28 de julho de 2015

É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?



É dia de mais uma consulta "Doutor G explica como se faz". Vamos lá começar isto à bruta, sem saliva nem nada.



Olá Doutor G. Ando aqui a tentar decifrar a linguagem de um homem (eu sei que existem muitas mulheres que pensam da mesma forma que eu!). Aqui vai a explicação: Tenho um melhor amigo que está na minha vida há 11 anos. Tínhamos 13/14 anos namoramos (namoros de miúdos, que acabou sem nenhum de nós se lembrar da razão). O problema é  que sempre passámos férias juntos,  sempre fomos muito próximos, sempre com indirectas sexuais ( que eu sempre achei ser na brincadeira) mas nunca existiu contacto sexual. Mas há pouco tempo (já com meia garrafa de Jack Daniels) acabámos por nos envolver de forma sexual. Admito que amei e que depois dessa vez começamos a fazer isso cada vez que estamos juntos.  Nunca fomos capazes de nos envolver sem estar com um pouco de álcool. Fizemos um acordo de que era sexo sem compromisso e principalmente sem estragar a nossa amizade. Passado alguns meses encontrei um rapaz que me enchia todas as medidas. Que eu queria imenso dar uma voltinha. E dei. O meu melhor amigo (claro que o informei antes de saltar para fora do nosso barco) não achou muita piada. Quando acabei de dar a volta com esse rapaz voltei a enrolar me com o meu melhor amigo. Mas ele nunca mais voltou a ser o mesmo. Ficou mais distante, está dias, semanas sem me dizer nada. E eu não consigo perceber a intenção dele para mim. E muito menos consigo perceber porque só conseguimos estar juntos quando existe álcool à mistura. O Doutor pode me ajudar?   
IC, 24, Porto

Doutor G: Cara IC, realmente o João Daniel é um gajo tramado, sempre a incentivar as pessoas a tirarem a roupa e praticarem a antiga arte tribal do recheio do perú bêbado. Claro que ele não gostou, ele é homem e tem sentimento de posse sobre todas as suas conquistas. Na cabeça dele, ao quereres dar uma voltinha com outro é porque ele não dava conta do recado. Sentiu a sua masculinidade ferida. Pode ter sido apenas isso ou porque ele tinha outros sentimentos e queria algo mais sério. Só Deus saberá, mas Deus é um gajo que não conta nada a ninguém. É uma porteira invejosa. Se voltaram a velejar o barco com velas de lençóis mas ele parece estar mais distante, é porque não se quererá envolver para depois te ver a cair nos braços de outro. Daí só se degustarem quando estão temperados em vinha de alhos, altura em que o cérebro dele desliga e o sangue aflui todo para a zona das virilhas. Os homens já não pensam muito, bêbados e com pipi à frente ficam acéfalos da parte de cima. O melhor que tens a fazer é perguntar-lhe: "Ouve lá, ó meu, tu queres sacudir-me as peles ou queres dar-me mimos na alma?". Seja o que for, e porque calculo que tu não sintas mais por ele, caso contrário não terias saltado do barco para aterrar de boca no colo de outro, a vossa amizade nunca mais será a mesma. With great sex, comes great responsibility, já dizia o tio avô do Homem-Aranha. Já agora, espero que o teu nome não seja IC em alusão à IC19, onde há uma pára-arranca constante e onde ninguém entra com vontade.


Caro Dr.G, sempre fui um comedor nato e embora tenha que o negar perante a minha namorada, eu orgulho me muito de ter espetado a minha bandeira em metade da população feminina desta minha linda cidade, qual Neil Armstrong na lua. Isto foi feito entre os meus 15 e os meus 18 anos e acabou há cerca de 6\7 meses quando conheci a minha atual namorada. Ela é podre de boa, inteligente (se bem que o QI perante tais atributos passa para quinto plano, não é). É uma javarda na cama, na cama e no resto da casa porque com ela já estriei as divisões todas, grita como um Javali, e atinge uns 5 orgasmos por sessão. Não podia ter arranjado melhor. Então porque raio estás aqui, homem? pergunta você. Muito simples, ela pode foder como uma Deusa Grega (sem a crise), mas na hora do afeto.... Ela não diz que me ama sem que eu o diga primeiro, e quando não me responde "eu também", responde me com um "amo-te" tao seco que seria uma excelente solução para o problema das cheias de Lisboa. Não diz que me ama, só contou de nós a uns 10 amigos, e o que me dá mais comichão na moleirinha é que ela com os seus ex não era assim. 
então eu desenvolvi teorias:
-ou só me quer comer
-ou me anda a trair
-ou é só estupida da cabeça e tem uma disfunção qualquer que a torna bipolar
Digo que se só me quiser comer, por mim é na boa, poupa me trabalho, afinal é mais fácil gerir comida que namoro, e acredite que eu gosto mesmo da rapariga; Se me andar a meter os cornos não me vou atirar da janela, até porque ela me deu um par de cornos e não de asas; Então o que mais me atrapalha é mesmo a hipótese de ela ter um problema de bipolaridade ou de mau feitio ou de falta de afeto por algum trauma antigo. Já lho perguntei e ela só me disse que não era nada, que não sabia porque era assim comigo, eu como forma de agradecimento por tal resposta espetei a minha bandeira na lua dela. Diga me Dr, o que acha que se passa ali naquela cabeça?
Anónimo, 20, Guarda

Doutor G: Caro Anónimo, é bom ver dúvidas que se não fossem assinadas toda a gente pensaria que eram de uma mulher. Normalmente as mulheres acham que são as únicas a passar por isso e a ter parceiros que não demonstram afecto. Primeiro que tudo, parabéns pela boa prática do funaná pelado, realmente, 5 orgasmos não está mal. É bom ver que a juventude não está perdida. Todas as hipóteses que dás são válidas, até se pode dar o caso de serem as três ao mesmo tempo. No entanto, o que me parece é que ela terá sido magoada, no coração, no passado. Vai com calma e tenta perceber a raiz do problema. Se lhe queres fazer uma espécie de inception, sugiro o seguinte: quando estiverem a efectuar e ela estiver a gritar que nem um javali a jogar à cabra-cega, diz-lhe "Diz que me amas, sua vadia". Ela, como está com os receptores cerebrais em tilt, vai dizer que te ama e mesmo que não o sinta, vai ficar lá implantado esse sentimento. No fim, vira-te para o lado e ressona. Nada de conchinhas e miminhos. Se não tiveres sono diz-lhe para te ir fazer uma sandes de marmelada com chocolate, para provar o seu amor. Quando ela vier com a sandes, agarras no pão e mandá-lo ao chão e gritas "Era sem côdea, sua porca!". Nisto, espetas-lhe um beijo apaixonado e dizes que a culpa é do Sócrates. Ela vai ficar baralhada e quando as mulheres ficam baralhadas, normalmente acham que é amor. De nada.


Olá Dr.G, estou-lhe a escrever porque tenho gostado do que tenho lido. Estou a ter um "caso" com um rapaz da minha idade, ele é estrangeiro mas quer ficar por cá.  O que eu quero saber é se ele está a ficar interessado em mim, ainda não temos seis meses juntos, damo-nos bem e de vez em quando faço-lhe algumas surpresas que eu sei que ele gosta porque se nota bem pela sua reação. O meu "problema" aqui é se ele está a gostar de mim como eu estou a gostar dele. Vou passar a explicar para que seja mais fácil. Ele é uma pessoa um pouco diferente de mim, enquanto eu sou muito genuína e mostro o que estou a sentir na hora e tento sempre fazer coisas engraçadas e saudáveis para a nossa relação, ele é mais de se habituar às situações e não é tão iterativo, às vezes sinto que eu é que faço tudo No entanto ele dá-me justificações se por acaso algum dia eu queira combinar alguma coisa e ele não possa, está sempre preocupado comigo se eu for viajar e pergunta-me sempre como estou e assim. Às vezes vamos ao cinema, jantar juntos entre outras coisas e estamos bem na nossa relação. No inicio veio-me com uma conversa que não sabia bem o que eu era para ele se isto ia ir para a frente ou não, que com as outras raparigas ele soube sempre se tinha futuro ou não mas que comigo não conseguia saber nada disso e que não sabia se estava preparado para ser namorado de alguém, no entanto já passaram dois meses depois dessa conversa e continuamos muito bem, damo-nos super bem e tudo mas quando é para fazer alguma coisa ou para decidir alguma coisa sou sempre eu que tomo a iniciativa. Será que é dele ou será que não está interessado em mim? Ou será que eu é que estou habituada a outro tipo de homem e me faz confusão ele ser tão calmo? Não me posso esquecer que os amigos dele sabem que eu existo e até me apoiam para o incentivar numa relação, mas eu também não gosto de pressionar as pessoas e nem costumo falar nessas coisas, apenas deixo as coisas irem andando, mas fiquei um pouco de pé atrás com aquela conversa e tenho medo de estar a começar a apaixonar-me por uma pessoa e essa pessoa não sentir o mesmo por mim. Já os meus amigos sabem que ele existe mas só por alto não sabem que andamos a ter encontros com jantares e a ir ao cinema e coisas do gênero, apenas sabem que ele existe nalgumas noites, Não que eu não queira contar mas sou um pouco reservada nessas coisas e só gosto de falar quando as coisas estão mais serias mas como eu não tenho a certeza dos sentimentos dele ainda não disse nada, embora me pareça que as coisas estão cada vez melhor, mas não me quero iludir. Depois deste testamento o que acha disto tudo, para além de que eu falo muito.  
Anónima, 24, Covilhã

