porto

Doutor G: Caro Anónimo, olha que o namoro estar cada vez mais instável em apenas quatro semanas não augura um futuro promissor. Estão piores do que o casal deste vídeo. Depois, percebe-se pela tua prosa que és um romântico e que até é de estranhar que a tua namorada não queira demonstrar o quanto te ama à base do felácio em público. É uma ingrata, ela. Ou, se calhar és só tu que não a sabe excitar para que ela perca a cabeça e não se importe de fazer coisas impróprias. Muitas vezes é isso. Quase todas as mulheres têm uma javardona dentro delas, mas muito poucas encontram um homem que saiba fazer as coisas de forma a que elas o demonstrem. Sou um filósofo do chavascal. Agora a sério, as aulas é para estar com atenção e não percebo como é que se roça dentes de forma discreta na genitália. Ou tu metes o trombinhas a espreitar pela secretária, tipo periscópio de submarino, com um livro a tapar, e ela vai lá como quem te está a comer migalhas do bolicão do colo, ou então os vossos colegas e professores são muitos distraídos. Ou é uma turma do ensino especial para cegos, também é possível. Ao menos podes andar todo nu que já não há problema em vazares uma vista a alguém... ficou um clima pesado, agora.


Caro Doutro G, ja lhe enviei uma questão aqui a tempos, tem razão em dizer que não conjuguei bem o verbo haver. Em relação a minha duvida da altura era o que fazer em relação ao meu colega com quem andava envolvida mas que ele só queria sexo e eu estava a ficar apanhadinha por ele, ele sempre disse que era só sexo e eu não me importava com isso porque gostava do que tinhamos, sexo mas também sabia que se precisa-se de um amigo ele estava lá mas não gostava do facto de ele não me beijar, faziamos sexo mas ele era incapaz de me dar um beijo na boca. em, agora estamos chateados porque ele disse coisas sobre mim a terceiros e eu não gostei mas sinto falta dele. Sim, sou uma idiota, não tenho jeito nenhum com rapazes, nunca namorei e parece que não encontro o rapaz que queira o mesmo que eu.
Anónima, 25, Porto

Doutor G: Cara Anónima, é sempre bom ver antigos pacientes a escreverem. Sou como qualquer outro psicólogo ou sexólogo que nunca quer que os pacientes fiquem mesmo curados, caso contrário é um cliente que deixa de estar fidelizado. Estou a brincar, não cobro pelas consultas e vocês só me dão trabalho. Mais uma razão para comprarem o meu livro que está à venda com 10% de desconto neste link. Pumba! Marketing no contexto certo! Sou um boss do caraças nisto das redes sociais. Bem, por um lado é bom saber que já aprendeste a conjugar o verbo haver, mas, por outro, escreveste "precisa-se" quando devia ser "precisasse", o que me deixa a pensar que nessecitas de mais umas aulas de português. Sim, foi de propósito. Olha, Anónima, isto é muito simples: és uma palerma e para o provar deixo aqui um fluxograma:



Olá Doutor Gê. Sou um jovem aveirense um pouco tímido que ainda não iniciou a sua vida sexual. Não é por falta de miúdas que me achem atraente, porque tenho noção de que sou vistoso e até pareço mais velho do que a realidade e já tenho aquela barba da moda. Mas na verdade queria era mesmo ganhar experiência com uma rapariga low profile uns anitos mais velha, para depois assegurar grande prestação sexual com as miúdas da minha idade. Esta semana fui pela primeira vez ao Dokk aqui em Aveiro com os meus amigos e ao fim de uns 10 min lá dentro fui abordado ao balcão por uma mulher com os seus 37/38 anos que entretanto começou discretamente a brincar com os meus ovos moles enquanto me dizia brejeirices ao ouvido. Só tive coragem de lhe meter a mão no rabo e entretanto os meus amigos chamaram-me para outro bar. Hoje encontrei o facebook dela e não sei o que fazer. Dr. G., acha que deva abordá-la e continuar onde parámos?   
André, quase 18, Aveiro

Doutor G: Caro André, onde é que fica mesmo essa discoteca? Estou a brincar, já fui ver na net e fica-me a caminho quando venho do trabalho do Parque das Nações para a Buraca. Bem, com que então o menino quer engatar uma MILF sabidona e safada? O leãozinho pensa que já tem juba para brincar com os crescidos? Sim senhor, é sempre bom ter confiança. Ora bem, se ela tomou a iniciativa de te apalpar os calzones para ver se o segredo estava na massa, só tens de a adicionar no Facebook e esperar que ela faça o resto. Se ela não o fizer, é porque o que afagou não lhe enchia as medidas. Nesse caso, tens de te lembrar que ela é uma leoa que caça e, como tal, tens de te fazer passar por um gnu indefeso para que ela ataque. Olha lá, não tens 18 anos ainda, que merda é esta a tentar incutir terceiros a cometer crimes? Ah, esquece, ela é mulher e nesse caso ninguém liga. Professor pina aluna de 17 anos? «Pedófilo! Tem de ser despedido e linchado na praça pública!» Professora pina 300 alunos de 17 anos? «Ganda maluca! Quem me dera ser aluno ela. Não faltava a nenhuma aula! Um miúdo de 17 anos já sabe bem o que faz.» Ainda dizem que ser mulher não tem vantagens.


Caro Doutor G., estou apaixonada por um amigo meu e até já me declarei a ele e ele respondeu que não está interessado mas quer manter a amizade, o que é extremamente desconfortável. Acontece que existem momentos em parece haver algum interesse da parte dele, ou então sou eu que quero muito que isso aconteça e vejo coisas. Por outro lado, um amigo de ambos (um dos melhores amigos dele) tem tentado envolver-se comigo e admito que existe alguma química ou tensão sexual entre nós, mas não me sinto bem porque gosto mesmo muito do outro meu amigo. Não sei o que fazer... espero mais tempo por uma coisa que provavelmente não vai acontecer ou deixo-me levar pela tensão sexual e depois vê-se? 
Isabel, 25, Porto 

Doutor G: Cara Isabel, a menina merece um par de palmadas e não é daquelas que você gosta. Estava a ler e a pensar que já tinha visto esta dúvida algures e fui pesquisar no histórico do Doutor G. Qual não é o meu espanto ao perceber que havia várias dúvidas parecidas com a tua. Sim, a dúvida mais recorrente das mulheres neste consultório é «Ele disse que não está interessado em mim... será que está?». Arre foda-se! Não, não está! Quando um homem diz que não está interessado é porque não está. Os homens só fazem jogos ao contrário quando dizem que gostam muito, mas, no fundo, é só para esvaziar o saco de pasteleiro. Ele não gosta de ti e quer manter a amizade, seja porque é mesmo teu amigo ou porque lhe dá gostinho ter-te por perto para lhe subir o ego. Não digo que um dia, numa noite de copos e carência, ele não te salte para cima só porque, bem, é homem. No entanto, não será mais do que isso, a não ser que tu na cama sejas uma espécie de santa milagreira que faz o impossível. Bem, posto isto, faz o que quiseres com o outro e depois logo se vê. Ou não, não faças nada do que disse. No fundo, não tenho diploma destas coisas, apesar de ter acabado de lançar um livro que se encontra a 10% de desconto neste link. Viram o que eu fiz outra vez?


