26 de janeiro de 2016

Dicas para apimentar a safadeza no quarto



Nem só de sodomia política é feita a nossa vida sexual. Por isso, vamos a mais uma consulta "Doutor G explica como se faz".


Caro Doutor G, ando na universidade e conheci um rapaz, com quem tenho mantido contacto. Quando começamos a falar mais, aproximamo-nos bastantes ao ponto de trocarmos mensagens todos os dias. Uma noite fomos sair e curtimos, depois disso ele insistiu para irmos para a casa dele, só que eu não quis, quando voltamos para junto dos nossos amigos ele começou a fazer-se as minhas amigas. Entretanto o tempo foi passando e uma noite depois de sair da discoteca fui para casa dele, e pela primeira vez fizemos a luta greco-romana, acontece que no fim ele mandou-me embora, qual pastilha elástica que se usa e deita fora (ele dizia mesmo que não queria dormir comigo). Este ano ainda não aconteceu nada, mas continuamos a falar. Eu sentia que ele estava mais querido (dizia que não ia fazer ''asneiras'') e demonstrava vontade em estar comigo, até que tivemos uma grande discussão e ele se afastou. Não consigo compreender o que aquele rapaz quer, porque diz-me que não tenho nada haver com a vida dele (se anda ou não com outras), mas não se afasta definitivamente. Ajude-me por favor Doutor G! 
Flávia, 20, Coimbra

Doutor G: Cara Flávia, o que tu precisas é de dois pares de palmadas bem dadas e não estou a falar daquelas que tu gostas. Repara na sequência de acções: Flávia troca mensagens com o Zé; Flávia curte com o Zé: Zé convida Flávia para ir lá a casa comer lampreia genital; Flávia recusa e o Zé faz-se às amigas de Flávia; Flávia, não só continua a dar-se com o Zé, como acaba por lá ir a casa noutro dia comer a lampreia reaquecida; Zé expulsa Flávia de casa depois da lampreia bolsar; Flávia, ainda assim, continua a falar com o Zé e a achar que ele é bom rapaz. Para que percebas melhor onde quero chegar, deixo-te aqui a minha opinião em forma de meme.


Primeiro, provavelmente o Zé tem namorada, daí o sentimento de culpa que o levou a não querer dormir contigo e o facto de não te querer dar satisfações da sua vida pessoal. De qualquer das formas, o Zé é um palerma que só te quer traçar e vem com falinhas mansas para te enganar. Se só quiseres comer-lhe a lampreia, força. Se estás à espera de algo mais sério, és ingénua. Se valoriza aí garota! Caga no Zé.


Caro Doutor G, conheci uma garota a 9 meses, tive uma sessão bruta de truca - truca, e ela reclamou muito do tamanho do Pau, foi um escandalo geral mas aguentou até as ultimas consequências. O que acontece no entanto é que desde aquela altura, ela nunca mais quis ter relações com penetração, limitando-se apenas a fazer uns broches (mas tao bons que acabo gozando), e ela nunca disse exatamente o motivo que a leva a não querer ter sexo de novo e eu vou apenas suspeitando que seja o tamanho que a assustou. Quais sao as dicas que me dás para tentar convence-la a dar de novo para mim?
Anónimo, 26, Luanda

Doutor G: Caro Anónimo, que bom ver uma dúvida da minha terra! Ah, não, espera, é Luanda! Confundo sempre com a Buraca! Está tudo aí a bater em Angola? Tudo aí mesmo na calmaria e quê? Não tarda é sexta-feira, dia do homem, e dá aquela vontade de beber uma cuca e ir na discoteca roçar nas brancas. Ya, mesmo a sério. Bem, relativamente à tua questão, parece-me óbvio que ela se assustou com a jiboia mwangolesa. Se calhar da outra vez fizeste-lhe um estiramento ao nível da musculatura labial anterior e, ou ainda está em recuperação, ou não quer que lhe estragues aquilo para a vida. Sim, dar à luz sem esforço é uma vantagem, mas as mulheres já usam mala e não precisam de outro sítio para guardar a maquilhagem, os livros da escola, e candeeiros de pé alto. Para a convenceres, novamente, a fazer de toca para a tua toupeira do Entroncamento, tens de lhe prometer que vais ser mais meigo, usar lubrificante, e não fazer a posição piledriver. Ela que fique por cima a controlar o ritmo e a profundidade do encaixe e nunca lhe proponhas sexo anal, caso contrário, aparecem na capa do Correio da Manhã aí de Luanda com o título «Mulher falece na retrete depois de lhe entrar uma cobra píton pelo cadeirote.»


Caro Dr.G, o que fazer quando estamos envolvidos intimamente com o nosso parceiro e, de repente, ser mais sensível ao toque, começar a rir por causa de cócegas? O que fazer para atenuar essa questão?
M., 24, Lisboa

Doutor G: Cara M, é um problema bastante comum, especialmente no dia em que a depilação deixou o campo pelado para a prática do desporto rei. A capacidade de concentração é a única coisa que pode resolver o problema. Podes deixar-te ir e rir à vontade até à exaustão, desde que ele perceba que não o estás a fazer porque estás a achar que o trombinhas dele é muito cómico. Depois, tudo o que tira a sensibilidade pode ajudar: gelo, bebidas alcoólicas, e palmadas e trincas de força.


Caro Sr. Dr. G, quais são os sinais que a mulher dá para sabermos se está interessada ou não? Ao contrário dos homens (sabem logo se querem peixe ou carne), as mulheres são umas complicadas por natureza. Vou dar-lhe o meu exemplo mais recente cujo tópico pode interessar-lhe: Instrutora de ginásio. Convidei-a para sair para discutirmos um determinado assunto íntimo dela (não é sexual LOL) e a resposta foi: "Temos tempo para discutir o assunto no ginásio ;)". A meu ver, parece-me um ponto final em algo mais mas às vezes tenho a esperança que ela seja daquela espécie rara de quem gosta de se fazer de dificil. Ela não me está a dar muito feedback e continuar a "insistir" já começa a parecer awkward. Já me aconselharam a sair, mas preciso do conselho do mestre: continuo ou é tempo perdido? Como devo proceder, para pelo menos saber se está minimamente interessada?
Anónimo, 23, Lisboa

Doutor G: Caro Anónimo, ela não está interessada. Pronto, é isto. Quando te parecer que ela pode estar a ficar interessada, é só porque está a ver se lhe compras umas aulas de PT. No máximo dos máximos, ela poderia ter algum interesse mas ser comprometida e daí essa resposta. Sim, podia estar a fazer-se de difícil, mas ao ver que tu poderias desistir, ela enviar-te-ia sinais do contrário só para te baralhar o sistema. O smile que ela fez no final da resposta diz mais do que o resto da frase. Ela não te quer. Só violando é que lá vais. Não, não é um conselho, obviamente. Apenas um reparo final: mostra que conheces pouco as mulheres ao dizeres que as que se fazem de difíceis são espécie rara. Em todo o mundo, mas especialmente em Portugal, há cerca de 27% mais mulheres que se fazem de difíceis do que há homens heterossexuais. Valores retirados de um estudo independente que vi na Internet agora mesmo mas que já me esqueci da fonte.


Caro Dr.G, há muitos homens hetero com o fetiche de experimentar strap on com raparigas? Recentemente soube de um rapaz que tem esse fetiche e, que eu saiba, gosta mais de mulheres que outra coisa. Daí a minha dúvida... fez-me um bocadinho de confusão. Se calhar sou eu que sou antiquada, não sei. 
Anónima, 25, Aveiro

Doutor G: Cara anónima, penso que já falei sobre esse assunto aqui. Acho que há homens hetero que podem retirar prazer de enfiar coisas no rabo, desde que essa coisa não seja uma pila verdadeira. Posto isto, diria que ele está mais perto de ser gay do que eu, que, como dizia o gajo de Alfama «nunca meti um alho no cu. Nem alho nem nada.». Agora, parece-me que esse fetiche terá mais a ver com a questão da submissão do que da orientação sexual. Se ele te pedir para te vestires de lenhador e começar a chamar-te Orlando, enquanto lhe tocas na próstata com uma rebarbadora, aí diria que definitivamente é gay e, acima de tudo, quem é que nos dias de hoje se chama Orlando?


