23 de janeiro de 2017

10 coisas que não deves fazer no Tinder



Hoje, trago-vos uma edição diferente do consultório do Doutor G. Para além de responder a dúvidas, o Doutor G é uma espécie de consultor sexual que optimiza processos e dá dicas sobre variados assuntos. Com o aumento da população de xoninhas, produto de uma sociedade demasiado protectora e em que as relações são cada vez menos reais, o dating online começa a ter uma adesão nunca antes vista. Se, antigamente, era considerado o último reduto de gente estranha que só arranja alguém se tiver um perfil aldrabado, agora é cada vez mais utilizado por todo o tipo de pessoa. No entanto, a falta de noção do mundo real transpõe-se para o mundo virtual, e há muita gente que não sabe utilizar este tipo de plataforma. Aqui, o Doutor G vai ensinar-vos a não cometerem erros de principiante, que vos fazem parecer labregos digitais.

Fotos com mais de uma pessoa
Estás numa aplicação de engate e tens uma foto com amigos ou amigas? Estás à espera de que a pessoa que veja o teu perfil tenha capacidades divinatórias? Toma juízo! Primeiro: sempre que há uma fotografia com mais de uma pessoa, a dona ou o dono do perfil é a pessoa mais feia do grupo. Facto. Que mensagem é que estas pessoas estão a tentar passar com este tipo de foto? «Olha, tenho amigos!» Como se ter um ou dois amigos fosse um feito apenas ao alcance dos mais iluminados.

Fotos em tronco nu
Alerta labrego! Código vermelho! «Olha eu, tirei uma fotografia casual na praia a mostrar os abdominais e, como tenho uma personalidade de merda, agarro-me à única coisa que me pode tornar atraente perante o sexo oposto!» No fundo, é isto que está por trás de um gajo que mostrar o six-pack na foto de perfil, em busca de amor à primeira vista que faça as raparigas esquecerem quando ele escrever no chat: «Ese fosse-mos almossar?»

Fotos em biquíni
Alerta piriguete! Código vermelho! É a versão tronco nu das mulheres. Sim, o corpo da mulher só é sexual quando ela está excitada e não quando os homens olham para ela, mesmo que nua e a empinar o rabo para a foto. Sim, todos sabemos dessas tretas que as mulheres dizem enquanto publicam fotografias em fio dental no Instagram em busca do like e de seguidores 99% homens rebarbados. Claro que sim, claro que é uma foto sem segundas intenções de despertar o carroceiro que vive dentro de cada homem. As mulheres têm, e devem ter, toda a liberdade para escolher fotografias no perfil do Tinder, mas fiquem sabendo que as regras do jogo são as seguintes: foto de biquíni numa aplicação de dating? É, ou gostava de ser, porquita. Ponto final.

Fotos com óculos escuros à noite
Assumo, automaticamente, que pessoas que utilizam óculos escuros à noite, a não ser que sejam cegas, são palermas. Idiotas que acham que têm estilo. E têm, têm estilo de palerma. A razão de tal flagelo é desconhecida, e pior fica quando tiram a fotografia e decidem utilizá-la como foto de perfil numa aplicação de engate. É para esconder um olho preguiçoso? Estrabismo? Seja como for, a única razão para se utilizar uma fotografia destas é se estivermos a fazer a triagem e só quisermos ter matches com pessoas igualmente bimbas.

Fotos com manga à cava
Apenas aconselhável para quem está a tentar sacar uma gaja de um bairro social, e essas, normalmente, não andam no Tinder, porque estão ocupadas a cuidar dos três filhos que tiveram quando ainda eram adolescentes.

Fotos no ginásio
Alerta labrego ou labrega! Fotografias no ginásio passam a seguinte mensagem: «Sou uma pessoa cujos hobbies se resumem a ir ao ginásio duas vezes por dia.» Sim, ter o corpo saudável é uma vantagem no processo de selecção de um parceiro para procriar, mas ter uma fotografia no ginásio, tirada em frente do espelho depois do treino, é de quem tem um QI de dois dígitos. É o tipo de gente a quem se pergunta qual a sua literatura favorita e que responde: revistas.

Descrição a dizer: «Só estou aqui para fazer amigos»
Queres fazer amigos, inscreve-te nos escuteiros! Mas que palhaçada vem a ser esta? Está uma pessoa numa aplicação de relações e aparece uma pindérica a dizer que só está lá para fazer amigos. A não ser que seja uma amizade com benefícios sexuais, devias ficar com o perfil bloqueado, para aprenderes a não ser esperta, ou, raramente, esperto. Apanhar um match destes é como um pescador lançar a rede para pescar sardinha e só apanhar alforreca. Não se faz. É entropia num mundo que se quer pragmático. Além de que, se precisas de uma aplicação como o Tinder para fazer amigos, é porque deves ser a maior merda de pessoa do mundo.

Enviar dick pics para quebrar o gelo
Não sei como, mas isto é comum. Há homens cujo pensamento é: «Olha, um match com uma rapariga minimamente interessada em mim! Deixa cá cumprimentá-la com uma fotografia do marsúpio!» Mas o que é que esta gente tem na cabeça? As fotografias da pila devem ser sempre enviadas após consentimento; caso contrário, em nada difere um gajo que o faz de um exibicionista que anda na rua de gabardina sem nada por baixo a mostrar as pendurezas a incautas mulheres num beco escuro. Tomem juízo, a vossa pila não é assim tão fotogénica. Dica: de cima para baixo parece sempre maior.

Descrição a dizer: «Tenho namorado»
Sim, está apenas «namorado», porque não há homem que faça isto. Isto é coisa de gaja: ir para uma aplicação de dating e meter um post-it na testa a dizer que tem namorado. O que isto realmente quer dizer é: «Só ando aqui para ter matches que me subam o ego. Não tenho intenção de contratar, mas, por favor, tentem, porque eu sou uma needy bitch.»

Fotos de casal
Só é aceitável para quem anda à procura de um terceiro elemento para apimentar a relação. Tudo o resto é estupidez. Entra na categoria anterior e quer dizer o seguinte:
  • Homens com foto com a namorada: querem parecer sérios, mas são os maiores cabrões. Estão a utilizar a namorada como isco para raparigas que têm um pico de adrenalina quando se enrolam com gajos comprometidos. «Não, amor, estou no Tinder só para experimentar e ver como é! Até tenho uma fotografia contigo!», é normalmente o que dizem às namoradas.
  • Mulheres com fotos com o namorado: querem parecer meninas católicas, mas, no fundo, estão lá pelo ego. São o tipo de mulher que se queixa dos piropos dos trolhas, mas que fica toda cheia de inveja quando vê que eles só fazem comentários javardos às amigas. Querem atenção e só estão com o namorado porque ainda não arranjaram melhor.
Está feito. Não sejam estas pessoas. Adeus e até à próxima.

PS: O livro do Doutor G (à venda neste link) contém este e outros textos do género e ainda bónus com dicas de engate javardas, mas com classe.
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18 de janeiro de 2017

É errado namorar com o ex namorado de uma amiga?



O Doutor G está de mau humor. Deve ser do frio ou que é. A melhor maneira de melhorarem o meu humor é comprar o belo manual para fazer sexo à bruta de diminuir guerras no mundo à venda neste link. Vamos então esclarecer (e achincalhar) pessoas em mais uma consulta "Doutor G explica como se faz".