Está feito. Gostaram? Relembro, mais uma vez, que dia 30 na FNAC do Chiado, às 18.45h, haverá apresentação do livro do Doutor G que tem 50% de conteúdo inédito e que nunca saiu nas consultas online. Mais informação aqui. Obrigado a todos e, como sempre, continuem a enviar as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Partilhem e façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.

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28 de novembro de 2016

Discussões de casal, vídeos com gatinhos e padres



Todos sabemos que vídeos com gatinhos têm mais partilhas, o problema é quando as pessoas se aproveitam dos animais para ter vídeos virais. Neste episódio do Falta de Chá podem ver uma dessas situações e ainda descobrir se há vida inteligente na terra, ver o primeiro padre Youtuber e perceber que as mulheres são todas iguais no tocante à restauração. Vejam, gostem e partilhem.


Espero que tenham gostado. Qual foi o vosso sketch favorito desta vez?
  1. Vida inteligente na terra
  2. Viral
  3. Padre Youtuber
  4. Discussão de casal
Obrigado a todos os que nos têm apoiado! Não se esqueçam que a vossa ajuda é essencial!

Se gostaram toca a partilhar com #GatinhosForever e #JesusMelhorDoQuePhelps.

Cliquem aqui para ver, ou rever, os episódios anteriores.


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23 de novembro de 2016

Como os aniversários mudam ao longo dos anos



Com o passar dos anos, vamos encarando de forma diferente os aniversários e a forma como os comemoramos.

1º aniversário
As primeiras festas de anos não são para os aniversariantes, mas sim para os pais do bebé que o querem exibir, orgulhosamente, a todos os familiares e amigos. Querem mostrar a todos os seu grande feito de ter conseguido que a cria não falecesse nos primeiros doze meses. Sim, os pais, por esta altura, ainda contam a idade do filho em meses, tal como aqueles casais de namorados peganhentos que fazem publicações no Facebook, aquando de um mês de namoro, com juras de amor eterno acompanhadas de fotografias que, invariavelmente, contém montagens ranhosas com corações e letras de todas as cores. Neste aniversário os pais aproveitam para fazer inveja aos amigos que ainda não têm filhos, tentando convencê-los que passar noites em branco e ser espirrichado com urina é algo lindo e majestoso que o milagre da vida traz consigo. As crianças são inundadas de presentes que nunca vão usar e chegam ao fim do dia com um princípio de cataratas causado pelos flashes de todas as fotografias. Fotografias essas que serão posteriormente colocadas no Facebook com um emoji a tapar a cara da criança, não vão os papás ter um pedófilo na lista de amigos do Facebook. Desconfiam, principalmente, do Alfredo, cinquenta anos e divorciado, que mete fotografias com pouca luz, em tronco nu e óculos escuros, tiradas com a webcam no quarto. Bem, isto é a desculpa que eles dão, porque na verdade a maioria das vezes é porque a criança é feia.

Dos 6 aos 10 anos
A excitação que antecede o dia de anos, por volta desta idade, é aquela que nunca mais se sente na vida. Contamos os dias para o tão esperado evento e acordamos com os níveis de energia no máximo para gritar ao mundo que fazemos mais um ano de idade. Queremos uma festa com bolo cheio de bonecada e convidamos todos os nossos amigos da escola, mesmo aqueles que não gostamos muito que é para ficarem roídos de inveja ao verem-nos abrir todos aqueles presentes ou para não os deixarmos jogar na consola. Com esta idade há três festas: uma na escola; outra com a família em casa; e outra num qualquer parque de merendas com escorregas. No meu tempo era no Alvito ou no Parque dos Índios da Serafina, ambos em Monsanto, onde meninas de indumentária duvidosa se alinhavam à beira da estrada para se deixarem desembrulhar a troco de dinheiro. Comemos, saltamos, brincamos e fazemos planos para o que queremos ser quando formos grandes: astronauta, bombeiro ou operador de telemarketing. O bolo vem, sopramos as velas e pedimos desejos na confiança pura de que irão, todos, realizar-se.

14 anos
Com a chegada da puberdade e da adolescência as crianças já não querem festejar os anos com a família e, por isso, há duas hipóteses: ida ao cinema ou jantar num restaurante chinês. Pelo menos, na minha altura era assim, em que com 14 anos ainda éramos crianças inocentes com pais que não nos deixavam sair à noite para fumar e beber até cair. Enfim, pais rígidos de outrora que não deixavam os filhos divertir-se. Convidamos os amigos todos da escola, mas já não convidamos aqueles dos quais não gostamos tanto porque começamos a perceber que a maioria das pessoas não vale a pena o tempo que perdemos com elas. Convidamos a rapariga pela qual temos um fraquinho e, qual jogador de xadrez, fazemos com que acabe por sentar-se mesmo ao nosso lado, ou à nossa frente, só para depois descobrirmos que come de boca aberta e ficarmos desiludidos. O bolo vem, sopramos as velas, mas já não pedimos desejos. Já não temos a inocência para acreditar nessas coisas.

18 anos
É a loucura! Finalmente, a maioridade e, finalmente, os donos de estabelecimentos vão vender-nos álcool! Há jantar fora com direito a bebida à discrição e, invariavelmente, bifinhos com natas e cogumelos. Pedimos boleia aos pais para nos irem levar, mas já não nos despedimos com um beijo porque temos a mania de que já somos adultos. O pai despede-se com um «Tenham juízo.» e a mãe com um «Não trouxeste o casaco? Eu disse-te que à noite fica fresco. Queres te que vá buscar o casaco a casa e já to trago?». Respondemos com «sim» à parte do juízo e com um «não» enquanto reviramos os olhos, acenamos e nos afastamos. Passados dez minutos de perdermos de vista o carro dos pais, já estamos bêbados. Bebemos copos de penálti, seja de mão direita ou esquerda, porque não queremos cheirar a leitinho no esplendor dos nossos dezoito anos. Somos adultos, pensamos. A meio do jantar a nossa mãe liga-nos para saber se está tudo a correr bem e cometemos o erro de atender ao pé dos nossos amigos que começam, logo, a fazer barulhos de gemidos de mulher e a gritar «Gira lá a ganza, ó Guilherme.». Saímos do restaurante e vamos beber shots. Depois, vamos a uma discoteca qualquer onde um amigo jura a pés juntos conhecer um RP que nos mete lá dentro de borla. Chegamos lá e somos barrados, claro. Vamos a outra qualquer até aquilo fechar. Vamos para casa de táxi e passamos numa padaria para o caso de os nossos pais estarem a acordados dizermos «Levantei-me cedo e fui comprar pão.». Vemos que ainda estão a dormir e tentamos não fazer barulho, mas deixamos cair as chaves no chão e ao apanhá-las derrubamos um candeeiro que cai contra a janela e parte os vidros que, por sua vez caem, em cima da cabeça de um vizinho que grita de agonia até os nossos pais acordarem.

