28 de março de 2018

9 tipos de pessoa no supermercado



O meu passatempo favorito é observar pessoas. Quando se tem este hobbie, ir às compras pode tornar-se menos entediante e numa fonte de inspiração para o que escrevo (como o foi a mítica ida ao IKEA com a minha namorada) e tenho identificado alguns dos tipos mais caricatos de pessoa que encontro quando vou ao supermercado. Aqui ficam.

Os laricas
Dois amigos, na casa dos vinte, com um cesto na mão que contém apenas Pringles e Donuts. Estão com a larica da ganza. De olhos raiados de sangue como quem foi à natação e se esqueceu dos óculos em casa, discutem sobre quais os melhores sabores de batata frita e sobre que tipo de sumo devem levar. Nas pausas, vão teorizando se numa luta o macaco Adriano ganhava ao João Baião ou se nem o conseguia apanhar com ele sempre aos saltos. Vão percorrendo os corredores, onde, para eles, tudo é compra por impulso. Se calhar, vai apetecer uma merenda mista... é melhor levar. Se calhar, depois, vai ser preciso um frango assado com chantilly só para matar o bicho... é melhor levar. Chegam à caixa e o empregado pergunta se querem número de contribuinte na factura e eles respondem «Não é preciso, levamos na mão.». Em seguida, vão directos à loja do lado comprar mortalhas e jogar em dez raspadinhas antes de seguirem viagem, a conduzir a dez à hora.

O estudante
Este é fácil: é igual ao de cima se estiver com a moca, caso contrário tem apenas um cesto com toda a comida que vai precisar essa semana: um pacote de esparguete, uma lata de atum, seis ovos e uma lata de salsichas. Tudo marca branca. Ah, e um vinho cujo valor máximo é um euro e meio.

A mãe do capeta
Ouvem-se gritos e urros, parecendo um javali a jogar à cabra cega num quarto cheio de pioneses no chão, mas é só uma mãe que está a passar por mais uma vergonha em público devido ao seu rebento ranhoso. Ele guincha, esperneia, rebola no chão e anda em aranha invertida como se estivesse possuído por Satanás. A mãe está de mãos atadas: se não lhe ligar, toda a gente a olha de lado por não fazer nada; se lhe pega num braço e lhe dá um safanão até lhe saltarem os dentes de leite, toda a gente a julga pensando que não é com violência que se educam os saguins cagões. É o que dá ter levado o puto só para ter prioridade na fila para pagar.

O macho inseguro
Um homem, de barba rija, passeia junto à zona dos chocolates e bolachas. Pega numa caixa, olha para ambos os lados e, ao ver que não é observado, verifica o número de calorias. Tem medo que duvidem da sua heterossexualidade se o virem preocupado com os nutrientes e calorias de um qualquer alimento. Muito rapidamente, passa no corredor dos produtos orgânicos e biológicos, mete daquelas bolachas que parecem pipocas e que não sabem a nada para dentro do cesto e, se alguém o vir a fazer isso, diz num sussurro audível «Acho que foram estas que ela pediu para eu levar...». 

A velha
Desloca-se com a velocidade de uma preguiça manca, com um carrinho que vai utilizando para esbarrar nas pessoas para as avisar da sua passagem. Carrinho esse que fica sempre parado no meio de um corredor, a criar uma espécie de barricada entre a velha e a fruta, que ela faz questão de apalpar toda, uma a uma, especialmente as bananas, antes de escolher a melhor e mais madura. Encontra sempre uma amiga com quem fica a conversar e a seguinte frase surge sempre: «Hoje vou fazer só uma sopinha para o jantar», ao que a outra responde «Vou fazer pudim flan que o meu filho vai lá jantar... e a minha nora também vai com ele, claro, tem de ser.». A velha, lenta mas enxuta, ao chegar à caixa começa a padecer de todo o tipo de dores e problemas na junta da cabeça e articulações, gemendo ao de leve para que a deixem passar à frente.

O descontos
Aquele tipo de pessoa que apenas se movimenta na zona das promoções. Para poupar, acaba por levar trinta produtos que não estavam na lista só porque estavam a 50% de desconto e podem dar jeito. Escolhe sempre os vinhos pelo preço antes da promoção e, quando chega à caixa, saca de uma caderneta de cupões e arranja sempre merda porque diz haver um artigo que ele afirma ter visto cinco cêntimos mais barato na prateleira. Obriga a patinadora a ir lá verificar, fazendo com que toda a gente, na fila, bufe e olhe uns para os outros em sinal de desaprovação. A patinadora chega e, afinal, o preço estava certo e ele errado. Como quem não quer engolir o orgulho diz «Se calhar o produto estava no sítio errado, mas pronto, sendo assim já não quero que está muito caro». Diz que não quer sacos e enfia tudo para dentro de uma bolsa marsupial, apressado, porque ainda tem de ir a mais três supermercados comprar outros produtos que viu estarem em promoção no catálogo.

O não-preciso-de-cesto
Um homem que vai com ideia de comprar apenas dois ou três artigos. Não leva cesto e começa por colocar um pacote de esparguete debaixo do braço; um garrafão de água na outra mão e apercebe-se de que é melhor levar dois pacotes de leite. A eles junta-se meia dúzia de ovos, seis iogurtes, pão, caixa de cereais, uma grade de cervejas e dois pacotes de pastilhas. Podia ter ido buscar um cesto, a qualquer momento, mas, agora, já é tarde. Deixa cair um artigo, baixa-se para o apanhar e caem outros três, recolhe-os e tenta equilibrar tudo no que mais parece ser um casting para o Cirque du Soleil. Este é o mesmo tipo de pessoa que, quando faz compras para o mês inteiro, tem como missão fazer apenas uma viagem do carro até casa. Não interessa se é no terceiro andar, sem elevador, o que interessa é que cabem dez sacos em cada mão, com os dedos quase decepados pelo plástico que os pressiona devido ao peso. Quando consegue, regozija-se na sua própria vitória, mas pensa «Será que não tinha ficado menos cansado se fosse lá duas vezes?».