Doutor G, antes de mais, adoro-o! Não consigo esquecer o passado do meu namorado, já namoramos há quase um ano e meio e por uma vicissitude acontecida antes de começarmos a namorar, não consigo deixar o passado ir. Resumidamente eu e o meu namorado conhecemos-nos no tinder só para sexo, não acordamos isso, mas por diversos fatores, ambos percebemos que ia ser só sexo. Mas do sexo evolui para aquela relação conas de passear, jantar, blá blá blá, acabar com "gosto muito de ti". Eu como tinha 18 anos, acreditava nisso. O problema foi quando ele teve relações sexuais com a ex, mãe do filho dele. Não tinhamos dito que eramos exclusivos, mas aquilo magoou-me por causa de ter acreditado nos "gosto muito de ti" vindo dele. Blá blá blá.. falamos e voltamos a sair, pouco tempo depois, começamos uma relação séria e monogamica. Sei agora que ele é o melhor namorado do mundo e não penso que ele me trai ou irá trair. Mas não consigo deixar de pensar no que aconteceu. Conselhos, por favor, Doutor G. Que faço para conseguir relaxar, largar o passado e não prejudicar a minha relação?     
Anónima, 20, Braga

Doutor G: Cara Anónima, se sabes que ele é o melhor namorado do mundo e que não te vai trair, só tens de deixar de ser gaja e esquecer o passado. Ele pode não te ter mentido quando disse que gostava mesmo de ti e foi para a cama com a mãe do filho. Os homens, e as mulheres, não deixam de ir para a cama com terceiros porque gostam dos parceiros. Deixam de o fazer porque tem de ser, porque na verdade toda a gente queria andar por ai numa bonita salganhada de chicha alheia. Logo, se vocês não tinham uma relação assumida, é normal que ele tenha ido dar uma de despedida. Certo ou errado? Isso é com cada um, no entanto, se o perdoaste e agora namoram há mais de um ano e confias que ele nunca o voltaria a fazer, só tens de esquecer. O pior no meio disto tudo é ele ter um filho, a tua sorte é que os homens são discriminados e raramente ficam com a custodia dos filhos e assim não tens de o aturar tantas vezes.


Olá Dr. G, eu ao longo da minha vida sempre e só me envolvi com homens sexualmente. E na verdade eu agora namoro com um espectacular já há 5 anos, mas agora no meu trabalho foi para lá uma mulher e dei-me muito bem com ela, tão bem que andamos sempre juntas e vamos às compras e quando experimentamos roupa no reprovador eu vejo-a a despir roupa dela e isso provoca em mim vontades de a beijar, mas depois penso que sou comprometida e que é errado e uma fase. Só que eu agora costumo aparecer em casa dela mais cedo só para ver de lingerie antes de irmos sair. E a verdade é que eu amo muito o meu namorado, acha que isto é só uma fase? É que já passaram 7 meses desde que comecei a ter vontade de a beijar.
Confusa, 38, Lisboa

Doutor G: Cara Confusa, experimentam a roupa no reprovador? Realmente as lojas costumam reprovar a presença de duas pessoas no mesmo provador, por isso até faz sentido. Acho que querer esbardalhar pipi não é uma fase, pelo menos espero que não seja. Há estudos que dizem que todas as mulheres são bissexuais e aposto que esses estudos foram feitos por gajos que estavam a tentar convencer a mulher a alinhar numa luta greco-romana a três. Tens a teu favor o facto de nenhum homem ver a atracção da namorada por outra mulher como algo negativo. Sim, ele pode ficar ofendido se chegar a casa e vos vir enroladas, numa bonita tesoura de chicha, mas não pela traição em si, mas porque não foi convidado para a festa. Maior falta de respeito do que trair o namorado com outra mulher, é não o deixar pelo menos ver e/ou filmar. Agora, faz o que quiseres:

  1. Espera que passe já que há quem diga que lesbianismo é doença;
  2. Avança e oferece-te utilizares as tuas mãos como wonderbra;
  3. Diz ao teu namorado só para ele ficar de água na boca a tentar disfarçar a excitação com um «Pensei que eu era suficiente para ti.».

Olá Dr.G, envolvi-me com o ex-namorado de uma amiga minha. Este caso não foi premeditado, começamos a falar por acaso, alguns encontros e a coisa deu-se. Sinto-me super bem com ele. Mas não fazemos questão de divulgar. A relação deles já terminou acerca de 3 anos. O que se passa é que sonho frequentemente que ela descobre, fica super mal e quer voltar para ele. Isto faz sentido? Preciso de ajuda Dr.G  
Sara Elisa, 24, Baião

Doutor G: Cara Sara, o sexo nunca acontece por acaso. Nunca é «Ops, já que estás aí dentro...», por isso guarda as mentiras para tranquilizar a tua consciência que já bastam os padres que dizem «Aconteceu por acaso... as crianças já estavam ali de joelhos...». Andar com o ex-namorado de uma amiga é o mesmo que abrir o frigorífico sem autorização e ratar o tupperware da comida do almoço da tua amiga. No meu trabalho acontece muito isso: chamo-lhe o guaxini cleptomaníaco alimentar. Com tanto homem que há por aí, para quê ajavardar com o que já foi da tua amiga? A pergunta que se impõe é: quão tua amiga é ela? Como tal, e para te ajudar, vou recorrer a um fluxograma:
Ah e tal, e se nos apaixonarmos? Só nos apaixonamos se dermos oportunidade, por isso não me venhas com tretas.


Boa noite sr dr. É o seguinte, neste mais recente reveillon uma conhecida, com bastantes amigos em comum, fez-se a mim à descarada, mas, devido a uma serie de complicações, acabamos por nao estar no mesmo sitio, e a coisa nao se passou. Agora, tem falado bastante comigo, mas sempre com a conversa oposta, mas, falando sempre, mesmo que lhe responda mal. Já fomos tomar um café e nenhum desenvolvimento. O que fazer? Deixar estar a ver se dá, ou acabar com merdas, e avançar? De anotação fica que, na passagem de ano, tudo e todos estavam bebedos!
Anonimo, 20, Braga

Doutor G: Caro Anónimo, o tempo que perdeste a enviar a dúvida tinhas investido em espetar-lhe com o teu escalope demolhado na boca. Ela quer, mas está a amar-se em fina. Se ela recusar o teu ósculo, partes para outra. A tua dúvida é uma das mais recorrentes e começo a ficar farto de xoninhas que não seguem os conselhos deste fluxograma (onde se lê "interessado" pode ler-se "quer ajavardar":

Caro Dr G, ando há uns meses com um moço e tudo corre bem. No entanto, quase sempre que fico por cima durante o sexo, uma coisa estranha acontece: o pobre fica com metade da cara dormente! Ele diz que nunca aconteceu com outras parceiras apesar de ser uma posição que já tinha praticado antes. Não tem mais sintomas estranhos e nem perde a tusa, quando ele nota que esta a acontecer, paro um bocadinho mas fico super assustada e não quero mata-lo! Sabe de situações semelhantes? Tenho uma vagina assassina?
Rita, 25, Lisboa 

Doutor G: Cara Rita, isto faz-me lembrar uma dúvida de uma consulta anterior. Depois desse consultório, houve uma médica a sério a enviar-me email em que disse o seguinte:

«Sou interna de Neurologia num ilustre hospital de Lisboa. Na minha humilde opinião, a anónima que enviou a questão acerca da cefaleia no coito com alterações sensitivas da face deveria ir a um serviço de urgência por essas queixas que, embora por vezes possam ser perfeitamente inocentes, podem ser alertas para patologia grave e incapacitante cuja exclusão necessita de exames de imagem. Digo urgência porque a generalidade dos hospitais infelizmente não tem consulta de Neurologia em tempo útil. Se possível, gostaria que encaminhasse esta informação para a anónima em questão, anónima essa que deveria manter-se abstinente até ser avaliada.»

Cefaleia é dor de cabeça, os médicos é que têm a mania de usar termos caros para dizerem que o curso afinal valeu a pena. Não tarda o Doutor G tem de começar a ser patrocinado pelo SNS que isto é serviço público. De notar que a médica em questão pode ser só uma invejosa que não tem quem lhe dê picas e então decidiu enviar este email só para ver se consegue que os outros fiquem abstinentes. De qualquer forma, se ele morrer em pleno acto, isso só pode ser um elogio e um bom acrescento ao CV na zona de competências artísticas. 


