27 de agosto de 2018

Tipos de pessoa nas piscinas dos hotéis



Quem não é rico tem de dividir a piscina com outras pessoas, nomeadamente em hotéis. Com quantas pessoas? Com muitas. Com tantas que a densidade populacional na piscina se assemelha à concentração de lojas de telemóveis no centro comercial Babilónia, na Amadora. 

O maior mal das piscinas são as crianças; as crianças são o melhor do mundo excepto nas piscinas dos hotéis e até os próprios pais gostariam de não as ter lá, perguntando-se, naqueles momentos, por que razão não optaram pelo coito interrompido. São manadas de pessoas pequeninas a correr de um lado para o outro aos guinchos e a chapinhar na água como se não tomassem banho em casa. Ao contrário do que vemos na praia, na piscina os pais estão mais tranquilos porque não há ondas ou correntes que os levem e, então, descansam e deixam-nos fazer o que querem. O Martim está a fazer bombas com mortal encarpado para cima dos vizinhos do lado? Deixa-o estar que é criança e as pessoas compreendem, deixa-me fingir que estou a dormir. A Benedita está a guinchar como se fosse um porco na matança porque o Bernardo lhe roubou os óculos da natação? É preciso deixar as crianças resolverem os conflitos por elas sem a interferência dos pais. E com isto, multiplicado por várias famílias, a piscina do hotel transforma-se numa festa de aniversário infantil para a qual fomos convidados, mas preferíamos não ir.

Normalmente, existe a piscina das crianças e a dos adultos, mas as crianças têm pressa em crescer e decidem ir para a segunda, munidas das suas braçadeiras com as quais dão duas braçadas à cão e os pais aplaudem como se fossem um mini Michael Phelps. É uma pena as piscinas dos hotéis não terem o mesmo serviço de manutenção que o Aquaparque. 

À partida, poderíamos pensar que as crianças não ocupam muito espaço e que, por isso, não incomodam, mas, normalmente, as famílias com crianças vêm equipadas para a piscina do hotel como se fossem para um parque aquático. Trazem pranchas, colchões, unicórnios e flamingos insufláveis; trazem bisnagas, bóias, barbatanas e óculos. Uma família de quatro passa logo a ocupar espaço para vinte. Se houver jacuzzi, mas vale esquecermos que existe. Será ocupado por crianças o dia todo, mesmo que diga para que ninguém use por mais de dez minutos para dar lugar aos outros. As crianças são um bicho anarquista que não respeita as regras. Nem vou falar do facto de a maioria fazer xixi na piscina, porque prefiro não pensar nisso já que tenho um ouvido entupido e preferia que fosse com água do que com urina de criança. Aliás, estou com o ouvido entupido há três dias e é chato, não vou dizer que não, mas, por outro lado, não oiço tanto os gritos das crianças na piscina. Deus tira de um lado, mas dá do outro.

Quando conhecerem alguém que vos diga que gosta de piscinas cheias de crianças aos saltos e aos gritos, já podem dizer que, muito provavelmente, conheceram um pedófilo. 

Vi um pai que não deixava o filho ir à água durante a digestão, mesmo com a criança a pedir de cinco em cinco minutos enquanto fazia birra; o mesmo pai que estava sempre a chamar o filho para meter creme, avisando-o que o sol estava muito forte e fazia mal; o mesmo pai que estava a usar uma tanga zebra. Foda-se. Uma coisa é o filho ter melanoma ou morrer de congestão, outra é ter traumas com o pai vestido de zebra que fugiu do Badoca Park e foi para o Zoomarine.

Só toleramos crianças mal comportadas porque são crianças e, se tudo correr bem, vão crescer e ser melhores pessoas. O problema é que a maioria das crianças resulta em adultos mal comportados. Desde logo, os que decidem deixar a toalha nas espreguiçadeiras, na noite anterior, pensando que isso lhes reserva o lugar. Ora bem, este tipo de gente é o que se designa em termos técnicos: otários. Acham que são mais espertos do que os outros; é o mesmo tipo de gente que passa à frente nas filas e que estaciona no lugar dos deficientes sem o ser, criando assim o paradoxo da deficiência, pois ao fazê-lo passam a ser deficientes mentais. Não, meus amigos, deixar a toalha na cadeira no dia antes, ou de manhã, não vos confere o estatuto de usucapião das espreguiçadeiras. Se eu tivesse um hotel, tinha uma pessoa cujo único trabalho era recolher estas toalhas, encharcá-las em gasolina, atirá-las à cara do dono e depois mandar um fósforo para os ver feitos atrasados mentais flambé a correr para a piscina que eles tanto gostam. 