Doutor G: Cara Anónima, tanta conversa e não me deste a informação mais importante de todas: Qual é a nacionalidade dele? Tudo depende disso. Se for espanhol, grego ou italiano, digo já que não está assim tão interessado em ti. Os homens latinos têm iniciativa e quando gostam demonstram. Vou, no entanto, partir do princípio que não é nenhum desses, já que para fugir à crise, escolher Portugal seria, apenas e só, parvoíce. Se ele for do centro da Europa ou nórdico, diria que essa falta de iniciativa e panhonhice é perfeitamente normal. Por alguma coisa é que as mulheres desses países ficam malucas com um espécime português, mais dedicado e de sangue na guelra. No entanto, já pensaste que ele já falou de ti a todos os amigos e tu nunca contaste a história toda aos teus? Se calhar ele pensa o mesmo de ti, que não estás a querer assumir a relação a sério. Pode também dar-se o caso dele não querer assumir nada porque, estando no estrangeiro, quer tirar partido disso e experimentar todas as iguarias locais antes de decidir qual é o restaurante onde quer ser cliente habitual. É deixar andar, se te apaixonares e te magoares, azar. Faz parte. Pior é aquele que nunca amou, do que aquele que amou e perdeu. Chupa Gustavo Santos.


Caro Dr. G, já se viu no meio de um triângulo amoroso? É o que me está a acontecer... Mas o problema foi que eu o criei! Há coisa de um ano e meio comecei a namorar com um rapaz, mas a nossa relação era um bocado tóxica, discutíamos por tudo e por nada e depois fazíamos as pazes com sexo... Terminou e eu segui em frente! Envolvi-me com um rapaz mais velho que eu e agora tenho uma relação muito estável, demasiado até o que me aborrece! No meio disto tudo, reencontrei o meu ex e dei-lhe uns beijinhos só para ver se sabia ao mesmo.. E agora não sei o que fazer porque sinto saudades do ex! Um é putanheiro o outro é santo, eu sou parva! Qual escolho?
Anónima, 18, Coimbra

Doutor G: Cara Anónima, os triângulos amorosos são sempre tramados, a não ser que sejam quando as pessoas estão todas presentes na mesma cama. O meu conselho é que não escolhas nenhum. Não gostas de nenhum deles a sério, por isso, mais vale estares sozinha. Se achas que estar sozinha não é bom, é porque estás em má companhia. Se o outro era tóxico, para que é que queres voltar para ele? Bem dizes tu que és parva. Já te livraste, não te voltes a meter numa relação dessas. O outro, mais vale acabares porque claramente achas que é demasiado calmo para ti e, mais cedo ou mais tarde, vais ornamentar-lhe a cabeça com uma prenda de marfim ainda maior e a não ser que gostes de alces, parece-me desnecessário. Tens que encontrar alguém que seja o meio termo, ou fazer um acordo com os dois: 2ª a 5ª, ficas com o mais calminho; 6ª e sábado com o putanheiro, que os fins de semana são para aproveitar bem; no domingo, ficas sozinha e vais confessar-te à Igreja. Não comas é o padre! Ah, esquece, já tens 18, ele não ia querer.


Caríssimo Dr. G, muito boa tarde, venho por este meio recorrer aos seus préstimos de orientação pessoal (e sexual) e conselhos jabardos sem rodeios. Sou um rapaz de 25 anos, filho único, proveniente de uma boa família (bastante conhecida na zona onde vivo, muito católica e com alguma liquidez financeira) que tem como melhor amigo um rapaz da mesma faixa etária, gay.
Ao fim de algumas (3) relações héteros falhadas, vejo-me numa curva algo sinuosa, com uma bifurcação ao fundo, à qual não sei se devo/quero ceder:
a) Conheci há pouco tempo uma rapariga muito ‘interessante’ (psíquica e, sim, fisicamente! Da minha área profissional), com quem tenho falado bastante e me identifico (só não estamos mais próximos porque vivemos a alguma distância) – perfeita para uma relação séria, para apresentar à família e até, quiçá, procriar no futuro;
b) O meu melhor amigo acha que depois destes falhanços no campo afetivo eu devo experimentar, sem compromisso, ‘o outro lado da moeda’ e ofereceu-se apara me ajudar com isso.  
Eu não me imagino a ter (nem assumir) nenhuma relação do género, porque acima de tudo sou uma pessoa bastante discreta e que detesta todo o tipo de trejeitos ‘mariconços’. Porém, o meu amigo é, aparentemente, ‘muito macho’ e diz que eu devo encarar a sua oferta como uma nova experiência de vida.
O que fazer? Continuar ‘menino certinho’ e investir na relação hétero (que não me trará chatices, nem grandes aventuras)? Ou ceder (ao que tenho evitado) e arrepender-me mais tarde (correndo o risco de me sentir mal comigo próprio)?
Gustavo, 25, Granja

Doutor G: Caro Gustavo, para estares sequer a ponderar enveredar por uma relação homossexual, é porque no fundo, tens um desejo antigo de jogar ao esconde a morcela com um homem. Nada de mal nisso, até te incentivo a fazê-lo, porque me parece que estás com dificuldade em sair do armário e, quando o fizeres, serás muito mais feliz. Dizes que te vês numa estrada com uma bifurcação ao fundo, mas parece-me que essa bifurcação não é o que tu mais aprecias e preferes uma estrada de um único caminho. Para quem não percebeu, isto era uma metáfora para as diferenças anatómicas em termos de genitália masculina e feminina. Tu manda-te de cabeça e veste o maiot para praticar luta greco-romana com o teu amigo ou outro gajo qualquer. Não tens nada que te sentir mal contigo próprio, se cedeste à tentação é porque era o que o teu íntimo pedia e não há nada pior do que não sermos verdadeiros e honestos connosco próprios. Sai do armário pá! Ainda por cima se for um do IKEA diz que são perigosos se não estiverem pregados à parede. Já sabes é que depois disso nunca mais vais poder dar sangue.


Querido Doutor G, conheci há uns meses atrás um rapaz pelo qual me interessei imediatamente. Depois disso adicionei-o nas redes sociais, conversa puxa conversa e começámos a falar quase diariamente. Tudo muito bem mas, e há sempre um mas, ele tinha namorada. Entretanto e depois de muitas complicações e muitos ''quero-te mas não te posso querer'' ele lá acabou com a namorada, pela qual já não sentia nada sem ser amizade. Chegámos a encontrar-nos mas nunca chegou a acontecer nada, não por falta de vontade mas porque ambos queríamos ir com calma. A conversa continuava a ser diária e mostrávamos cada vez mais interesse um no outro mas há cerca de uns dias estamos mais afastados, as mensagens já não são regulares e sinto que está a perder o interesse em mim. Será que devo desistir dele e partir para outro ou acreditar que é normal porque anda mais ocupado e que ainda vamos ter muito forrobodó? Anseio pela resposta Doutor, e desde já obrigada.
Carolina, 19, Porto

Doutor G: Cara Carolina, parece-me que tens que ter calminha. Se ele só está mais afastado há cerca de dois dias, não achas que estás a ser drama queen ao já estares com dúvidas e inseguranças? Calma nessa hora, rapariga! Podem ser tantas coisas que nem vale a pena estar aqui a enumerá-las. Outra coisa que precisas de saber bem é se ele acabou mesmo com a namorada ou se está só a dar-te a conversa do bandido, algo muito comum. Se esse afastamento durar mais do que uma semana, então, é porque ele voltou para a ex que nunca chegou a deixar, ou porque arranjou outra. Experimenta dizer-lhe que já estás farta de ir com calma e que ele faça de ti a sua bola saltitona de colo. Só para testar, já que quando dizes "ambos queríamos ir com calma", demonstra que não sabes bem como funcionam os homens. Os homens nunca querem ir com calma. Nunca. Só dizemos isso para parecermos sensíveis e que vos dar os sinais de que queremos uma coisa séria. Os homens, se só houver pistodancing pelado no segundo encontro, já é ir com calma a mais. Com isto não estou a dizer para não ires com calma, tu fazes como te sentires melhor. Estou só a colocar as cartas na mesa. Resta-te decidir se queres jogar o ás de trunfo e caçar-lhe a "manilha" seca. De qualquer das formas, um bluff bem feito, pode ajudar a resolver.


Caro Doutor G, tenho um amigo casado que foi trabalhar para Angola há 2 anos mas a mulher dele ficou em Portugal. Ele volta a Portugal de 6 em 6 meses e, tendo chegado na semana passada, a mulher fez-lhe uma agradável surpresa anunciando que está grávida de 7 meses e meio! O meu amigo não é lá muito bom a matemática, por isso pediu-me para perguntar ao doutor se o filho irá nascer com o signo Leão ou Virgem. Desde já agradeço o seu esclarecimento. 
António, 34, Luanda

Doutor G: Caro António, claramente o filho irá nascer Virgem, a não ser que seja prematuro. O teu amigo vai passar a ter ascendente em Touro. Ou isso ou ela guardou os girinos dele num boião para se inseminar a ela própria com um saco de pasteleiro, só para testar a confiança dele. Ele é tão ceguinho, que se o filho nascer mulato, ele vai pensar que é porque esteve a trabalhar em Angola.