Dos 20 aos 30 anos
Os festejos de aniversário mantêm-se mais ou menos os mesmos durante uma década. Vamos sempre ao mesmo restaurante com o mesmo menu porque em equipa que ganha não se mexe. Continuamos a privilegiar a quantidade de bebida face à qualidade da comida e os amigos vão sendo os mesmos. Vão-se juntando alguns que conhecemos no trabalho, enquanto outros tiveram de emigrar e os que tiraram sociologia ou filosofia não têm dinheiro para ir jantar fora. Dizem que aparecem depois de jantar, mas acabam por ficar em casa porque ir para a noite sem dinheiro para beber é como ir a Roma e não ver o Papa, embora quase ninguém que lá vai o veja. Há sempre aquele amigo que leva a namorada nova, mesmo que só namorem há duas semanas. Ninguém gosta dela e todos pensam que tem ar de quem lhe mete os cornos, mas ninguém diz nada.

30 anos
Chegamos aos trinta e os aniversários já não são bem um motivo de celebração. Começamos a perceber que, na melhor das hipóteses, o melhor terço da vida já passou e nós ainda não fizemos nada de jeito do que tínhamos sonhado. Como já somos crescidos já nos mandamos para um jantar com menu de 20€ e já não pedimos vinho da casa, armados em enólogos de palato apurado. Ainda temos aquele amigo que não trabalha e que não pode ir. Temos o amigo que trabalha por turnos e também não vai. Temos os que tiveram filhos há pouco tempo e se separassem da sua cria por umas horas o mundo acabava. Há sempre confusão nas contas e nos pratos porque começa a haver vegans, pessoal intolerante ao glúten, pessoal que só come carnes brancas e pessoal que não bebe porque conduz ou está a antibiótico. Vamos com a ideia de sair até ser dia, mas às duas da manhã começa a dar a soneira e começamos a ter miragens com o quentinho dos nossos lençóis. Ainda assim, resistimos e vamos para a discoteca onde acabamos sentados em pufes a olhar à volta e a pensar «Pareço pai desta gente... no meu tempo isto não era assim, só gajos com t-shirts decotadas e gajas com ar de madrinha de casamento do Toy.». Vamos para casa, depois de gastarmos as senhas todas em gin. A ressaca demorará dois dias a passar.

40 anos
A entrada nos "entas". Fartos de convidar toda a gente que já nunca aparecia, fazemos uma coisa mais pequena em casa, só para amigos chegados. Há quem traga os filhos pequenos sem avisar e há quem venha munido de cinco mil fotografias das férias que fizeram nas Caraíbas a pensar que estão a trazer valor para o jantar. Vamos controlando o que bebemos porque já sabemos que a ressaca agora dura uma semana. Compramos vinho caro com a desculpa de que dá menos dor de cabeça, mas a verdade é que já não nos contentamos com o mesmo de há uns anos. Queremos mais e mais caro. Trabalhamos para isso e a vida é para ser aproveitada. É nesta fase que há quem se lembre que era giro fazer uma festa temática e aí vemos pessoal quase nos cinquenta mascarados de Peter Pan e Sininho como se fossem para o Carnaval da Damaia. Se não forem solteiros, as prendas que recebem nesta altura dos amigos são sempre de cariz sexual: vibradores, lubrificantes, livros kamasutra, preservativos com sabores. A vossa mulher preferia que fosse um candeeiro ou jogo de toalhas. 

50 anos
O dia que outrora nos enchia os olhos de brilho e felicidade, alheios à nossa pressa desmedida de crescer, é agora o dia que nos lembra que a meia-idade chegou. A meia como quem diz, porque provavelmente não chegaremos aos cem. Fazer cinquenta anos é uma data importante e convidamos todos os amigos para uma jantarada à antiga, mas onde as conversas já não são as mesmas. Os temas, agora, versam sobre planos poupança e reforma, spreads, propinas das faculdades dos filhos, doenças e medicina alternativa. Há sempre alguém do grupo que está a tomar medicamentos homeopáticos e que jura a pés juntos que foram a única coisa que lhe resolveu as hemorroidas. No final, vai-se a uma discoteca daquelas cheias de divorciados cinquentões no engate. Passam músicas dos anos oitenta e dançamos até os joelhos permitirem. O dia seguinte é passado na cama a ver filmes de domingo à tarde ou programas de música pimba. É por volta desta idade que há pessoas que começam a ligar para os números de valor acrescentado. Várias vezes, porque quanto mais ligar, mais hipóteses tem de ganhar.

60 anos
Já morreu um ou dois amigos com cancro ou outra doença que nos leva quem gostamos cedo demais. Sentimos que a única coisa boa que vem aí é a reforma, embora tenhamos medo dela por sabermos que é a última paragem. Pensamos que devíamos ter poupado mais. Janta-se com alguns amigos próximos e percebe-se que os planos de festejar os anos em Las Vegas ou no Havai, com toda a gente, nunca vão ser concretizados. Em vez disso, vai-se ao restaurante mais próximo de casa. Recordam-se histórias e mostram-se fotografias antigas. Os homens sentam-se todos de um lado da mesa, a falar sobre bola e a discutir política. As mulheres agrupam-se do outro lado a falar sobre feiras e a mostrar fotografias do novo sofá que compraram para a sala. Um dos casais vai embebedar-se e discutir sobre lides domésticas e forma de educar os filhos. Fica um ambiente estranho e vai tudo dormir.

70 anos
Só festejamos porque queremos que a família se junte toda. Filhos, netos, amigos que restam, tudo numa mesa a a recordar o passado ou a antecipar o futuro dos mais pequenos. Percebemos que está tudo a passar cada vez mais rápido e que o que menos importa são as prendas. Nunca deviam ter importado, pensamos, mas as pessoas fazem questão de nos oferecer: pijamas, robes e mantas. Tudo o que é preciso para uma velhice quentinha e confortável. Fazemos a piada do «Vamos aproveitar que este pode ser o último aniversário.», tentando afugentar a morte com o humor porque é para isso que ele serve. As pessoas riem e dizem «Ainda estás aí cheio de saúde, ainda nos vais enterrar a todos.» Pensamos que ser coveiro depois de reformado não era o nosso sonho. O bolo vem, mas tem creme de ovos e nesta idade isso vai dar-nos a volta ao intestino. Apagamos as setenta velas em fases porque se soprarmos demais deslocamos a bacia e borramo-nos todos.