Outra espécie autóctone às piscinas do hotel é o DJ Sunga. O DJ Sunga, como o nome indica, usa sunga e transporta consigo uma coluna portátil para dar música a toda a gente. Acha que o seu gosto musical é tão bom que é impossível alguém sentir-se incomodado com a batida de carrinho de choque que emana por baixo da sua espreguiçadeira. Se o ser humano não tivesse inventado auscultadores e estivesse um silêncio desconfortável, ainda percebia, mas com essa invenção e juntando o facto de o bar da piscina ter colunas que já estão a passar música, parece-me disparate. Em algumas zonas da piscina as duas músicas fundem-se, numa espécie de remix, cortesia do DJ Sunga. O DJ Sunga tem, claro, tatuagens tribais cujo significado profundo é o facto de marcarem um dia especial da sua vida: o dia em que ele conseguiu juntar dinheiro para as fazer.

Sabem qual é a parte boa das tatuagens tribais? O facto de já não estarem na moda. Sabem qual é a parte má? É que como são tatuagens continuam lá.

Depois temos as meninas das selfies. Dez da manhã e lá estão elas à beira da piscina, maquilhadas e com brincos, a fazer todo o tipo de poses para a câmara. A menina da selfie só vai à piscina para trabalhar para o bronze; parece uma flor e essa flor é o girassol que vai rodando a espreguiçadeira, consoante o ângulo do sol, para que o bronzeado fique perfeito. Dez minutos de um lado e vira o frango para tostar do lado contrário. Os homens só querem bronzear à frente, para um homem heterossexual, estar bronzeado nas costas não tem qualquer utilidade estética ou prática.

Por fim, há sempre um gajo sozinho, que pouco mais faz do que dar um mergulho e voltar para a toalha. É a única pessoa sozinha no hotel e está sempre a olhar com um ar psicopata para toda a gente, a observá-las como se estivesse a tramar alguma. Senta-se na espreguiçadeira com um bloco de notas e vai apontando o que vê para mais tarde publicar um texto no seu blog. Enfim, só malucos. 
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21 de agosto de 2018

A praga das t-shirts da Levi's



Sabem aqueles filmes futuristas em que os humanos andam todos vestidos de igual e, por norma, de branco para retratar um mundo frio e asséptico? Pois bem, as previsões estavam correctas com a diferença de que temos uma marca estampada no peito. Já devem ter reparado na praga que invadiu as ruas e o Instagram do nosso país: pessoas vestidas com uma t-shirt branca com o logótipo da Levi's. Chamam-lhe "T-shirt viral" que é todo um conceito novo que ainda estou a tentar compreender. Ontem, na rua e em menos de uma hora, contei cerca de 52 destas t-shirts; a maioria era branca e as t-shirts também. Não consigo perceber o processo mental de: "Bem, toda a gente tem esta t-shirt, vou comprar uma.". Se fosse uma t-shirt muito bonita ou com uma relação preço/qualidade incrível, tudo bem, não acho que é por outras pessoas terem que não devemos querer só porque achamos que somos diferentes. No entanto, neste caso parece-me que é apenas porque "é moda" e quem não tem sente-se excluído desta tribo super cool.

É uma espécie de flamingo cor-de-rosa, versão 2018, com a diferença de que com o dito insuflável o mundo só era igual nas fotografias do Instagram e não tínhamos ruas inundadas de clones.

Talvez isto seja tudo um mal entendido e a explicação para este fenómeno esteja no facto de a Levi's pagar tão mal aos seus empregados que nem têm dinheiro para comprar roupa e andam com a farda do trabalho nos dias de folga. Se pensarem bem, essa t-shirt, básica e com um logótipo gigante, só faz sentido para os empregados das lojas da Levi's. Imaginem o que seria este conceito com outra marca e passearmos todos vestidos com a farda do McDonald's e a cheirar fritos. Imaginem que vestiam uma t-shirt branca e alguém vos abordava na rua: "Olhe, tenho aqui este autocolante com o logótipo da minha empresa e gostava de o colar na sua t-shirt. Em troca o senhor paga-me 20€, pode ser?". A Levi's conseguiu convencer milhares de pessoas que isto é cool e o mais engraçado é que a marca é conhecida, maioritariamente, pelas calças de ganga e não pelas t-shirts.

Vi uma fotografia de uma rapariga no Instagram em que envergava a dita t-shirt e cuja legenda dizia "Sê tu mesma, não tenhas medo de ser única.". Alguém lhe devia explicar o conceito de unicidade. Andávamos enganados ao pensar que o pior que podia acontecer a uma mulher era chegar a um sítio e ver outra com a mesma roupa. Ninguém gosta de usar farda na escola e depois anda tudo de igual. Pensando bem, pode ser essa a mensagem por trás deste movimento Leviano (forte trocadilho): se andarmos todos vestidos de igual, o estatuto e as classes sociais dissolvem-se e o mundo é um local melhor. Sim, porque com os ciganos a vender as mesmas t-shirts na feira por três euros e meio, a Levi's torna-se, assim, uma marca transversal que é usada tanto por betos de Cascais como por mitras da Linha de Sintra; por emigrantes com crucifixo de rezar no escuro como por mães de Martins e Beneditas que pensam que ainda são jovens.