Olá dr. G, espero que esteja tudo bem consigo e com o seu sósia! Eu sou uma rapariga bastante romântica que acredita em almas gémeas e que acha que só devemos ter relações sexuais com pessoas que realmente gostamos! O problema é que eu não tenho sorte nenhuma nessa merda que é o amor e sinceramente já começo a ter medo de morrer virgem! A minha questão é a seguinte, o sr dr acha que devo esperar por uma pessoa especial para me entregar pela primeira vez ou devo "cagar" para os valores que tenho e fazer sexo com a primeira pessoa com quem eu tiver vontade (atenção que eu não disse com a primeira pessoa que aparecer)?
M, 19, Guimarães

Doutor G: Cara M, as almas gémeas são como primeiros ministros competentes: não existem. Já aqui escrevi sobre isso. Penso que já respondi a uma dúvida parecida com a tua e mantenho a mesma opinião: cada um perde a virgindade com quem quiser e quando se sentir preparado. Não acho que deves oferecer o teu He-Man ao primeiro Sexkelator que aparecer (pela tua idade, provavelmente não percebeste esta referência, mas não faz mal), mas acho que se tens vontade, deves ceder à tentação quando a altura te parecer bem. Se aparecer um gajo porreiro que até te trata bem e tem ar de quem sabe da coisa, porque não? Mesmo que ele não seja para casar e para sempre, porque não? As estatísticas dizem que apenas há uma ínfima probabilidade de a primeira pessoa com quem se tem relações sexuais ser a pessoa com a qual se fica para sempre, por isso, mais vale cagar nisso das almas gémeas, até porque assim, quando aparecer "o tal", já vais com uns truques na manga para lhe dares a volta à cabeça. Eu, pelo menos, não gostaria de estar para sempre com uma mulher que só experimentou comigo. Quantos mais melhor, que assim pode ter a certeza que eu sou mesmo o Deus da Buraca.


Olá Dr.G, nunca fui muito sabichão com as raparigas nem muito sociável, mas no secundário lá consegui arranjar uma namoradita, até ao ano em que entrei na faculdade (parece comum a toda a gente, entre-se na universidade e os problemas aparecem logo o.O) e a minha relação começou a ir a baixo, não sei se era eu ou ela, mas muito sinceramente eu já não estava para aturar. Entrei em engenharia informática e como é mais que sabido aquilo é a festa da mangueira, fêmeas nem vê-las, mas curiosamente, no meu ano entraram algumas bem jeitosas e bonitas (nada de se deitar fora diga-se), com o passar dos tempos, trabalhos em grupo e o caraças, lá me aproximei de uma delas, até que o 1o ano acabou e chegou o verão, e foi ai que as coisas começaram as descambar de vez, a relação nem sei porquê que não acabou e eu aproximei-me de vez da minha colega (refiro-me como colega para diferenciar as duas) de faculdade, íamos à praia juntos, uns passeios sem ninguém saber e por aí fora, até que se passou mais meio ano (+/-) e finalmente tive uma luta grego romana debaixo dos lençóis com a minha colega (sim infelizmente ainda namorava, mas a minha colega pensava que não, aliás, ela fez questão de nós só termos algo quando eu acabasse com a minha namorada, mas mentira atrás de mentira, lá acabou por ficar a pensar que eu já não namorava). Como se estes já não fossem problemas que cheguem, não ser capaz de acabar uma relação que já devia ter acabado à muito tempo (muito sinceramente não faço ideia porquê, tanto sinto "a falta dela" como não), como andar a enganar uma rapariga excelente, esta situação continua até aos dias de hoje, e com isto já vou com quase 7 anos de namoro e 2 e meio de traição sem que nenhuma saiba da outra. Sempre fui apologista da ideia de "se arranjas-te outra enquanto tens namorada e tens dúvidas sobre se escolher alguma, escolhe a segunda, caso contrário não a tinhas arranjado", mas o pah, não sei, deve ser do hábito, mas a namorada é só merdas e problemas que não lembra nem ao menino jesus, e a colega, é incrível, incluindo debaixo dos lençóis, e não tenho ponta por onde lhe pegar relativamente a pontos negativos, mas não me consigo decidir entre nenhuma, apesar de estar bastante inclinado para a minha colega. O que raios devo fazer? Não se poupe nas palavras/insultos, até eu sei que os mereço.
C.A. Algures

Doutor G: Caro C.A., és um conas. Merecias uma par de chapadas. No entanto, estou cá para ajudar e não agredir e, antes de mais, deixa-me dar-te os parabéns por conseguires manter uma coisa dessas em segredo, especialmente nos dias que correm em que o Facebook e as novas tecnologias vieram tramar a vida a quem quer urinar fora do penico. Qual é a dúvida? Não percebo... Tens uma que é só chatices e a outra que é incrível, sem defeitos e boa na cama? O que estás a à espera para deixar a outra e ficar com essa, antes que se descubra tudo e fiques de mãos a abanar? A abanar dentro das cuecas, porque se dizes que não és muito sociável, o mais provável é que fiques a tocar zumbinhas durante uns bons tempos. O mais correcto era acabares com a namorada e dizeres à outra que lhe mentiste. Era o mais honesto mas provavelmente ias de vela. Se gostas mesmo da amante, então acaba com a outra e omite isso. Ninguém precisa de saber, mas só se for mesmo para te dedicares a esta. Claro que não posso deixar de sugerir que tentes juntar as duas numa partida de badminton sem penas. No fundo, é como se elas já tivessem trocado fluídos, fazendo de ti um estafeta do chavascal lesbiano involuntário. Mete isso no CV. Como informático deves estar bem familiarizado com as Leis de Murphy, por isso, algo me diz que o karma te vai tramar e prevejo que vás ter um ornamento de marfim, tanto de uma como de outra. É fazeres as coisas com minúcia e não deixar nenhum ponto e vírgula à deriva, nem nenhuma chaveta por fechar. Se der merda, usa o Eclipse e desaparece. Foda-se, que metáfora tão nerd agora. Para compensar, vou ali compilar com a minha namorada à bruta.



Com tantas dúvidas que ando a receber, estou a ponderar ter duas edições semanais do consultório. O que acham? Era giro ou o que é de mais enjoa? Deixem a vossa opinião e eu logo decido. Obrigado a todos e, como sempre, até para a semana e continuem a enviar as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Partilhem e façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.

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27 de julho de 2015

Nunca quis ser bombeiro



Quando eu andava da 4ª classe, fiz um teste em que uma das perguntas era "Gostavas de ser bombeiro?". A minha resposta foi "Não" e a professora meteu-me errado. Foi parvo da parte dela porque cada um tem direito a querer ser aquilo que lhe apetecer, mas calculo que intenção dela fosse a melhor. Fosse dizer-me que ser bombeiro é bom, tem valor e que todos os devemos ter na mais alta consideração. Não querer ser bombeiro não significa que não lhes admirasse a coragem. 
Todas as crianças, especialmente meninos, querem ser bombeiros quando são pequenos. Eu não. Eu nunca quis apagar fogos e arriscar a minha vida pelos outros. Nem em pequeno, no auge da ingenuidade, tinha essa coragem de entregar a minha segurança para um bem maior, para salvar e ajudar pessoas que eu não conheço. 

Ser bombeiro voluntário é tão "simples" quanto isso. É dizer que se está disposto a arriscar a vida pelos outros, a troco de nada.

Portugal tem poucos meios para fazer face aos incêndios que o mutilam. Quando digo meios estou a falar dos físicos: carros, helicópteros e todo o tipo de material que é preciso para enfrentar as chamas numa luta, por si só, desigual. Mas, em termos de meios humanos, tem muito, há cerca de 42 mil bombeiros voluntários em Portugal. Homens e mulheres que decidiram que queriam fazer do mundo um local melhor. Homens e mulheres de sangue quente, que salvam vidas de pessoas e animais, velhos e novos, durante todo o ano. Não estão ali por dinheiro ou por uma carreira com regalias, estão ali apenas para ajudar sabendo que em troco apenas receberão o sentimento de missão cumprida. Talvez essa missão cumprida não seja assim tão pouco e valha mais do que um ordenado chorudo ou um estatuto privilegiado na sociedade. Talvez esse sentimento de ajudar os outros, para eles seja mais que isso tudo, o que lhes dá ainda mais valor por valorizarem o que realmente interessa.

Nos Estados Unidos da América, ser bombeiro é das profissões mais respeitadas. Lá, as mulheres ficam logo molhadas com um bombeiro e não estou a falar de quando são atingidas pelos jactos das suas mangueiras. Jactos de água, entenda-se. Por cá, que eu saiba, para além de não serem assim tão valorizados, também não me parece que se safem assim tanto com o sexo oposto. Neste texto sobre as bastonadas no adepto do Benfica, falei disto mas em relação a polícias e disse, também, que não gostava de fardas, já que achava que eram sinal de formatação, lavagem cerebral e falta de tomates para questionar a autoridade. Alguém comentou a dizer "Então e as fardas dos bombeiros?" e eu pensei que realmente era verdade, que a farda dos bombeiros não está manchada nem suja pela corrupção e falta de profissionalismo. Talvez por não serem profissionais mas sim voluntários, só lá estejam os melhores. 