80 anos e restantes
Os nossos amigos de quando éramos jovens já não aparecem. Já há alguns anos que deixaram de celebrar anos de vida e passaram a ter outro aniversário em que os presentes são sempre flores. Vem o bolo, trazido por uma empregada do lar, e nós ficamos a pensar quem é que será que faz anos. Ao que parece somos nós, mas já nos vamos esquecer a seguir, uma e outra vez. Os filhos vieram visitar-nos neste dia especial. Não o faziam desde o aniversário passado. Mentira, no ano passado não vieram porque se tinham esquecido e foram passar férias para o estrangeiro. Sopramos as velas, cai-nos a placa, e não pedimos desejos. Não por já não acreditarmos em magia ou por nos termos esquecido, mas porque sabemos que já não há tempo para os realizar.

Ficou um clima pesado. Peço desculpa.
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22 de novembro de 2016

Fantasias sexuais com Jesus Cristo, assédio e traição



É dia de mais uma consulta "Doutor G explica como se faz" e, mais importante do que isso: dia 23 estará nas bancas o livro do Doutor G com cerca de 50% de conteúdo original e dúvidas inéditas que nunca foram respondidas nos consultórios online. Quem for de Lisboa ou perto pode aparecer na FNAC do Chiado, dia 30, às 18.30h/19h para a apresentação e um exame à próstata gratuito. Mais informações neste link.


Olá Dr.G! Trabalho na parte da gestão na minha empresa e à umas semanas veio para aqui um homem 15 anos mais velho. No princípio era só risos e piadas secas mas com o tempo os risos já continham malícia e as piadas tinham se tornado em frases completamente provocantes. Não consigo resistir ao charme deste homem que quando tudo fica meio vazio chega perto de mim e puxa me pela camisa de uma forma irresistível. O problema é: Ele tem outra. Ele liga me todos os dias e deixa aquelas mensagens que não nos deixam dormir só de imaginar aqueles momentos mais picantes com ele. Agora que mudei para um emprego melhor, ele quer estar comigo. O meu coração acelera só de ver o nome dele no telemóvel. O que devo fazer?    
B, 22, Leiria

Doutor G: Cara B, agora imagina que esse gajo era feio e tu não tinhas qualquer tipo de atracção física por ele. Era assédio sexual no local de trabalho, não era? Pois é, a diferença entre assédio e charme é apenas determinado pelo nível de beleza do perpetrador. Já agora, quando dizes que ele tem outra... não serás tu a outra? Se o problema é o teu coração acelerar quando vês o nome dele no telemóvel, sugiro que mudes o nome nos contactos. Não percebo esta gente, mas o Doutor G agora é o padre da paróquia onde as beatas vêm pedir autorização para pecar? Se te apetece saltar-lhe de boca no colo, salta. O que é que eu tenho a ver com isso? Já sabes é que ele tem outra e é quinze anos mais velho, se depois te apaixonares e ficares na ilusão de que ele vai deixar a mulher, já sabes que és burra.


Doutor G. , sou o Alexandre e tenho 21 anos e de momento estou a viver na Alemanha...Tenho namorada mas ela está em Portugal (namoramos à 9 meses) e como pode imaginar ja faz algum tempo que não estaciono o carro na garagem. No entanto, tenho uma amiga aqui na Alemanha cuja prateleira da para meter os livros do semestre inteiro e me provoca várias excitações. Ela já mostrou algum interesse em mim, mas eu disse-lhe que tinha namorada. Mas agora começo a sentir-me cada vez mais com vontade de a partir... Que devo fazer?  
Alexandre, 21, Alemanha

Doutor G: Caro Alexandre, mais um que não saber conjugar o verbo haver. A sério, o que é que achas que vais conseguir ao enviar uma dúvida destas para o Doutor G? Achas que eu vou dizer «Ó meu amigo, se ela tem uma prateleira assim tão soberba, caga na tua namorada e dá-lhe uma, daquelas que aleijam, para nos vingares a todos pelo que a Merkel nos tem feito passar.»? Era? Estás à procura de alguém que te incentive a meter uma bela armação de marfim na testa da tua namorada? Tem juízo. Mas, já agora, quão soberba é a prateleira?


Boa noite Dr. G, não sei o que fazer a minha vida! Ora bem, de um lado tenho um mulherengo, que só pensa em sexo e... Tirou-me a virgindade! Do outro lado, tenho um rapaz que é formidável comigo e que se esforça para estar comigo, mas não mexe comigo como o outro. Não sei se hei de dar uma chance ao Bonzinho ou se hei de me atirar com tudo para o mulherengo (que já anda enrolado com outra). O que é que eu faço?
Liliana, 18, Mafra

Doutor G: Cara Liliana, faz o que quiseres e não me chateies. Diga eu o que disser já sei qual será o resultado: vais fazer o que te apetecer, tal como quando a minha namorada me pergunta qual o vestido que fica melhor. Por isso, em vez de te aconselhar, vou prever exactamente o que irá acontecer:
  1. Vais começar a namorar com o bonzinho.
  2. Vais encornar o bonzinho com o mulherengo.
  3. Vais trocar o bonzinho pelo mulherengo e acabas com uma frase do tipo «Não te mereço, és demasiado boa pessoa para mim.»
  4. Começas a namorar com o mulherengo e descobres que ele te anda a trair.
  5. Reclamas e dizes que os homens são todos iguais e utilizas daquelas frases «Homens decentes são como as casas de banho: ou estão ocupadas ou não prestam para nada.»
  6. Voltas ao ponto 1.
Por isso, faz o que quiseres.


Caro Doutor G, tenho 21 anos, sempre fui um menino muito bem comportado, tímido e civilizado. Nunca investi tempo ao tentar relacionar-me com uma rapariga, até porque nunca tive uma namorada até hoje. Durante 21 anos, aguardei pela altura certa, por aquele momento pelo qual todos ansiamos, encontrar a pessoa certa, para o resto das nossas vidas! Hoje, não sei o que se passa comigo, de toda as raparigas e mulheres que há por aí… tinha de ser a minha professora de análise de matemática! O olhar dela, a maneira como ajusta o seu cabelo liso em cima do ombro direito, o cuidado dela ao pegar no giz, o sorriso, a voz, mas melhor ainda são a coxas dela... MEU DEUS!! Não consigo olhar, sequer estar no mesmo local que ela, fico sempre com calor, hiperativo e com tiques manhosos. Muita vezes, tenho certas impulsões para saltar para cima dela, cheirá-la, lambê-la, agarra-la, devorá-la até onde o meu fôlego me permitir. Comecei a faltar às aulas dela, no entanto para a semana vou exceder o limite de faltas, por este andar a cadeira ficará para o ano que vem, mas não pode ser, pois ela estará lá novamente, quanto mais rápido a fizer mais depressa isto acaba! Ela é casada, tem filhos, é impensável alimentar qualquer tipo de esperança, nunca vai acontecer nada entre nós. Porém, uma coisa é certa, da próxima vez não sairei de lá sem sentir aquele RABO nas minhas delicadas mãos! De uma maneira ou de outra, isto não vai acabar bem, não sei o que fazer para me livrar disto!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!  
Nelson Ferreira, 21, Coimbra

