Preparem-se que hoje a rubrica "Doutor G explica como se faz" é de tamanho inversamente proporcional às habilitações do Doutor G para ter um consultório sentimental/sexual/parvo. As dúvidas são muitas e grandes, por isso as respostas serão mais curtas e concisas. Depois digam-me se preferem assim ou menos dúvidas por rubrica mas com respostas mais detalhadas. Ou não digam nada, é convosco.
Caro dr.G., ando há alguns dias a falar com um rapaz pelos chats da vida. Rapaz bonito, simpático, cordial e (coisa raríssima) solteiro e hetero. Aparentemente, tinha tudo para correr bem e a conversa redundar num bonito e terno chavascal. Até que o rapaz me diz "Se eu podesse, descia aí para baixo, para estar perto o soficiente de ti. Á meses que não vou a Lisboa." Já deve, portanto, ter percebido o meu problema. Sei que atingi uma idade que não me permite ser muito exigente com os possíveis companheiros, mesmo só para os de cambalhotas. Já conversei com algumas amigas minhas que me disseram que estava a ser parva e que, se calhar, estava perder uma bela oportunidade de lhe dar a conhecer a gruta da danação eterna. Acontece que este tipo de problemas são uma valente tesourada no meu tesão. Tenho medo de, ao pedir que me oscule, ele me cuspa ou faça coisa pior. Não que eu seja particularmente erudita, mas há noções básicas de gramática que têm de ser adquiridas para que consigam levar-me para a cama. Não adianta corrigi-lo porque ele não aprende. O que acha, dr.? Dane-se a gramática? Estou a ver problemas onde eles não existem? Muito obrigada pela sua ajuda.
Anónima, 30 anos, Lisboa
Doutor G estou um pedaço entalado numa situação que divide a borda esquerda do rabo da borda direita. Sou explicador de Matemática e dou aulas particulares a menores de 16 (13 anos em média). Esclareço que por aulas particulares quero dizer explicações aos alunos nas suas próprias casas. Ora no último mês os meus serviços foram requisitados por uma MILF e a sua filha de 13 anos, que a propósito parece uma modelo de 18 anos. Acontece que nas primeiras aulas a miúda portou-se deveras lindamente, mas ultimamente começou a ter comportamentos deveras inapropriados, como tentar amaciar o Zezão. Ora a 1ª vez não liguei, pensei que fosse apenas uma brincadeira de mau gosto, mas os comportamentos da miúda têm-se agravado e está cada vez mais badalhoca, passando por tentar beijar-me a trincar-me a orelha e sussurrar as mais perversas fantasias sexuais que tem comigo. Não é que não goste, só não acho certo devido a ela ter uns meros 13 anos naquele corpão de 18 anos. Visto a tremenda diferença de idades e o facto de não querer ir parar à cadeia por morder o jailbait, queria o seu concelho sobre a melhor atitude a tomar para fazer a rapariga perceber que o meu osso não é para os dentinhos de leite dela, mas mais depressa para a Cougar que a pôs neste mundo. Tudo isto claro sem passar por contar à Dª Puma, se não quem fica mal visto ainda sou eu. Um grande abraço para si doutor G, e fico à sua espera para o levar a beber umas ponchas!
Zé, 21, Madeira
Caro Dr.G, sou casada ha 14 anos, e com os seus ups and downs, o meu casamento não tem corrido nada mal. O meu marido é bem abonado e eu sempre gostei de ser uma lady na sala. E só na sala. Mas ultimamente, nao sei se por causa do estresse no emprego ou por causa de ter passado dos 40, o meu marido parece que tem uma pressa desgraçada por acabar, mesmo não sendo intencional, e eu acho isto muito chato porque eu com ele fui sempre bem servida, tenho 34 anos, e não é agora que vou virar uma desperate housewife frustrada, com dependência de dildos e um amante. Já falei com ele e de inicio ficou ofendido mas depois ficou sem saber o que fazer para nao disparar tao cedo. Será que ele devia ir ao médico? O Dr.G estou mesmo a precisar do seu conselho. Obrigada.