E está terminada a consulta. Como sabem, para além de conselheiro javardo, trabalho num estúdio de startups onde criamos vários produtos digitais e, inclusivamente, coisas e cenas fofinhas. Sendo vós assíduos leitores do Doutor G, acho que vão gostar deste produto: um gerador de ideias para tudo e mais alguma coisa e, como sei que sois uns javardos, tomei a liberdade de criar um quadro de ideias para apimentar a vossa vida sexual! Quem é amigo, quem é? Basta clicarem aqui, e experimentar e ajavardar à vontade. Ainda não funciona bem em smartphones, aviso já. Desafio-vos, depois, a partilhar as ideias mais parvas/nojentas que vos calharam. Aqui fica a minha.
Portanto, a ideia gerada é: Ir para um cemitério, enfiar os dedos no ânus com Nutella, tudo isto na posição do mambo invertido e, porque isto não era suficientemente inspirador, ir ainda buscar inspiração ao filme maroto de 2009 «Suor de tetas». E o meu trabalho é muito inventar coisas destas. Obrigado a todos e, como sempre, até para a semana e continuem a enviar as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Partilhem e façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.

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24 de janeiro de 2016

Portugal é vítima de violência doméstica



Olá, o meu nome é Portugal e sou vítima de violência doméstica. «Olá Portugal!», responderiam os restantes elementos da reunião dos masoquista anónimos. Pois é, não fosse o facto de nos vermos livres do Cavaco, estas eleições seriam mais um dia triste da cronologia política portuguesa. Ganhou, mais uma vez, mais do mesmo. Foi uma substituição daquelas que se fazem no futebol quando o jogo está quase a acabar: uma troca por troca, só para ganhar tempo e adormecer o adversário, ou, neste caso, o povo. Foi trocar o Thomas pelo Fernando Aguiar, ambos cepos e contratações falhadas, mas o segundo expressa-se melhor nas conferências de impressa.


Ontem, Portugal elegeu um Presidente fã de Salazar, adepto de touradas, e contra o aborto. Portugal torna-se, assim, no primeiro país a inventar a máquina do tempo.

Não é que Marcelo não seja capaz de nos representar lá fora e de receber chefes de estado de outros países e de conseguir fazer sala e ter boas conversas. Tenho a certeza que sim. Aliás, conversar e falar será o seu maior atributo politico e, quando assim é, já sabemos que o resto fica descurado. O presidente não faz muito, é um facto. Passeia, manda o seu ocasional bitaite, deixa passar leis e pode mandar tudo abaixo e convocar eleições. Dizem que o Presidente da República deve ser uma espécie de árbitro, algo que olhando para o historial da arbitragem portuguesa, parece-me a pior analogia de sempre. Tal como os árbitros, o Presidente também é subornável e tendencioso, mesmo quando se afirma independente só para angariar votos à esquerda. É como eu dizer à frente dos meus amigos que eu é que mando lá em casa mas depois a minha namorada pôr-me a dormir no sofá e sem sexo durante dois dias.

Marcelo comentador era um bom comentador. Divertido, culto, e de ideias e ideais menos presos à sua afiliação partidária. Era um gajo fixe porque não influenciava nada e, sobretudo, porque não éramos nós que lhe pagávamos o ordenado na TVI. Como Presidente, é mais do mesmo, "só" isso. É melhor do que Cavaco? Óbvio. Qualquer um dos candidatos seria e, talvez, seja esse o grande problema: tínhamos um presidente tão rafeiro que qualquer arraçado nos parece de pedigree elevado. E não estou a comparar cães com políticos, porque isso seria ofensivo para todos os canídeos, especialmente os rafeiros. Marcelo tem o "pedigree" do resto dos políticos que nos têm governado. Vem das mesmas escolas e colégios, dos mesmos partidos, do mesmo círculo de amigos, interesses e favores. É mais do mesmo. É síndrome de Estocolmo.

- O meu marido bate-me e humilha-me. - queixa-se a dona Amélia.
- Então porque não o deixa e arranja outro?
- Oh, tenho medo.
- De quê?
- Da incerteza.
- Então mas este ao menos já sabe que não lhe faz bem.
- Pois, mas outro ainda pode ser pior. É que este bate-me todos os dias, mas no dia dos namorados até me faz um cafuné depois de me partir uma cadeira na nuca.
- Mais vale só que mal acompanhada.
- E depois lá na terra sou a solteirona sapatona? Nem pensar!
- Então não se queixe, dona Amélia. Apanhe aí nas trombas como uma senhora e cale-se.

E, com isto, quero também dizer que não confio por aí além em algum dos outros candidatos, nem tinha um preferido. Só gostava é que Portugal tivesse tido a coragem de fazer as malas e abandonar o marido abusador, mesmo sem ter a certeza se teria de dormir debaixo da ponte durante uns tempos. Mas, não foram tudo más notícias! Tino teve um resultado interessante e acredito que candidatos como ele são precisos, nem que seja para servirem de voto de protesto. E não estou a ser condescendente com ele, acho que de todos se calhar é dos poucos que realmente se iria importar com as pessoas. Ia fazer boa figura nas visitas oficiais? Provavelmente não.


Mas, com o Tino, as mensagens de Natal iam ser um excelente momento de humor que tanta falta faz na TV portuguesa.

«Ó Guilherme, não te podes queixar! Isto é democracia!», dizem alguns que acreditam em unicórnios com pénis forrados de diamantes e rubis e que ejaculam arco-íris. A esses, deixo apenas um exercício para fazerem: ponham lado a lado a percentagem de votos e o tempo de antena nos media de cada candidato e vejam se não encontram um padrão. Pois. Coiso. A falsa democracia começa, para além de termos um sistema de ensino moribundo, no facto de se ter de ter mais de 35 anos para se ser candidato à Presidência da República, e de se ter de ser português. Se calhar, o mal é esse. A selecção portuguesa teve os seus melhores resultados sob o comando de um estrangeiro e, pelos vistos, nós com prata da casa não saímos da cepa torta. Mandem vir o Obama, nem que seja só para chatear o PNR.

Marcelo tinha a papinha toda feita. Anos a fazer campanha deram-lhe uma vitória confortável sem precisar de se esforçar muito. Até se deu ao luxo de ser independente! Haha, esta piada ainda é melhor que aquela da Marisa Matias. Marcelo, o candidato, apresentou zero ideias e esquivou-se a todas as perguntas complicadas. A sua campanha resumiu-se ao que seria de esperar que o Tino fizesse: andar a passear, a comer petiscos, a dar beijinhos e abraços às velhinhas e crianças. De repente, Marcelo virou do povo. De repente, Marcelo deixou de ser o devorador de livros, professor, doutorado, amigo de banqueiros, para ser do povo. Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és. É certo que não podemos controlar nem somos responsáveis pelas escolhas errados dos nossos amigos, mas tenho para mim que uma pessoa inteligente percebe que algo se passa de errado. Exemplo:

- Então, Pedro, compraste um Porsche? - pergunto eu a um amigo de longa data.
- Sim, estava na dúvida entre esse e o Ferrari. - responde ele todo pimpão.
- Sim senhor, anda-te a correr bem a vida. - comento.
- Sim, fui promovido a supervisor lá no call center.

E eu, se fosse atrasado mental, não desconfiava que era porque o Pedro é traficante de droga e/ou anda a fazer felácios por 50€. Ou por 5€, mas trabalha horas extra. Depois a PJ apanhava o Pedro e eu era chamado como testemunha e dizia que nunca tinha visto nada suspeito. Enfim, Marcelo pode não ser má pessoa, o grande problema é que para se ser presidente ou primeiro-ministro é preciso estar embrenhado no mundo da política. Ter feito parte das jotas e ter crescido lá dentro. E, quem segue esse caminho, é impossível chegar ao topo sem dever favores a muita gente e sem ter dado graxa a tantas outras.


E, no fundo, é a isso que se resume a grande maioria da nossa classe política: uma cambada de graxistas que devem favores a outros graxistas.

É uma pescadinha de rabo na boca, mas quem está na cauda desta centopeia humana somos nós, onde apenas nos dão a comer o pão que o intestino deles amassou.