No meio disto tudo, tenho de dar os parabéns ao pessoal do marketing da Levi's que conseguiu este feito. Não sei se foi propositado ou se estão a apanhar do ar tipo "Eh pá, como é que a gente fez isto? Era giro descobrirmos para conseguirmos replicar para outras peças". Penso que isto possa vir a ser um case study com o título: como é que uma marca conseguiu convencer os seus clientes a pagar para serem outdoors publicitários ambulantes. Ando na rua e estou sempre a ter déjà vus, com pessoas iguais a brotar de cada esquina com a marca estampada quais anúncios popups.

Se for para a cama com uma mulher com esta t-shirt não a dispo, faço "Ignorar anúncio".

Acho que este saco do mupi zombie andante foi o resultado desta cronologia:
  1. Levi's paga a influencers de moda do Instagram para usarem a t-shirt;
  2. Nos grupos de amigas as mais giras compram e começam a usar;
  3. As amigas feias e invejosas compram a pensar que também lhes vai ficar bem.
Estou a falar de mulheres porque toda a gente sabe que são elas que movimentam 90% do mercado da roupa, mas os homens também estão a aderir a esta moda em força, não pensem que são só as mulheres que são pategas. Depois desses três passos, cria-se o efeito bola de neve e como se não bastasse pagarem para lhes alugarem espaço publicitário no peito, ainda tiram a foto para o Instagram com a hashtag #levisshirt, mesmo que tenha sido comprada nos ciganos. Nem nos sonhos mais molhados os criativos de marketing tinham ambicionado istoA Levi's terá, assim, conseguido tornar-se uma love brand. Poucas o conseguem e não me lembro muitas outras além da Coca-Cola, da Nike e, claro, da Apple. Se os portáteis da Apple tivessem letras gigantes em néon a piscar a dizer "Este aparelho é da marca Apple e foi caro!" as pessoas compravam com gosto. Quem tem estas marcas paga o preço inflaccionado pelo estatuto que elas conferem e prova disso é que quem tem um iPhone nunca se refere ao seu aparelho móvel como "o meu telemóvel", mas sim como "o meu iPhone". Ninguém diz "O meu Nokia" ou "O meu Samsung". Acontece o mesmo com os portáteis quando ouvimos "O meu mac", numa espécie de impulso incontrolável de anunciar ao mundo que se é uma pessoa muito cool e irreverente. Será que quem tem Ferraris também diz "Eu depois passo a buscar-te de Ferrari" em vez de "Eu depois passo a buscar-te de carro"? Não sei, não conheço ninguém que tenha um Ferrari.

Esta t-shirt não foi a primeira "viral", já tínhamos experienciado este fenómeno, embora um pouco diferente, com as t-shirts do Rock In Rio e do Hard Rock, como se alguém quisesse saber onde vocês vão ou deixam de ir. Tentou-se com uma que dizia "Dar sangue? Eu dei", mas a moda não pegou, ninguém sabe muito bem o porquê. Já agora, se alguém do departamento de marketing da Levi's vir isto e me quiser enviar uma t-shirt, escusam de dar-se ao trabalho porque vou fazer as minhas. (No entanto, se me quiserem enviar calças de ganga aceito com gosto que as minhas estão todas rotas nas virilhas.)
Daqui a uns anos, olharemos para as fotografias de 2018 como fazemos com as de 1994 - em que toda a gente tinha daqueles fatos de treino fluorescentes - e pensaremos exactamente o mesmo: "Bem, que foleirada." Somos todos ovelhas influenciáveis. Todos. Não me estou a colocar fora desse baralho que só tem cartas do mesmo naipe; não o sou com a roupa, mas sou com outras coisas, certamente, como por exemplo com a moda de dizer mal de pessoas que seguem a moda. Agora tramei-vos o comentário que estavam a pensar fazer, não foi? Podem sempre comentar outra coisa e partilhar. Obrigado e voltem sempre.
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16 de agosto de 2018

Entrevistei a Marine Le Pen



Marine Le Pen foi desconvidada para a Web Summit. Sei bem o que ela deve estar a sentir e acho que lhe fizeram um favor, tal como me fizeram quando fui desconvidado para um casamento porque houve gente ofendida com coisas que escrevi. Castigo era terem-me obrigado a apanhar seca e ainda ter gastar dinheiro na prenda. Em relação a Le Pen, houve quem enaltecesse o facto de ser desconvocada, houve quem achasse que é uma espécie de censura e que isso é descer ao nível da senhora fascista. Tenho um misto de sentimentos: por um lado, acho que a Web Summit, um palco internacional que simboliza uma aldeia cada vez mais global, não é lugar para o nacionalismo de algibeira; por outro, já que tinha sido convidada, acho que devia ter vindo nem que fosse para termos oportunidade de lhe mandarmos com fruta podre à cabeça. Assim, perdeu-se uma boa ocasião para lhe dizermos em pessoa o que costumamos escrever nas redes sociais sobre os seus ideais.