Futura Tia da Foz, 34, Porto
Caro Doutor G, a verdade é que de bonito, tenho pouco ou nada, a minha cara parece um campo de minas (dizem que é da idade mas isso é treta) e chama mais à atenção pela negativa do que pela positiva. De corpo também não tenho razões para festejo pois para conseguir ver ali um 3/4-pac na barriga quase que me borro todo com tanta força que faço. Tenho 21 anos e nunca tive a sorte de ter sequer uma namorada quanto mais algo onde martelar, este sobreiro ainda tem a cortiça toda e só sente ventania de vez em quando. Por enquanto recuso-me a pagar para martelar, não sei se isto é orgulho, esperança ou estupidez mas simplesmente recuso-me. Já tive grandes amizades com raparigas, chegando mesmo a possuir as suas informações mais íntimas mas acabo sempre por ser aquela peça de roupa que te oferecem, tu agradeces, vestes uma vez e depois vais devolver à loja. Sinto me como se fosse um confessionário privado das pessoas e acho que estou a ser perseguido pela friendzone. Se sou romântico levo com os pés, se não me importo é porque sou insensível. Estou farto de ser um brinquedo e de estar sozinho. Que devo fazer eu?
RG, 21, Madeira
Boas Doutor, nunca estive numa relação e a única vez que beijei alguém, bem... beijaram-me, porque foi roubado. À coisa de 2 semanas comecei a falar mais com um rapaz com quem tenho muitas coisas em comum e saímos umas duas vezes. Ele quis me beijar mas eu tive demasiada vergonha e pedi lhe que fosse com calma. Sinto-me bem quando estou com ele mas não sei se consigo passar disso. Será que consigo desenvolver aqui uma relação como deve ser, saindo mais com ele ou só ando nisto porque gostei da atenção? Pensei que uma opinião de fora fosse ser útil e assim sendo, o que acha que devo fazer? Obrigada!
Júlia, 21, Aveiro
Caro Dr. G, espero que me possa ajudar com esta questão: a minha melhor amiga é o meu fruto proibido. Por um lado gostava de andar à bulha todo nu com ela debaixo dos lençóis, mas por outro tenho medo de estragar a nossa amizade. Dizem que a primeira vez deve ser com alguém muito especial, e penso que está na altura perfeita para isso acontecer uma vez que os solos de oboé já não me satisfazem. O que devo fazer?
Anónimo, 14, Coimbra
Caro Dr. G, tenho um namorado que ou tem umas competências sociais/afectivas pouco desenvolvidas (aos 35 anos já devia ter outro tacto) ou então, um dia vai "sair do armário" ou descobrir que afinal "o problema não sou eu, é ele". Preciso da sua opinião e sábios conselhos. O meu namorado nunca esteve muito à vontade com as palavras mágicas "Eu amo-te", enfim... Oiço-as a maior parte das vezes quando fez "caca" e em outras raras ocasiões, porque, como ele diz, é uma frase especial que não deve ser gasta. Também não é muito romântico mas como somos todos diferentes há que aceitar as diferenças. Ora, o homem (que nervos!) deu-lhe para, nas despedidas de um amigo que não via há anos e depois de uma saída bem regada com um bom vinho tinto, dizer bem alto, à minha frente, e no meio do parque de estacionamento: "Amo-te, "nome do amigo"!" Questão para um milhão: a bebedeira justifica tudo ou... devo pôr-me ao fresco antes que se faça tarde?
Sandra P., 33, Lisboa
Dr. G., estou numa situação complicada, pelo menos o meu subconsciente assim o diz. Conheço uma rapariga 5,45 estrelas (0 a 5 estrelas), falamos frequentemente por mensagens, posso dizer que esboço sempre um sorriso quando olho para a tela do telemóvel, não temos conversas porcas nem conversas mortas (falar da escola, testes, tempo). Já me fez algumas propostas, coisas simples, como ensinar a fazer uma salada de fruta depois das aulas entre outras, sem querer prolongar muito. Bem, o que é certo é que, ainda hoje me é difícil perceber o que vai na cabeça das mulheres (se esta interessada ou não!!!). Gostaria que me concedesse três respostas:
- O que posso fazer, para dar a entender que gosto dela e ter sucesso?