O fim do mundo
De vez em quando, vemos passar alguém que nos faz pensar se o mundo estará para acabar e ninguém nos avisou. Dois carrinhos cheios, um apenas com latas de atum e o outro com batatas fritas e fruta enlatada. Ou aquele senhor está a construir um bunker para sobreviver ao Apocalipse ou vai fazer o maior paté de atum para figurar no Guinness. Avança com os seus carrinhos e vai ao encontro de outro que também é seu: cheio de garrafas de refrigerante de dois litros e pacotes de gomas. É aqui que percebemos que, afinal, ele está a preparar-se para algo pior do que o fim do mundo: um aniversário de crianças.

O "a minha mulher está doente"
Um gajo meio zombie que se arrasta pelos corredores em busca de produtos que não faz ideia onde estão porque é a primeira vez que vai às compras. Tira senha na zona do talho, espera meia hora e, quando chega à sua vez, pergunta ao senhor se tem tampões. Deve ter sido enganado ao ver tanto sangue. Vêmo-lo passar dez vezes por cada corredor, numa espécie de prova de orientação dos escuteiros cegos, sempre com uma lista na mão e o telemóvel na outra que utiliza para ir ligando à mulher a perguntar «Como é que eu sei se o arroz é integral ou não?», «Detergente para a roupa também dá para a loiça ou são diferentes?» e «Onde é que eu peso a fruta?». Demora duas horas para comprar meia dúzia de produtos e fica a valorizar um bocadinho mais a mulher.

E é isto. Devo confessar que já fui, algumas vezes, o larica, estudante, macho inseguro e o não-preciso-de-cesto. Um dia, se tudo correr bem, serei a velha. O velho, vá.
Ler mais...

27 de março de 2018

Dicas: apimentar a relação e esquecer amores passados



Uma semana de folga do Doutor G e vocês já estavam a desesperar, não é verdade? Claro que é. Vamos a mais um "Doutor G explica como se faz".


Olá Dr G, a minha pergunta é simples: Quanto tempo demoramos a ultrapassar um caso mal resolvido? Como o fazemos? Mesmo estando com outras pessoas, se a pessoa não nos sai da cabeça ao fim de muitos anos, como resolver uma situação assim?
Anónima, 22, lisboa

Doutor G: Cara Anónima, a pergunta é simples, mas de resposta complexa. Apesar da utilização de fluxogramas para resolver problemas amorosos e sexuais, a matemática aqui tem pouco poder para inferir as temáticas do coração. Um caso mal resolvido ultrapassa-se quando fica resolvido. Grande ajuda, não foi? Vamos, por hipótese, assumir que foi um namoro longo que acabou, por algum motivo, e que levou a que ficasse no ar sempre a sensação do "e se?" e em que nenhuma das partes foi infiel ou uma besta. Algumas sugestões para ultrapassar a situação:

  • Irem para a cama e ver se depois do orgasmo ainda sentem a mesma necessidade;
  • Contratar um assassino para matar a outra pessoa;
  • Esperar que ele engorde e fique careca.
Se por acaso a outra pessoa disse, tacitamente, que nunca mais estaria interessada, foi infiel ou uma merda de pessoa, então o caso só não está resolvido porque tens falta de amor próprio.


Caríssimo Dr. G, acontece que havia me separado ano passado, porque ele foi infiel, e voltamos a nos ver há poucas semanas. Contudo, paralelamente, comecei a ter aulas com um homem que mexe muito comigo (ele deve ser, no máximo 7 anos mais velho do que eu, talvez menos), é surreal. Ando a ter sonhos eróticos recorrentes e isso não me é costumeiro. Fato é que eu não quero ser mau caráter, mas também não sei lidar com o desejo incontrolável que tenho pelo professor. Amo muito o rapaz com quem tenho a minha história, apesar das dores de um término e dificuldades de um recomeço, mas o outro faz florescer um instinto feral. Aliás, não sei como agir com ambos. O que sugere, Dr. G? 
Anônima, 2X anos, Brasil

Doutor G: Cara Anônima, tudo jóia? Então, né, se seu boyzinho foi infiel no passado e você quer reatar com ele, limpa antes o palato com o professor. Dá uma valente esfrega nele, para soltar o demónio do seu corpo e depois, já com a buceta satisfeita, se ainda rolar vontade de voltar para o ex, vai nessa. Você não é mau carácter se ainda não é oficialmente namorada do outro garoto. Se ainda está livre, é botar para quebrar sentando na cara desse professorzinho e pedir para ele dizer a tabuada. Depois, você vê o que quer fazer da sua vida, se quer ficar com o professor ou voltar para o cafajeste. Melhor isso que voltar para o outro sem dar surra de bumba no professor e depois ficar tendo sonhos eróticos com ele, ao lado do seu namorado. Como dizia o grande poeta brasileiro, MC Kevinho: «É muito explosiva, não mexe com ela não / É muito explosiva, não brinca com ela não.»