Quem comete o crime de fogo posto, devia ter penas mil vezes mais pesadas. Primeiro, porque incendiar alguma coisa que não as cuecas de uma mulher, é de uma cobardia extrema. É de quem quer ser criminoso mas não tem inteligência para assaltar bancos, carisma para controlar um gangue e coragem para assaltar uma velha, com medo de levar com a bengala. Depois, porque é muitas vezes por motivos fúteis. Por questões de seguros ou de venda e compra de terreno. É o ser humano num dos seus expoentes máximos de desumanidade e desrespeito pelo qual faz parte. É tomar o verde do planeta como seu, a fonte que nos dá vida, e achar que se pode esfumaçá-lo e reduzi-lo a cinzas, para ter mais peso no bolso e sem isso lhe pesar na consciência. Só por isto já seria mau, mas saber que ao fazê-lo se estão a matar centenas ou milhares de animais e, ainda, a colocar em risco a vida de homens e mulheres que vão tentar apagar o inferno que ele criou, a troco de nada, é só ser-se baixo. É nojento. É de quem não merece o oxigénio que respira e que pelos vistos não precisa. Era condená-los a prisão perpétua e obrigá-los a usar umas cuecas que aqueciam até aos 100º celsius, três vezes por dia, durante meia hora, e impedi-los de comprar halibut.

Quando morre um bombeiro nas chamas, morre um bocado de todos nós. De todos que não tiveram coragem de estar lá a lutar, por ele ou ela e, sobretudo, por todos nós.

Por tudo isto e muito mais que merecia ser escrito com maior eloquência do que a de um Domingo à noite, queria agradecer a todos vós, bombeiros voluntários, por vestirem a farda, o capacete e a máscara e irem para o meio do fumo e do fogo, mostrar que a humanidade tem quem se preocupe com ela. Obrigado a todos por garantirem que se um dia houver um fogo no meu prédio da Buraca, vão estar cá a incentivar-me para saltar da janela para os vossos braços, mesmo vendo que não sou leve e que, provavelmente, esmago-vos na queda. Há quem diga que é preciso coragem para atravessar a Cova da Moura a pé, mas coragem é a que vocês têm. Todos vocês têm uns enormes testículos, mesmo (ou especialmente) as mulheres bombeiras. Como comecei por dizer, nunca quis ser bombeiro, continuo a não querer e ainda bem. Gostava de querer, mas isso deve ser guardado apenas quem pode e tem esse altruísmo hercúleo, maior que as chamas, mesmo aquelas gigantes que, por vezes, vos engolem. Desejo-vos um Verão o mais tranquilo possível e que não vejam morrer nenhum colega. Mas se virem, não lhe chorem a morte, porque não foi em vão. Agradeçam-lhe. Agradeçam-lhe por mim também.
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21 de julho de 2015

Como lidar com ex-namorados/as obcecados/as?



Sejam muito bem vindos a mais uma sessão do consultório sexual com mais classe que existe, "Doutor G explica como se faz". Se enviaram dúvida e ela não está aqui, é porque sairá num futuro próximo, dado que estão muitas em lista de espera e eu trato delas por ordem de chegada.



Boas Dr. G, estou numa relação há cerca de 2 anos e dentro dos possíveis tem corrido bem, a não ser num ponto. Ando a ser perseguida pela ex-namorada dele... Tem a piadinha de ir ás minhas redes sociais que uso para fins profissionais pôr que me está a "seguir" (funcionalidade que desconhecia), ou ir ao meu linked in com regularidade, ou pedir a familiares para fazer o mesmo (visto que consegui bloquear algumas visitas dela)... Sei que tínhamos daqueles amigos da onça que a ajudou a alimentar esta loucura, contando-lhe todos os passos da nossa vida, e neste momento, ela sabe onde moramos, onde eu trabalho, onde estudo, quem são os meus amigos, os meus contactos pessoais e até o nome da nossa gata. Nunca tentei nem dei hipótese de haver qualquer contacto entre mim e ela, porque não queria dar-lhe o gostinho de alimentar a paranóia. O meu namorado tem exactamente a mesma posição quanto a este assunto. Estávamos à espera que com o tempo ela esquecia o assunto e seguia a vida dela... mas não. E tem piorado. Deves estar a perguntar-te à quanto tempo isto dura... Ora, desde que ela soube que ele namorava, portanto pouco menos de 2 anos... Nem sei se já me cruzei com ela na rua porque não a conheço de todo, muito menos ao ponto de a reconhecer pessoalmente. Isto deixa-me um pouco paranóica porque não sei até que ponto ela me persegue sem ser através das redes sociais... Se vir alguma tipa com +- a idade dela a fixar-me, fico a pensar que é ela. Tens alguma dica para lidar com esta situação ou resolver definitivamente este assunto?   
Ariana, 26, Porto

Doutor G: Cara Ariana, realmente o teu caso é bastante grave e mais comum do que se imagina. Vou dar-te várias sugestões, mas acho, no entanto, que deveria ser o teu namorado a resolver o problema e não tu. A culpa é dele de se ter envolvido com uma maluca e não devia sobrar para ti. A opção de ignorar, como têm feito, é a que eu sugiro sempre mas só até certo ponto. Quando se vê que não resulta, o melhor é partir para a acção. A solução mais fácil é começares a persegui-la também. Começas a deixar comentários e likes em todas as publicações dela nas redes sociais. Podes optar por comentar "Estás cada vez mais linda, miga!" ou um "Já não vais ao ginásio há quanto tempo?". Esta técnica, além de lhe ferir o ego, fá-la ver que tu talvez sejas mais maluca do que ela. Outra opção é contratar um gajo para lhe fazer a corte. Tem que ser um gajo capa de revista de Men's Health, para ela ficar doidona. Ele depois tem que a levar para a cama e dar-lhe o wrestling pelado mais épico de sempre. Depois, ele deve nunca mais dar-lhe notícias, para que ela fique obcecada por ele e se esqueça de ti. Outra opção, igualmente válida, é contratar pessoas que lhe preguem um susto. Por 500€ arranja-se gente para isso. Tenho amigos que são amigos de pessoas que têm amigos desses. Posso fazer de intermediário. Infelizmente, se não houve ameaças concretas, ir à polícia de pouco resolve, por isso, caso tenhas que lhe dar um enxerto de porrada, tenta não deixar marcas, que se não quem se lixa és tu. O teu namorado que lhe acerte o passo, não se bate em mulheres e a violência não resolve nada, mas às vezes tem que ser. Podes sempre optar por continuar a ignorar e esperar que ela morra atropelada num "acidente" ;)


Caríssimo doutor G, daqui falam-lhe dois ávidos leitores da sua particularmente interessante rubrica. Sabemos que não é usual, mas trazemos-lhe hoje uma questão que não nos implicando directamente, foi motivo de alguma discórdia que só através do seu sábio aconselhamento pode ser resolvida. É o seguinte, somos estudantes, moramos com mais quatro colegas, todos eles em relacionamentos (amorosos), passa-se no entanto que a actual namorada de um deles esteve envolvida em badalhoquices múltiplas com outro deles antes do actual casal se conhecer sequer. No entanto, tudo isto nos faz muita confusão porque os nossos colegas são muito amigos e estão várias vezes com as respectivas namoradas (portanto, os quatro juntos), sendo que, só a namorada de um deles desconhece a situação, um de nós não vê mal nenhum nisto e o outro acha estranhíssimo os momentos constrangedores que esta situação pode originar no dia a dia... dê nos a sua opinião, acha possível que não haja de todo nenhum constrangimento entre os nossos colegas de casa e a dita cuja?
José 20, António 20, Lisboa

Doutor G: Caros, para mim não dava. Primeiro, porque eu não namoraria com os restos de um amigo, nem gostava que um amigo me andasse a comer as pernas de frango que guardei num tupperware, mesmo que já estivessem com bolor e eu nunca mais as fosse comer. É uma questão de cortesia. No entanto, conheço muitos casos em que um rapaz, ou uma rapariga, roda vários do grupo e continuam todos muito amigos. É gente sem grande amor próprio, a meu ver. A única forma disso fazer sentido e ser saudável, é se andarem a formar uma quadrilha sexual, com tudo ao molho e fé em Deus. Aí, sim, é de valorizar.