- O que significa falar todos os dias com uma rapariga por mensagem?
- O que significa nas mentes extraterrestres quando dizem, gosto de falar contigo porque considero-te uma pessoa importante?
Xoninhas, 22 anos, Lisboa
- Podes dizer que gostas dela. Podes convidá-la para um jantar romântico. Podes espetar-lhe um beijo e dizer com ar gingão "Não digas que vais daqui", enquanto lhe dás uma palmadinha no rabo.
- Significa que estão ambos interessados. Esse sorrisinho parvo que esboças na cara ao ver o nome dela no telemóvel chama-se "Paixão".
- Depende do contexto: pode significar "Gosto de ti" ou pode significar "Gosto de ti... como amigo e gosto de te ter no meu banco de suplentes porque me dás atenção e me fazes subir o ego".
Olá Doutor G, passo então a explicar a minha situação: tive uma relação de bastantes anos até à pouco tempo, na qual, acabei por descobrir ter sido traída várias vezes, em várias ocasiões da relação, (nem sei como não reparei antes, uma vez que os apêndices duros e recurvados que se projetavam da minha cabeça não me permitiam passar nas portas, devido ao seu tamanho) ... No final, depois de descobrir tudo, ele ainda me disse que me amava. Terão os homens uma definição distorcida do que é amar ou apenas tive o azar de me cruzar com um paspalho?
Rita Reis, 26, Leiria
Caro Doutor G, é para mim ainda muito difícil expor o meu problema e de forma tão pública e assumida. Mas a sua forma ligeira de lidar com os problemas incentivou-me. Estou na casa dos 30 e sempre fui socialmente muito ativo, sempre me relacionei com muitas pessoas, conheci todo o tipo de mulheres, até desenvolvi atividades no estrangeiro e resultado disto, já acumulei uma panóplia de relações. Em todas as minhas relações sempre senti falta de algo, mas como eram na sua génese satisfatórias, nunca consegui perceber qual era de facto o problema. Uma parte de mim nunca se satisfez por completo, isto claro no âmbito sexual. Mais recentemente, no aniversário do meu amigo Vasco, desloquei-me a um bar gay, nos arredores de Lisboa, onde fui apresentado a vários outros homens. Fez-se luz na minha cabeça, descobri a minha ‘missing piece’. Esta descoberta deu-se numa das idas à wc, após algumas bebidas, quando me senti todo eu agarrado e possuído por alguém. Deixei-me ir e tudo se desenvolveu numa série de amassos, língua na língua (e em vários outros sítios, eheheh), mordidelas e algumas marcas que perduram até hoje. Senti-me mais realizado do que nunca. A minha dúvida é, terá esta mirabolástica experiência me tornado gay? Qual a melhor forma de tirar isto a limpo?
Celsinho Neves, 33, Lisboa
Olá Doutor G, tenho uma questão: O que leva os homens a trair? Vivo numa residência à um mês e partilho a cozinha com muita gente. Conheci um rapaz e sempre que ele cozinhava, fazia comer para uns 3 dias e dizia que tinha de ir comer perto do laptop. Entretanto, começamos a falar e ficamos um pouco íntimos. Até que comecei a desconfiar e um dia descobri que ele, afinal não partilha o quarto com mais 2 rapazes, mas sim com a namorada (Laptop). Sim, ele cozinhava para ele e para ela e depois comiam no quarto. Sim, é estranho mas ela nunca apareceu na cozinha nem para lavar a loiça, qual é a razão não faço a mínima. Não percebo porque mente e não assume a namorada, mas ele também já disse esta conversa a minha colega de quarto. Resumindo é um homem que não presta. Mas gostava de lhe dar uma lição, será que o Doutor G me pode dar alguma sugestão?