Caro Doutor G, tive, até hoje, 3 namoradas. A primeira era excelente! Inteligente, bons gostos e bons valores, escrevia sem erros, sabia usar o "há", e estava perfeita. Infelizmente, começou a engordar à bruta, e eu, como jovem parvo de 24 anos armado em rebelde, mandei-a passear. A segunda, era toda gira e bem feitinha, mas pouco inteligente, ouvia Kizomba e via a TVI. Quando chorou a morte do Angélico, decidi que bastava. A última, inteligente e toda jeitosa, tinha tanta insegurança que me moía a cabeça só por eu ir tomar café com um amigo. Agora sozinho, olho à minha volta, e: ou ouvem Kizomba, ou colocam fotos com "bico de pato" no facebook, ou frases foleiras pré feitas, indirectas, ou são apenas estúpidas. Se têm 2 dedos de testa, ou são camafeus, ou têm a idade da minha mãe. O que fazer?
P. 33, Aveiro

Doutor G: Caro P, se apenas atrais raparigas giras e burras ou feias e inteligentes, é porque tu és giro e burro ou feio e inteligente. Há muita mulheres bonitas e interessantes por aí, se não as encontras, ou andas a procurar no sítio errado ou elas escondem-se de ti.


Olá Dr.G. Tenho uma relação á 2 anos com o meu namorado e gostamos muito um do outro e ele demonstra isso, mas no que toca a truca-truca, deixa muito a desejar! Sempre fui uma mulher que gostava de me aventurar no vale dos lençóis, até mesmo com mulheres, onde numa noite estive com duas mulheres. Á um ano para trás fiquei doente e tenho de tomar muito comprimidos, e em consequente engordei uns quilos, mas apesar de tudo, tento sentir-me bem comigo mesma, mas o meu namorado, já não olha para mim e quase já nem me toca. O truca truca num ano foi diminuído drasticamente, dantes fazíamos praticamente todos os dias,onde quer que fosse e agora já não fazemos á 2 meses, e não é por falta de iniciativa minha! Tento não pensar que a culpa é minha, mas tenho de admitir que tenho saudades de voltar á aventurar-me, ideal era aventurar-me com ele. Já falei com ele a explicar como me sentia, mas ele disse que são coisas da minha cabeça. Sempre me considerei uma rapariga forte e confiante, mas o moço está-me a dar a volta á cabeça! O problema será meu por querer muita aventura? Ou dele por já nao gostar do mesmo corpo ou até de mim?  Ou isto é tudo cenas da minha cabeça?
Tatiana, 23, Leiria

Doutor G: Cara Tatiana, esse verbo haver está em pior forma do que o teu corpo. Ora bem, acho que não deves logo partir do princípio que ele perdeu o interesse em ti por estares mais gorda, pode dar-se o caso de ser só porque tem outra. Mais animada? Ora bem, o desejo é algo que não se controla e embora pareça fútil perder o interesse por alguém, apenas porque o seu corpo já não é o que era, isso pode acontecer sem culpa de nenhuma das partes. Se estivesses mais gorda por desleixo, dir-te-ia já que a culpa era tua porque ninguém compra um Ferrari para se transformar num AX. Sendo assim, e sendo o aumento de peso incontrolável da tua parte, o teu namorado deveria compreender melhor, mas mesmo que compreenda, o desejo não dá para ligar e desligar por vontade própria. O problema nunca é teu por quereres muita aventura, que isso fique bem registado. Ficam algumas dicas para ver se o desejo dele volta:

  • Apagar a luz;
  • Verem filmes marotos fetichistas com mulheres com obesidade mórbida para que depois ele olhe para ti e lhe pareças magra;
  • Começar a dar-lhe comida feita apenas com banha de porco para ele também engordar e ficarem em pé de igualdade;
  • Pagares a um gajo jeitoso para andar atrás de ti para o teu namorado perceber que se calhar está com os padrões muito altos.
Se nada disto resultar e o desejo dele por ti não voltar a acender, só tens de partir para outro que te aceite e goste de ti como és. Entretanto, é comer menos e fazer exercício.


Boa noite, uma questão muito rápida é muito simples. Eu e a minha namorada fomos ao Eros Porto e vimos por lá uma coisas engraçadas e decidimos que queríamos exprimentar juntar uma terceira lutadora as nossas guerras dos lençóis. A questão é, existe alguma maneira simples de arranjar essa terceira pessoa? Onde é que se procura? Ajuda um bro aqui com alguma urgência não vá ela mudar de ideias!!!
Samuel, 24, Aveiro

Doutor G: Caro Samuel, fala com a Tatiana, por exemplo. Eu sei lá onde é que se encontram ingredientes extra para o funaná pelado. Sei que na Telepizza podes pedir extra-queijo, agora extra-gajas não sei onde há. Deixo, no entanto, algumas sugestões:

  • Vão para um ginásio e comecem a fazer sexo no balneário feminino, pois pelo que vejo em alguns filmes, as mulheres que vos apanharem não vão chamar os seguranças e vão juntar-se a vocês. Se chamarem os seguranças, eles também se juntam, na verdade.
  • Sair à noite com t-shirts a condizer com a frase "Falta um ingrediente na nossa relação", na frente, e nas costas "E esse ingrediente é outro pipi". 
  • Metam foto de casal no Tinder e escrevam na descrição: adeptos de Golf em busca de mais três buracos. Taco já temos.
Dica: pode ser tudo uma armadilha e a tua namorada estar apenas a testar-te.


Um bem-haja e boa Páscoa, Dia da Ressurreição de Cristo, que, ironicamente, este ano calha a 1 de Abril, Dia das Mentiras. Está giro. Até para a semana e continuem a enviar as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Façam amor à bruta porque de guerras o mundo já está cheio.

Ler mais...

21 de março de 2018

Ter filhos, Putin, Sexo com bonecas, Rinocerontes



No episódio desta semana falamos sobre as vantagens e desvantagens de ter filhos, sobre Putin e as eleições russas, rinocerontes extintos, carros que matam pessoas, sexo com bonecas e muito, muito mais.  É ouvir e, se gostarem, subscrevam e partilhem.



Podem ouvir e subscrever o podcast nas seguintes plataformas:
Subscrevam na plataforma que mais gostarem para serem notificados sempre que houver um novo episódio.
Ler mais...