Boas. Venho por este meio pedir uma opinião em relação ao seguinte estúpido assunto: Namorei cerca de 1 ano e tal com um rapaz, com o qual acabei por não sentir "aquela coisa", e diga-se de passagem, a atracção sexual também era pouca (ou inexistente). O rapaz em questão era completamente apaixonado, quase como obcecado. O problema aparece quando, com o rapaz, com tanta paixão e amor, passa a vida a pressionar e em tentativas de reconquista (e diga-se de passagem que eu estava a começar a voltar a sentir algo), e depois beija outra rapariga. Passou-se, e também eu estive com outro, em que sinceramente, foi mais um acto de vingança. Voltou-se a mesma cantiga de reconquista, visto, na explicação sobre aquele beijo: "uma forma de ver se me conseguia ultrapassar". Quando a relação estava a seguir o seu curso, em direcção ao compromisso, ele está com outra rapariga, desta vez à minha frente. Claro que daí, pensava eu, que não haveria volta a dar, e, apesar de ele estar sempre com a mesma lengalenga de "só te quero a ti, desculpa, volta" a falta de confiança não deu para acreditar. E com razões, visto ele ter voltado a estar com a mesma rapariga umas quantas vezes. Também eu voltei a seguir com a minha vida, mas agora, ele quer voltar (para variar) e diz que está disposto a tudo. 
Diga-me doutor, que doença é essa que esta rapaz sofre?  
M, 20, Ilhas

Doutor G: Cara M, não me parece que seja só o rapaz a sofrer de alguma doença. Tu que dizes não ter sentido "aquela coisa", mas depois já estavas a voltar a sentir outra vez, depois perdes o interesse e andas com outro por vingança, depois já queres outra vez, depois não queres e não consegues confiar nele e agora finalmente ainda estás com dúvidas e a ponderar voltar para ele... Acho que estão bem um para o outro e só se estraga uma casa. Ele tem problemas e não sabe o que quer e tu és igual. Já devias ter percebido que das duas uma: ou não gostas dele o suficiente e devias ter mais amor próprio e não te deixares ir ao engano novamente, ou gostas realmente dele e assumes alguma coisa. Se não estavam comprometidos, não o podes culpar de ter estado com outra, mesmo que não seja de muito bom tom. À tua frente? O homem tem coragem. É parvo, mas tem coragem.


Caro Dr. G escrevo-lhe pelo seguinte. Apesar de eu andar a sair com um rapaz à dois meses não consigo dizer que não a sexo. Penso sempre para mim "é só com o João (nome fictício), é só com ele" mas depois aparece outro rapaz que me dá a volta à cabeça e provoca uns calores e eu perco as estribeiras e salto-lhe para a espinha. Adoro fazer broches e adoro ver a cara de prazer dos meninos. Tenho orgulho de dizer que faço aquilo mesmo bem! Mas doutor, como posso negar tamanha tentação?
Anónima, 23, Lisboa

Doutor G: Cara Anónima, essa tua dúvida quase que parece um desafio, para eu te convidar e ver se consegues ou não resistir. Por questões éticas não o irei fazer, já que levo muito a sério o código deontológico do curso de chavascal que comprei na Lusófona. Das duas uma: ou não gostas o suficiente do João, ou és uma porca. Uma mulher por fora, mas um homem por dentro. Nada de mal nisso, há é que assumir e viver bem com aquilo que se é. Ainda bem que adoras exercer sucção em pipetas alheias, ajudando as pessoas a esvaziar os seus balões de Erlenmeyer. É de valor. Uma forma que te pode ajudar a negar essa tentação é, de cada vez que a sentes, antes de decidires se lhe vais cair de boca no colo, toca -te na campainha de Satã. Se a vontade desaparecer é porque não valia assim tanto a pena, caso contrário, força nisso que é capaz de te fazer mal estares a retrair-te. Esta técnica funciona para tudo, até para comprar roupa. É preciso é ter respeito e não ocupar os vestiários durante muito tempo.


Ora boas Dr.G . Bem, ando aqui com um dilema do catano . Duas raparigas, uma que é uma bomba debaixo dos lençóis, e depois aquela que eu sempre sonhei, mas sexualmente pouco ativa. E fico com a careca a arder quando penso nas duas, porque quero começar uma relação sólida, mas ao mesmo tempo não quero deixar a tourada debaixo dos lençóis. Que me aconselha a fazer Dr.? Qual delas devo escolher?  
André, 21 , Porto

Doutor G: Caro André, é realmente um dilema muito comum. Só tens que decidir até que ponto gostas mesmo da segunda rapariga. Se achares que é a mulher da tua vida, aposta nela e, com o tempo, pode ser que ela se revela uma safadona na arte da ginástica rítmica nos lençóis. A outra, que já sabes que o é, também já sabes que não passará disso e que nunca será uma relação séria. Ouro sobre azul seria conseguires juntar as duas para fazerem um trabalho de grupo de anatomia. A competição saudável traz sempre ao de cima o melhor de cada um de nós. A rapariga menos activa, ao ver a outra a dar tudo o que tem, iria, também ela, esmerar-se e aprender como se faz.


Olá Dr. G! Estou há 8 meses com o meu namorado (a minha relação mais longa até agora) e tem corrido tudo bastante bem. Compreendemo-nos muito bem, tanto que dou por mim a pensar na sorte que tive em encontrar uma pessoa assim. A nível da cama tudo bem até chegarmos ao sexo oral. Eu faço-lhe (e gosto!!), mas quando é a vez dele fazer, tal não acontece. Só me fez duas vezes até agora e nem 2 minutos durou... Já falámos sobre isso e ele nunca o tinha feito a ninguém. Sinto que ele se sente inseguro neste campo até porque diz que eu já tenho mais experiência que ele e isso retrai-o. O que é certo é que um bom sexo oral me satisfaz mais do que qualquer outro tipo de sexo, num entanto não o quero estar a pressionar com este assunto... O que hei de fazer para resolver este dilema?
Anónima, 19, Lisboa

Doutor G: Cara Anónima, um homem que não gosta de lamber o prato onde come, não é de confiar. Tu prende-o à cama e senta-te na cara dele. Ele que veja uns filmes e aprenda a fazer. Dá-lhe dicas de como gostas que te passam o lustro lá em baixo. Não se trata de pressionar, ele tem é que aprender que ser egoísta é mau, até porque, mais cedo ou mais tarde, se não tens aquilo que te dá mais prazer, é natural que te fartes dele ou vás procurar a outro lado. Isto, sou eu a partir do princípio que a culpa é realmente dele e não me passa sequer pela cabeça, que uma rapariga de 19 anos, nos dias que correm, tenha a zona das vergonhas em más condições, tanto ao nível da higiene como do tratamento da relva. Ambas as coisas podem tirar a vontade até ao maior apreciador de pipi.


Dr G, sou uma seguidora assídua da sua crónica, com a qual tenho aprendido imenso. Gostaria que me ajudasse a esclarecer uma dúvida do foro sentimental. Conheci um "rapaz" com 28 anos à cerca de 1 mês, e desde então temos saído regularmente, contudo apesar de eu lhe enviar todos os sinais e mais alguns de estar interessada, ele não desenvolve e diz que quer levar as coisas com calma. Sinto algum nervosismo da parte dele quando estamos juntos e que se tenta controlar até no mínimo toque, ao confrontá-lo com isto apenas me disse que tal era natural, e mais uma vez que queria que tudo acontecesse com calma. A minha questão é:
a) É virgem?
b) É gay, e anda a lutar contra isso?
c) Tem traumas de relações passadas?
d) Tem outra pessoa? 

Aguardo ansiosamente os seus sábios conselhos! 
Sara, 25, Porto

Doutor G: Cara Sara, eu acho que ele é um gay comprometido, ainda virgem e que tem traumas com uma relação passada que teve com uma mulher. Portanto, a resposta é a e) todas as anteriores. Agora, fora de brincadeiras, acho que o mais provável é que ele seja parvo, ou inseguro, ou acha que beijinhos é só depois do casamento. Conheço um caso de uma rapariga, que quando estava quase a efectuar o coito, o rapaz parava e dizia-lhe "Tenho que ir embora! O meu paizinho sempre me disse para ter os pés bem assentes na terra.". A minha sugestão é sempre a mesma nestes casos que não atam nem desatam: shots de tequila até ele perder o controlo e, na devida altura, saltas-lhe para o colo. Se não notares nenhuma protuberância entumecida, é porque ele é gay ou bebeu álcool a mais e a tartaruga ninja foi dormir mais cedo. Pode também dar-se o caso dele estar com alguma infecção na sacola dos girinos ou na enguia trapalhona e ter vergonha de te dizer, estando à espera que sare, para partir à aventura. Diz-lhe que estás que nem te aguentas e que precisas de stick para a barbucha rapidamente. Encosta-o à parede, tanto em sentido metafórico, como literal. 