Caro Doutor G: sou virgem, curtia experimentar... Mas não queria começar por uma one night stand a acabar em gravidez porque o latex rompeu... Nos últimos tempos (3 anos para ser exata) só me calham rapazes que quando percebem que ou sim senhores funaná, mas com compromisso, ou que não quero nada nas primeiras cinco vezes que saímos... partem para outra. Sou eu que sou demasiado exigente ou tenho um íman para parvos? 
Daniela 20, Porto 

Doutor G: Cara Daniela, neste caso pode dizer-se que tens um hímen para parvos. Ah ah ah. Sou um galhofeiro. Aqui fica um fluxograma para te ajudar a decidir a tua vida:
O Doutor G acha que se deve sempre esperar por alguém especial, já que existe sempre uma grande probabilidade, nas mulheres, de cair na zona de arrependimento se tal não for feito. No entanto, tens de encontrar um equilíbrio para os anos não passarem e não ficares para sempre na zona de freira. Não ajudei muito, pois não? Também não pagaste consulta, por isso não te queixes.


Três fluxogramas numa só consulta? É o que dá o Doutor G ter um curso de engenharia e não de medicina. Até para a semana e continuem a enviar as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Partilhem e façam muito amor à bruta porque de guerras o mundo já está cheio.

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15 de janeiro de 2017

Refresh: o vício das redes sociais



Abre os olhos! Ainda com remelas vê o telemóvel. Abre o Facebook e vê as notificações. Vê tudo o que perdeste enquanto estiveste desligado da rede. Tira uma selfie sem makeup, mas experimenta os filtros todos para te sentires melhor. Levanta-te. Olha-te ao espelho, mas mede o teu reflexo pelos amigos que tens no Facebook: dois mil. És popular! Fica no WC até ficares com as pernas dormentes. Faz refresh. A tua selfie ainda só tem 100 likes no Facebook, 50 favorites no Twitter e 10 coraçõezinhos no Instagram. Faz refresh mais uma vez. Mais uns quantos, já podes sair de casa de barriga cheia, sem antes tirar uma foto ao pequeno almoço que não tiveste tempo de comer. É Inverno. Ainda bem que o touch funciona com luvas. Recupera a foto do verão e mete no Instagram para haver quem pense que estás numa ilha paradisíaca, mas não: estás no metro no meio de centenas, mas de olhos postos no telemóvel. Não precisas de palas, tens um ecrã na palma da mão. Ah... uma notificação! Oh... é só alguém que faz anos. Dá-lhe os parabéns no Facebook. Não sabes bem quem é, mas dá na mesma. Para o ano voltas a falar-lhe por estes dias. Há que regar bem as amizades porque precisas de mais likes. De mais views. De mais seguidores. De mais shares e retweets. Alguém faz um post com uma opinião contrária à tua: «Quem é que este otário pensa que é?», pensas, enquanto ponderas desamigá-lo para que a tua bolha não rebente. Desamigar, uma palavra inventada para o mundo digital. Na vida real ninguém se desamiga, apenas se chateiam ou se afastam. No Facebook ninguém é próximo o suficiente para se poder afastar: desamiga-se. Somos descartáveis. Alguém há de ocupar o lugar. Somos recicláveis. Faz refresh.

Morreu alguém importante hoje? Não. É pena. Um RIP dá sempre likes e partilhas. Um RIP são lágrimas de crocodilo egocêntrico.

Discute publicamente com aquele teu amigo que tem um clube de futebol diferente do teu. Chama-lhe nomes. Escreve LOL's para mostrar que não te afecta. A conversa já vai em cem comentários sobre se a falta é dentro ou fora da área. A culpa é do árbitro ou do Benfica, mas nunca é tua. Mete um emoji de um coração, ou de um cãozinho fofinho, na foto daquela rapariga que invejas. «Que linda!», comentas, enquanto no chat dizes a outra que ela é uma bimba e que está cada vez mais gorda, enquanto essa com quem falas diz o mesmo de ti noutro chat. Estás embaraçado numa rede que encobre uma cadeia de cinismo. «Em que estás a pensar?», pergunta-te o Facebook. Estás a pensar que há muito tempo que ninguém real te pergunta isso e se preocupa com as tuas dúvidas, inseguranças e incertezas. Ninguém quer saber do que tu pensas, mas o Facebook quer. Ele preocupa-se contigo. Recebes uma notificação de mensagem! É da tua mãe. Não te apetece responder. Nem clicas para ver o que ela tem a dizer porque não queres que ela saiba que viste a mensagem.

Mete um filtro ou uma hashtag na fotografia de perfil. Pode ser que tenha mais likes do que as selfies. Pode ser que te alivie a consciência de viveres de forma passiva e de não lutares por nada. És um activista do sofá, mas escolhe bem as tuas causas: há umas que têm mais engagement do que outras. Muda o estado da relação. Assume e grita o teu amor ao mundo, mesmo que hoje não tenham falado porque estão chateados. Faz um evento para convidar toda a gente para o casamento. Mete a foto da ecografia. Vais ser pai e os teus pais souberam pelo post que iam ser avós. Fizeram like e partilharam, já que não lhes atendeste o telefone para te darem os parabéns. Estás com pouca bateria! O que vale é que tens dez Power Banks e ainda consegues meter uma foto do teu filho com um smile a tapar a cara. Assim, toda a gente o acha bonito e toda a gente vê como ele sorri: um sorriso amarelo.

Leste o título da notícia e já chega. Há mais mil posts para ver hoje, quem é que tem tempo de se informar a sério? O título chega para formares opinião. Se nem os jornalistas confirmam as fontes, como é que tu te irias dar a esse trabalho quando perdes o tempo a ler os comentários? Escreve o teu. Sabes que queres. Precisas de destilar o ódio. Precisas disso para compensar a falta de atenção. Vai ao ginásio. Tira dez fotos antes, durante e depois do treino para mostrares que fazes desporto por ti e pela saúde, claro. «No pain no gain» e tu queres ganhar seguidores: são melhores do que Isostar e Gatorade.

Se, ao menos, a passadeira contasse likes em vez de calorias, tinhas muito mais motivação.

Estás no carro e ainda bem que está trânsito. Ainda bem que apanhas todos os semáforos vermelhos. É da maneira que tens tempo para dar uma olhadela no telemóvel: ver se a mensagem no WhatsApp ficou vista; ver se tens novos pedidos de amizade; ver se a vida te corre bem. Vai ver o perfil da ex-namorada. Está com alguém? Sim, mas é mais feio do que tu! Já ganhaste o dia! Isto merece uma selfie a olhar para o infinito com uma frase inspiradora: «Antes sozinho que mal-acompanhado.», escreves, sem perceberes que quando estás só contigo, estás sozinho e mal-acompanhado. Já chega! Estás no Facebook há demasiado tempo e o feed não tem fim. Vai ao Instagram. Vê uns rabos e uns decotes. Vai ao Snap. Faz uma story para mostrares aqueles trinta segundos interessantes do teu dia. A tua vida tem impacto: a tua vida é mais uma notificação no feed dos outros. Escreve uma indirecta no mural. Alguém te há de dar atenção e perguntar «O que se passa, miga?». Faz duckface. Usa um selfie stick. Usa cem hashtags e não te esqueças da #MeMySelfAndI, como quem diz que és independente, mas na verdade quer dizer que estás só.

Deita-te no escuro com a face iluminada pelo feed. Faz scroll. Down e up para teres a certeza que não perdeste nada de importante, hoje, a não ser a tua vida. Adormece com o telemóvel no peito em modo vibração. Mal podes esperar por acordar e ver o resultado das oito horas de notificações acumuladas. Faz refresh. Bons sonhos.