16 de março de 2018

Moda Lisboa 2018 - Gente com mau gosto



Já passaram alguns dias, mas nunca é tarde para achincalhar pessoas com roupa ridícula e, por isso, comentar alguns dos "melhores" outfits do Moda Lisboa 2018. Não tem tanta piada como comentar os Globos de Ouro porque aí são celebridades e quem gosta de aparecer não se pode queixar, mas como quem vai ao Moda Lisboa vestido de pintassilgo também deve gostar de aparecer, vou dar-lhes a honra de figurarem neste bonito artigo em que, mais uma vez, solto o Cláudio Ramos que há dentro de mim e me armo em blogger de moda, mas em bom.

As fotografias são cortesia da fotógrafa Inês Costa Monteiro, da revista de lifestyle NiT, e podem seguir o trabalho dela no Instagram e no Behance.

Infelizmente, não tenho foto do outfit completo, mas ainda assim chega para perceber que tem daquelas argolas para a sua caturra de estimação andar sempre com ela. Aposto que a caturra tem cores menos berrantes do que o casaco que parece feito de esponja dos enchumaços dos ombros. Sei que esta senhora não vai levar a mal a minha crítica porque tem um coração pintado no cabelo e, por isso, tem obrigação de só demonstrar amor para com todos.

Vais sair à noite, chegas a casa toda bêbeda e tiras o vestido e metes o pijama por cima. Acordas com uma ressaca tremenda, atrasada para o evento, metes uns óculos para disfarçar as olheiras e só tens tempo de vestir por cima o casaco do teu irmão que tem 10 anos. 

Percebo que se vista assim se o objectivo for afastar parceiros com epilepsia e, assim, seleccionar os melhores genes para a sua descendência. Também percebo se estivermos na presença de uma bonita homenagem ao palhaço Batatinha. Se não for nenhum desses casos, lamento. As pessoas têm de perceber que este tipo de casacos só o Goucha é que os consegue usar com dignidade.

Maria José Valério, versão rastafari. Resta saber se aquele verde é pintado ou se é uma bonita homenagem à mãe natureza e não lavou as rastas, deixando que delas brotasse um bonito musgo. Agora, é deixar assim até ao Natal e aproveitar para fazer o presépio.


Deve ser arte, ou assim, não sei. Para quebrar barreiras e mentalidades, possivelmente. Ou, talvez, sejam só três gajos sem noção do ridículo. Nunca saberemos. O senhor do meio tem a palavra blowjob escrita na saia (?) o que me leva a crer que as posições escolhidas para a foto não foram ao acaso.


Esta senhora vai para a Antárctida, da cintura para cima, e para o Equador, da cintura para baixo. Seria um bom momento para recordar um taxista me disse uma vez: «Sabe porque é que as gajas andam de saia e não têm frio? Porque a patareca está sempre quente.». Os taxistas a ensinarem-nos com a sua bonita classe. Ele não usou o termo patareca, obviamente, foi muito mais gráfico e ordinário, mas eu sou um gentleman.


Pronto, pronto. Chegámos aos malucos. A escolha de usar o cabelo para a frente foi inteligente que assim ninguém vê a cara por trás deste outfit ridículo. Uma fusão de mitra da Margem Sul, com o típico fato de treino com meia branca, mas com o twist de usar o roupão da avó. 


Pela pose, ou está para marcar um livre à Cristiano Ronaldo ou tem as calças tão apertadas que se juntar as pernas explode-lhe a sacola dos girinos. Tem as pernas mais finas do que os meus braços e o rosa deve ser para se assemelhar ainda mais a um flamingo. Deve morar sozinho e por isso não tem meias lavadas. Pelo cabelo descolorado, deve ser YouTuber ou bué cool e fashion. Tem um iPhone, claro que tem um iPhone.


O mundo está do avesso: os homens usam calças justas e as mulheres usam destas: largas e subidas a fazer lembrar uma mãe dos anos 80. A bolsa à cintura é mais um toque nostálgico, mas nem nos anos 90 era giro usar bolsa à cintura, não é agora que vai ser. Realço a máquina fotográfica analógica e aposto o meu testículo direito que não tem rolo e é só para o estilo.


Vou partir do princípio que este senhor é daltónico. O preto dá bem com tudo, mas calma lá. Aquele colete com aquela camisola? Tenham juízo. E o cabelo vermelho? Toda a gente sabe que o vermelho e o laranja não se conjugam. Gosto do olhar tímido com as mãos nos bolsos para contrastar com a escolha arrojada das cores, mas que resultou num ar de quem tem cadáveres no sótão.


Look pescador formal. Gabo a pose de quem tem confiança nas suas escolhas. Se repararem bem, conseguem ver que ele tem uma trela ao pescoço e um alfinete de dama na orelha esquerda. Se repararem ainda melhor, percebem que está vestido de forma ridícula só para ser diferente.


Esta fez as bainhas em casa ou inspirou-se nos mitras da Buraca que usam uma meia por cima das calças para realçar aquele andar pausado de quem pisou peças de lego. A boina mostra que é artista e se olharem com muita atenção, percebem que pisou cocó com o pé esquerdo.


Este look faz-me lembrar quando vou a casa da minha mãe buscar roupa para fazer sketches. Agarro num dos óculos dela, penteio o cabelo de forma ridícula e voilá, estou pronto para fazer comédia. Tem aquela calça da moda de quem andou a tentar roubar costeletas de novilho a um leão que remata com um casaco padrão saco-do-lixo e um lencinho ao pescoço, numa bonita homenagem ao Tim dos Xutos e Pontapés, que calculo que foi o que este rapaz levou a vida toda se já ia assim vestido para a escola.