Dr. G, passa-se o seguinte: recentemente terminei uma relação de 4 anos e umas semanas depois soube, através de um amigo, que tinha um rapaz interessado em mim. Nunca o tinha visto nem sabia da sua existência, mas pelos vistos ele seguia-me fielmente no instagram e sempre que se juntava ao meu amigo eu era tema de conversa. Soube que ele perguntava por mim até mesmo quando namorava, mas aí ele nunca tentou nada comigo, só falou comigo depois de saber que a relação tinha terminado. Começámos por trocar comentários e indiretas tendo depois passado para mensagens, onde ele me dizia como ser possivel nunca me ter visto e me dava todos os sinais que estava interessado em mim e 2 dias depois fui ter com ele a uma festa. Nessa festa apenas estivemos 1h juntos e sentia-se bem a tensão sexual entre nós. Ele foi embora e começou com aquela conversa do "porta-te bem.. não me pediste para ficar", enfim. Fomos falando diariamente e estivemos mais umas vezes juntos sem nunca ter acontecido nada porque havia sempre alguma coisa, ou a minha amiga vinha puxar-me para eu ir para casa porque levou com cerveja em cima ou o amigo dele estava podre de bêbado e não conseguia ir para casa sozinho. Posto isto, na semana académica ele insistiu que fosse ter com ele e eu fui. Estivemos juntos e foi tudo ótimo. No entanto, quando acabou a semana académica cada um voltou para as suas casas (200km de distância) e continuamos a enviar mensagens só que com menos frequência. Ele começou por dizer que eu tinha muitos rapazes atrás de mim e que eram só gajos a comentar as minhas fotos e que eu quando saía à noite era só para o "engate", depois disse que queria voltar a estar comigo e trocar umas caricias (Não voltamos a estar juntos). Eu na minha inocência ia sempre dizendo que não era nada disso e para ele não ser assim comigo. Do nada ele deixou de me falar. Zero. Sem explicações, sem despedidas, nada. Sempre fui sincera com ele e ele comigo, mas ignorou-me por completo. Apenas me enviou uma mensagem a dizer: vê as tuas atitudes, depois perguntas porque te ignoro! Não é de deixar uma pessoa louca? 
Anónima, 22, Lisboa

Doutor G: Cara Anónima, tu manda esse gajo pastar e não lhe digas mais nada. Primeiro porque é inseguro e não confia em ti. Ainda nem namoram e ele já está com problemas sobre o que tu fazes e sobre os gajos que vão comentar nas tuas fotos. Se ele não tem pedalada para ter uma mulher que desperta interesse alheio, então não é homem para ti. Toda essa descrição transparece um nível bastante elevado de um homem passivo-agressivo, que são o pior tipo que se pode ter ao nosso lado. Seja homem ou mulher, sugam-te a vontade de viver e fazem-te começar a acreditar que a culpa é sempre tua. Pelo que percebi, ainda por cima, não moram perto um do outro. Está tudo reunido para o mandares às couves e não pensares mais nele. Aproveita um dos outros que andam atrás de ti, que certamente serão melhores do que esse palerma que, para além de todos os defeitos, ainda soma a falta de educação. Normalmente, quando alguém deixa de falar à outra pessoa sem razão aparente, eu digo que é porque arranjou outra pessoa. Neste caso, parece-me que é porque é só palerma e gosta que tu te humilhes atrás dele. Manda-lhe uma foto com as mãos a tapar as mamas. Umas mãos de homem, para ele perceber a mensagem.


Caro Dr. G, vivo em guerra com o inimigo já faz bastante tempo. O que se passa é que as batalhas nem sempre são dignas de registo. De acordo com o meu lema, "Quem vai à guerra, dá e leva", gosto que o inimigo o faça também. Não há espaços para Suíços. A questão é que quando estou a penetrar a trincheira inimiga, ele tem o canhão armado mas nunca dispara. Sei que é um problema masculino, só fazer uma coisa de cada vez mas se eu consigo porque é que ele não? Durante as conversações de paz que temos, afirma que só não o faz porque prefere que a vitória seja só minha. Se há coisa que gosto é de sairmos os dois vitoriosos. O que devo fazer Dr.? Sei que não é a sua especialidade mas espero que nos possa ajudar a melhorar a qualidade da guerra que tanto gostamos.
Anónimo, 25, Porto

Doutor G: Caro Anónimo, realmente o funaná pelado com indivíduos do mesmo sexo não é a minha especialidade, mas tenho todo o gosto em responder à tua dúvida. Eu não sei bem como é que isso se processa, calculo que a estimulação da próstata possa ser suficiente para a morteiro ser disparado, no entanto, vocês não usam auxílio manual? Ao género de estar a tapar o furo do pneu e a dar ao macaco com a mão ao mesmo tempo? Se calhar sou um talento gay que se perdeu para a heterossexualidade, não sei. Digo eu que os homens serão como as mulheres, em que há algumas (dizem) que não conseguem atingir o orgasmo apenas com penetração. Talvez ele tenha a próstata pouco saliente ou tu tenhas um pénis esparguete. É jogar com o que se tem e dar-lhe uma mãozinha. Mesmo ele dizendo que não se importa, se para ti é importante, como compreendo que seja, é experimentares outras técnicas. Se um homem heterossexual tem o lema "Enquanto houver língua e dedo, não há patareca que me meta medo", há-de haver algum lema parecido para os homossexuais. Algo do género "Enquanto houver boca e mão, aposto um CD da Lady Gaga em como te faço chegar à ejaculação."


Bom dia Dr G, tenho 43 o meu namorado tem 34. Entre nós existe muita fisica quimica, é excelente na cama, e tem energia inesgotável. É inteligente, cavalheiro, estimula-me o cérebro que é coisa que nem sempre me acontece. No entanto, ele disse-me que era virgem e eu não acreditei. Na primeira vez que fomos para debaixo dos lençóis, confirmei, era mesmo virgem. Eu já conheci outros homens, sou uma mulher digamos com alguma experiência. A partir daí a coisa tem sido espetacular, aprende rápido e eu nem sei o que fazer com este "bombom". O problema que, que nem devia ser, é que ele raramente atinge a êxtase durante o ato, só lá vai com manual ou oral. A coisa dura e dura e dura. Ele diz que foram muitos anos a batê-las e a ver porno e daí este problema que se calhar nem é ..ou é Dr G??
Mariana, 43, Lisboa

Doutor G: Cara Mariana, não me parece que o problema esteja na masturbação auxiliada pelo visionamento de pornografia. Normalmente, acontece o oposto. Meter o bode a ruminar em excesso, dado que muitas vezes é feito à pressa e com o único objectivo da ejaculação, pode viciar o bicho e torná-lo precoce. A não ser que ele não tivesse mais nada que fazer da vida e passasse os dias a tocar-se, sempre a tentar bater o recorde de tempo anterior. Com todo o respeito, poderá ser porque tu tens a ostra de tal forma de que a pérola caiu sozinha? Peço desculpa pelo modo carroceiro em como te perguntei se tens a boca do corpo lassa. Por vezes, acontece devido a demasiada excitação e lubrificação, não estou a dizer que andaste a levar lá as courgettes para poupar dez cêntimos nos sacos do Pingo Doce. Se for esse o caso, sugiro que faças exercícios Kegel, que vão fortalecer a musculatura e vão fazer com que lhe agarres o escovilhão com força e o consigas fazer vir sem mãos nem boca. De qualquer forma, se nem ele nem tu se sentem frustrados com a situação, tirem partido disso, que me parece que estão a ver problemas onde eles não existem.



Acho que com o passar do tempo estou a ficar cada vez mais javardo. A idade não perdoa. Como sempre, até para a semana e não se esqueçam de enviar as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Partilhem e façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.

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19 de julho de 2015

Aborto, só é pena não ser legal há mais tempo



Acho que ainda nunca tinha escrito sobre o aborto, talvez por já ser um assunto fora de moda, especialmente, desde a altura em que passou a ser despenalizado. No entanto, acontecimentos da semana passada, de tão ridículos que são, fizeram-me querer falar um pouco sobre isto. "O que aconteceu?", perguntam vocês numa excitação de quem sabe que este texto vai ofender pessoas. Então, é simples, o que aconteceu foi que um grupo de alunos da Católica (coincidência ou não) fez uma espécie de protesto, ao género daquele que se fez sobre o sofrimento dos caracóis. Parecendo impossível, este ainda foi mais descabido. Vários alunos posaram como se pode ver na foto, segurando a fotografia de um feto e uma frase nojenta. 
Na página, onde foi partilhada esta iniciativa, podia ler-se o seguinte: "Porque a vida de um ser humano é muito mais importante que a de um caracol, não compreendemos como é que pode estar a correr uma campanha de sensibilização em relação ao molusco quando há tantas pessoas a serem assassinadas todos os dias."

Bem, vamos por partes. Não acho mal as pessoas protestarem pelo que acreditam e se acham que o aborto é errado, força aí nas vossas batalhas. O que acho ridículo é o sensacionalismo deste tipo de protestos. "Pessoas a serem assassinadas todos os dias"? Mas que grande bando de atrasados mentais.


Chamar assassina a uma mulher que decide abortar, muitas vezes porque não tem condições para ter uma criança, é do mais baixo que se pode chegar.

E se for fruto de uma violação? E se for uma menina de onze anos que engravidou de um tio que abusou dela, como aconteceu há pouco tempo? Também é assassinato decidir interromper a gravidez? Um feto de dez semanas não chega a ter três centímetros de comprimento, nem a ter um cérebro formado e um sistema nervoso central. Por muito que se queira dizer que o ser Humano é especial, não é diferente de esmagar uma barata. Não sou eu que estou a dizer, são médicos e neuro cientistas, especialistas na matéria. Por alguma razão se fixou o limite nas dez semanas e não é permitido que se faça com oito meses. Não vou pelo caminho fácil de dizer que todos os que participaram neste protesto têm cara de abortos mal conseguidos, até porque a culpa é mais dos pais do que deles. São um bando de betinhos que não sabe o que custa a vida e que não sabem o desespero de uma mãe que sabe que não vai ter condições para criar um filho. Sim, poderá haver quem abusa e quase que usa o aborto como método contraceptivo, mas será uma minoria. A maioria faz porque não tem condições e porque não teve as mesmas oportunidades para ter acesso a uma boa educação e informação.