Se não partilhares este texto nunca mais vais ter likes nos teus posts durante dez anos.
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10 de janeiro de 2017

Apanhada na cama pela sogra. O que fazer?



Hoje o consultório é quase só mulherio. Não fosse o facto de o Doutor G não tratar as mulheres de forma condescendente e ainda era seria convidado para cronista das Maria Capazes. Bem, vamos a mais um "Doutor G explica como se faz".


Caro Dr. G, devido ao seu conselho, decidi experimentar a aplicação FMK. "Conheci" com rapaz bastante interessante (match em Marry) e começamos a conversar, conversa esta que durou algumas semanas. Sem motivo aparente, a atitude dele mudou completamente, falava cada vez menos comigo, com frases secas até que deixamos totalmente de falar. A minha questão é, o que pode ter acontecido? Será que encontrou outra? Devo insistir na conversa?
R.C., 26, Porto

Doutor G: Cara R.C., folgo muito em saber que estás a utilizar a bonita aplicação F*ck Marry Kill, uma espécie de Tinder mas em melhor, feita aqui pelo menino pela sua equipa altamente especializada em javardeira com classe. São vários os motivos que podem ter levado a que o rapaz deixasse de falar:
  1. Teve um match de Fuck com uma rapariga safadona que o convidou para ir tomar café na cama dela;
  2. Fizeste a piada do «Temos match de marry... quando é que me pedes em casamento?» e afugentaste o bicho;
  3. Os programadores da app fizeram porcaria e, sem querer, apagaram o gajo da base de dados.
O segredo no dating online é dar tudo. A velha cartada preferida das mulheres de «Vou demorar um bocado a responder para me fazer de difícil e ele vir atrás.» já não funciona com as novas tecnologias. Os homens viram o seu leque de possibilidades expandido com este tipo de aplicações e o mais provável é que ele estivesse a conversar com vinte pretendentes ao mesmo tempo. Assim que uma se faz de difícil, ele opta por outra. Os homens, para além de serem uns badalhocos, não gostam de ter muito trabalho. Acho que se estás interessada nele, e a insistires na conversa, deves ir directa ao assunto e perguntar-lhe se quer largar o telemóvel e ir para o mundo real contigo. Conversar durante algumas semanas numa aplicação e não levar a coisa para o mundo real é coisa de xoninhas.


Caro Doutor G. ando com um rapaz há uns tempos e a única solução que encontrámos para praticar a luta greco-romana foi o banco de trás do carro dele e, mesmo assim tem de ser tudo planeado a pormenor para que nos possamos encontrar sem faltar a aulas e trabalho. A situação começa a ser desgastante e receio que um de nós se farte dentro em breve. Portanto, recorro à sua sapiência e imaginação fértil para nos dar algumas sugestões (hotel ou ir para casa um do outro são duas hipóteses, praticamente, excluídas).  
Anónima, 19, Entroncamento

Doutor G: Cara Anónima, é realmente uma questão importante e que merece ser abordada. Compreendo as tuas dúvidas, mas as opções são várias. Podemos até dizer que estás numa encruzilhada de possibilidades, ou, como diria uma grande poetisa contemporânea, nuns «entroncamentos sem fim.».
  1. Se arranjar um hotel é complicado, sugiro um motel de beira da estrada, daqueles que não mudam os lençóis;
  2. Vão a um bar de alterne os dois. Nisto, vais ao WC e trocas de roupa e vens vestida de forma a não destoares das trabalhadoras que lá estão. Sentas-te ao ao lado do teu amor, fazem um bocado de conversa como quem está a negociar o preço de uns miminhos. Depois, vão para uma das zonas privadas ou quartos. Com sorte, caso tenhas cara de badalhoca, ninguém vai reparar que não trabalhas lá e vão ter algum tempo a sós;
  3. Marquem uma visita a uma casa à venda. Quando estiverem a ver o andar, mandem uma pedra da janela para o carro do vendedor. O alarme irá começar a tocar e ele vai lá abaixo ver o que se passa. Aproveitem os minutos a sós.
  4. No cinema, durante a projecção de um filme francês. À partida, estará vazio, especialmente se forem à última sessão, pois todos sabemos que os intelectuais, a partir das 20h, estão na cama a ler Kant com a TV ligada na Casa dos Segredos.
  5. Na mesma linha, podem usar uma sessão de teatro na Cornucópia.
  6. Podes tornar-te babysitter. Leva sempre um ralador e um xanax para aromatizar o biberon dos miúdos. Depois, até podem gritar à vontade.
Muitas mais haveria, mas não me pagam para isso. No meio disto tudo, a mensagem essencial é que tenham cuidado quando fizerem no carro. Há por aí muito gandim em zonas remotas a assaltar e violar pessoas. Não é por acaso que eu e um amigo tivemos uma ideia há uns anos de criar um parque de estacionamento com compartimentos privados, onde o pessoal podia ir praticar o funaná pelado sem gastar muito dinheiro e com segurança. O projecto já tinha nome e tudo: o ParKona. Classe.


Olá! Estava na cama com o meu namorado em pleno ato. De repente, a mãe dele abriu a porta, eu escondi-me de baixo dos lençóis e nem apareci. Passados uns 10 segundos ela saiu mas foi tão mau!! Nem a consigo encarar mais! E agora?
RS, 17, Lisboa

Doutor G: Cara RS, faltam alguns detalhes importantes para melhor averiguar a tua situação: Qual era a posição em que estavam? Se estavam a fazer uma daquelas acrobáticas podem desculpar-se e dizer que estavam a treinar para as audições do Cirque du Soleil; ela percebeu o que estava a acontecer ou é daquelas mães tapadas que pensou que estavas à procura de uma lente de contacto nas virilhas do seu filho? No fundo, a culpa é da sogra. Nunca se deve entrar no quarto do filho sem bater! Agora, é viver com isso. Era pior se fosse o teu pai, provavelmente. Se quiseres fazer humor para aliviar a tensão, deixo-te algumas sugestões:
  • Então sogrinha? Agora já sabe que temos mais uma coisa em comum: o seu filho já esteve dentro de ambas as nossas patarecas.
  • Nem lhe disse boa tarde no outro dia, não foi por vergonha, foi porque me apanhou mesmo na parte em que fui para baixo do lençol e fiquei com a boca ocupada.
  • Da próxima vez bata antes de entrar. O seu filho costuma fazer isso para aguentar mais.
  • Quando passares lá a noite, entra de rompante no quarto dos sogros e diz «Ahhh ahhh! Estamos quites!». Se eles estiverem a dormir e não a fazer sexo, podes optar por um «Ahhhh ahhhh! Então foi por isto que a sogrinha fez cara feia? Invejosa!».
O humor resolve tudo.


Caro Dr. G., tenho uma amiga (com quem tive uma relação meramente sexual) que atualmente está numa relação em que não é feliz. Ela diz que gosta muito dele, mas também diz que se quer vingar dele pelas inúmeras vezes que foi traída. A questão é que eu sou muito amigo dela e odeio saber que ela está com uma pessoa que não a merece, quando nem ela sabe o porque de continuar numa relação destinada ao falhanço. Faço o que Dr.? Já falei com ela inúmeras vezes, disse-lhe que essa relação era uma treta, que ele não gosta dela, que é um cobarde e ela sempre concordou comigo e não faz nada.
Anónimo, 20, Abrantes

Doutor G: Caro Anónimo, a melhor forma de responder à tua questão é através de um bonito e autoexplicativo fluxograma:
Posto isto, isso da amizade é tudo muito bonito, mas tu queres é molhar a sopa. Aproveita a deixa de ela se querer vingar do namorado. Normalmente, nesses casos tens direito a tudo do menu.