Seja como for, acho que o racismo e a xenofobia não se combatem a varrer para baixo do tapete e, por isso, gostava de ter visto um debate com Le Pen ou vê-la responder a perguntas incómodas vindas da audiência. É a contrapor e a ridicularizar que se combatem estes fenómenos populistas. Assim, só lhe fizemos o que mais lhe criticamos: mandá-la de volta para a terra dela.

Vendo que ela já não viria, mexi uns cordelinhos e consegui uma entrevista com a senhora que vou partilhar convosco:

GD: Então, Marine, diga-me lá uma das primeiras medidas que tomaria caso fosse eleita presidente de França.
LP: Expulsão automática de estrangeiros condenados por crimes e de todos os que estiverem a ser vigiados pelos serviços de espionagem.
GD: A primeira até posso concordar, mas a segunda quer dizer que acredita que as pessoas são culpadas até prova em contrário?
LP: Os estrangeiros, sim.
GD: Faz sentido, não falam bem a língua por isso nunca se sabe se estão a confessar o crime ou não. E mais uma medida?
LP: Construir prisões para termos vagas para mais 40 mil reclusos.
GD: Ui, então, mas depois de expulsar todos os estrangeiros e migrantes ilegais ainda vai precisar de prender tanta gente? Não me diga que os franceses também cometem crimes?
LP: Próxima questão, por favor.
GD: Qual acha que é a coisa mais importante numa sociedade?
LP: A educação.
GD: Mais uma coisa em que concordamos, ainda saímos daqui amigos, mas diga-me, sobrará dinheiro das prisões para apostar em escolas?
LP: Não, mas o que vamos fazer é decretar que apenas os cidadãos franceses tenham acesso a educação gratuita.
GD: Então, deixe cá ver se entendi: acha que a educação é a coisa mais importante da sociedade, mas quer limitá-la, é isso?
LP: Hum... sim.
GD: Então, e se acha que os estrangeiros são a fonte dos problemas, não deviam ser eles a ter mais acesso à educação já que se acha que é a coisa mais importante na sociedade talvez ajudasse a integração?
LP: Próxima pergunta, por favor.
GD: Em termos de desemprego, o que pretende fazer?
LP: Vou taxar empresas que não fabriquem as coisas na França.
GD: Ok, mas sai mais caro às empresas produzir as coisas em França do que, por exemplo, na China, certo?
LP: Certo, mas assim é que se combate o desemprego!
GD: Será? Olhe a Apple que fabrica no estrangeiro e que, por isso, consegue margens de lucros gigantes ao ponto de ser a empresa mais valiosa do mundo que emprega no seu país de origem cerca de 80 mil pessoas e estima-se que tenha criado cerca de dois milhões de postos de trabalho indirectamente. Se tivesse de fabricar nos EUA é provável que nunca crescesse tanto e assim tinha criado menos postos de emprego no seu próprio país.
LP: Próxima pergunta, se faz favor.
GD: Em termos laborais, tem mais alguma medida?
LP: Sim, os empregadores que contratem estrangeiros devem pagar um imposto adicional.
GD: Porquê?
LP: Para favorecer a contratação de franceses!
GD: No início deste ano foram várias as notícias que deram conta de que a França tem falta de mão de obra qualificada como engenheiros, por exemplo.
LP: Temos é de formar e não ir buscar estrangeiros que isso só prejudica o país!
GD: Por exemplo, em Silicon Valley, 50% das pessoas são nascidas fora dos Estados Unidos o que significa que se não aceitassem estrangeiros nunca seriam a meca de inovação e tecnologia do mundo.
LP: Próxima pergunta, por favor.
GD: Um dos seus temas mais queridos é o Islão, certo?
LP: Sim, os muçulmanos estão a querer invadir a França, mas nós vamos resistir!
GD: Parece-me que anda a ler Astérix a mais, mas qual é o problema ao certo?
LP: O terrorismo como é óbvio! Andam a matar os franceses!
GD: Percebo, mas, por exemplo, neste século morreram 249 pessoas em França devido a ataques de terrorismo islâmico. No entanto, por ano, existem mais de 700 homicídios em França o que dá, para o mesmo período de tempo, cerca de 11900 mortes.
LP: Sim, e?
GD: Nada, nada, achei curiosas as prioridades. E mais medidas?
LP: Retirar aos migrantes ilegais o acesso gratuito aos cuidados básicos de saúde, por exemplo.
GD: Percebo, acha que quem não paga impostos não deve usufruir do que é sustentado com eles.
LP: É isso mesmo! Finalmente, alguém me compreende.
GD: Espere... mas uma das suas medidas é impossibilitar a legalização de migrantes ilegais, correcto?
LP: É, sim senhor.
GD: Então, não é uma questão de dinheiro, caso contrário facilitaria isso para que eles pagassem impostos pelo trabalho que já estão a desempenhar de qualquer forma e isso beneficiaria o Estado e, por isso, todos os contribuintes franceses.
LP: Próxima pergunta, por favor.
GD: Ouvi dizer que também quer restringir os pedidos de asilo, correcto?
LP: Correcto.
GD: Da mesma forma, se França fosse, por exemplo, invadida por uma Alemanha Nazi, ninguém deveria dar asilo e abrigo aos franceses, certo?
LP: Não percebi a pergunta, porque é que alguém quereria fugir de uma França ocupada por Nazis?
GD: Tem toda a razão, erro meu, troco Alemanha nazi por uma Rússia comunista.
LP: Acho que aqui vou ter de lhe dar razão que realmente ser invadido por comunistas é de fugir.
GD: Visto que a imigração é péssima para o mundo, faz sentido que a França dê o exemplo, certo?
LP: É nesse sentido que queremos trabalhar.
GD: Existem cerca de 300 milhões de pessoas no mundo de ascendência francesa devido à emigração. Têm espaço para os receber a todos de volta?
LP: Próxima pergunta, por favor.
GD: Já percebemos que não aprecia estrangeiros, mas imagine, senhora Le Pen, que em vez de ser um migrante que vem escondido num barco, é um dos 20 milhões de turistas que visitam Paris todos os anos e que sustentam a economia francesa.
LP: Não vejo problema nisso.
GD: Mesmo que fosse uma família saudita, por exemplo?
LP: Desde que sejam pessoas com boa educação, não vejo problema.
GD: Sim, sim, esta família hipotética é riquíssima e teve acesso aos melhores estudos.
LP: São muito bem vindos.
GD: Ok, então deixe-me dizer que acabou de deixar entrar a família Bin Laden em França. E agora?
LP: Bom, tenho de ir embora.
GD: Precisa de boleia? Tenho um tio que mora "na França" e que vai voltar hoje para cima. Acho que ainda tem espaço para si na bagageira no meio das chouriças e das batatas.
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14 de agosto de 2018