Para feitos cómicos, vou colocar aqui mais uma foto do protesto, que prova que a consanguinidade é uma coisa tramada.



Neste grupo todo de mentecaptos, há apenas um que se safa. Já ouvi teorias de que foi a professora que influenciou os alunos a esta iniciativa e que até tentou obrigar alguns, como se pode ver pela seguinte fotografia.



Pela cara do rapaz, ou está com gases ou não está a concordar muito em participar nesta palermice. Quem está a segurar nas folhas é, provavelmente, o aborto mor deste processo todo.

Desde que foi legalizado, o número de abortos tem vindo a diminuir, dizem os mais recentes estudos. De ano para ano, há menos abortos, menos do que os que se estimam que se faziam de forma ilegal. Portanto, parece que está a funcionar. Quem está contra, no fundo, está a favor de que eles voltem a aumentar e que se façam de forma menos segura e higiénica e que provocava a morte a muitas mulheres. No fundo, é isso que estes palermas são a favor. Eu também não sou a favor do aborto, acho que ninguém é, sou é a favor da liberdade de escolha. De dar poder às mulheres de decidirem o que querem fazer com o seu corpo. Num mundo perfeito ninguém precisaria de fazer um aborto, mas, infelizmente, o mundo está longe de ser perfeito. Fazer um aborto, dois, três, ou os que forem precisos, devia ser a menor das preocupações desta gente que se "preocupa" tanto com o bem estar do ser Humano. 

Obviamente que estar contra o facto de uma mulher poder decidir abortar ou não, está intimamente ligado à religião. Dizer que um feto de dez semanas já é uma pessoa, que sente e fica aborrecida em ser esquartejado, só faz sentido se acreditarmos que a partir do momento da concepção, é reservada uma alma e enviada do céu para a barriga da progenitora. Claro que se isto fosse verdade era de muito mau tom e acredito que a alma ficasse amuada, como ficam alguns taxistas, especialmente no aeroporto, quando a viagem é curta e eles têm que voltar para o fim da fila na praça. Imaginem o que é serem uma alma e dizerem-vos "Alma número seis milhões e quinhentos, chegou a sua vez. Vamos enviá-la para a terra!". Vocês fazem as malas, vão todos excitados para dentro da barriga de alguém, estão ali no quentinho, no bem bom, e, passadas cinco ou seis semanas, sentem que algo não está bem. Começam a chegar os químicos, ou um cabide, e falecem. Voltam ao céu, têm que voltar a tirar a senha e vêem que têm milhões de almas à vossa frente. É chato e, realmente, não se faz. Nestes casos o melhor é racionalizar e pensar que foi melhor assim, já que podia dar-se o caso de nascerem filhos de uma mulher que engravidou porque o marido abusivo não quis usar preservativo, e que tem três empregos para conseguir um ordenado de 500€ e sustentar os três filhos que já tem e que sabe que alguns se vão perder para o mundo do crime. Há uma teoria, bastante aceite, que diz que 50% das razões que explicam o decréscimo do crime em Nova Iorque, nos últimos anos, foi devido à legalização do aborto. É uma teoria que me faz algum sentido.

Não tenho muito mais a dizer, este tipo de gente, que fala do que não sabe e está mais preocupada com a vida dos outros do que em perceber o cerne da questão, dá-me vontade de lhes esbofetear a cara com um bebé que morreu à fome porque a mãe não tinha condições para o alimentar. Aos rapazes, era implantar-lhes um feto de rinoceronte na barriga e obrigá-los a dar à luz pelo rabo e sem epidural. Às raparigas, era obrigá-las a adoptar dez crianças que foram abandonadas por pais negligentes que tiveram vergonha de fazer um aborto por questões religiosas. Para terminar, deixo-vos com uma frase do maior comediante/filósofo de sempre, na minha opinão, George Carlin:

"Why, why, why, why is it that most of the people who are against abortion are people you wouldn’t want to fuck in the first place, huh?"
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14 de julho de 2015

Sexo sem compromisso? Quem deve pagar o jantar?



Olá gente razoavelmente sexy. É dia de mais uma consulta "Doutor G explica como se faz". Já sabem, com tantas dúvidas que ando a receber, se a que enviaram esta semana não estiver aqui, sai na próxima. Ou na outra.

Olá Dr G, há 1 ou 2 anos (devia ter um prémio para mim pq sei diferenciar há de à) conheci um rapaz, amigo de um amigo, que achei logo interessante. Com sentido de humor, girito e culto. Aqui há uns tempos fomos sair com o grupo de amigos comum e ele esteve a noite toda a "fazer-se" a mim (és a mais gira da discoteca, danças mt bem, etc e tal), provavelmente toldado pelo álcool. Entretanto já me convidou 2x para ir tomar café, mas depois nunca concretiza (exemplo: no próximo domingo podiamos ir lanchar. Chega ao Domingo e não diz nada). A minha pessoa julgou que aquela noite foi comandada pelo álcool, mas entretanto já tive conversas virtuais com ele em que me diz coisas atrevidas para quem não tem 2as intenções. Por outro lado, diz coisas parvas como "vou dar-te o meu nº mas não fiques convencida". O que se passa, Dr G? É só parvo, é um conas que ladra mas não morde, ou não tem  interesse nenhum mas gosta de lançar charme?
Q, Lisboa, 25

Doutor G: Cara Q, esse rapaz provavelmente está a pensar o mesmo de ti. Deve estar a pensar que já deu a dica várias vezes e que tu depois nunca insistes para irem tomar café, pensando ele que talvez também não estejas assim tão interessada. Para tirares as dúvidas se ele é ou não um coninhas, basta convidá-lo para um café e ver a reacção dele. Melhor ainda é um jantar a uma sexta-feira ou sábado, que ele aí vai perceber logo que não é para serem amigos e discutirem a crise na Grécia. Nestes casos, o meu conselho é sempre o mesmo: quem quer vai e não fica à espera. Se ele recusar é porque não está interessado e foram as lunetas do álcool que o fizeram achar-te bonita. Vá, mostra que as mulheres da nova geração são proactivas e diz-lhe "Está na altura de te cobrar aquele café. Agora vais pagar é com juros, que é para não te armares em Tsipras. PS: Juros, neste contexto, significa sexo". Só para o caso do gajo ser lerdo.


Caríssimo Dr. G, sou um nortenho em Lisboa (qual “english man in New York”). Enquanto estava lá em cima no fresquinho, não tive muita sorte com o universo feminino. Quando vim para a capital frequentar a universidade, vim com a ideia de que teria mais sorte, por dois motivos: em Lisboa elas não são tão esquisitas, e sou um estudante universitário, que pressupõe ter mais oportunidades no que toca à prática do coito recreativo. No fundo, não estava muito errado. Tudo começa mal quando me apaixono por uma colega de turma logo no início do primeiro ano que me dá um jajão colossal deixando-me numa quase-depressão. Só tinha uma forma de a esquecer: afogar as mágoas em fluidos genitais de outra “individua” (não bebo álcool)! E assim foi! Comecei a namorar com uma gaja um pouco mais velha que eu e estive com ela durante 6 meses...até que ela me adereçou a cabeça com um ex-namorado traficante! Obviamente que a mandei para o caralho, pois eu não perdoo traições. Mas depois pensei e percebi que no caralho ela já tinha estado...e era um caralho certamente mais pequeno que o meu (a minha mãe nasceu em Angola e trouxe os genes africanos que eu herdei no meio das minhas pernas)! Desde essa altura eu tenho tentado uma relação mais estável, mas sem sucesso. Elas deixam de falar de um momento para o outro. Tenho 21 anos e ando com fome de amor e de coito. Actualmente tenho feito um filminho (não do género Kim Kardashian ou Paris Hilton) com uma mocinha muito bonita, de olhos azuis e que está a estudar representação cá em Lisboa. É tudo muito recente, mas ela já me deu todos os sinais de que está interessada (mexer no cabelo enquanto estamos a conversar, olha-me no fundo da retina e dá-me murrinhos e pancadinhas quando se ri depois de eu mandar uma piadola). A minha questão é: eu não estou interessado na rapariga pela luta greco-romana debaixo dos lençóis (embora seja sempre bem-vindo, obviamente), mas sim porque sinto que nos damos imensamente bem e temos muitas coisas em comum. Acha que eu estou mesmo apaixonado por ela ou, na verdade, estou um pouco iludido? Ou terei que ir com calma para não assustar a jovem fêmea?
CC, 21, Lisboa

Doutor G: Caro CC, esse teu testemunho mostra que o tamanho não é tudo, já que já te ofereceram uma prenda de marfim e te deixam do nada. Tens que começar a saber usar melhor os centímetros que tens, que se o fizeres elas não desaparecem sem deixar rasto. Em relação à outra rapariga, tu é que sabes o que sentes. Eu acho que vocês pensam que eu sou a Maya da Buraca ou a Maria Helena da Linha de Sintra. Eu agora é que adivinho o que tu sentes? Tu é que tens que ver se sentes borboletas na barriga ou no capacete da enguia trapalhona. Mesmo que sejam na barriga, confirma que não são gases. Se gostas dela e dizes que ela se derrete toda por ti, qual é a dúvida? Vão à guerra e logo se vê. Ir com calma é coisa do passado, mas também não é preciso ir todo lambão a querer tudo de uma vez. É aquela calma que dá a entender que se quer forrobodó mas que se tem auto-controlo. As mulheres têm sempre uma quantidade maior de gajos à volta e, normalmente, o que vai com mais calma é o que chega em último lugar, ou não chega a vir. Estou muito forte em trocadilhos bardajões. É gerir isso, tendo em conta a personalidade dela. A história da tartaruga e da lebre raramente se aplica nas relações. Elas querem coelhos, não é molengões com carapaça.