Dr. G , é a segunda vez que lhe envio uma questão, a primeira não sei se recorda mas, era a lhe dizer que o meu namorado queria criar um Facebook em conjunto mas eu não queria... não interessa... a questão é que nós acabámos... e eu recentemente fui visitar o meu pai que está no estrangeiro e conheci um rapaz e interesse de ambos e entretanto eu vim para Portugal e continuamos a falar por vídeo todos as noites. O meu dilema é: se nós queremos que resulte eu tenho de ir viver para lá, já que ele trabalha e a minha família também está lá, pronto é mais fácil. Não sei o que fazer, porque aqui tenho amizades e a minha vida já construida e sei que, ao ir para fora, a minha vida mudará...
Anónima, 19, Porto

Doutor G: Cara Anónima, deixa-me dar-te os parabéns por já não namorares com um rapaz que queria ter um Facebook conjunto. Está tudo preocupado com umas chapadas à padrasto e uns olhos negros, mas ninguém se preocupa com a verdadeira violência doméstica. Devia haver uma associação APAVFC. Relativamente à tua dúvida, vou recorrer, novamente, a um fluxograma:


Caro Doutor G, há mais ou menos um ano, engracei com um rapaz. Inicialmente andávamos sempre às turras, Após umas quantas indiretas, discussões pequenas e uma ou outra frase mais provocadora, a coisa acabou por culminar em cafés e saídas. O problema é que o rapaz convida sempre o melhor amigo para vir aos nossos cafés, o que acaba por ser um bocado chato e inconveniente. Porque quer uma pessoa conhecer melhor outra, e ter um tempinho a sós, e fica impossível de fazer isso. (Ninguém pode ter uma conversa profunda durante os 4 minutos que o melhor amigo demora na casa de banho, não é?). A minha questão é: porque é que ele tem de chamar sempre o melhor amigo para o café? Estará ele a dizer implicitamente que quer uma relação a três?
R, 21, Castelo Branco 

Doutor G: Cara R, são várias as hipóteses:
  1. O rapaz é um xoninhas que tem medo que lhe falte assunto durante o café e leva o amigo para não haver silêncios constrangedores;
  2. O rapaz tem namorada e leva o amigo para o caso de alguém o ver ele poder dizer «Fui tomar café com um amigo e uma amiga.» e a namorada não se passar.
  3. Ambas as anteriores.
  4. Ele não está assim tão interessado em ti.
  5. Ele está com uma micose no trombinhas e até ficar curado prefere levar o amigo como escudo DST para não passar por xoninhas.
À partida, será uma destas. Só tens de fazer uma de duas coisas: na próxima vez levas uma amiga safadona para se sentar na cara do amigo dele para ele não cuscar a vossa conversa; dizer-lhe «Vamos tomar café hoje? Vais levar o teu amigo e deixar os tomates em casa ou desta vez fazes ao contrário?». De nada.


Sinto que esta consulta teve bastante classe, não concordam? Como sempre, até para a semana e continuem a enviar as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Partilhem e façam muito amor à bruta porque de guerras o mundo já está cheio.

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8 de janeiro de 2017

Fui ameaçado de morte por um Bernardo



Muitas vezes penso se devo perder tempo a dar resposta a quem não merece. Depois, quando há pérolas destas, vejo que vale a pena. Depois de ter sido ameaçado de morte por um Charlie, há cerca de dois anos, desta vez foi um Bernardo com três nomes que ficou ofendido com uma das sátiras que fiz sobre o rapaz que mudou de um colégio para a escola pública. Tudo bem até aqui, é normal haver quem não goste e quem fique ofendido. No entanto, partir para a ameaça física por causa de uma piada é apenas e só de quem não está bem resolvido na vida. Aqui fica a bonita conversa com o Bernardo em que, novamente, optei por esconder a sua identidade. Não que ele não merecesse ser humilhado na praça pública, mas porque no meio disto tudo, eu sou um gajo com bom senso.


Tudo acabou bem porque ameaçar no Facebook é o equivalente humano a ladrar. Espero que se tenham rido, porque foi só por isso que partilhei esta conversa.
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4 de janeiro de 2017

Os piores e melhores nomes de bebés em 2016



Saiu a lista de todos os nomes registados em 2016 e achei que seria de bom tom analisá-la. Podem pensar nisto como um guia para quem vai ter filhos este ano e ainda não decidiu que nome lhes dar.

Os mais utilizados

Nome: Maria
Contagem: 5640
Como mais do triplo de ocorrências que o segundo classificado, Maria continua a ser o nome mais dado a meninas. Num país profundamente católico, é de esperar que este nome seja dado por muitos pais na esperança que a sua filha fique virgem mesmo depois do casamento e que dê à luz um filão de ouro. Confesso que gosto do nome Maria. É feminino, mas sendo que somos todos filhos de Jesus, parece-me estranho durante o acto chamar pelo nome da nossa avó.
Vantagens: É um nome neutro que tanto dá para ser a doutora Maria, como para ser a dona Maria que limpa a casa. Maria é um nome que não discrimina.
Desvantagens: A quantidade de vezes que vão ouvir as seguintes frases: «Mau, mau, Maria!»; «Mariazinha deixa-me ir à cozinha...»; «Adoro comer bolachas Maria.» e «Só Maria?».

Nome: Santiago
Contagem: 2084
O nome mais dado a bebés do sexo masculino durante 2016, remetendo para segundo lugar o eterno vencedor "João". Um nome que parece de gente rica, mas que também pode ser de cigano. Se pensarem bem, não soa mal dizer «Tenho de ir à banca do Santiago e da Yasmin para trocar esta t-shirt da Pumba.». Parece, também, uma raça de cão: «Bem, agora lá em casa para além do São Bernardo e do Pastor Alemão, tenho um Santiago de pelo comprido.».
Vantagens: Se decidirem ser cantores românticos não precisam de nome artístico.
Desvantagens: Alcunha na escola será o Santogal.

Nomes: Matilde, Leonor, Mariana, Beatriz, Francisca, Alice, Madalena, Francisco, Rodrigo, Martim, Afonso, Tomás, Lourenço, Dinis, Salvador, etc.
Contagem: 12000+
Num país de pés descalços em que a classe baixa é quem puxa pela taxa de natalidade, é de admirar que os nomes mais presentes nos lugares cimeiros sejam considerados betos e associados a "boas famílias". Aliás, talvez não seja de admirar porque o pobre agarra-se a tudo o que é de rico e não custa dinheiro. Um Dinis num bairro social é como uma prostituta que vai à Igreja: destoa e é só para parecer bem. São nomes que irão deixar de ser associados a boas famílias num futuro próximo. Em breve, iremos ver negócios com os nomes "O Talho do Martim", "Salão de Nails da Matilde" ou "Afonsing: tunning e racing".


Os alternativos mainstream

Nomes: Luana, Íris, Eva, Yara.
Contagem: 1541
Um nome dado por país hippies que têm uma plantação de erva na dispensa, dão leite vegan aos bebés e brócolos cozidos ao cão. Com estes nomes, têm o futuro assegurado como taróloga ou empregada de caixa de supermercado. Para tirar um curso de medicina com este nome, só se for daquelas medicinas que não servem para nada. Mal se apresentem numa reunião como "Engenheira Íris", as pessoas vão assumir que é uma palerma porque quem se apresenta como "Engenheiro" ou "Doutor" é um palerma. Fintei-vos bem, não foi?

Nome: Enzo
Contagem: 375
Por falar em fintas, há 375 novos bebés chamados Enzo. Juro. Calculo que em homenagem ao ex-jogador do Benfica ou uma tentativa de pais pobres de terem algo que os relembre um Ferrari. 
Vantagens: Um excelente nome para os fanhosos pronunciarem.
Desvantagens: Quando descobrirem que não são modelos italianos exóticos, mas sim portugueses do curso tecnológico de uma escola de Mem Martins, vão perder todo o encanto. No entanto, é um excelente nome para mecânico ou taxista.