Doutor G: Caro Nélson, encaminhei a tua questão para a PJ porque me parece que, mais cedo ou mais tarde, vais violar a professora. Eu também faltava às aulas de Análise Matemática, mas porque eram dadas por um professor que ainda usava acetatos aos quais chamava «transparências». Passei na mesma, o que só quer dizer que as aulas não serviam para nada. Deixo-te algumas frases de engate que podes utilizar com a professora:

  • Se eu por acaso tiver de ir à oral é a professora que avalia?
  • O limite do somatório que tende para infinito é aproximadamente 21 centímetros.
  • Podia ajudar-me a resolver esta equação a duas incógnitas: X sobre Y = funaná pelado.
Agora a sério, a PJ deve estar quase a ligar-te.


Olá Dr. G, eu tenho um problema. Na verdade é que namoro há 4 anos com uma pessoa e a relação é perfeita em todos os aspectos (se é que o Dr. me entende), mas agora eu tenho tido uns sonhos eróticos um bocado estranhos, eu sonho que estou a fazer sexo com Jesus Cristo e não é só isso, agora quando estou a consumar o acto com o meu namorado imagino que o estou a fazer antes com Jesus Cristo. Será esta fantasia normal? Será que o estou a trair? É que eu nem sou católica e agora até ando com uma imagem dele na minha carteira. Ajude-me Dr. eu já não sei o que fazer.

Alguém, 25, Lisboa 

Doutor G: Cara Alguém, primeiramente, parabéns pela correcta conjugação do verbo haver. Depois, fantasiar com Jesus não é traição, é incesto! Se somos todos filhos de Deus, Jesus há de ser, pelo menos, teu meio irmão. Se, por acaso, Jesus te aparecer como aparece à Alexandra Solnado e consumarem o acto, usa preservativo. Toda a gente sabe que filhos de meios-irmãos nascem bilús da cabeça e não precisamos de mais comentadores da Casa dos Segredos. O teu caso é perfeitamente natural desde que meteram o Diogo Morgado a fazer de Jesus: a beatagem ficou confusa pois, qual cão de Pavlov, começavam a salivar, mas por baixo, sempre que ele aparecia no ecrã, confundindo, assim a crença de «Sinto Jesus dentro de mim.» com o desejo «Gostava de sentir Jesus dentro de mim.». É ainda mais normal se fores do tipo de mulher que gosta de dominar na cama. Ver ali o homem pregado e vergastado faz com que comeces a imaginar sobre o que lhe farias se o apanhasses ali sem poder mexer os braços e as pernas e só com um lençolzito do chinês a cobrir as miudezas. Ainda para mais, à altura que ele está na cruz nem precisas de esfolar os joelhos. Algumas dicas para te livrares dessa fantasia:

  • Estuda um bocado de história e percebe que, muito provavelmente, Jesus era monhé.
  • Jesus passava o dia a comer e beber vinho e, por isso, não teria os abdominais definidos.
  • Jesus andava embrulhado com prostitutas e, mesmo não havendo HIV na altura, devia ter uma gonorreiazita ou outra.
  • Ias ter de aturar Maria! Uma sogra que consegue enganar o marido a dizer que engravidou virgem, imagina a megera manipuladora que não é.
Se nada resultar, mergulha os dedos em Tabasco e vai à missa. Sempre que o padre disser a palavra «Jesus» ou «Cristo» dás uma ou duas badaladas na campainha de Satã. Depois de algum treino, sempre que pensares ou ouvires falar em Jesus, em vez de sentires humidade, irás sentir um ardor psicossomático. Não falha! É como se treina os cães a não aceitar chouriços de desconhecidos! Vai ser é tramado se, por acaso, fores sportinguista.



Caro Doutor G, gosto de um rapariga que já conheço à algum tempo, que em princípio não tenciona ter uma relação comigo. O que devo fazer? Contar que gosto dela a ver se desenrola alguma coisa ou cagar nisto tudo, deixar de choramingar e partir para outra? Já agora tem dicas para temas e formas de cativar e prolongar a conversa? 
Anónimo, 19, Perdido no mundo 

Doutor G: Caro Anónimo, mas que conice vem a ser esta? Até me faltam as palavras e, por isso, vou responder à tua dúvida utilizando um fluxograma.
Quanto às dicas para cativar e manter conversa... vou fazer de conta que não perguntaste isso que é para não ter de te fazer cyber bullying e chamar-te xoninhas.


Caro Dr G, o meu nome é Maria, tenho 25 anos e sou do Porto e preciso da sua ajuda preciosa! Em Março deste ano terminei uma relação complicada/abusiva com um rapaz por quem me apaixonei loucamente e após isso tive uma fase de vida loca em que tudo o que vinha à rede era peixe. Durante essa fase conheci um rapaz que se tornou um amigo colorido, mas com quem passei quase todas as minhas tardes durante um mês e que se tentava aproximar de mim e eu estava sempre a afastar dizendo que não queria nada sério e só me queria divertir. A questão é que ele foi a melhor foda que eu já tive e combinava-mos em todos os aspectos e eu acabei por me apaixonar por ele, mas antes que eu tivesse coragem de lhe dizer alguma coisa ele desenvolveu sentimentos por outra rapariga. Ele foi honesto comigo e contou-me dessa situação e eu decidi ficar calada que nem um rato e deixá-lo seguir com a sua vida. Continuamos a manter contacto e conversas picantes, mas nunca mais estivemos juntos pessoalmente desde esse dia. Entretanto recentemente eles acabaram a sua relação e ele voltou a entrar em contacto comigo alegando que tinha saudades de estar comigo e de fazer sexo comigo e os meus sentimentos voltaram todos ao de cima e percebi que nunca deixei de gostar dele. O que faço Dr? Desta vez acha que devo ganhar os tomates para lhe dizer ou devo retomar a amizade colorida com ele e depois logo se vê? 

Maria, 25, Porto


Doutor G: Cara Maria, atenta no fluxograma da dúvida anterior. É a mesma coisa, só que descreveste a dúvida com cinco vezes mais caracteres, como é normal em qualquer mulher. Se gostas dele, tenho uma solução fantástica para ti onde tens 100% de hipóteses de saber se ele sente o mesmo: DIZ-LHE!!! Até porque foste tu que, inicialmente, se armou em mulher moderna e disse que só queria dar umas voltas, por isso, parece-me mais do que justo que sejas tu a dizer «É o seguinte... eu só queria dar umas voltas contigo, mas deste-me uma saraivada de chicha tão épica que agora me faz confusão que andes com outras. Há quem diga que é amor, há quem diga que é egoísmo. Seja como for, queres ser o meu pênis cativo?». Logo vês o que ele diz.