Está feito. Aquando dos Globos de Ouro, fui acusado - por parte de uma ou outra celebridade - de racismo, homofobia e machismo pela minha paródia a alguma das roupas. Sempre celebridades que não foram visadas, por isso vou partir do princípio que foi inveja. As visadas, muitas comentaram com imenso fair-play e não levaram a mal, mostrando que as há inteligentes. Por isso, se alguém tiver reparos desse género, lembrem-se que é a roupa que está em causa e desamparem-me a loja. Um bem haja e, mais uma vez, obrigado à Inês Costa Monteiro por ceder as fotografias e me ajudar sempre com estas palhaçadas.
Ler mais...

14 de março de 2018

Fui a um bar de hipsters e gente estranha



Fui sair à noite numa das novas zonas alternativas de Lisboa, o Intendente, outrora local de toxicodependência a céu aberto e agora zona in, mas ainda com muita droga. Pelas ruas vi pessoas que não percebi se eram artistas ou sobreviventes da epidemia da heroína que assolou aquela zona no passado recente. Uma ou duas cervejas e dei por mim num bar em que parecia estar numa realidade paralela: daqueles típicos bares que são uma casa, onde se sobe umas escadas de madeira como quem vai visitar a avó; composto por várias salas e espaços e, até aqui, nada de estranho. O que me chamou à atenção foi a fauna local. Parecia estar num filme antigo do Woody Allen, mas com menos orçamento para o guarda-roupa. Gente alternativa, hipsters, artistas e outros sinónimos que se usam para apelidar "gente estranha". Ali, o bigode está na moda, mais nos homens, mas também em algumas mulheres. Parecia uma after party da selecção de Portugal dos anos 80! Havia muitas boinas e daqueles barretes que parecem meias na cabeça; havia óculos de massa; havia camisas de flanela e blazers de bombazine. Nas mulheres destacava-se aquele penteado meio rapado ou de franja cortada com a mesma perícia que eu cortava o cabelo às Barbies da minha prima só para a irritar, fazendo com que se assemelhem a um caniche que foi tosquiado pelo Andrea Bocelli. Homens e mulheres, todos com aquele ar de quem passa duas horas em frente ao espelho a esforçar-se para ter aquele look de "estou-me a cagar para as modas porque sou bué único e singular", ficando iguais a todos os outros que pensaram o mesmo e foram a esse bar. 

Todos tinham aquele ar de quem diz "Agora estou aí com um projecto", sabem? 

Aliás, ouvi esta conversa:

- Ganda Mário, o que é que tens feito?
- Estou aí com um projecto, agora.
- Olha, também eu. De quê?
- Ainda não posso falar muito, mas digamos que vai revolucionar o paradigma.

Claro que vai, Mário. Claro que vais fazer uma disrupção no mercado com a tua nova cerveja artesanal que deixas a carbonatar dentro de uma garrafa de litro e meio acondicionada no rabo. Sim, é premium e exclusiva porque só lá cabem duas de cada vez. O Mário tinha um copo de vinho numa mão e uma cigarrilha na outra, claro. O outro amigo, que também tinha um projecto, provavelmente uma plantação de rúcula biológica, estava a enrolar um cigarro, tinha óculos redondos e vestia-se como se tivesse acabado de ir a um concerto do Zeca Afonso.

Ao ver toda esta gente, eu e os meus amigos criámos o jogo: Poeta, músico ou sem-abrigo? É mais complicado do que parece, garanto-vos. Casaco roto, boina e bigode? É poeta. Bigode, cabelo grande e uma camisa apertada até ao último botão? Teclista numa banda que faz música experimental. Roupa velha, meio encardida, dois números acima ou abaixo do tamanho ideal, com cabelo despenteado e a cheirar mal? Pode ser sem-abrigo ou qualquer um dos outros, nem contemplando os que deviam ser actores que estão em cena num teatro qualquer vazio com a sua peça surrealista. Havia um que tinha a roupa toda suja de tinta e que tanto podia ser sem-abrigo ou pintor, fosse de casas ou de telas artísticas numa garagem algures em Marvila. No meio de toda a aquela gente, os alternativos éramos nós. Nós e uma rapariga com ar de seca, com um vestido preto e justo, casaco cor-de-rosa e maquilhada, irrepreensivelmente, que ia olhando para o telemóvel como quem começava a perceber que tinha sido enganada e que, afinal, já não iam ao Urban.

Não interpretem a minha descrição como pejorativa, o bar era giro e gostei do ambiente até porque que os hipsters têm uma vantagem: quando bebem não ficam agressivos. Ficam a contemplar o universo e o sentido da vida, a ter conversa intelectuais ou no seu canto sossegados. Vi um gajo tão bêbedo, encostado a uma parede, com o copo na mão, baixando e levantando a cabeça em loop.

Fazia lembrar aquelas personagens de alguns jogos de computador com as quais temos de falar para desbloquear alguma coisa ou para entrar numa side quest.

Era daqueles tão hipster que nem se considera hipster porque os hipsters já são demasiado mainstream. Tenho pena de não ter uma foto para vos ilustrar, embora se uma imagem valesse mais de mil palavras, ninguém fazia legendas para os filmes, mas receio que a minha capacidade descritiva não faça justiça à realidade. Pensem em alguém acabado de sair de uma aula de palhaço no Chapitô a ser convidado para sair à noite e dizer «Vamos, mas tenho de ir a casa trocar de roupa.» e dizerem-lhe «Não é preciso, vamos ali a um bar no Intendente.». Imaginem o Stevie Wonder a entrar na Primark, tendo apenas dois minutos para escolher umas calças, camisola e casaco. Era muito isto. Vi um rapaz com um penacho na cabeça, tipo palmeira bonsai, com uma fita vermelha na testa e com as calças rasgadas de quem acabou de tentar roubar uma costeleta de novilho a um leão. A meio de uma conversa, diz:

- Acho que o abstraccionismo de Kandinsky é sobrevalorizado.