O puro mau gosto

Nomes: Érico, Nicola, Anael.
Contagem: Dois de cada.
Sim, não foi apenas um erro no registo ou um pai com um sentido de humor deturpado. Foram, pelo menos, dois em cada um dos casos. O primeiro, numa clara homenagem à Érica fontes. O segundo, patrocinado por uma marca conhecida de cafés e o último é pura ingenuidade. Toda a gente sabe que os portugueses comem as vogais e, mais cedo ou mais tarde, o "e" passará a mudo e toda a gente lhes irá chamar «Anal».
Sugestão: «Dr. Anael - Ginecologista», é uma excelente jogada de marketing por levar as clientes a pensar que é um dois em um.

Nomes: Cristal, Crystal.
Contagem: Dois de cada.
Não há muito a dizer. As primeiras vão ser strippers e as segundas vão ser acompanhantes.
Sugestão: Quando escolherem nomes artísticos optem por Benedita ou Pureza, só para virar o mundo ao contrário.


Os pais que foram bêbedos registar os filhos

Nomes: Semen, Papa,  Adolfo, Manteg.
Contagem: Um de cada.
Sugestão: Encontrem esta gente e façam deles os novos D'ZRT: os S'PAM.

Nomes: Silvondela, Suse, Rayana, Rosângela.
Contagem: Um de cada.
Desvantagens: Todas.
Vantagens: As expectativas estão em baixo.

Haveria muito mais para analisar: desde aqueles nomes que surgem porque o pessoal que fez o registo não sabe escrever, explicando a existência de uma "Biatriz" na lista; até aos nomes que surgem porque o casal não queria discutir e chegou ao consenso de fazer uma fusão que deu origem a um "Agatângelo". Sim, há um gajo que vai carregar o fardo de ter um nome que advém de Ágata+Ângelo. Estes pais que não venham falar de bullying mais tarde! Era preferível terem-lhe dado só as iniciais de AA que é para onde ele terá de ir quando se tornar alcoólico aos 14 anos de tanto ser gozado na escola. A verdade é que não posso falar muito de nomes. Primeiro, porque me chamo Guilherme e tenho como apelido Duarte: dois nomes betos num gajo da Buraca. A minha namorada chama-se Otília e o meu irmão chama-se Rui Pedro. Sim, foi antes disso que estão a pensar. A minha mãe chama-se Belmira, um nome que, estranhamente, não está presente na lista. No entanto, há uma Celmira e aproveito para vos contar uma história: na caixa de um supermercado a minha mãe vê a placa que identifica a emprega e pergunta:
- Ah, também é Belmira?
- Não, não. Celmira. - diz a menina de forma orgulhosa exibindo a placa.
- Que horror!!! Ainda é pior do que o meu. - diz a minha mãe.
- Eu gosto do meu. - diz a menina, perdendo toda a simpatia.
Ficou um ambiente estranho. 

Façam favor de partilhar e identificar os vossos amigos cujos nomes aparecem no texto, só para verem se eles têm sentido de humor e fair-play ou se os podem bloquear. Ah, já me esquecia de dizer que quando tiver uma filha vou chamar-lhe Custódia, só para me divorciar e dizer que estou a lutar pela custódia da Custódia.
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Do colégio para a escola pública: PARTE 2



Alguns estarão lembrados do diário do Bernardo, rapaz de boas famílias que foi transferido de um colégio privado para a selva, cheia de piolhosos, que é a escola pública. Agora que o 2º período começou, vamos a mais uma página do diário do menino que é obrigado a conviver com a ralé.

O relato que se segue pode ferir a suscetibilidade dos leitores mais sensíveis.

9:00h – Na primeira aula do 2º período falámos sobre as prendas que cada um recebeu este Natal. Ao início, fiquei boquiaberto ao saber que o Sandro tinha recebido um Porsche 911! Depois, lembrei-me que ele é repetente e já tem idade para conduzir. No entanto, fiquei com vergonha de chegar a minha vez e ter de partilhar que os meus papás só me compraram um Mercedes agora, quando já só me faltam três anos para tirar a carta. O Sandro disse que tinha trazido o carro e fiquei curioso para ver se era novo ou em segunda mão e, para minha estupefação, ele tira um Porsche, miniatura, da sua mochila vintage! Que alívio! Quando chegou a minha vez pude falar abertamente do meu Mercedes sem medo de olhares de cima para baixo.

10:00h – A professora de matemática já não é a mesma do período anterior. Ao que parece, a senhora dona professora Nelly teve um esgotamento nervoso e meteu baixa. Os meus papás sempre me disseram que os professores do sector público não gostavam muito de trabalhar e que metiam baixa sempre que podiam. Gostava de saber se ela tivesse de trabalhar tanto quanto minha mãe, que passa o dia a supervisionar o trabalho dos criados lá em casa e ainda tem tempo de ir todos os dias ao centro comercial.
Note to self: dar um abraço à mãe quando chegar a casa e dizer-lhe «A mãe é super.»

11:00h – No intervalo, vi o Wilson com um Game Boy azul bebé. Desde logo percebi que era o que eu tinha trazido no Natal para oferecer aos meninos pobres, como sempre fui habituado no colégio onde andava para nos fazerem sentir bem ao darmos os nossos restos a crianças que nasceram em berço de madeira carunchosa. Achando que aqui também seria tradição, e apesar de me parecer que será uma peça colecionável, trouxe o meu Game Boy. O desplante do Wilson: vem de famílias abastadas (relembro que tem solário em casa e faz parte desse grupo restrito e secreto que é o SASE) e ficou com a prenda que tão humildemente trouxe para alguém que precisa. É por pessoas como o Wilson que este país não avança.
Note to self: pedir ao papá para me comprar um Game Boy de cada uma das cores do arco-íris.

12:00h – Durante o recreio grande ouvi dizer que o Otaviano chumbou a todas as disciplinas, mas tirou cinco a educação física. Cheira-me que os pais dele devem ter conhecimentos no Conselho Diretivo. Vi-o a jogar badminton e aquilo não é serviço que se apresente. Também me disseram que a Soraia desistiu da escola. Ao que parece engravidou. Considero bastante estranha a razão que ela invocou: tinha de ir trabalhar. Enfim, quem é que dá emprego a uma rapariga de 14 anos? Deve vir de famílias com bons conhecimentos e que lhe conseguem boas cunhas, só pode.

13:00h – Fui almoçar à cantina e o almoço era bacalhau à Brás. Bacalhau é um peixe caro e parece-me um desperdício de dinheiro dos contribuintes que se coma duas vezes num tão curto espaço de tempo. Fui falar com a dona Custódia, a chefe das serviçais, a pedir explicações. Ela disse-me que foi o bacalhau que sobrou da ceia de Natal e que foi desfiado para o bacalhau à Brás. Compreendi e, apesar de ficar contente com o facto de não se desperdiçar comida, mostrei a minha indignação: já que iríamos comer restos, ao menos que optassem por uma mousse de bacalhau com camarão, salada verde e emulsão de pimentões assados com um molho de redução de vinho do Porto com espuma de baunilha e canela.
Note to self: relembrar o papá para reservar o Belcanto para o meu aniversário.

14:00h – Vimos o filme da festa de Natal cujo tema era «Kizomba e Kroketes.». Teve direito a uma encenação sobre o nascimento do menino Jesus. A Kátia fez de Maria e, dizem os boatos, que deixou de ser virgem atrás do pavilhão onde se dão as aulas de educação sexual. Jesus foi interpretado pelo Wilson e os três reis magos foram o Euclides, o Jefferson e o Kalu que presentearam o messias com um CD do Alselmo Ralph e uma dança de Kuduro. Pareceu-me inapropriado, pois toda a gente sabe que Jesus vinha de famílias pobres e não tinha solário em casa para ser tão moreno como o Wilson. Jesus era bastante pálido, de olhos azuis e cabelos louros, toda a gente sabe isso.