Numa carta que Marcelo escreveu a Salazar, quando tinha 12 anos, despedia-se do seu ídolo com «o seu humilde servo». Sim, as crianças de 12 anos idolatram as pessoas erradas, mas, pelos vistos, mais de 50% dos adultos que votaram, também. «Era a única opção! O menos mau entre todos os candidatos!», dizem alguns. Se isso for mesmo verdade, acho que ainda é pior sinal para Portugal e todos nós.
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19 de janeiro de 2016

Como convencer um homem a casar?



O Doutor G  tem resposta para tudo, só não faz amarração porque não é aldrabão. Vamos então a mais uma sessão do consultório erótico-javardo, mas com classe, "Doutor G explica como se faz".


Boa tarde, tenho 24 anos, e vivo com o meu namorado de 28 anos á 5 anos. Tudo maravilhoso, um mar de rosas e tal, mas o problema que me aflige agora é... eu tenho falado á 2 ou 3 anos (sim, leste bem!) em casarmos. Como estamos juntos á 5 e também estamos financeiramente e emocionalmente estáveis acho que seria o melhor passo a dar. O problema é que nestes 2 ou 3 anos ele evita falar do assunto e quando fala inventa desculpas. Do estilo: temos que pensar, temos que ter tempo (tempo?! 5 anos não chega?!) e este assunto já me anda a deixar com o "pé atrás" e até a pensar que estes anos foram uma perda de tempo com alguém que talvez não quisesse muito casar, ter família e tal. Podes ajudar me? É que sinceramente, já estou a pensar dar lhe com uma botada no rabo!
Anónima, 24, Algures

Doutor G: Cara Anónima, acabei de ter um derrame cerebral com tantos erros no verbo haver. Não á pachorra! Assim já percebo porque é que o teu namorado não quer casar contigo! Estou a brincar, haverá certamente outras questões mais graves na tua personalidade que o levam a não querer assumir o compromisso... ou... será que ele morar contigo e namorar-te HÁ 5 anos não é assumir compromisso? Se tu queres assim tanto casar, pede-lhe tu! Se para ele o casamento claramente não é assim tão importante, mas se gosta de ti, mora contigo, trata-te bem qual é o problema de não te meter a merda de um anel no dedo e assinar um papel?! Se por isso começas a pensar que é tempo perdido e a considerar dar-lhe um chuto no rabo, então deixa-me que te diga que não gostas assim tanto dele ou que não percebes muito bem o que é o amor. Claro que pode acontecer ele não ter a certeza se te quer como mulher, mas não é casando que esse problema se resolve. Se as coisas estão bem assim, não mexe que pode estragar. Deixa os contos de fada para as histórias das crianças, tens 24 anos, não tens 40. Podes sempre fazer-lhe um ultimato, mas aviso-te que pode correr mal e não me parece que queiras contar esta história às tuas amigas «Foi lindo quando ele me pediu em casamento! Eu disse-lhe que ou me pedia em casamento ou eu o deixava! E ele, com todo o romantismo, pediu-me em casamento. O amor é lindo!»


Caro Doutor G, tudo começou à cerca de 1  ano, eu era um macho alfa, no auge da sua forma e aptidão, nessa altura conheci uma rapariga, era lindissíma, uma personalidade fantástica e que como maior atributo possuia a sua parte traseira, que combinava o melhor dos dois mundos já que literalmente se assemalhava a dois globos ali colocados delicadamente. Então para conseguir ter o momento com a dama tive de engendrar um plano que até a mim me deixou banzado pela genialidade, aproximar-me da melhor amiga dela. Assim fiz, utilizei os meus dotes e logo a amiga dela também minha amiga ficou, o problema é que não começou a correr como eu planeei... e quando dei por mim... andava às trancadas com a melhor amiga no cinema... mas isto não era bom, a minha busca pelos globos de ouro estava compremetida. O pior foi que o meu grupo de amigos não estava ocorrente do meu objetivo e pensava que safar aquela rapariga era o que eu queria... bem era... mas não aquela... e foi então que um deles, o que possuia um cabelo excêntrico o Carvalho... apesar de não possuir esse nome... e também é melhor não tentar perceber donde provêm a alcunha... contudo para além de sacar apenas vintes nos exames... começou a sacar mas que isso, e com quem? Com a minha prometida... Por favor Doutor ajuda-me neste momento dificil e indica-me o caminho para o rabinho da minha amada.  
Alberto, 18, Braga

Doutor G: Olha outro que não sabe meter o "h" no verbo haver. Esta juventude está perdida. Bem, em relação à tua questão, só me apraz dizer uma coisa: temos pena. Armaste-te em conde papolas e acabaste por ver a tua pretendente a ser plantada pelo Carvalho. É a vida, para a próxima tens de definir as tuas prioridades de melhor forma. Com a mania que és macho alfa, em vez de ires directo à tua presa, decidiste ir à gazela ferida por ser mais fácil e depois viste a gazela de glúteos carnudos a escapar por entre a manada para mais à frente ser apanhada na jugular por outro leão. O conselho que te posso dar neste momento é esqueceres essa tua gazela perfeita. Queres mesmo fincar-lhe o dente depois de saberes que o Carvalho andou lá? Ainda para mais sendo ele teu amigo? Toma juízo. Podes aproveitar para estampar uma t-shirt a dizer «Armei-me em playboy do caralho e, agora, quem a anda a comer é o Carvalho.»


Caro Doutor G, queria ouvir a sua opinião sobre a chonice do meu namorado, com quem namoro há dois anos. Basicamente, ele é super querido e sensível, mas também tem a dose ideal de macho. Considero que é praticamente o namorado perfeito nesse aspeto, quando estamos sozinhos. O problema é quando estamos com outras pessoas. Quando estamos com as minhas amigas, ele fica SUPER choninhas e eu quase que fico com vergonha das atitudes dele. Parece que fica com ciúmes de não ter a minha total atenção. Quando estamos com os amigos dele, é exatamente o oposto. Eu fico-me a sentir mal, mas desta vez por parecer que ele me trata mal e sem respeito, como se quisesse provar algo aos amigos (o que eu considero idiota, especialmente porque os amigos dele são bastante porreiros). Como sugere que lide com isto?
Anónima, 21, Coimbra

Doutor G: Cara Anónima, vamos por pontos:

  1. Ele fica choninhas ao pé das tuas amigas porque se calhar não as conhece bem e tu não lhe prestas atenção e ele fica ali a olhar para o ar. Ou então é porque tem uma atração secreta por alguma das tuas amigas, ou pior, já se engalfinhou com alguma e agora está aquele clima estranho.
  2. Se ele te trata mal ao pé dos amigos e isso é mesmo verdade e não é nada da tua cabeça, então é um palerma e acha que ser-se homem é tratar a gaja à moda do antigamente.
Seja como for, se ele te trata bem quando estão sozinhos já não é mau. Normalmente, acontece o oposto que é muitos homens serem uns doces ao pé das outras pessoas e depois entre quatro paredes é chapadas à padrasto na moleirinha. Depois quando se sabe as beatas dizem sempre «O Zé arrefinvava nas trombas da Maria? Ele parecia ser tão meigo... se calhar alguma ela fez para merecer.». Diz-lhe que sentes isso e logo vês o que ele diz porque me parece que ainda nunca conversaste com ele sobre isso. Se ele continuar a tratar-te mal ao pé dos amigos e a ser um xoninhas ao pé das tuas amigas, fiquem em casa ou cada um sai com o seu grupo que se calhar é o objectivo dele com essa estratégia.