David Carreira, uma má influência para a juventude



Para eu escrever sobre o David Carreira é porque estamos mesmo na silly season. Parece que ele fez o chamado Kiki Challenge que consiste em sair do carro em andamento, dançar um bocado e voltar a entrar. As fãs adoraram, o resto caiu-lhe em cima, dizendo que é uma irresponsabilidade. Fizeram-se boas piadas sobre o tema como uma do Paulo Almeida que disse algo como "(...) Chamem-me antiquado mas gostei muito mais das versões do Dino e do Angélico.". Ri-me.

O que eu acho é que estamos aqui todos a fazer uma tempestade num copo de água. É um challenge estúpido? É, mas é ao que a Internet nos habituou. Ele devia ter mais cuidado porque pode estar a influenciar seguidores a fazer o mesmo?

Devia, mas ele não é responsável pela burrice dos outros e, além disso, os seguidores dele não têm idade para conduzir.

Em termos de influenciar negativamente a juventude, acho mais grave o facto de ele estar com camisola de alças e um boné virado ao contrário. Parece o menino Tonecas da Linha de Sintra. Por fim, no vídeo ele dança ao som da sua música e como o Instagram tem a funcionalidade de auto-play sem som, não me parece assim tão grave este caso.

A PSP diz que "quem adopta este comportamento pode ser acusado de infracção ao art. 3.º do Código da Estrada, ’praticar acto que comprometa a segurança (…) dos utilizadores da via’, que é sancionada com coima até 300 euros." e afirma que "Iremos enviar uma participação à ANSR [Associação Nacional de Segurança Rodoviária], para que seja iniciado o procedimento contra-ordenacional.". É aqui que eu torço um bocadinho o nariz. Se há coisa que todos exigimos é que os famosos e as celebridades sejam tratados de igual forma aos comuns mortais. Não gostamos que tenham facilidades para fazer uma marquise em casa ou para aceder a um empréstimo, não gostamos que passem à frente nas reservas de um restaurante e ficamos fulos quando a polícia fura o trânsito para deixar passar algum político que vai com pressa para chegar a casa. Portanto, se queremos igualdade para o bom, também devemos querer para o mau. O David Carreira, a ser condenado por esta contra-ordenação, sê-lo-á porque é famoso e teve visibilidade no seu vídeo e isso parece-me injusto. Se vamos condenar o rapaz, temos de começar a enviar multas para casa de toda a gente que faz vídeos e tira fotos enquanto conduz. É só ter um agente de autoridade a fazer scroll no Instagram e entre os zooms que faz a mamas encontrará centenas de fotografias e vídeos produzidos pelo condutor de um carro em andamento. É isto que queremos? Se fosse um crime, tudo bem, mas o que ele fez não é crime, apenas contra-ordenação.

Claro que o challenge é parvo, mas não me parece assim tão perigoso: acredito que ninguém queira estragar o seu Porsche e de certeza que é um risco muito controlado; está alguém dentro do carro a filmar e que está a segurar no volante; o carro tem estabilidade; havia pouco trânsito e espaço para circular e até, talvez, o carro esteja em cruise control. Portanto, sendo parvo, parece-me de baixo risco e menos estúpido do que comer cápsulas de detergente. Podemos criticar? Claro que sim, mas quando somos moralistas temos de nos lembrar que provavelmente já conduzimos, pelo menos uma vez, com os copos e já enviámos SMSs ao volante, pelo menos cem vezes. Nos comentários à notícia vemos muita gente a desejar-lhe a morte e a exigir cadeia porque "a lei é para todos". Se vivêssemos dentro do Facebook, Portugal era a Coreia do Norte.