15:00h – Na aula de Religião e Moral, a minha preferida, falámos sobre o significado do Natal e da viragem do ano. Foi-nos pedido que fizéssemos uma composição com as nossas resoluções para o novo ano. Vislumbrei a folha da Maria Andreia e vi que ela tinha várias resoluções: desde a «Ajudar os meus pais nas tarefas de casa», até «Ter boas notas», passando por «Perguntar ao Bernardo se quer namorar comigo.». Corei e senti-me embaraçado: ela já tinha escrito quase dez resoluções e eu ainda só ia na parte «Resoluções para quê se basta pedir aos meus pais?». Sinto que vou ter má nota a Religião e Moral e ter má nota nesta disciplina pode colocar em causa a minha futura entrada na Juventude Popular. Quanto a namorar com a Maria Andreia, está fora de questão! Ando de olho na Jéssica que é do SASE, a ver se isso me facilita a entrada no clube.

16:00h – Tive a primeira aula de orientação escolar onde, depois de alguns testes de aptidão, nos dizem qual a área que devemos seguir. A psicóloga, depois de ver os meus resultados, disse-me que a minha vocação passaria por artes ou humanidades. Ri-me. Toda a gente sabe que a minha vocação é ir trabalhar para a empresa do papá e, para isso, tenho de tirar um curso de gestão numa privada qualquer, fazer duas semanas de estágio (para provar o meu valor), e depois ser director. Se, por algum motivo, algo não correr bem, haverá sempre outras oportunidades com esse curso. Ouvi dizer que a empresa do tio Martim está a contratar, por exemplo. Estas aulas de orientação são uma perda de tempo para pessoas que fazem o seu próprio destino sem precisar de ninguém para os ajudar.
Note to self: mostrar ao papá o resultado do teste vocacional para o fazer sorrir.

17:00h – O Diogo e o Rafael foram suspensos porque estavam a vender droga no intervalo grande. Sempre achei estranho o facto de eles dizerem que não tinham pais ricos, mas andarem sempre com roupa de marca. Ao início, pensei que fossem as ligações políticas da Lista A que os tivessem feito subir na vida por mérito próprio, mas, ao que parece, era dinheiro proveniente de fontes ilegais. Enfim, andam os políticos e os grandes empresários a tentar dar um rumo a este país, e depois anda esta gente, que nem é brasonada, a obter rendimentos não declarados.

18:00h – Os meus pais vieram à escola para a reunião de pais. Estão possessos por eu não ter tido tudo cincos no 1º período. Notei que estavam insatisfeitos com o meu aproveitamento escolar por só me terem oferecido o tal Mercedes e terem ignorado o meu pedido de também receber um iPhone 7 porque estraguei aquela película do ecrã do meu iPhone 7.

18:30h – Os meus pais saíram da reunião e pude ver em suas caras que algo não tinha corrido bem. O meu pai olhou-me nos olhos e disse «Bernardo, parece que para ter tudo cincos vai ter, efetivamente, de se esforçar e tirar boas notas nos testes. Bem tentei dar uma prenda à sua diretora de turma, mas, pasme-se, ela disse que as notas não podem ser positivamente influenciadas através de auxiliares de empatia. Disse-me que isso seria "suborno". Não percebo esse conceito. Tenho de ir ver ao dicionário o que essa palavra significa.» Enfim, andaram os meus pais a trabalhar para ter dinheiro e a professora não tem isso em conta aquando de dar as notas. Sempre me disseram que nos colégios privados se valorizava mais o sucesso.

Mais uma vez... arrepiante. Resta-me deixar, novamente, o apelo a todos para que partilhem este texto e alertem para este flagelo. #PrayForBernardos #JeSuisBernardoMartimLourençoSalvador
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3 de janeiro de 2017

Falta de Chá: Bloopers e erros de gravação



Falta de Chá já é coisa de 2016, mas a pedido de muita gente, aqui fica um vídeo com os bloopers e erros de gravação. Como actores, nada profissionais, que eu e o Ricardo somos, há várias horas de risos e enganos durante os vários meses de filmagem. Ver isto, recorda-me que o principal objectivo para o qual a série foi criada foi cumprido: o de nos divertirmos a fazê-la. Mais uma vez, espero que tenham gostado desta aventura e talvez haja novidades este ano.
Bloopers e erros de gravação no vídeo em baixo:


Como o Facebook e o Youtube andam com algoritmos marados, alguns de vocês podem estar a ouvir falar do Falta de Chá pela primeira vez. Se for esse o caso, cliquem aqui para ver a série completa. Se já tinham visto e gostaram, podem sempre rever e partilhar com os vossos amigos.

Obrigado a todos e que 2017 seja ainda melhor para todos.
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Dores de cabeça durante o sexo? O Doutor G explica.



A ressaca, já passou? Ano novo, consultas novas. Vamos à primeira rubrica «Doutor G explica como se faz» de 2017, onde continuam a proliferar muitas dúvidas sentimentais, sexuais e existenciais.


Eu e a minha namorada já estamos juntos há cerca de 5 anos...Desde há 1 ano para cá, ela tem insistido que está na altura de nós casarmos... Eu gosto muito dela, mas não deste tipo de cerimónias. Por essa razão, levei-a aos Açores, arregacei as mangas e fiz-lhe um filho... Ela está grávida de 13 semanas e o bebé está ótimo. Parece ser mais bonito que o pai naquelas fotos a preto e branco. Com esta brincadeira, consegui que ela parasse com a pressão alta constante sobre o casório. A minha pergunta é... Quando ela voltar a falar de casamento, faço-lhe outro filho? Ou tem melhor alternativa a esta situação?
J.J., 31, Porto

Doutor G: Caro JJ, realmente, nada melhor do que evitar uma prisão de alta segurança do que nos escondermos num bunker e deitar fora a chave. Se não queres casar e ela quer, das duas uma: ou alguém cede, ou separam-se. O Doutor G acha que o casamento só serve para se ter direito a duas semanas de férias extra e para gastar dinheiro com familiares distantes que se morrerem nem vamos ao funeral. No entanto, percebo que muita gente goste de oficializar a sua relação através de um evento que serve para esfregarmos a felicidade na cara dos outros. Ter um filho é um compromisso muito maior do que assinar um papel. Se gostas mesmo dela e isso para ela é muito importante, então casa-te e não penses mais nisso. Mas, pensando bem, se ela gosta mesmo muito de ti e tu não queres casar, então ela que se conforme e deixe de pensar nisso. No fundo, tudo se resume a isto e em nenhuma caixa do fluxograma vês que fazer filhos é uma solução seja para o que for.


Caríssimo Dr. G, a consulta de hoje é em busca de respostas, não para mim, mas para uma querida amiga minha. Ora essa amiga minha está interessada num rapaz que conheceu na faculdade, mas não sabe como mostrar-lhe isso e fica sem saber responder quando ele, inconscientemente ou não, aborda o tema "rapazes". Temos aqui um caso de xonice a dobrar porque eles dão-se super bem, mas nenhum deles arranca dali. Ela bem me pede dicas, mas eu sou muito mais descarada que ela e só lhe sei sugerir coisas do género "o gajo que ando à procura está mesmo à minha frente, mas anda de olhos fechados" ou então de forma muito mais discreta "fá-lo tropeçar e senta-te na cara dele". Conselhos tão bons, mas que ela não mete em prática. Conto consigo para a ajudar.
Margarida, 21, Lisboa

Doutor G: Cara Margarida, essa história da amiga é mais velha do que a amiga do Castelo-Branco. As dicas que deste são boas, mas o problema está no facto de ela ser uma xoninhas. Como mulher, nem precisa de pensar muito no que vai dizer, só precisa de dizer: «Zé, gostava de me esfregar contigo até fazer faísca de chicha e incendiar os lençóis. Siga?». Seja como for, já aqui falei sobre o que fazer nessas situações e todas caem neste bonito fluxograma:
Quanto a dicas de sedução, a melhor forma é comprar o livro do Doutor G que tem separadores ilustrados sobre as melhores dicas para transportes públicos, funerais, trabalho, centro de emprego, salas de espera dos hospitais, casamentos, entre muitas outras situações. A tua amiga (claro que é a tua amiga...) pode comprá-lo em qualquer FNAC, Bertrand, ou neste link com 10% de desconto e portes de envio grátis. Chama-se a isto, product placement à bruta. 