Ya, claro que é, Roberto que aluga um quarto na Mouraria e que passa as tardes a trabalhar/beber cervejas no hub criativo. Claro que o Kandinsky é sobrevalorizado. Aposto que os rabiscos que fazes numa folha de papel enquanto estás ao telefone a pedir uma pizza vegan são muito mais artísticos.

Outra característica deste bar é que os tempos de espera para pedir uma bebida ainda eram maiores do que o normal. Os artistas frequentadores deste estabelecimento nunca pedem uma cerveja directamente, pois, armados em connoisseurs, têm sempre de perguntar primeiro "Quais é que tem?"; "E vinho? Ao copo? Tem a carta?". Depois, perguntam por cocktails que ouviram uma vez alguém pedir num filme do Ingmar Bergman e, no fim, acabam por beber uma Super Bock ou Sagres, em copo de plástico, como o comum dos mortais. Estava tão absorvido por aquele mundo novo que nem me lembro da música que passava, sinceramente. Talvez fosse apenas silêncio e estática, segunda faixa do primeiro álbum de uma banda dinamarquesa que nunca ninguém ouviu falar e que é uma experiência auditiva com raízes no surrealismo abstracto. É possível que fosse algo desse género porque neste tipo de ambientes, tudo é arte e uma experiência. Até te podes masturbar num canto, a olhar fixamente as mulheres, que tens sempre a desculpa de que não é assédio nem atentado ao pudor, mas sim uma interpretação viva da instalação artística do russo Punhetovsky.
Ler mais...

13 de março de 2018

Sozinha ou mal acompanhada?



O dia está a correr-vos bem? Não me interessa, escusam de responder. Vamos a mais um "Doutor G explica como se faz".


Boa noite Dr. G, tenho 29 anos, e um jeito terrível para os homens. Como rapariga tímida e tardiamente desvirginada, comecei a usar o Tinder. Aconteceu, sempre que me encontrei com alguém, uma de duas coisas: ou o rapaz se revelava um autêntico bronco e eu dava um fora, ou eu me deixava encantar e acabava magoada. Não percebo que raio de cérebro é o meu que se apaixona com tanta facilidade e sinto que isto me está a impedir de estar com alguém de forma descontraída. Será o relógio biológico?? Serei uma mulher desesperada?? Eu, que até me considero bastante autónoma, com uma carreira sólida, e que nunca estive numa relação propriamente dita, acho isto deveras assustador.
Anónima, 29, Coimbra

Doutor G: Cara Anónima, cada caso é um caso e cada um é como cada qual. Aquele frase que não diz nada, mas que as pessoas usam só para parecer que são sensatas e tolerantes. Dizem alguns estudos que li na Internet que o cérebro das mulheres está programado de forma diferente e que os químicos que libertam aquando do orgasmo enganam o cérebro a pensar que está apaixonado. Isto deve-se à selecção natural e servia para que, sendo o sexo apenas para procriação, a mulher sentisse uma ligação ao parceiro para que não rejeitasse as crias, por exemplo. Ou seja: quando a trancada é boa, melhor do que as transactas, a mulher tende a apaixonar-se mais facilmente do que o homem, sendo que o homem mais facilmente diz que está apaixonado para ter funaná pelado outra vez. Se queres ter uma relação casual e descontraída o segredo é evitar certas situações:

  • Dormir em casa do sujeito ou deixar o sujeito dormir em tua casa, isto depois do esconde a morcela;
  • Não enviar mensagens de boa noite nem de bom dia;
  • Não usar emojies com corações;
  • Evitar jantares e cinemas;
  • Não conversar muito por mensagem e deixar a conversa para os encontros reais e apenas cinco minutos antes do sexo;
  • Usar a posição da canzana ou reversed cowgirl para evitar o contacto visual durante o encaixe de chicha.
É isto. Relaxa que tens 29 anos, ainda tens muitos anos pela frente para ficar uma senhora de meia-idade que vive com dez gatos. E, mesmo que assim seja, antes só que mal acompanhada. Quer dizer, se é para ficar bem acompanhada troca os gatos por cães. Pxii, boca para o barulho!


Caro Doutor G, sou uma rapariga jovem e nunca pratiquei o amor nem nunca estive com um homem. Pois só me aparecem gay's à frente. E também não tenho nenhum amigo jeitoso com quem me possa envolver profundamente. Devo converter-me já ou ainda há esperança. Como é que resolvo este problema? As minhas amigas dizem que não sou super feia, tenho os dentes todos e prestes a ficarem alinhados e não tenho qualquer tipo de atraso mental.
Jéssica, 22, Lisboa

Doutor G: Cara Jéssica, não me parece que o problema seja só te aparecerem gays à frente, parece-me que o problema pode passar pelo facto das tuas amigas dizerem que "não és super feia". Repara que são as tuas amigas a dizê-lo e eu bem vejo no Facebook e Instagram as amigas a comentarem as publicações umas das outras com um "És linda!" e "Maravilhosa como sempre" em fotos de camafeus. Por isso, não confies muito no que elas te dizem. Teres os dentes todos é um bónus, mas estarem prestar a estar alinhados não funciona bem a teu favor, ainda. Como se pode ver no Shark Tank, os investidores só pagam pelo que a empresa vale actualmente e não pelo que ela vai valer daí a cinco anos. Sim, o potencial é importante, mas nunca se sabe quanto tempo vai demorar e qual o resultado final. No entanto, um dente ou outro fora do sítio dá carisma e piada a muito boa gente. Não teres um atraso mental não joga a teu favor, já que a maioria dos homens gosta de mulheres burras porque são inseguros e, na sua maioria, burros, também. Dito isto, há sempre esperança. Os feios também são felizes, mas é preciso ter noção da liga onde se joga. Sim, podes sempre tentar ir à Champions, mas no fim da época não há mal em reconhecer que não ter descido de divisão já foi uma sorte.