Se a Tesla tivesse criativos tão bons quanto eu, já tinha aproveitado esta oportunidade para fazer um anúncio e dizer "Se o David tivesse um Tesla em vez de um Porsche nada disto teria acontecido, já que o carro estaria a conduzir-se sozinho em segurança.". Estou sempre a dar pérolas às marcas e elas não abrem os olhos.

Não estou aqui a defender o David Carreira até porque ele não precisa da minha defesa, calculo que tenha dinheiro para contratar advogados mais competentes do que eu, mas acho que as notícias sobre o caso foram um exagero: primeiro, é normal que o David, sendo Carreira, faça algo a imitar o outros fizeram; segundo, penso que ele já fez coisas mais graves que justificavam a coima, como, por exemplo, algumas músicas.
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8 de agosto de 2018

Acha que sabe incendiar? Novo reality show!



No ano passado, as televisões descobriram uma nova galinha dos ovos de ouro: os incêndiosNuma altura em que as audiências das televisões baixam devido ao crescendo da Internet - pior ainda na altura da silly season - os canais encontraram uma espécie de elixir da juventude que lhes rejuvenesce o rating. 

Há muitos que os noticiários se tornaram programas de entretenimento, mas por estes dias são uma espécie de espremedor da desgraça alheia e é muito discutível se o fazem em prol da informação ou de outra coisa. Sim, mostrar imagens chocantes pode servir para alertar e consciencializar as pessoas, mas, talvez seja um céptico que não acredita na humanidade, parece-me que não é aí que está o ganho.

Este paradigma acontece porque os directores de informação ouvem a expressão "Incendiar as redes sociais" e decidem usar o fogo para combater o fogo na luta pelas audiências e relevância.

Tomando como exemplo o incêndio de Monchique, eis como condensar toda a informação relevante e ocupar cerca de dois minutos de telejornal:

O incêndio em Monchique continua activo, temos mais de 21 mil hectares ardidos, 230 pessoas deslocadas das suas casas e 32 feridos, um com gravidade. Estão cerca de 1400 operacionais no terreno, com 446 viaturas e 9 meios aéreos. Pode ajudar os bombeiros através destas entidades e não mande beatas da janela do carro. É isto. Agora vamos ao desporto.

Em vez disto, são 24h de cobertura dos incêndios, com drones,  a melgar a população que tem mais do que fazer do que responder a perguntas "Então, este fogo é chato, não é?", ainda por cima quando a melhor resposta de sempre sobre a perigosidade dos incêndios já foi dada há uns anos por aquele senhor que tinha de abalar para uma consulta às 17h. Está feito, foi atingido o pináculo das respostas, não é preciso perder mais tempo pois nunca haverá melhor. São colocados enviados especiais no terreno com cadáveres em pano de fundo como já vimos o ano passado. Ouvimos comentadores - daqueles que são especialistas em tudo - a explanar as causas dos incêndios, as melhores formas de prevenção e, sobretudo, sobre quem tem mais culpa, já que cada canal tem o seu comentador de serviço que transforma a desgraça alheia em arma de arremesso na sua agenda política e que tem tanta credibilidade para falar de incêndios como eu para falar de renda de bilros.

Marcelo aparece a dar abraços; Costa aparece em fotografias encenadas; a população reza e deixa as suas orações. Lamento, mas em termos de extinguir incêndios, tudo isto tem menos efeito do que cuspir-lhes.

Os canais de televisão devem estar todos à espera das primeiras vítimas mortais para o clímax da audiência, já com as músicas tristes escolhidas para a montagem com imagens da devastação. Devem ligar, de cinco em cinco minutos, para os hospitais onde estão as vítimas a perguntar "Já morre... já tiveram alta?". Tendo tudo isto em conta, parece-me que as televisões ainda podiam aproveitar melhor este fenómeno, utilizando a temática dos incêndios em diferentes formatos que ainda não foram explorados. Deixo alguns exemplos:

Achas que sabes incendiar? - Um talent show dedicado a pirómanos para eleger o melhor entre os portugueses. Podia ser ao género do The Voice em que os jurados estão de cadeiras voltadas, mas em vez de escolherem o candidato através da audição, seria através do cheiro a queimado.

Na casa de um pirómano - Poderia ser feito com o vencedor do "Achas que sabes queimar?" e daria a conhecer o dia-a-dia de alguém que pega foto a matas como hobbie ou profissão, já em que em muitos dos casos é um negócio lucrativo. Como é a rotina? Qual a melhor hora para deitar fogo? Gasolina ou aguardente? Como é que um pirómano lida com o facto de os amigos nos ficarem sempre com os isqueiros que pedem emprestados?