Sr. Doutor G, estou aqui num pequeno impasse. Acontece que tudo remonta ao ano de 2013, quando me tornei escuteirinho. Tinha os meus 15 anos acabados de fazer, algum historial de "relacionamentos" (nada de mais, o normal naquela idade, os beijinhos atrás dos pavilhões, etc) até que um dia, conheci uma rapariga que é do mesmo grupo de escuteiros que eu. A primeira vez que olhei para aquela rapariga com olhos de ver, senti aquele "click" e até hoje que morro de amores por aquela miúda. Nunca lhe contei nada sobre o que sentia. Temos uma grande amizade (ela desabafa comigo, confia em mim assuntos pessoais, fala livremente comigo basicamente) e eu vice-versa, só que, nunca passamos daí. Ela é uma excelente rapariga, tem 17 anos (tal como eu, neste momento) tem um personalidade que me atrai, é inteligente, "boa pa cacete", só que tem um pequeno problema. É instável em relacionamentos. Nunca dei numa de stalker, mas, reparo que a rapariga começa a namorar com um rapaz, acaba com ele, voltam, acaba e depois passado 3 meses vem com outro, e o ciclo repete-se. De salientar que já não verifico este ciclo a algum tempo... Doutor, será que devo ganhar tomates e enfrentar a miúda e dizer o que sinto por ela ja que neste momento, está solteirona ou o melhor é esquecer e avançar para outra aventura?
Anónimo, 17, Porto

Doutor G: Caro Anónimo, mal vi a palavra escuteirinho na tua dúvida percebi logo que se tratava de mais um caso de um xoninhas. Se gostas dela, diz-lhe. Simples. Qual será o resultado? Hipóteses:

  1. Ela diz que sente o mesmo e saltam para o colo um do outro todos pelados
  2. Ela diz que só te vê como um amigo, tu metes o rabinho entre as pernas e vais chorar em posição fetal para o banho e depois, passado uns tempos passa-te. É provável que deixem de ficar amigos.
  3. Ela vai dizer que está confusa que é como quem diz que tem outro em vista mas que te quer manter no banco de suplentes. Com sorte vais fazendo uns treinos mesmo que nunca sejas titular.
  4. Ela diz que pensava que tu eras gay e deixa-te com duas opções: chorar em posição fetal no banho ou sacar do trombinhas para fora e dizeres «Agarra-te à liana e chama-te Tarzan» e nisto fazes o grito do menino da selva.
Agora só tens de ponderar se alguma destas hipóteses é pior do que ficares para sempre na dúvida e ainda por cima a ouvi-la desabafar contigo os amores e desamores. Uma dica que pode ajudar: tens 17 anos, muito provavelmente ela não será a mulher da tua vida, por isso tens pouco a perder.


Doutor G , sou uma miúda na casa dos 30 mas que resolveu fazer outro curso. Há uns tempos voltei a falar com um colega do secundário da mesma idade que eu que se encontra em França, passado uns tempos, ele pediu me em namoro e apesar da distância tudo corre bem e ás vezes com algumas dúvidas pelo meio. Só que namoros à distância resultam? Ainda me falta mais um ano a correr bem para acabar o curso e tenho muitas duvidas até porque ele só vem a Portugal 2 ou 3 vezes por ano e não temos a possibilidade de namorar mos a serio isto é quando vem são lutas intensas entre os lençóis e depois só net. Eu estou com receio de continuar um relacionamento que não tenho a certeza de futuro! 
A indecisa, 32, Lisboa

Doutor G: Cara indecisa, claro que os namoros à distância não funcionam, muito menos aqueles em que um utilizou o chat do Facebook para pedir namoro. Isso é do mais coninhas que eu já ouvi na minha vida, desculpa-me que te diga. Bem sei que há muitas mulheres solteiras que chegam aos 30 e estão por tudo, mas namorar pela Internet com essa idade nunca vai dar resultado. Das três, uma: ou ele vem para cá rápido viver, ou vais tu para lá, ou não vai dar certo. Mesmo com o avanço tecnológico e que compres um salpicão de mirandela cyborg com um chip ligado ao smartphone dele para que ele possa controlar as investidas à distância, não me parece que relação sem pele com pele frequente tenha futuro. Apenas uma adenda: dizes que tens receio de continuar num relacionamento que não tens a certeza se tem futuro. Isso são todos os relacionamentos, certezas só a morte. Não, não te suicides que não vale a pena. Deixa andar e vai fazendo a tua vida por cá. Seja como for, pensa que mais vale 2 ou 3 quecas por ano do que nenhuma, é um facto.


Caro Doutor G, o meu dilema é o seguinte: Conheci um rapaz e ele convidou-me para sair. Fomos e tentamos combinar mais vezes mas não conseguimos e ele dava-me sempre a resposta " se não dá neste dia, combinamos na próxima semana" mas depois acabava por não falar mais comigo. Recentemente estivemos juntos mas foi por acaso, sem termos combinado, e ele começou a dizer que tem andado muito ocupado mas que a partir do dia X já estaria mais disponível. Eu já tinha pensado que ele provavelmente não estaria interessado e que o melhor seria passar para outra mas ao mesmo tempo como ele até me deu uma data específica não sei se hei-de reconsiderar a hipótese. Acho que lhe devo dar um pormenor relevante: Só estou neste dilema porque o rapaz tem muito sex appeal (a.k.a é todo musculado) e eu tendo a não confiar em pessoas com tal aparência, devido a erros do passado. 
Anónima, 20, Lisboa

Doutor G: Cara Anónima, já perdi as contas das vezes que disse isto aqui neste consultório: Quando um homem está interessado, arranja tempo. Mesmo que seja médico a fazer turnos e tenha de fazer 300 km e uma directa e deixar um paciente de peito aberto na marquesa das operações durante 8 horas. O homem é um bicho que quando lhe cheira a pipi que ele quer (e quer quase todos) é menino para arranjar tempo. Como é que achas que os homens casados com três filhos bebés e dois trabalhos conseguem ter amantes? A relatividade de Einstein explica este fenómeno dizendo que o espaço-tempo contínuo se estica quando o homem se movimenta perto da velocidade da luz devido ao catalizador natural que é a patareca pretendida. Posto isto, se tu queres tens de ser tu a sugerir o dia e combinar porque os homens também gostam de mulheres proactivas e isso pode aumentar o interesse dele. Já sabes o que dizem dos homens musculados? Muita dinamite e pouco rastilho, isto aliado ao facto de ele estar ocupado e provavelmente só ter tempo para uma queca precoce. A inveja é tramada.


Ainda há muita gente que me pergunta se as questões são mesmo enviadas ou se sou eu que as invento. Aqui fica parte da minha caixa de email com várias questões enviadas como prova que isto vem tudo ter comigo e não é produto da minha criatividade, genial mas não tanto. Devo ter mais de 50 em lista de espera, por isso, se enviaram e ainda não respondi, tenham calma que o Doutor G tratará de vós em breve.


Como sempre, até para a semana e continuem a enviar as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Partilhem e façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.

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18 de janeiro de 2016

Perguntas com rasteira que as namoradas fazem



Dizem que os homens não percebem as mulheres, mas tal é completamente falso. Sim, a cabeça das mulheres funciona em padrões caóticos, mas até no caos há harmonia e é possível antever os acontecimentos. Depois de muitos anos de estudo aprofundado de campo, decidi compilar as principais perguntas com rasteira que as namoradas fazem e explicar-vos como  devem lidar para evitarem ficar com a perna presa na ratoeira.

«Estas calças fazem-me gorda?»
Uma pergunta tão antiga quanto o primeiro par de calças inventado. Mal sabiam os homens primitivos do Paleolítico Superior que inventaram o primeiro par de calças que seriam a razão da discórdia e discussão em muitos lares por todos os períodos da História. Esta pergunta nunca é feita na espera de uma resposta honesta. A honestidade num casal só causa problemas porque as mulheres, por muito que digam que é a qualidade que mais apreciam num homem, não são capazes de lidar com a verdade. Esta pergunta só é feita por um motivo: pesca de elogio. Digam-lhe sempre que não, que tudo lhe fica bem e que é impossível ela parecer gorda, mesmo que sejam umas calças XXL que ela está a experimentar. Mintam porque se fosse ao contrário também não iam gostar de a ouvir dizer «Este preservativo está-te um bocado largo».

«Gostas do meu vestido novo?»
Mais uma pergunta onde a sinceridade não é bem-vinda. Quando uma mulher pergunta isto, o que ela quer realmente dizer é «Olha no que eu gastei dinheiro apesar de provavelmente só o ir usar uma vez e depois o deixar no armário para sempre juntamente com os outros 876 vestidos! Preciso que me digas que gostas muito que é para eu não pensar que já podia ter um Ferrari em vez de um armário cheio de trapos com mais cores do que o ecrã do novo iPhone.». É isto. Digam que sim, não façam como eu que uma vez disse que não e aquele vestido nunca foi usado, e, para além disso, as relações são como as detenções da polícia «Tudo o que dissermos poderá ser usado contra nós...». 