Caro Dr. G., pela segunda vez, sou obrigado a recorrer ao seu consultório. Antes de ingressar no ensino superior um dos objetivos era ir para a cama com muitas universitárias. Nos primeiros dias até tive sorte e pratiquei Jiu-jitsu sem roupa com uma caloira de direto. Até chegámos a estar juntos de baixo dos lençóis várias vezes e foi sempre muito bom para ambos. Estava tudo bem até que, sem aviso ela acaba comigo e volta para o ex que lhe meteu os cornos várias vezes (será que gosta de ser traída?). No entanto tenho continuado muito perto dela, falamos muitas vezes (por vezes conversas mais impróprias), mas nunca se deu mais nada. Estou a ser 'usado' tipo Back plan? Continuo assim ou 'parto para outras aventuras'?  
Anónimo, 20, Abrantes

Doutor G: Caro Anónimo, desconheço o que seja uma caloira de direto, mas calculo que seja um curso em que elas levam a praxe muito a sério e com acordo ortográfico. Depois, um homem preocupar-se em estar a ser usado para sexo, é como um gordo ir ao McDonald's comer um menu grande com Coca-Cola Zero. Ser usado para sexo não é mau, excepto quando se é Maria e se acaba grávida e com uma história complicada para contar, mas até ela conseguiu safar-se. Depois, não sei o que é ser-se o Back Plan, mas vejo aí um manancial de potencial piadas sobre sexo anal e/ou espremer borbulhas das costas. O que interessa aqui é que ela não é mulher para ti. Primeiro, porque tem falta de amor próprio, depois, porque é uma badalhoca comprometida que tem conversas impróprias com outros gajos. Ela está no círculo-vicioso "Xoninhas-BadBoy" e a usar-te como xoninhas trampolim. Manda-a dar uma volta e foca-te no teu objectivo inicial: ir para a cama com várias universitárias. Cromos repetidos não contam.


Caro Doutor G, apesar de só ter tido um único parceiro sexual ao longo dos meus 22 anos, as lutas debaixo dos lençóis sempre foram divinamente magistrais e decorreram sempre sem constrangimento algum... até há bem pouco tempo. A questão aqui é que ultimamente durante o coito fico sempre com uma dor de cabeça infernal que me obriga a parar o acto a meio. O que, como deve calcular, frustra-me tanto a mim como ao meu namorado. Nunca me tinha acontecido nada semelhante e, na nossa última tentativa, cheguei mesmo a ficar com um dos lados da cara dormente. Esta situação assusta-me bastante e está a tornar o acto sexual em algo que evito a todo o custo! Só que isto já começa a influenciar negativamente a minha relação afectiva, além de que não quero que esta situação defina a minha vida daqui para a frente. Conhece ou já ouviu falar de alguém com um problema semelhante?
Anónima, 22, Açores

Doutor G: Cara Anónima, o Doutor G consegue curar muitas maleitas e manias, mas não é a pessoa adequada para o problema que apresentas. A não ser que a causa das dores de cabeça seja uma das seguintes, acho que devias ir a neurologista:

  • Andas a trair o teu namorado e, como partilham uma relação muito especial, tens uma espécie de dor reflexa dos enfeites de marfim que lhe deste no Natal;
  • Estão a praticar a posição pile-driver e o sangue está a acumular-se na tua cabeça e a tua coluna está dobrada ao ponto de provocar dormência ao nível da bochecha superior;
  • Estás a precisar de óculos de ver ao perto e de cada vez que estás a fazer sexo oral, custa-te a focar a zona pélvica do teu namorado e faz com que fiques com dores de cabeça;
  • Estás de quatro com a cabeça demasiado perto da parede e chegas a meio do acto com um traumatismo craniano, com perda parcial de memória que já nem te lembras que tens um lado da cara dormente porque lhe pediste para te dar bofetadas e te chamar nomes.
Não sendo nenhuma destas, vai ao médico. A um médico a sério, não vás à Maya nem à Maria Helena porque isso tem o mesmo efeito do que fazer um papagaio com notas de 500€, largá-lo, e tomar decisões de vida consoante ele voe para a esquerda ou direita.


Caro Doutor G, namoro há cerca de dois anos e meio, e acabei de entrar na universidade... a 280km's de onde vivo. Já aqui, se percebe a receita para algo incrível que vai dar ao falhanço. A acrescentar à situação, já de alguns meses para cá, sinto que não estou feliz com a minha namorada. Sim, a dita prática do amor é fantástica, com tudo incluído. Acho que isto deve-se ao facto de a minha namorada praticar... bullying comigo, e muitas vezes falar e responder-me mal e tratar-me mal. Não sei o que fazer, porque estou a conhecer pessoas totalmente novas, que aliado ao tipico dia de um universitário que geralmente acaba a perguntar-se "Porra, como vim parar aqui?", vai quase de certeza acabar em traição. Como devo fazer?  
Anónimo, 19, Beja

Doutor G: Caro Anónimo, se achas que a tua namorada te trata mal, então o problema não devia ser a distância ou as pessoas novas que andas a conhecer. A não ser que estejas a dizer isso só para inconscientemente te desculpares de estar a sentir uma comichão na cabeça do pimpolho que te leva a pensar que traí-la será um acontecimento inevitável no futuro. Se calhar ela respondeu-te mal uma vez e tu agora pensas nisso como «Sim, eu estou aqui com vontade de esbardalhar pipi alheio, mas ela daquela vez respondeu-me em tom ríspido que não se passava nada só porque eu deixei a tampa da sanita levantada.». Bem, vocês vão acabar mais cedo ou mais tarde, porque a distância é a pior das amantes. 


Bons dias doutor, e o seguinte: namoro a quase 5 anos com uma rapariga linda, porém ha uma grande questão: nao consigo sair a noite com ela e ter um bom momento de diversão, na lutas peladas debaixo dos lençois, passado 5 minutos ela diz que ja nao aguenta mais... E depois ha aquele grande momento em que quando saio a noite com os meus amigos - tipo bro's night - é só miudas, quase ao ponto de me perder em pipi alheio, nunca aconteceu... sugestões? 
Afonso, 21, Guimarães 

Doutor G: Caro Afonso, a tua escrita é medonha. Percebo que alguém com nome do nosso primeiro rei e que vem do berço da nação, queira preservar a tradição de escrever em português-arcaico. O problema é que não consegui perceber quase nada da tua dúvida. Ela, passados cinco minutos, não aguenta mais? Se tiveres tanto jeito para o sexo como para escrever, calculo que seja porque estás a dar-lhe pontapés das costelas flutuantes. Pergunta-lhe porque não aguenta mais: se de dor intensa, ou se de excesso de prazer. Se ela disser que é a segunda, é porque está a mentir e tu não estás a fazer um bom trabalho. Quanto às saídas à noite, não percebi nada. Vá, um bom 2017.


Apesar de ainda ter várias dúvidas em lista de espera, o Doutor G tem recebido menos nas últimas semanas, embora as consultas tenham cada vez mais visualizações. Se precisarem de ajuda ao nível do sentimento e do sexo, não hesitem e enviem as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Partilhem e façam muito amor à bruta porque de guerras o mundo já está cheio.

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