E é isto. Espero que tenham gostado e que comprem o belo do livro do Doutor G que já se encontra em pré-venda com 10% de desconto e portes grátis neste link.

Obrigado a todos e, como sempre, até para a semana e continuem a enviar as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Partilhem e façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.

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21 de novembro de 2016

Jogos Sem Fronteiras para idosos e ladrões incompetentes



Quem não se lembra dos Jogos Sem Fronteiras? Imaginem uma versão para velhos, cheia de desafios complicados para a terceira idade. O sketch que abre este episódio é inspirado no meu avô e mostra que o humor serve para aliviar as coisas sérias. Vejam este e outros sketches no sexto episódio do Falta de Chá no vídeo em baixo.


Que tal? Se gostaram, não se esqueçam de partilhar e dizer qual foi o vosso sketch favorito deste episódio:
  1. Jogos Sem Fronteiras
  2. Bacalhau
  3. Ladrões
  4. Dates do Tinder
  5. Quem Quer Ser Milionário
Quero só relembrar a todos os que estão a gostar do Falta de Chá que para haver uma segunda temporada contamos com a vossa ajuda. Quanto mais partilharem, mais hipóteses temos de isso se concretizar e de isto se tornar um projecto de longo prazo. Obrigado a todos que nos têm ajudado!

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17 de novembro de 2016

Declarações palermas de uma "psicóloga"



Então, diz que a Dra. Maria José Vilaça, responsável da Associação de Psicólogos Católicos, disse que ter um filho homossexual é como ter um filho toxicodependente? Já sei o que estão a pensar: «Associação dos Psicólogos Católicos? Que palhaçada é essa?». Deve ser uma associação à qual as pessoas recorrem quando têm uma pancada tão grande que não há terapia que safe e só lá vai com rezas, orações e coisas que temos a certeza de que funcionam mesmo. São uma espécie de exorcistas licenciados que ninguém contratou para um call center.

A Ordem dos Psicólogos já veio dizer que as declarações eram palermas (talvez tenham utilizado outras palavras, mas, na verdade, era isto que queriam dizer), como se já não lhes bastasse terem de emitir comunicados semanalmente a distanciar-se das declarações do Quintino Aires. A Maria José já veio esclarecer e dizer que não foi isso que ela disse, e que essa comparação apenas se referia ao facto de haver pais que rejeitam os filhos por estes serem homossexuais, tal como acontece aos pais de toxicodependentes. Pronto, estamos esclarecidos! Afinal, a Maria José não é assim tão palerma, certo? Até faz sentido e, nesse caso, o preconceito está do lado dos pais, algo que, infelizmente, é verdade em muitos casos. Estava já de pazes feitas com a Mizé, quando descubro este vídeo que tomei a liberdade de editar para ficar mais curto, mas sem tirar nada do contexto, onde podem ver a verdadeira posição da Dra. relativamente à homossexualidade.


Gostaram? Muita forte a Mizé. Até a santinha lá atrás está com ar de quem está a sentir vergonha alheia por dizerem merda em nome dela. Vamos analisar por partes:

0:03 - A Zé, infelizmente, já procriou e tem três filhos. Coincidência, ou não, tem mesmo aquele ar de quem só fez sexo três vezes na vida. Mesmo pinta de professora primária que se tocava por cima da roupa a olhar para a foto de Salazar.

0:25 - Não, minha amiga. Uma infantilização da sexualidade é andar a chafurdar em criancinhas como os padres que a tua Igreja protege e, mais do que comprovadamente, abafa escândalos atrás de escândalos que serão apenas a ponta do icebergue pedófilo.

1:00 - E a marota da sociedade que agora vê a homossexualidade como uma coisa normal? Na Arábia Saudita é que a fazem bem! Pena de morte para quem não experiencia a sexualidade na plenitude entre homem e mulher. Realmente, tanta gente sem escrúpulos que anda por aí sem colocar a questão se a homossexualidade está certa ou errada! Enfim, pessoas que andam na rua sem se perguntarem constantemente se o que os outros fazem no quarto é ou não aceitável. Não tarda, a bonita tradição da homofobia está completamente extinta. Os jovens estão perdidos e precisam de Jesus dentro de si. Não literalmente, digo eu...

1:23 - É um problema cultural grave, sim senhora. Diria até que que ter as ruas do Bairro Alto cheias de pessoas com roupa colorida é um perigo para quem tem epilepsia! E o cheiro a perfume? Aquilo é gente que toma dois banhos por dia e usa laca com aerossóis sem se preocuparem com o aquecimento global! Vou sempre à volta por uma rua de cima cheia de mitras que vendem droga que esses sei que a única coisa que me querem espetar é uma facada! 

1:29 - A senhora psicóloga admite que, em alguns casos, pode haver ali stress nos cromossomas, mas não acredita que isso os leve direitinhos para a homossexualidade. Quanto muito é gente que nasce a gostar imenso de calipos e de pepinos, mas daí até gostarem de pénis só com um empurrão da sociedade. Por exemplo, depois de verem o videoclip dos O-Zone: Dragostea Din Tei, que foi produzido e musicado pelo Belzebu em pessoa! É coisa para fazer com que até o mais másculo dos taxistas chegue a casa e comece a redecorar a sala.

1:45 - Maria José, sabes o que é que também é uma imaturidade que se torna patologia? Ter um amigo imaginário chamado Jesus. Se o teu amigo invisível se chamasse Amílcar, era esquizofrenia, como tem múltipla personalidade e se chama Deus e Jesus, é fé. Toma juízo Mizé. Ajoelha mais e reza menos.

1:57 - Para começar a cura é preciso que as pessoas se sintam mal e admitam que têm um problema! Curiosamente, é exactamente nessa parte que a Mizé ajuda os seus pacientes. Com este discurso, um homossexual chega lá porque está com ataques de pânico devido a problemas no trabalho, e a doutora pergunta logo: «Será mesmo pelo trabalho? Não será porque ouviu dizer que a Boyoncé se vai divorciar do Kanye?», ou «Tem a certeza que não está nesse estado porque anda a fazer amor com o rabo com o Alfredo?». E o homossexual, que até aí nunca tinha associado uma coisa à outra, começa a sentir-se julgado. A Mizé aproveita: escarafucha e implanta-lhe na cabeça a ideia de que no rabo é pecado e de que ele se devia sentir mal com o facto de estar a trocar as voltas a Deus que tão habilidosamente fez o pênis e a vagina para que encaixassem. Anda Deus a fazer pénis e vaginas em série, sem que a mãe do Pedro Arroja lhe dê uma mãozinha, e depois vem um gay armado em esperto e diz «Meter o pénis naquela boca vertical? Ó Ó! Nem pensar, vou metê-lo no recto do Arnaldo que tem melhor aspecto.» Enfim, estes homossexuais que não respeitam o livro de instruções do Criador.