«Não notas nada de diferente em mim?»
É neste momento que todos os homens se transformam em Sherlock Holmes! Por muitas vezes já tive de armar-me em investigador do CSI Buraca a tentar perceber as provas do crime que eu pelos vistos havia cometido. Olhamos para o cabelo e parece-nos igual. As unhas? Na mesma. Não vemos roupa nova nem uma barriga que possa indiciar uma gravidez indesejada. Um conselho: não arrisquem! Nunca arrisquem com menos de 90% de certeza. Se não souberem mesmo e ainda assim quiserem arriscar, dizem as estatísticas que é provável que seja aquele centímetro, um, que ela cortou no cabelo ou as nuances que fez e que está à espera que vocês reparem sem se lembrar que vocês são heterossexuais. 

«A Sandra e o Fábio já têm um Facebook conjunto, sabias?»
Alerta vermelho!!! Isto é versão 2.0 da pergunta «O Nélson pediu a Flávia em casamento e só namoram há três meses. A propósito, para o mês que vem fazemos 8 anos de namoro!» Esta pergunta, ou comentário, tem um propósito que é o de pressionar. As mulheres são mais peritas em mind games do que o Jorge Jesus e dominam a arte da manipulação com maior mestria do que o Pinto da Costa. Sempre que querem passar a relação para o próximo nível, vão começar a deixar-vos pistas e indirectas. Hoje, assumir uma relação no Facebook é, para muitos, mais sério do que casar. Quando vos fazem uma destas perguntas a vossa posição deve ser sempre passiva mas não defensiva. Devem ser os antagonistas e deixar que ela seja a protagonista. Respondam apenas com «Sim, já tinha reparado.» e a seguir saiam de casa para comprar tabaco. O resto é convosco.

«Não achas que já passou muito tempo desde a última vez que saíste com os teus amigos?»
Estou a brincar! Esta pergunta nunca é feita por uma namorada. Se algum dia vos perguntarem isto é porque o fim do mundo está para chegar. Metam-se debaixo de uma mesa, agarrem num terço e rezem enquanto esperam pela queda de um asteróide gigante e por serem sodomizados por Belzebu.

«O que farias se eu morresse?»
Dica: «Depois do funeral ia sair para o Urban com os meus amigos!», não é a resposta certa! O que ela está mesmo a perguntar aqui é quanto tempo é que íamos demorar até arranjar outra. A vossa resposta deve ser sempre a mais dramática possível e dizerem que, obviamente, nunca mais iriam conseguir ter outra pessoa. Se forem afoitos podem tentar dizer que só teriam sexo nos primeiros seis meses por uma questão de carência e que estariam a pensar no cadáver dela no caixão durante toda a noite. Sim, para dar realismo têm de dizer que iria durar a noite porque não há melhor remédio para a ejaculação precoce do que pensar no cadáver da namorada.

«Gostas mais de mim pelo exterior ou interior?»
Uma das perguntas mais complicadas de responder. Nem Nietzsche ou Confúcio conseguiriam responder a esta pergunta sem tropeçar na rasteira. A única possibilidade de se safarem é responderem «Pelas duas» e em seguida simularem um enfarte. Ainda assim é possível que ela vá convosco na ambulância e, entre cada massagem cardíaca, vos pergunte «Sim, mas qual é mais?». Se respondem que é pelo exterior, ela vai perguntar-vos se a acham desinteressante ou burra. Se respondem que é pelo interior, o caso ainda piora com ela a interpretar isso como um atestado de falta de beleza. No entanto, se tiverem mesmo de responder uma, optem por dizer que gostam mais dela pelo exterior. Ela vai refilar e chamar-vos fúteis, mas, no fundo, vai ficar contente.

«Gostas mais de mim agora ou há um ano atrás?»
Claro que sim, pensam os homens incautos. Errado. É preciso saber com quem se está a lidar, porque correm o risco de dizer «Amo-te cada vez mais» e a vossa namorada virar-vos as costas, amuada, e dizer-vos «Fico mesmo triste por saber que antes não gostavas tanto de mim.». É uma história real, acreditem.

«Costumas ver pornografia?»
Meninas, se um homem vos responder «Não» a esta pergunta, das duas uma: ou é mentiroso, ou tem a libido de um caracol em quimioterapia. Neste caso a resposta deverá ser sempre um alto e redondo «Claro... qual é o homem saudável que não vê?». Se ela ficar chateada então acreditem que não é a mulher dos vossos sonhos. Agora, também não é preciso revelar detalhes porque ninguém precisa de ir ver o vosso histórico de pesquisas e encontrar lá «Best sex video amateur with two hot blonds and one ugly midget redhead with no legs». Tal como nenhum homem quer descobrir que a sua namorada vê exclusivamente vídeos pornográficos de gangbang interracial. Sim, quando ela procura BBC no pornhub, não está à procura de documentários das rotas migratórias das andorinhas.

«Acha-la gira? Mais gira do que eu?»
Esta pergunta acabou de me ser feita enquanto eu escrevia este texto! Mais uma vez, ser-se honesto vai causar-vos problemas. A minha resposta é sempre a mesma «Sim, não é feia, mas também não é nenhum portento. É engraçadinha, vá. Tem um ar querido, pronto. Mas não é sensual, até é um bocado pãozinho sem sal e tudo. E depois maquilha-se muito e nas fotos parece muito mais gira do que na realidade. É daquelas que se vê na rua e ninguém repara.». O segredo para um bom mentiroso é falar sempre muito e usar muitos adjectivos. Vejam o Marcelo, por exemplo. Se falarem rápido ajuda ainda mais a convencer o ouvinte de que o que vocês estão a dizer é a verdade. A minha namorada já sabe que só há uma mulher mais bonita do que ela: a Adriana Lima. Quer dizer, não é mais bonita, aquilo é tudo maquilhagem e Photoshop. Para não falar de que já é mãe e não deve ter sido cesariana.

Muito mais haveria para dizer, mas, por temer pela minha integridade física e pelo facto do sofá não ser muito confortável para dormir, aqui me despeço com os melhores cumprimentos e um bem haja a todos.
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8 de janeiro de 2016

O dia em que a minha namorada conduziu pela 1ª vez



A minha namorada, apesar de já estar nos trinta como eu, só agora tirou a carta de condução. Sempre achou que não iria ter grande jeito para conduzir e, por medo, foi adiando. Sempre a incentivei e disse que era uma parvoíce ter medo e que de certeza iria ser uma exímia condutora. Falar é fácil, o que é certo é que há uns meses, depois dela ter tirado a carta, tive de provar o meu amor por ela e sentar-me no lugar do pendura no seu primeiro dia de encartada. Foi uma experiência inesquecível que me fez sentir vivo! Senti medo, minha gente. Muito medo. Foi uma experiência de quase-morte, qual diagnóstico errado de tumor cerebral. Saímos de minha casa para irmos para a dela e como um gajo não pode dar parte fraca, obviamente, perguntei-lhe, todo confiançudo: «Então, levas o carro?». Pergunta parva da minha parte, bem sei, à qual ela responde que sim. Engoli em seco e o que se segue não é aconselhável para os mais sensíveis e para pessoas com problemas cardíacos.

Entramos no carro, ela vê o espelho, ajusta o banco, mete o cinto e faz aquelas coisas todas que nos ensinam nas aulas mas que rápido deixamos de fazer. O carro estava estacionado em paralelo, com imenso espaço atrás para sair. Ela, mal começa a fazer marcha-atrás, começa a virar o volante e, caso eu não a impedisse, teríamos raspado o carro da esquerda de uma ponta à outra. Ela diz que não. Continua, ainda hoje, a dizer que não ia bater, mas lá no fundo sabe que eu tenho razão. Nisto, depois de o chegar atrás um pouco, prepara-se para meter primeira e continuar a manobra para a frente.

- Então?! - pergunto em tom incrédulo.
- Então o quê? - pergunta ela já na defensiva. 
- Vais bater... não tem espaço... tens de chegar mais para trás. - explico, calmamente. 
- Ah, então não passa bem? Eu acho que passa! - diz ela, confiante. 
- Pois, quando se acaba de tirar a carta convém não fazer manobras a achar que vai passar. É bom ter a certeza. Vá, recua mais um bocado com o volante direito.