Olá doutor, passa-se o seguinte: há pouco mais de um ano apaixonei-me loucamente por uma rapariga. Duas semanas passadas e ela meteu conversa comigo por causa de outro assunto. Falámos muito durante vários dias seguidos e, quando eu disse que gostava muito dela, ela respondeu que já tinha um namorado há dois anos e que queria ficar com ele para sempre. Hoje em dia continuo a falar regularmente com ela, sendo que somos muito amigos, talvez na esperança que algo corra mal naquele namoro e que a chicha sobre aqui para o menino. Devo continuar a alimentar esta falsa esperança de namoro ou afastar-me?
J, 18, Alentejo

Doutor G: Caro J, se são muito amigos porque estás na esperança de molhar o bico, então é porque não são assim tão amigos, pelo menos tu dela. Ora bem, a resposta é simples: se ela te disse directamente que tinha namorado e queria ficar com ele para sempre, é porque nunca vai querer nada contigo a não ser que o namorado acabe com ela e ela precise de um saco de pancada genital para expulsar o capeta de dentro dela. No entanto, será sempre passageiro e vais ser o chamado "rebound sex". Tu é que sabes, a minha cadela também fica com o focinho apoiado nas minhas pernas enquanto eu janto, a fazer olhinhos de cadela abandonada, na esperança que eu lhe dê uma migalha. Às vezes tem sorte, outras nem por isso. No entanto, quando lhe dou alguma coisa, é sempre só um bocado e não tudo como ela queria. No fim, acaba sempre a comer a ração seca. Agora, tu é que vês se queres esperar pela migalha ou se vales mais do que isso e não queres ser como a minha cadela que não tem amor-próprio nem se valoriza. Já agora, a minha cadela tem a melhor conta de Instagram do mundo que podem seguir aqui @diariodeumabitch.


Até aos 18 anos nunca tive uma relação amorosa, até que 3 rapazes aparecem na minha vida no espaço de ano e meio. 
1º) Apaixonei-me por um amigo que não via há 4 anos porque tinha emigrado,  ele regressa e deixa-me plantada variadas vezes, diz-me que se encontrou com uma ex e que se envolveram e descobri ainda que já tinha levado um tiro na cabeça.
2º) Com este a perder pontos, comecei a desenvolver sentimentos por outro amigo que ora me dava para trás ora se metia comigo, até que um dia também me deixou plantada com a desculpa de que teve de ir cortar lenha para o meio do pinhal sem telemóvel.
3º) Outro rapaz mete conversa comigo, vai-se a ver, este tinha ideia de fugir de casa e quando perguntei "E comida?" ele responde "Eu tenho tudo planeado. Levo uma mochila com bolicaos." 
Agora, o 1º aparece agora a insistir com pedidos de amizade, o 2º levou 2 anos a parar de enviar mensagens de mês a mês, e o 3º não durou mais de 1 mês. Com gente tão complicada nunca cheguei a envolver-me com nenhum, nada de beijos, só mesmo dores de cabeça. Será possível que os rapazes de hoje são as verdadeiras princesas?
Rita, 21, Coimbra

Doutor G: Cara Rita, esses rapazes não são princesas, vamos por partes:

  1. Este não é princesa e simplesmente cagou para ti porque queria era a ex. Acontece. Já tinha levado um tiro na cabeça? Bem, gostas deles a babar-se, está visto;
  2. Este é exactamente o caso do primeiro, mas não foi honesto contigo. Tinha outra em vista, ia dando para trás ou metendo-se contigo consoante o progresso com a outra. Ir cortar lenha para o meio do pinhal sem telemóvel é uma metáfora para "rachar a outra ao meio e não quis saber mais de ti".
  3. Este faz-me crer que andas a tentar engatar gajos à porta do infantário.
Pronto, é isto. Sorte a tua que não te envolveste com nenhum porque nenhum deles gostava de ti a sério. Se queres só sexo e não tens autoestima, aproveita o primeiro que a ex já lhe deve ter dado com os pés outra vez e deve estar disponível. Se queres sexo, mas não queres quem já te deixou plantada, espera que mais virão. Tem é sempre cuidado que se algum te parecer que é avantajado, pode ser só um bolicao no bolso.


Caro dr. G, desde há algum tempo que me dedico ao estudo da luta greco-romana, que isto de ser uma javarda do sexo feminino tem muito que se lhe diga e eu já me considero licenciada. No entanto há uns 4 meses comecei a estar com um rapaz com quem tenho uma grande relação intelectual, mas que em nada se comparava com o êxtase do nosso truca truca. Era a todo o dia, a toda a hora e de todas as formas possíveis. Infelizmente vi-me obrigada a acabar a tal relação devido a fatores externos, e passámos algum tempo separados, indo apenas beber um café de vez em quando para manter a conversa em dia. Mas como a vida não é feita de cafés e uma rapariga tem certas necessidades, voltámos a envolver-nos. A verdade é que a nossa relação intelectual e emocional não poderia ser melhor, no entanto no que toca à luta debaixo dos lençóis (onde nunca antes houve qualquer problema), as coisas pura e simplesmente deixaram de funcionar. Ele quer e tem ainda mais vontade que eu, mas na hora H o elevador não sobe. Já tentei TUDO, e sei que pode ser apenas por causa de stress, mas isto já dura há uma semana e, por muito que ele me deixe mais que satisfeita de outras maneiras, sinto saudades de levar com o mastro levantado. Há alguma coisa que eu possa fazer?
Anónima, 25, Porto

Doutor G: Cara Anónima, portanto, quando dizes que tiveram de acabar devido a factores externos, estás a querer dizer que ele arranjou namorada, certo? Assumindo isso, depois envolveram-se e ele ainda tem namorada, certo? Entretanto, o sistema hidráulico dele deixou de funcionar, certo? Juntando um mais um, chegamos à conclusão de que o peso que ele tem na consciência lhe é transferido para a glande, o que leva o zé pingão a não ter musculatura suficiente para erguer a sua magistral coroa. Ou isso ou tu estás mais gorda.  #bojardadodia.