Casa dos Incêndios ou Love on Fire - Os participantes tinham de pegar fogo à mata à volta da casa mais vigiada do país e o que conseguisse queimar mais hectares ganhava. Depois, iam fazer presenças para a ala de queimados do hospital.

Portugal got Lighter - Este concurso não se destinaria a pirómanos profissionais, mas sim a encontrar diamantes em bruto. Os concorrentes seriam desafiados a atear fotos das maneiras mais criativas, seja batendo duas pedras ou cuspindo fogo pelo rabo depois de um workshop no Chapitô. Quem tem churrasqueiras parte em vantagem, mas seria aberto a todos.

Todos estes programas teriam um número de valor acrescentado, ao género dos 760, em que as pessoas ligavam e apostavam em qual o Concelho que mais irá arder durante o verão. O número da sorte serviria para arriscar o número de mortos.

Se é para explorar os incêndios em benefício das audiências, então que se assuma e se inove. Já ninguém pode com notícias em loop que não acrescentam nada e com comentadores de algibeira. RTP, SIC e TVI, pensem nas minhas sugestões. À CM TV nem é preciso apelar que de certeza que já estão a ponderar algo do género. 
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3 de agosto de 2018

Jogos Olímpicos Gay - Modalidades e regras são diferentes



Desconhecia a existência de jogos Olímpicos Gay, mas ao que parece existem e, este ano, pela primeira vez, existe uma comitiva portuguesa.
  • O evento terá uma passadeira vermelha onde serão comentados os outfits dos atletas?
  • Estes jogos dão todo um novo significado ao salto com vara e ao lançamento do martelo.
  • Ao contrário dos jogos olímpicos tradicionais, a prova rainha não é os 100 metros, mas sim a patinagem artística.
  • No atletismo, tal jogos olímpicos tradicionais, também aqui os africanos são os atletas mais cotados.
  • No judo tradicional, o combate acaba por ippon, no judo gay acaba por chave de virilha.
  • Os mínimos olímpicos são medidos em centímetros.
  • As regras são diferentes nos olímpicos gay, em vez de medalhas são atribuídas tiáras aos vencedores.
  • Também com a tocha olímpica a coisa é diferente e é transportado o dildo olímpico.
  • Não existe maratona, apenas a marcha, porque só conseguem correr meio tortos.
  • Na natação sincronizada todas as equipas escolhem as mesmas músicas da Lady Gaga ou da Barbra Streisand.
  • Será que há cerimónia de abertura ou já não é preciso?
  • As equipas de futebol feminino são exactamente as mesmas dos outros jogos olímpicos.
  • É o único evento desportivo onde o badminton não é a coisa mais gay.
  • Na luta greco-romana o maillot já faz todo o sentido.
  • Nas corridas de estafeta os atletas em vez de passarem o testemunho ao colega, passam HIV.

Agora que já fiz todas as piadas de mau gosto que me consegui lembrar, falemos um pouco mais a sério. Primeiro, a prova não é exclusiva a gays, qualquer pessoa pode participar independentemente da sua orientação sexual e, por isso, não me parece que isto seja uma espécie de segregação, mas sim um evento que pretende dar visibilidade e desmistificar o preconceito homossexual no desporto, no geral. "Não gostas de futebol? Ganda maricas" é comum ouvir-se entre grupos de amigos ou nas aulas de educação física de qualquer escola. Se repararmos bem, noutras áreas já não existe qualquer problema em alguém assumir a sua homossexualidade - no caso do mundo do espectáculo é até aconselhável para progressão de carreira - mas no mundo do desporto ainda continua a ser tabu, a não ser que acreditemos que não há futebolistas gays. Este evento pode servir para quebrar esse estigma e não vejo nenhum mal nisso, mas, tal como qualquer notícia que tenha a palavra "gay" no título, não está a ser bem acolhida. Os media têm alguma culpa, decidindo não esclarecer logo no título ou cabeçalho que os jogos não são exclusivos a gays, mas isso daria menos indignação e menos cliques, claro. Deixo alguns dos comentários à notícia:
Percebemos, rapidamente, que quem discrimina acha que este evento é uma "descriminação" o que prova que a ignorância anda de mão dada com o preconceito. 
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2 de agosto de 2018

Namorar com presos? As mulheres são MALUCAS!



Sempre que há uma reportagem sobre algum criminoso que está preso, ele diz que tem uma senhora lá fora com a qual se começou a corresponder. Que merda é esta? Qual é a mulher que, no seu perfeito estado de saúde mental, acorda e pensa "Olha, o que era giro era eu mandar uma carta àquele homicida a ver se ele me responde pois gostava muito de o conhecer melhor". Quão desesperada tem de estar uma mulher para equacionar namorar por carta com um preso?