Ela lá chegou o carro mais para trás e conseguiu, assim, fazer a manobra. Vocês não estão a perceber, não era uma daquelas que de vez em quando fazemos a pensar «se calhar dá» que até contraímos o ânus e cerramos os dentes. Da forma que ela ia fazer não ia dar com a quina no outro, ia dar-lhe mesmo no meio do parachoques. Nem uma mota etíope passava! Lá continuamos, em direcção à 2ª Circular, fez duas rotundas bem, com piscas e tudo, sempre com as mãos no sítio certo do volante e a olhar para a frente, qual Paulo Futre, toda ela concentrada mais do que uma garrafa de Sunquick. Estava ali tão focada que nem que passássemos por uma loja com um cartaz a dizer "SALDOS 100%" ela se ia distrair. Entramos na 2ª Circular e o que se segue foi a viagem mais longa de sempre que alguém já fez por aqueles poucos quilómetros de alcatrão. Se fosse a minha namorada a fazer os algoritmos do Google Maps, o percurso Buraca-Alvalade diria «10km, 55 minutos, sem trânsito.». Quase que aposto que na ciclovia ao lado iam septuagenários a ultrapassar-nos em corrida, mesmo os que têm tuberculose e vão a cuspir sangue. Entre os dez quilómetros hora, e, na loucura, os vinte, lá fomos a passo de paraplégico sem cadeira  de rodas.

Quando dizem que a velocidade mata, nunca pensei que fosse de velhice com o tempo que se demora a chegar ao destino. 

Eu digo-lhe para acelerar, pelo menos até aos cinquenta, já que ir àquela velocidade louca ainda é mais perigoso porque alguém nos bate por trás. Ela lá se convence e acelera um bocado e, nisto, vejo um carro parado em quatro piscas na faixa da direita e digo-lhe:

- Antes de te desviares daquele carro, tens de olhar a ver se não vem nenhum.
- Eu sei! - responde ela com uma confiança de quem já conduz à Schumacher antes do acidente.

Começa a olhar para trás a ver se não vem ninguém e eu vejo que nos estamos a aproximar, perigosamente, do carro da frente. Cada vez mais próximos e ela ainda a olhar para trás. Tentei até à última para não ter de ser eu a desviar o carro e descer-lhe a autoestima, mas não deu. Mesmo em cima do outro carro parado tive de lançar a mão ao volante e desviar-nos dele. Resposta dela?

- Eu estava a ver! Não ia bater! - diz ela e eu acredito que ela tenha mesmo acreditado nisso, o que ainda me assustou mais.
- Pois não, amor, Claro que não, a esta velocidade íamos só encostar-nos a ele... nem era bater, era só mais ridículo. - digo eu e ela fica de trombas automáticas.
- Eu disse que não queria conduzir contigo ao lado! - refila.
- Estava a  brincar, estás a conduzir bem! É a tua primeira vez, é normal. - digo a tentá-la confortar porque se ela começava a chorar é que já não ia ver a estrada bem.
- Não estou nada.
- Vá, não sejas assim. Só ias raspando o carro todo a sair do estacionamento, depois ias batendo noutro e agora íamos chocar de frente contra um carro parado. Estamos vivos, por mim ainda estamos a ganhar.

Passada meia-hora, lá saímos da 2ª Circular, já a bater ali nos cinquenta quilómetros hora, qual carro de corrida dos Amish. Nessa saída, vai dar-se a uma estrada que temos de dar prioridade aos da esquerda que, muitas vezes, vêm lançados. Não disse nada, apenas vi que não vinha ninguém e deixei-a ir, qual mãe pintassilgo deixa as suas crias voarem pela primeira vez. Acham que ela olhou? Nada. Ali, focadíssima na frente só. Eu aviso-a e digo-lhe «Não é por o carro não andar para os lados que tens de ir sempre a olhar em frente. Tens de ir atenta aos lados, porque se vinha algum carro dali a 100 km/h, tinha-nos batido de lado e falecíamos aqui...». Ela olha para mim, com aquele olhar que as mulheres fazem, capazes de intimidar um serial killer em fim de carreira, e diz-me: «Não reparei!»

É justo. Já me estou a ver à entrada do Paraíso, com Deus a perguntar-me «Então, meu filho. De que morreste tu?» e eu a responder-lhe: «Muito simples, a minha namorada não reparou.».

O ponto positivo é que se batêssemos ali, como é ao pé do bairro dos ciganos, eles iam logo ajudar a desencarcerar-nos para poderem roubar o carro sem os corpos. Bem, lá continuámos, até chegar ao pé de casa dela, momento que ela mais receava devido a ter de estacionar. Passeamos pela praceta, em busca de um lugar do tamanho daqueles dos deficientes, e ela pára o carro ao lado de um lugar para estacionar em paralelo. «Acho que não cabe!», diz ela. Já a tinha ouvido dizer esta frase, mas noutro contexto. Respondi-lhe da mesma forma dessa vez: «Cabe um camião!». Para o que estava à espera até estacionou bem, mas só descansei quando ouvi o motor do carro a desligar, saí do carro, pisei terra firme e respirei o ar puro! Finalmente, sei o que se sentem os passageiros de um avião em chamas que consegue fazer uma aterragem de emergência, sem trem de aterragem, e sobrevivem! Já cá fora, abracei-a e confortei-a, dizendo-lhe ao ouvido «Estamos vivos!». Não houve sexo nessa noite. No dia seguinte ligou-me, toda chorosa, e diz-me: 

- Raspei com o carro na garagem do trabalho.
- Não sei por quê, mas não é uma grande surpresa. - respondo.
- Estúpido. E há outra coisa...
- Então?
- Não sei onde estou. Perdi-me...
- Vê lá se as placas estão escritas em castelhado, na volta já estás em Espanha.
- Não... acho que estou a ir para a Margem Sul.
- Ui, isso é que é pior.

Lá se orientou até casa, mesmo à homem, sem GPS nem perguntar a ninguém.

Como disse, isto já foi há uns dois meses e, por acaso, agora até conduz bastante bem e nunca mais teve nenhum percalço. Quem a viu e quem a vê. E, depois deste texto, vai ser mais uma noite calma.
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5 de janeiro de 2016

Boas "entradas" com o consultório sexual do Doutor G



Já tinham saudades do "Doutor G explica como se faz", não era seus safadões? Então vamos lá dar início à primeira consulta de 2016.


Caro Dr.G, preciso dos seus sábios conselhos. É o seguinte, quando estou a fazer sexo oral à minha namorada sinto que me falta resistência na língua e que não consigo fazer o mesmo movimento e manter o ritmo do mesmo, especialmente com mais velocidade. Não sei se é devido à pouca experiência mas gostava de saber o que posso fazer para melhorar. Obrigado e bem haja
Anónimo, 17, Lisboa

Doutor G: Caro anónimo, em primeiro lugar um bem hajas por estares preocupado em dar prazer oral à tua namorada. É bom ver que há jovens que não são egoístas na cama e que querem aprender a dominar a arte do linguado de virilha. Um bom beijo cavernoso não é obrigatoriamente um tornado F5 durante minutos a fio. O segredo está na técnica e variação táctica e não na velocidade cinco do créu de escalope. No entanto, a resistência é, obviamente, um factor importante e a língua é como qualquer outro músculo que precisa de ser treinado e aquecido. Se pesquisares no google por "tongue exercises sex", vais ver vários tutoriais que te podem ajudar na tua performance sexual, bem como melhorar a tua dickção. Sim, disse dickção de propósito. Um bom exercício é leres a Bíblia com uma caneta na boca. Os padres costumam fazer esse exercício com as crianças do coro mas usam outra coisa em vez das canetas.  Vais ver que ficas com os mísculos da língua e da boca aquecidos e com a alma limpa que nem um rabinho de bebé. Não consigo falar de religião sem meter rabinhos de bebé à mistura, está visto. Bem, vai-te a ela e dá à língua como se ela tivesse um conversor de energia, cinética em eléctrica, no clitóris; uma entrada USB no rabo; e tu estivesses quase a ficar sem bateria no telemóvel. Sou muito bom a conseguir tocar nas verdadeiras motivações dos adolescentes.