O Doutor G não vive sem a vossa dor e angústia, por isso, até para a semana e continuem a enviar as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Façam amor à bruta porque de guerras o mundo já está cheio.

Ler mais...

8 de março de 2018

Falta de Chá na SIC Radical



Parece que isto vai acontecer. Quando? Amanhã, sexta-feira, dia 9 de Março, às 16:15h na SIC Radical. A primeira temporada do Falta de Chá vai ser transmitida, um episódio por semana, com repetições com fartura para toda a gente ver.


A televisão pode não ter o poder de outrora, mas continua a ser o grande selo de qualidade e a melhor forma de colocar alguma coisa no mapa. Ser "apenas" um projecto da net ainda é visto de lado por muitas marcas e pessoas do meio. Por isso, o objectivo desta reposição é a satisfação pessoal de ter essa aprovação de um canal com grande passado na comédia portuguesa e, também, levar a série a mais pessoas e a outros públicos. Por isso, obrigado a todos vós que apoiaram a série desde o início, já em 2016, e que lhe deram visibilidade para agora tentar outros voos.

Apesar de eu e o Ricardo Cardoso sermos génios, mais eu, obviamente, esta série nunca teria acontecido sem o apoio e participação de muitas outras pessoas. Por isso, quero deixar aqui muitos agradecimentos a toda a gente que participou, directa ou indirectamente, nesta aventura:

Desde logo, à produtora Até que Enfim, por ter apostado neste projecto meio maluco e por estar nele tal como nós: sem ganhar nada em troca. Foi uma equipa perfeita que aqui se juntou e que apenas tinha como objectivo criar algo diferente e com qualidade. Investiram do tempo deles, a custo zero, pela mesma razão que eu e o Ricardo o fizemos: criar coisas giras. Por isso, agradecimento a todos eles: Pedro Ramos, João Vicente, João Solano, Diogo Pires, Rui Carvalho, Paulo Bagulho, Francisco Rodrigues, Orlando Borges, André Pereira, André Gouveia.

Quero agradecer a todos os espaços onde nos deixaram gravar, enriquecendo os cenários da série e, também, sem pedirem nada em troca:
Ao Afonso Cruz por ter feito o bonito logótipo do Falta de Chá.

Às pessoas que perderam tempo de vida a ser figurantes só para nos ajudar a que os sketches ficassem mais compostos: Marco Talento, Nuno Ferreira, Pedro Castanheira, Pedro C., Rúben Rosa, Tiago Cardoso, Afonso Baptista, André Costa, António Santos, Belmira Duarte, Bruna Gonçalves, Francisco Nunes, Hugo Amorim, Iola Martins, José Duarte, Luís Alves, Rita Grosso, Rui Duarte, Rui Geadas, Xana Morgado, Diana Santos, João Pereira, Rita Capelo, Rui Gouveia, Sofia Pitta, Sophie Le Roy, Lara Mesquita, Henry Ferreira, Joana Maria Sousa, Paulo Sousa, Tiago Dias, Milene Santos.

Aos convidados especiais:
  • André Nunes, um actor a sério e que aceitou entrar num bonito sketch. Na segunda temporada vai entrar em mais, só para aprender a não dizer que sim às pessoas.
  • Ana Luísa Costa, por dar vida a várias personagens, também ela uma actriz a sério, e fazer essas personagens ficaram com muito mais piada do que se fossemos nós com uma peruca a fazer.
  • Maria João Rosa, jornalista da TVI, por ter aceitado ser a nossa pivot a abrir e a fechar a série e dar assim alguma credibilidade a toda esta palhaçada.
À Mascarilha por nos emprestar uma catrefada de material para que as nossas personagens ganhem vida.

Ao Tá Bonito e ao Ainanas por irem partilhando os episódios e ajudando a chegar a mais gente.

Agradecer também à equipa da Meio Termo por ter convencido o Pedro Boucherie Mendes que esta era uma boa aposta e agradecer, também, ao Pedro por se ter deixado convencer disso e apostado, uma vez mais, em humor nacional quando os outros canais estão quase todos vedados a isso.

E, por fim, um agradecimento às duas pessoas que tornaram isto tudo possível: os meus pais, que me fizeram. E os pais do Ricardo Cardoso, vá.

Enquanto vêem ou revêem a primeira temporada, vamos terminar de gravar a segunda que, esperamos, seja ainda melhor do que esta. Vai estrear este ano, possivelmente em Setembro e conta com ainda mais sketches, mais convidados (posso adiantar desde já Bruno Salgueiro, António Raminhos, Jel, entre outros), mais palermice e com o mesmo empenho de criar algo diferente e que vos divirta. Obrigado a todos.

PS: Se me estiver a esquecer de alguém nos agradecimentos, peço desde já desculpa, mas a minha memória já não é o que era.
Ler mais...

7 de março de 2018

Óscares, Celebridades Inúteis, Maus chefes, Crianças Irritantes



No episódio desta semana do melhor podcast feito por duas pessoas com barba, falámos os Óscares, celebridades inúteis, maus chefes e experiências pessoais com eles, big macs, crianças irritantes e muito mais.  É ouvir e, se gostarem, subscrevam e partilhem.



Podem ouvir e subscrever o podcast nas seguintes plataformas:
Subscrevam na plataforma que mais gostarem para serem notificados sempre que houver um novo episódio.
Ler mais...