2:12 - Para a Mizé, um homem que goste de outro homem, ou uma mulher que goste de outra mulher, não são mais do que pessoas que se contentam com marcas brancas ou «sucedâneos da plenitude.» Vais ao supermercado para comprar chocolates suíços, mas estão esgotados e, por isso, acabas por trazer daquele chocolate espanhol meio manhoso? Ganda paneleiro.

2:24 - Felizmente, o tratamento para o espírito maligno do homossexualismo é possível, desde que se perca o medo! Obrigado Maria José, vou já avisar todos os meus amigos que tu estás cá para os salvares! Tive acesso em exclusivo ao plano de cura de um homossexual. É uma espécie de 12 passos, todos para a frente que é para não se atracar de popa:

Para homens:
  1. Comer três calipos ao dia durante uma semana para fazer o desmame inicial;
  2. Fazer um colar com postas de bacalhau asa branca e utilizar durante uma semana para habituando o olfacto;
  3. Um cunilingus em jejum durante três semanas;
  4. Efectuar o coito vaginal sem preservativo, mas ao som de Celine Dion para atenuar os efeitos secundários;
  5. Para evitar recaídas, deixar de ver o Querido Mudei a Casa.
Para mulheres:
  1. Deixar crescer o cabelo e deixar caducar a carta de veículos pesados;
  2. Comprar 10kg de pepinos: metade para alimentação, a outra metade para lazer;
  3. Fazer as lides domésticas e limpar o pó com as camisas de flanela;
  4. Efectar o coito vaginal, mas, nas primeiras duas semanas, só enfiar a cabecinha;
  5. Chamar por Deus e levar com ele todo lá dentro como uma mulher a sério.
É genético? É cultural? É uma doença que se apanha nas casas de banho? O que é que isso interessa? Se têm medo que se pegue, caguem em casa. Foda-se, não percebo esta fixação, muito católica, de espreitar pelo buraco da fechadura para verem com quem as pessoas andam a fazer sexo. Os católicos fanáticos são uns voyeurs que aposto que a primeira coisa que vão fazer quando chegarem ao céu é aproveitar a vista lá de cima para ver quem anda a pinar com quem, enquanto se esfregam numa nuvem e fazem contacto visual com um anjo assexuado. Palermas.
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14 de novembro de 2016

Portugal é um país de cunhas e de chefes idiotas



Portugal é um país cheio de cunhas, com muitos chefes e poucos líderes. Onde abundam propostas indecentes, mas onde as pessoas se parecem preocupar mais com futilidades quotidianas. O quinto episódio do Falta de Chá foca-se nessa temática, mas não só. São cinco sketches em menos de seis minutos.


Espero que tenham gostado, não se esqueçam de partilhar e dizer qual foi o vosso sketch favorito deste episódio:
  1. Urgência
  2. Betos Queixinhas
  3. Entrevista de emprego
  4. Speaker Motivacional
  5. Proposta indecente
Quero só relembrar a todos os que estão a gostar do Falta de Chá que para haver uma segunda temporada contamos com a vossa ajuda. Quanto mais partilharem, mais hipóteses temos de isso se concretizar e de isto se tornar um projecto de longo prazo. Obrigado a todos que nos têm ajudado!

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13 de novembro de 2016

Donald Trump: melhor presidente de sempre



Donald Trump é o novo presidente dos Estados Unidos da América. Presidente do “maior” país do mundo. Presidente do país que tem as chaves da liberdade e a varinha de condão com que espalha democracia pelo mundo à força da bomba e da destabilização seguida de um «amanhem-se, p’raí.» Não fiquei admirado, na minha cabeça sempre achei que ele tinha uma alta probabilidade de ser eleito mesmo com o que diziam as sondagens. Primeiro, porque muita gente tinha vergonha de admitir que ia votar Trump, segundo porque era o único que tinha eleitores ferrenhos que não ficariam em casa. O que me choca não é o Trump ter sido eleito presidente. Acredito que ele não seja assim tão execrável como fez transparecer durante a campanha. Ele não é assim tão racista, xenófobo e sexista. Acreditem que não é. Trump sempre foi mais liberal durante todo o seu percurso. Sempre foi pró-aborto, sempre acreditou num serviço de saúde universal, e sempre foi ateu. Não que ser ateu, por si só, seja sinal de inteligência ou integridade: Mussolini também o era e foi o que se viu. Mas isto mostra bem que ele disse o que disse em campanha apenas e só para ganhar votos. Por isso, o que me assusta não é ele ser presidente, mas sim o facto de ter ganho com os votos daqueles que pensam que ele é uma besta.

É pior um racista autêntico que diz o que pensa, ou um tolerante que se faz passar por racista para ter votos e chegar ao poder?

Vou ser honesto: o meu lado humorista está contente com a vitória de Trump. Como disse George Carlin «O mundo é um freak show e quem vive nos Estados Unidos da América tem bilhete na fila da frente.» Com a vitória de Trump, todos nós sentimos que temos um camarote presidencial para assistir à tragédia com a mesma curiosidade perversa que nos faz abrandar para vermos o acidente na via do lado. Se Trump não arranjar uma guerra nuclear vamos ficar desiludidos, da mesma forma que na estrada temos pena de não vislumbrarmos corpos decepados ao longe para, depois, termos uma boa história para contar à mesa de jantar com a família.

A vitória de Trump mostrou que qualquer pessoa, mesmo fora da esfera da elite política, pode ser presidente do país mais poderoso do mundo. Qualquer pessoa, desde que seja rica e diga o que o eleitorado burro quer ouvir. Não obstante a clara burrice e desinformação de uma grande parte do eleitorado Trump, será que são mesmo todos umas bestas ignorantes e intolerantes à diferença? Creio que não. Creio que no meio daquela mixórdia pouco heterógena de red necks filhos de primos direitos e sem dentes, haja pessoas tolerantes que só estão à procura de uma coisa: mudança. Isso e nunca terem pensado que o seu voto de protesto ia dar merda. A vitória de Trump é uma pedrada no charco podre da democracia. Só que, muito provavelmente, é uma pedrada feita com uma bola de estrume calcificada e, também ela, apodrecida. 

No entanto, vamos lá acalmar as patarecas! Quem teve oito anos de Bush vai aguentar bem pelo menos quatro de Trump. Acho que isto vai ser bom para o mundo, nem que seja só para a pequena parte que restar depois de uma guerra nuclear. Às vezes, é preciso destruir barracas para se conseguir construir as fundações de cimento do bairro social. Trump é um fantoche. Os cordelinhos dos políticos são controlados pela oligarquia corporativa. Pelos milhões e milhões que entram nos bolsos das campanhas e que as fazem pender para um lado ou para o outro. Trump pode ser um outsider à política, mas não o é a essa realidade. Sabe como isto funciona e vai andar na linha. Talvez isso seja o pior disto tudo: a mudança prometida, boa ou má, não vai ser cumprida e vai ser mais do mesmo e, pior, é que o resto do mundo vai ficar contente com isso. 