Bom, isto é assim. Ando com um gajo que é meio parvo. Ele sente que tem alguma coisa a provar e sempre que há luta livre com as vergonhas à solta parece bicho. Não conhece o meio termo, coitado. Levo uma carga de pancada tal que, até agora, orgasmos nem vê-los. (já sozinha parecem pipocas!) Peço para abrandar mas o animal é um asno que só obedece durante uns segundos. Conselhos, Doutor G. Preciso de saber lidar com isto, senão mando-o pastar na certa!   
Maria, 24, Leiria

Doutor G: Cara Maria, realmente é um problema que se vê amiúde pelos machos lusitanos que pensam que um bom rodeo tem de ser sempre no nível «Vou amolgar-te por dentro!!!». São pessoas que desde novos que gostam muito de carros, mas não conseguiram seguir a carreira de bate-chapa e não sabem que antes da martelada que mete tudo no sítio, é preciso tratar bem e aquecer a carroçaria. Se já lhe disseste para abrandar e já lhe disseste que não gostas que te martelem a xixa como fazem nas tascas para amaciar os bifes manhosos, então não estou a ver muitas soluções. Amarra-o na cama e controla tu a situação. Já que ele está amarrado, podes aproveitar para acopular um dildo XXL na ponta de um martelo pneumático e mostrares-lhe as tuas dores.


Caro Dr. G, somos dois colegas de trabalho que nos conhecemos há uns meses e desde logo nos entendemos bastante bem. Todavia, o facto de nos darmos muito bem, tanto no local de trabalho como fora dele, faz com que os nossos colegas de trabalho e alguns amigos pensem que andamos a praticar o funaná pelados, tendo um deles insinuado que, se não andávamos, é porque éramos xoninhas e que deveríamos experimentar. No entanto, ambos namoramos. Assim sendo a questão é: estamos realmente a ser xoninhas em não experimentar uma luta greco-romano pelados ou os outros estão errados e os certos somos nós?   
Luis e Carla, Porto

Doutor G: Caros, para enviarem esta dúvida é porque estão mortinhos por festejarem um aumento em conjunto, e não é de salário que estou a falar. Se namoram, então não estão a ser xoninhas, estão a ser boas pessoas. No entanto, ao quererem que eu decida por vocês, aí sim, estão ser xoninhas. Queriam que eu vos dissesse «Vá, força nisso! Dá-lhe o subsídio de almoço de rolo de carne ao empurrão! Isso, mostra-lhe o teu dress code casual chic com depilação genital em forma de lacinho!». Lamento, mas não vou dar-vos essa força para depois poderem justificar-se «Ah, mas foi o Doutor G que disse que era na boa!». Querem lambuzar-se, força nisso, mas lembrem-se: «com grandes fodas no trabalho vêm grandes responsabilidades e momentos estranhos nas festas de empresa quando um de vocês já não quiser nada com o outro e ele ficar melindrado.».


Caro Doutor G, namoro há dois anos com um rapaz, gosto muito dele e tudo corre às mil maravilhas. O sexo sempre foi um pilar importante na nossa relação e, que fique claro, do melhor que se pode ter. Já fizemos das mais variadas posições, usamos brinquedos inclusive, mas existe um entrave na nossa relação sexual: o sexo anal. Não me queixo da dor, como a maioria das pessoas que têm problemas a este nível, no meu caso acontece que apesar do meu esforço sempre que ele põe a badagalo dele no meu ânus, dá-me uma falsa emergência evacuacional e temos de interromper o acto de imediato. Temos insistido bastante nesta vertente, mas o quadro repete-se sempre... Será normal ou acontece só comigo? Há alguma coisa que posso fazer para ultrapassar este transtorno?
Ana, 23, Coimbra

Doutor G: Cara Ana, embora só saiba do que vi, li e ouvi, já que a minha experiência com o sexo anal é apenas na óptica do utilizador activo, posso dizer-te que é algo comum. É o síndrome do ânus-disléxico que faz com que este confunda os sentidos de entrada e saída e, ao sentir o trolho a entrar, envie sinais ao cérebro do contrário. Daí a vontade quase incontrolável e ir ao trono deixar as lontrinhas bebés na aula de natação. O segredo está no poder da mente: quando isso acontecer, só precisas de imaginar que estás num WC público da estação de Metro do Cais do Sodré. Sendo que és de Coimbra e talvez não conheças, vou apenas dizer-te que não é local onde queiras sentar-te na retrete ou mesmo respirar durante mais de cinco segundos. Ao imaginares este cenário, capaz de travar até um tsunami de cocó, o teu cérebro vai enviar sinais ao teu ânus a dizer «Tu és parvo? Não vamos cagar aqui! Aguenta-te!». Isto fará com que o teu ânus fique contraído qual cara de bebé a provar limão pela primeira vez, o que fará com que a vontade de evacuar passe, com o bónus de ficar mais apertado. De nada.


Boas Dr. G, Daqui fala um xoninhas que não entende os sinais das mulheres nem sabe passa-los, ou seja, não sei como engatar gajas, nem sei perceber quando elas estão no papo (pode-se por isso concluir que  por aqui escaranfunchar no mexilhão só a largar a nota). Sendo que já expliquei a base do problema, vamos para o problema que isso criou, como um bom estudante universitário fui de Erasmus, diverti-me imenso, festas, bebedeiras, etc. mas comer hambúrgueres com alface que é bom nada. Conheci várias pessoas, sendo que uma delas é uma rapariga portuguesa do Porto por quem me fui interessando, à medida que me fui interessando mais e mais fui ficando com a ideia que talvez ela também estivesse interessada (como sou xoninhas fico com o dilema se sou eu a imaginar coisas ou é verdade). O erasmus acabou e cada um foi para o seu lado, mas ainda continuo a ter interesse nela. Continuamos a contactar-nos ocasionalmente pela net, sendo que numa das vezes ela disse que devia ir visitar a cidade dela e que ela me mostrava umas "coisinhas ;-)". Portanto, a minha grande questão é o que quer ela dizer com "coisinhas ;-)", será que ela me quer mostrar a cidade ou quer que vá provar a francesinha dela?  
Filipe Ruivo, 21, Lisboa

Doutor G: Caro Filipe, mas tu vais para Erasmus para sacar uma portuguesa? Mas tu és parvo ou quê? Isso é o mesmo que ir a casa da avó e comer sopa instantânea! Nada contra as portuguesas ou portuenses, todas elas muito lindas e tal, mas em Roma sê Romano. Bem, mas antes isso do que nada, especialmente para um xoninhas. Se ela te convidou para ires visitar o Porto e disse que te mostrava umas «coisinhas ;-)», ou é porque é zarolha ou porque te quer mostrar as tripas à moda do Porto. Sim, isto era uma metáfora para sexo anal mas se for do normal já vais com sorte. Agora... ir ao Porto, pagar viagem e, talvez, estadia vai sair-te a 100€ mais ou menos. Isto sem a certeza de nada. Há opções mais certas e mais em conta. Vá, deixa de ser xoninhas e vai passear ao Porto. Se não der em nada, ao menos passeaste e pode ser que no Porto arranjes uma estrangeira, já que és meio trocado das ideias.


Caro doutor G, sou uma rapariga que preza muito a sua vida de solteira mas que começa a achar que talvez já esteja na hora de assentar. Tive uma cena com um rapaz que acabou por ser um choninhas. Apesar de ser um querido acho que mereço um homem à séria e infelizmente acabei por ter algo melhor com um amigo dele. Este rapaz foi muito mais másculo que ele mas tem ar de putanheiro. Que faço, insisto no choninhas que quase sempre é o meu plano B (mas é bom rapaz), cago pa ele e vou à caça de um macho latino que me leve ao céu e à lua mas sem compromisso ou espero sentada pelo "The One" de que toda a gente fala mas que nunca ninguém encontra?
Anônima, 21, Porto

Doutor G: Cara Anónima, homem ou mulher que passe de um gajo ou gaja para o seu melhor amigo/a, perde logo um bocado do meu respeito. Tanta gente neste mundo e é preciso ir comer no restaurante ao lado para criar conflito na freguesia? Enfim, a culpa é mais deles do que tua, é um facto, mas ainda assim devias chibatear-te como penitência. Se o fizeres, manda fotos. Quanto à tua dúvida, és mais uma que está presa no ciclo infinito xoninhas-badboy: andas com um xoninhas que te trata como uma princesa mas que não te dá aquele escalavranço de fazer saltar as unhas dos pés; acabas por trair ou trocar esse xoninhas por um badboy que, mais cedo ou mais tarde, vai-te tratar mal e tu começas a sentir que mereces melhor e cais novamente nos braços de um xoninhas que te lambe as feridas, mas começas a sentir falta que te lambam outra coisa. Nota: nem todos os badboys são bons na cama, nem todos os xoninhas são solha molenga. O "The One" pode andar por aí, mas digo-te já que não é, de certeza, amigo de um gajo que já comeste.