Fui investigar um pouco sobre este fenómeno e encontrei alguns estudos que dão conta que as mulheres que se envolvem com presos são mulheres que tiveram, no seu passado, homens que abusaram delas, seja fisicamente ou psicologicamente, ou seja, a culpa é sempre dos homens e não são elas que são malucas, obviamente. Dizem, também, que o namoro com um criminoso encarcerado torna a relação mais arriscada e numa espécie de conto de fadas em que a mulher tem de entrar nas muralhas do castelo e passar pelos guardas para visitar o seu príncipe. Querem saber a minha opinião? MA-LU-CAS. Ainda dizem que as mulheres são mais inteligentes emocionalmente do que os homens, mas os homens não iniciam namoros com presidiárias, muito menos se tiverem cometido crimes violentos. Um gajo, mesmo que nenhuma gaja lhe pegue cá fora, não vai mandar cartas a uma condenada por homicídio. Talvez seja por os homens só pensarem em sexo e a relação com presidiárias não poder ser muito carnal, ou talvez seja porque não são tão malucos quanto as mulheres. Serão as mulheres mais empáticas e com uma maior necessidade de ajudar quem está a passar uma má fase da vida? Não, são malucas.

Consigo perceber que uma fraca auto-estima leve uma mulher a tentar tudo, mas iniciar uma relação com um presidiário não sobe o ego, pois todos sabemos que estar preso baixa os padrões e até um rabo peludo no duche passa a ser refeição.

Há quem defenda que estas mulheres, como foram abusadas no passado, escolhem relacionar-se com presos pois estando encarcerados não lhes podem fazer mal. Mentira, podem ter capangas cá fora e o abuso psicológico pode ser feito por carta. Se existe o cyberbullying, também existirá o letter bullying que, a meu ver, ainda é pior. Com o primeiro, basta desligares a Internet, no segundo tens de mudar de casa. Um gajo já não gosta de ver o correio porque sabe que é só más notícias com contas para pagar, imaginem receber uma carta todos os dias, sem remetente, que diz "És uma merda, não vales nada".

Dizem que as vítimas nunca têm culpa, mas uma mulher que inicie, por vontade própria, uma relação com um violador e homicida condenado, não tem um bocadinho de culpa se ele depois a esventrar com um cutelo? Não? Só um bocadinho de culpa? Eu acho que tem. Os famosos serial killers Ted Bundy e Richard Ramirez, por exemplo, tinham fãs como se fossem rock stars, filas de mulheres à porta dos tribunais a gritar por eles e a quererem saltar-lhes para cima. Centenas de cartas por semana com proposta de casamento! Sabem que crimes eles tinham no currículo? Violar e matar mulheres às resmas! Foda-se. MA-LU-CAS.

Aileen Wuornos, famosa serial killer que matou pelo menos seis homens, sabem quantos pretendentes tinha cá fora a mandarem-lhe cartas? Nenhum. Já o infame Charles Manson, antes de morrer o ano passado, sacou uma gaja que até nem é muito feia e com menos 50 anos do que ele.


Grande soco no estômago para quem estiver a ler isto e já estiver solteiro sem sexo há uns anos, não é? Até o Manson conseguiu e vocês aí, sem ninguém que vos dê um aconchego. Antes sozinho do que com uma gaja maluca como esta, basta olhar um bocado para perceber que tem crazy eyes, claramente, e só o facto de andar metida com um velho psicopata devia dar direito a ser ela presa porque se não o fez, está para fazer. 

"Ah, deve ser uma pessoa que sofreu muito e está desequilibrada" dirão alguns. Não. É maluca dos cornos, ponto final.

Bem sei que as mulheres se queixam que há poucos homens de jeito disponíveis e heterossexuais, mas duvido que os bons estejam na prisão. Dizem que o amor é cego, mas os cegos não são malucos. Até existem sites especializados de dating para prisioneiros. Investiguei um pouco e penso que são muito rudimentares. Devia haver uma versão do Tinder para a prisão. Podias filtrar por tipo de crime, por raio de distância não valia a pena porque não podem sair, e em vez de um super-like podias mandar um super-rape. Era um bom caso de estudo para depois percebermos que quanto pior é o crime, mais pretendentes os presos teriam. As mulheres gostam de homens com poder e bem sucedidos na sua profissão e talvez seja por isso que os serial killers têm mais groupies do que um gajo que rouba auto-rádios. As mulheres gostam de homens inacessíveis e quem mais inacessível do que um gajo no corredor da morte sem possibilidade de visitas?

Já todos tivemos relacionamentos que acabaram mal e a expressão "O meu ex é um psicopata" é comum para caracterizar aqueles ex que fritam a pipoca quando o namoro termina e se transformam em stalkers. Agora, imaginem um ex-namorado que é, literalmente, um psicopata homicida. Deve ser um desporto bem radical. E quando é ao contrário e é o preso a acabar o namoro? É aí que ficas com 100% de certeza que és feia e com uma personalidade de merda, é quando um preso, sem outras opções, sem contacto feminino de qualquer espécie, olha para ti e diz "Hum... não vai dar. O problema não és tu, sou eu.".
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