Anónima, 23, UK
Boa tarde Doutor G. Ainda sou muito novo, 16 e 1/2, mas acho que comecei a gostar duma rapariga. Nunca tive numa relação, sou uma "bodega" com momentos românticos e o pior de tudo, estou dentro da "friendzone" dessa miúda. Já tentei esquecer, mas isto parece mais complicado do que parecia. O que fazer agora Doutor?
Daniel, 16, Aveiro
Caro Doutor, gostava de saber, na sua opinião, qual é a melhor idade para colocar de parte o rodízio de carnes e passar a consumir refeições caseiras. Tenho receio que no meio deste festim se possam perder boas carnes para a concorrência, inclusivamente com pedigree, e depois um gajo ou vê-se obrigado a rebaixar-se ou pior, a passar fome.
Pedro, 25, Porto
Boa tarde doutor G. A minha duvida vai para dois colegas que tenho no trabalho, são dois gajos que eu penso que se andam a comer. Pior é que com um já tenho uma amizade fora do trabalho e ele é casado conheço a mulher dele e tudo. Só que la dentro já vi coisas muito estranhas, vão todos os dias ao WC ao mesmo tempo (quer dizer primeiro vai um e depois o outro) eu ate já comentei com os dois se tinham o cu bem em sintonia, entre outras coisas há o fato de meterem se numa sala sozinhos e já vi varias cenas desde toques de mãos e olhar estranhos depois desses toques. Ao inicio nós os três saiamos juntos mais a mulher do outro e desde a algum tempo o casado deixou de o convidar e ele também não se importa. A minha duvida é devo falar com o meu amigo ou afasto-me já que sou muito gozão e já lhe ando a mandar bocas no gozo e pior posso me descair a frente da mulher dele. que faço doutor G?
Silva, 24, Évora
Caro Dr. G, hoje fui violado por uma mulher. (Sim, leu bem. Fui violado!). Tudo começou quando eu estava para ir ao ginásio quando mando uma mensagem para ter o sexo do dia. Como são de uma relação complicada (vá, ela traiu-me) eu não consigo confiar em nenhuma mulher. Então vou-me envolvendo diariamente com pelo menos uma por dia e assim sei que pratico o amor é não a guerra. Hoje na rifa saiu-me uma "dama" que não parecia ser o que ela demonstrou ser hoje na cama. Depois de ela ter atingido o primeiro orgasmo, eu continuei porque os é um pelos outros. Só que ao que parece quando eu atingi o meu, ela ia ter o segundo (ou terceiro porque depois eu perdi a conta, eram demasiados gemidos de alívio) aí é que as coisas complicaram. Eu pronto para me deitar de lado, ela espetou-me uma prega na perna e eu só consegui ficar numa posição. Eu estava a lutar em silêncio para sair, mas sempre que a pila saia do "buraco de prazer" ela voltava a introduzir. Ela estava a pingar. Aquilo entrava muito facilmente. Depois de ela ter terminado, obrigou-me(sim, o tom que ela falou comigo foi autoritário) a mudar os lençóis para ela dormir. Estou a escrever isso enquanto ela dorme. Nem consigo sair para pode fumar o meu cigarro do depois. Estou com medo e não sei se volto a arranjar mais uma "falida" amanhã. É que ela já disse que antes de se ir embora vai querer mais. Será que isto é uma forma de a vida me dizer que tenho de arranjar uma mulher? Nunca pensei que um homem pode-se ser obrigado a fazer sexo sem ser por vontade própria, mas hoje provaram-me o contrário. Se algum dia vier para Angola, muito cuidado.
Mário, 29, Angola
Afinal acabei por dar respostas longas. Devia ter dividido isto em duas partes, peço desculpa. Acho que já está na altura de abrir um gabinete para dar consultas. Se saírem de lá com uma vida sexual mais feliz e principalmente a saber conjugar o verbo haver, já fico contente. Querem mais para a semana? Então partilhem e enviem as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com.
Até lá, façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.