Conheci um rapaz à uns dois meses na qual se tem revelado ser um verdadeiro coninhas, isto é, vê todas as semanas o prós e contras, documentários da BBC, entre outros do mesmo género, gosta de ver telenovelas, estuda com imenso tempo de antecedência, entre outras conices. Além disso, sempre que estamos no carro dele a dar umas beijocas, este está constantemente preocupado com as pessoas que passam na rua, estando sempre a olhar para a janela, enquanto estamos a dar uns meros beijinhos. A minha principal dúvida é se ele algum dia já visitou a gruta encantada, uma vez que tem assim tantas atitudes de coninhas. Ele tem 23 anos e caso isso seja verdade não sei como reagir nem como abordar o tema para perceber se já explorou os caminhos para a gruta encantada ou não. O que devo fazer doutor G? Estou cada vez mais ansiosa e desesperada por saber. 
Patrícia, 22, Tomar

Doutor G: Cara Patrícia, portanto, para ti um coninhas é um gajo culto e informado sobre atualidade e bem preparado para os exames? A parte das novelas realmente é um bocado coninhas, mas era pior se visse os programas de música pimba de Domingo à tarde. Se calhar devias estudar com ele já que assim talvez não tivesses cometido o erro de escrever «à dois meses» sem "h". Se a tua cena são gajos analfabetos, então o melhor é ires procurar nos comícios do PNR. Quanto a ele distrair-se quando estão a dar beijos no carro, se calhar é porque os teus beijos não são assim tão intensos que o façam esquecer o resto. Estou a destruir um bocado a tua autoestima, não estou? Aproveita essa atenção dele ao exterior para o beijares mais ali no nível da cintura. Ele assim pode ficar feito suricata atento ao perigo, enquanto tu lhe sugas as miudezas. Depois é a vez dele, diz-lhe que estão a fazer uma cena policial por turnos. Se ele é virgem? Não interessa. Tanto pode ser e empenhar-se mais em dar-te prazer para colmatar essa falta de experiência, como pode não ser e vir-se na mesma em três segundos se algum carro passar ao lado e ele se assustar.



Obrigado a todos os que continuam a enviar as dúvidas e a dar continuidade a esta bela rubrica de carácter pedagógico. Quem quiser ver as suas questões respondidas é só enviar email para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Não se esqueçam de partilhar porque esta rubrica é como no sexo para perder calorias depois dos doces de Natal: quantos mais melhor. E, como sempre, façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.

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3 de janeiro de 2016

Prémios PFNC: E os vencedores são...



Para começar o ano em grande, vamos dar início à soberba cerimónia de entrega dos prémios Por Falar Noutra Coisa 2015. Com quase seis mil (!!!) pessoas a votar, talvez seja o evento mais importante do ano, este que elege os grandes, ou piores, destaques do ano transacto. Vamos lá então ver quem foram os grandes vencedores.

E o vencedor para a categoria «Moda parva do ano» é...

A viralidade dos filtros na foto de perfil leva o galardão de moda parva do ano! A solidariedade das redes sociais até pode não ser uma coisa má, mas ninguém aguenta com arco-íris, bandeiras de França, do Líbano e da Junta de Freguesia da Buraca a popular os murais do Facebook. Fiz um texto sobre isso que podem recordar aqui. Podem conferir os resultados e ver que foi uma vitória expressiva, embora os selfie sticks tenham ameaçado a liderança.



E o vencedor para a categoria «Tragédia do ano» é...

A vitória mais expressiva dos PFNC Awards foi a desta categoria. Um fenómeno que não sendo novo, veio cimentar-se e mostrar que as televisões portuguesas não têm grandes problemas em viciar idosos a gastar a reforma toda, tudo isto a troco de fantásticos prémios... em cartão. Já aqui escrevi sobre estes programas de Domingo à tarde. Podem conferir os resultados e verificar que nem o Carlos Costa vestido de princesa Diana, nem a Kizomba, nem a Ana Malhoa conseguiram roubar o protagonismo a esta tragédia do ano.



E o vencedor para a categoria «Indignação do ano» é...

Mais uma categoria com um vencedor, a meu ver, justo. A onda de indignação anti-refugiados que, ironicamente, foi antecedida pela indignação do bebé morto na praia, foi algo que me deixou com menos esperança no nosso país. Um povo de emigrantes e de conquistadores, não deveria ter tanta gente xenófoba, burra e desinformada. Escrevi sobre isso aqui e foi o texto mais lido de sempre nesta casa e, arrisco dizer, o texto mais lido em Portugal, em 2015. Podem conferir os resultados.



E o vencedor para a categoria «Traidor do ano» é...

Uma vitória não muito folgada que acusa mais de 50% de eleitores como sendo os traidores do ano. Alguns dirão que quem vota nos mesmos não se pode queixar, outros que os restantes partidos mais pequenos nunca teriam capacidade de governar o país. Mais uma moedinha (que sai do nosso bolso), mais uma voltinha neste carrossel que anda à roda há mais de 40 anos sem nunca sair do mesmo sítio. Podem rever alguns textos sobre esta matéria aqui e aqui, e conferir os resultados em baixo.



E o vencedor para a categoria «Performance do ano» é...

Pedro Arroja a roubar o galardão de perfomance do ano a José Sócrates, mesmo depois da sua entrevista de vitimização à TVI. Esta categoria tinha rasteira porque parece-me que o Pedro Arroja não está a mentir... infelizmente ele deve ser mesmo assim. Podem conferir os resultados e ler o que já escrevi sobre o Pedro Arroja.



E o vencedor para a categoria «Palermice do ano» é...

Uma surpresa nesta categoria! Obrigado por tomarem as minhas dores e considerarem esta situação como a palermice do ano. Espero que tenham votado por acharem que o palerma seja o Charlie que me ameaçou e não eu. De qualquer forma, interpreto este resultado como uma lufada de ar fresco que contrasta com o facto de 2015 ter sido um ano profícuo em pessoas que se ofendem por tudo e por nada e que decidem usar a sua liberdade de expressão para dizer que o humor deve ser limitado segundo os gostos pessoais de cada um. Felizmente, Salazar está na cova e este blogue e muitos outros, continuarão a ser livres do lápis azul. Podem conferir os resultados.



E o vencedor para a categoria «Atraso mental do ano» é...

E Pedro Arroja leva o segundo galardão para casa! Protagonista do grande atraso mental do ano, é, a meu ver, um justo vencedor. Foi uma das categorias mais renhidas, o que só mostra que Portugal tem muito potencial no tocante à atrasadice mental. Não estava à espera que o jornalismo de retrete da CMTV conseguisse roubar o segundo lugar ao Gustavo Santos, mas fico contente com a sanidade dos portugueses.



E o vencedor para a categoria «Coninhas do ano» é...

Surpreendidos? É verdade, vocês decidiram escolher o piloto da Germanwings como vencedor da categoria mais cobiçada destes prémios: o coninhas do ano! Alguém que decidiu suicidar-se à cobardolas, levando mais de uma centena de pessoas com ele e deixando muitas mais a sofrer, é de facto um grande coninhas! É por estas e por outras que eu me acagaço todo quando ando de avião, como já escrevi aqui. Confesso que estava à espera da vitória de Passos Coelho e estava a contar que os fãs de Star Wars fossem os menos votados. Vocês são como 2015: cheios de surpresas. 


E assim termina a primeira edição dos prémios «Por Falar Noutra Coisa». Não sei quantas pessoas votam nos Globos de Ouro, mas tendo em conta que eu apenas sorteei um livro e não um carro, quase que fico emocionado com tanta gente a votar. Obrigado a todos os que votaram e fiquem atentos aos vossos emails porque até ao final do dia de amanhã devo enviar mensagem a avisar se ganharam o livro ou se afinal vão ter de o ir comprar à loja. Beijinhos e abraços e um excelente novo ano para todos.
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