Há muito que acho que a democracia é um sistema perverso, especialmente num país onde a educação é escassa. Onde há 42% da população a acreditar que Adão e Eva é uma história verdadeira, que os fósseis dos dinossauros foram colocados pelo Diabo para testar a fé dos crentes, e que dizem que a terra só tem 10 mil anos, a democracia tem de dar merda. São 136 milhões de gente com défice cognitivo que não acredita na ciência! Foda-se.

E ainda nos queixamos de ter de ouvir aquela tia velha nos jantares de Natal a dizer que os três pastorinhos viram mesmo Nossa Senhora no cimo de uma árvore.

Num país com este tipo de gente burra e inculta, a democracia não é mais do que uma ditadura das massas ignorantes. Era preciso um ditador com bom-senso. Infelizmente, Trump, apesar de ter perfil de ditador, parece-me desprovido de qualquer senso, bom ou mau. Os americanos são uma manada de gnus que sempre elegeu hienas políticas para governar. Desta vez, fartaram-se e quiseram a mudança votando num leão capitalista. Esqueceram-se que os leões também gostam de gnus aux champignons. Num país onde os meios rurais foram esquecidos e o ensino é podre, é normal que se criem focos de ódio, racismo e xenofobia. Quando os políticos que por lá passaram não lhes deram atenção porque sabiam que não precisavam deles para ganhar, é normal que se tenha semeado a raiva e a crença de que a mudança, seja boa ou má, é melhor do que a continuidade.

Imaginem como se deve estar a sentir a Hillary! Perder para o Trump é como perder ao Trivial Pursuit com a Cátia Palhinha. Os democratas, quando descobriram aquela gravação em que o Trump dizia que agarrava as mulheres pelo pipi, pensaram que tinham ganho. Nunca se preocuparam em mostrar o valor da sua candidata, mas apenas em tentar desvalorizar o adversário. Foi aí que perderam as eleições. Aí e na arrogância sobranceira da Hillary, com a qual acharam que iam conquistar o voto dos mais desfavorecidos. Escolheram uma candidata elitista que não é mais do que um produto do sistema conspurcado e achavam que iam ganhar porque tinham o voto popular. Os democratas fizeram mais barulho pelo Trump ser um gajo carroceiro em privado do que por ser um racista xenófobo em público. Pensaram que um «grab them by the pussy» lhes iria agarrar os votos das mais de 40% de mulheres que diziam votar nele. Já ouvi tanta conversa pior de gajos ordinários e gabarolas que o sururu que se fez por isso, quando ele tinha dito tantas coisas piores, fez-me pensar que até era giro o Trump ganhar só para os bastiões da moralidade e do politicamente correcto ficarem a roer as unhas e as falangetas. 

Se calhar, Trump tem aquilo que é preciso para ser o melhor presidente da américa. Não estou a ironizar! Tem a expectativa mais em baixo do que o segundo mandato de Bush e tem o ego de um sociopata e autoestima de uma jiboia anã. Isso pode ser bom. O facto de ele ter necessidade de aprovação e de que todos gostem dele, pode fazer com que seja o melhor presidente. Pode fazer com que queira conciliar-se com todos e que se preocupe com o que o povo pensa dele. Não acho que ele se vá preocupar com as pessoas e as suas necessidades, mas acho que talvez se vá preocupar com o que elas pensam dele e isso pode ser suficiente para tomar algumas boas medidas. Isso aliado ao facto de por muitos negócios que tenha levado à falência, perceber mais de gestão do que qualquer político de carreira.

À primeira vista, dar a coroa de presidente ao Trump faz-me tanto sentido como o condomínio do prédio ter elegido a minha namorada como administradora. Ela foi eleita numa reunião onde não esteve presente, mas o eleitorado, preocupado com o bem-estar do prédio, juntou-se e pensou «Quem é que vamos eleger administrador? Ah, já sei. Aquela gaja que nunca vem às reuniões, só para a lixar.», sem perceberem que só se estavam a prejudicar a eles mesmos. Quando as pessoas votam assim no condomínio, não lhes podemos esperar mais inteligência na boca das urnas. Não me interpretem mal, a minha namorada tem muitas qualidades, mas tê-la como administradora do condomínio é como ter a Maria Leal como reitora da Escola de Música do Conservatório Nacional.

Por fim, e, talvez, entrando em incoerência com o resto do texto, durante a Web Summit fiz umas entrevistas em que perguntei a várias pessoas, de várias nacionalidades, o que tinham a dizer e se queriam deixar umas palavras ao Donald, sem qualquer censura. Ninguém quis. Nem dois casais muçulmanos do Irão «Temos de respeitar.», disseram-me. Nas redes sociais todos se insurgem, mas ao vivo, somos todos coninhas. Temos de respeitar? Não, não temos. Isto não foi uma eleição entre esquerda e direita e entre ideologias políticas, mais ou menos conservadoras. Isto foi uma eleição em que ganharam aqueles que acreditam que há pessoas inferiores. Uma vitória daquilo que está previsto na lei ser crime: racismo e qualquer outro tipo de discriminação. A opinião de 50% da população americana não precisa de ser respeitada, da mesma forma que eu não respeito alguém que na rua entoe cânticos racistas e xenófobos. Foi o desrespeito que deu a vitória ao Trump e será o respeito que o vai manter lá. 

Respeitinho é bonito e eu gosto, e cá vamos andando como Deus quer.

Apesar de tudo, até acho que devemos estar caladinhos. Um país que deu vinte anos de poder a Cavaco Silva, que elegeu Salazar como o maior português de sempre, e que se revoltou contra a vinda de refugiados sírios para Portugal, não tem nada para ensinar aos outros.

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7 de novembro de 2016

Os pastorinhos e Jesus vão ao Shark Tank



Para mim, este é o melhor episódio do Falta de Chá até agora. Se Deus quiser, irá ofender algumas pessoas, mas fazer rir mais. O último sketch contém linguagem que pode ser considerada chocante pelos espectadores mais sensíveis.


Não se esqueçam de dizer qual foi o vosso sketch favorito.
  1. A palavra do senhor
  2. Shark Tank Pastorinhos
  3. Betos Queixinhas
  4. Shark Tank Jesus
  5. Tribunal
  6. Chamamento de Deus
O Facebook cada vez mostra os posts a menos pessoas que seguem a página. Por isso, a vossa partilha é essencial para o Falta de Chá chegar a todos. Obrigado!

Cliquem aqui para ver, ou rever, os episódios anteriores.


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