Querido Dr. G, muito prezo este espaço de interação direta consigo, uma sumidade das relações pessoais e de lutas greco-romanas! Há quase dois anos voltei a estabelecer contacto com um ex que muito me marcou na altura em que namoramos. Foi ele que me procurou ao fim destes anos todos (muitos)! Para ser mais fácil vou esquematizar:
- na altura não resultou pelo facto de sermos muito novos;
- sempre tive uma preocupação estúpida e, aparentemente, sem razão, por ele;
- desde que voltamos a estabelecer contacto tentamos resolver várias coisas que ficaram mal resolvidas, tendo sido possível resolver;
- obviamente que lutamos pelados com frequência porque a química é estrondosamente grande e o sexo do melhor que já tive;
- no entanto, isto não me parece que seja só cama apesar de ele não ser capaz de me o dizer (alguns exemplos ilustrativos disso ou, se não forem, vou já ali internar-me numa ala psiquiátrica: qual a intenção de fazer kms a correr muito só para me vir dar dois beijos e nada mais; qual a intenção de falar comigo todos os dias, o dia todo, exceto um dia por semana e já vai perceber o porquê disso; o que é que está por trás de tanto carinho que ele demonstra diariamente; e não vou aprofundar mais sob pena de o Dr. escorregar em tanto mel!)
- ele tem namorada, sendo que aquilo me parece uma relação muito estranha, como deve estar a imaginar, pelo relato que lhe estou a fazer;
- eu envolvi-me demais e gosto mesmo dele; preciso que ele me esclareça tudo o que pensa ou deixa de pensar mas ele não é capaz de o fazer (sei que lhe faltam bases comunicacionais para isso, talvez daqui a 20 anos consiga falar, mas não acho que seja só por esse facto que ele não me esclarece...)
Doutor, o que é que acha disto tudo? O que é que me aconselha a fazer para me libertar dele e de toda esta situação? Tenha em conta que eu não acho que uma relação com ele fosse resultar, por falta de confiança. Não obstante, dava qualquer coisa para poder viver com ele tanta coisa que gostava de viver.  
Petra, 24, Setúbal

Doutor G: Cara Petra, a mania que para aqui vai de manter contacto com os ex-namorados. Eu já disse e volto a afirmar, reciclar relações dá cocó em 99% dos casos. Um dos maiores factores de separação é porque as pessoas querem xixa nova e andam vocês a comer restos guardados num tupperware todo cheio de bolor. Se achas que não ia dar certo e que nunca confiarias nele, qual é a dúvida? É para seguir em frente. A melhor forma de te libertares dele é dizeres que não queres mais nada e arranjares um substituto, uma espécie de cigarro electrónico para o pipi. Pode ser um vibrador ou outro gajo que te faça esquecer o teu ex. Agora, o que eu não gosto é que venham pedir ajuda para deixar de fumar quando já estão a contar os trocos para comprar o próximo maço. É para deixar, é para deixar. Não há cá cigarrinho com os copos porque é só mais um e não faz mal. Ele tem namorada, não vai dar certo. Se ele deixar a namorada, logo vêem. Se ele só a deixa se for para ficar contigo e porque não quer ficar sozinho, não é homem para ti. A não ser que sejas igual, nesse caso só se estraga uma casa.


Olá Doutor, tenho uma amiga que está sempre a chatear-me porque o namorado quer dividir as contas e como ela (que é como eu estudante ) não tem dinheiro ele empresta-lhe e ela a ingénua vai pagando as idas aos fins de semana para fora, as férias e por aí além , pagam quase tudo a meias. Sendo que o namorado é mais velho e está já a trabalhar gostaria de saber a sua opinião sobre quem, na nova geração, deve pagar as contas e no caso de serem divididas como se faz isso. 
PS: Já verifiquei q nos próximos anos o Doutor tem que usar bons produtos para a queda de cabelo...
Anónima, 23, Lisboa

Doutor G: Cara Anónima, gosto de dúvidas que começam com "Tenho uma amiga...". Em relação à questão em si, é a eterna questão da igualdade mas só para o que dá jeito. Do machismo é coisa do passado mas deixem lá ficar o cavalheirismo que regalias todos queremos. Eu sou pela igualdade pura e é óbvio que ele não tem que pagar as contas, era o que faltava. Sim, ele trabalha e ela não, e então? Temos pena. O que há a fazer nesses casos é perceber qual é a capacidade de pagar que ela tem e gerir os encontros e férias consoante isso. Se ele quiser ir a um restaurante caro que sabe que ela não tem meios para pagar, aí sim, ele deve oferecer-se. Ela não pode estar à espera que ele pague tudo só porque já trabalha, nem ele pode querer ir fazer viagens a Bora Bora e fazer com que ela contraia dívidas a juros altos. Pode sempre pagar com o corpo, é um facto, mas parece-me uma relação pouco saudável. Em relação aos produtos para a queda do cabelo, infelizmente não há nada a fazer. Já fiz testes a acusou excesso de testosterona. É um preço que não me importo de pagar para não ter que andar a tomar aquilo que o Futre anuncia. Com estes níveis, hei-de estar em sentido e concentradíssimo até aos 90 anos.


Grande Doutor G, da última vez que escrevi para aqui foi devido a uma rapariga que tinha problemas de confiança (ciumenta). Tenho a dizer-lhe que acabei por seguir o seu conselho e arredar pé dela. De volta à caça... encontrei uma miúda brutal, (é até disturbing a quantidade ridícula de coisas que temos em comum), pronto, sei que não vou perder interesse, a merda é que ela mora longe. O que acha de relações à distância? Acha que devo manter a cena casual e apostar em que no futuro possamos estar mais tempo juntos e oficializar a cena se nos continuarmos a dar bem?  
Manuel, 20,  Aveiro

Doutor G: Caro Manuel, folgo muito em saber que os meus conselhos são ouvidos, ao ponto de se acabarem relações. Tenho que começar a fazer uso desse poder de outra forma que me seja mais vantajosa. Já aqui falei de relações à distância e a minha opinião mantém-se: não valem o esforço e raramente resultam no futuro. Se me disseres que daqui a um ano ou dois, vá, vão estar juntos, venha ela morar para perto de ti ou vice-versa, ainda te digo que é sustentável, caso contrário, se for a tempo indeterminado e sem certezas que isso vai acontecer, mais vale cada um fazer a vida para seu lado, sem compromissos e, sempre que estiverem juntos, se quiserem, vão para o ringue dos lençóis fazer uma sessão de treino todos pelados. "Longe dos olhos, longe do coração", é um ditado popular e o povo sabe o que diz. Embora também digam que "quem espera sempre alcança", mas muitas vezes falecem antes.


Caríssimo Dr. G, há uns tempos, enviei-lhe um e-mail com uma dúvida relativamente à relação de sexo sem compromisso que estava a ter na altura. Decidi dar ouvidos ao seu conselho e falei com o rapaz. Fiquei com a certeza que tínhamos interesses diferentes (eu queria avançar para algo mais sério e ele não). Acabei a nossa não-relação e cada um seguiu o seu rumo, sendo que continuámos amigos como dantes, dado que já é uma grande amizade de 5 anos. Entretanto, ele voltou para a ex-namorada que, sem querer ser má, eu arrumo a um canto (em termos físicos). No entanto, num almoço que tivemos os dois, contou-me que a dita cuja ia para o estrangeiro em Setembro. Isto, depois de passar o almoço todo a dar dicas e de eu fazer de conta que não as percebia. No entanto, ele e a rapariga não têm nada de sério, mas pode-se dizer que "estão juntos". Mesmo assim, foi ele quem veio atrás de mim e pisou a linha, a fazer propostas. E fui eu que tive o bom senso de dizer que não, por não ser justo nem para ela nem para mim. A minha questão é: já andamos neste ciclo há muito tempo. Ele nunca se quer comprometer comigo, mas quando "estamos juntos" age comigo como se fôssemos namorados. Já tive relações de sexo sem compromisso e não tinha nada a ver - era só sexo e pronto. Com ele não. Já pensei em vários factores que pudessem estar em falta, mas não encontro nenhum: há atracção, confiança, amizade, à-vontade, intimidade; já passámos por algumas situações juntos; falamos de tudo - tanto temos conversas interessantes e intelectuais como parvas; temos interesses em comum e somos de áreas próximas. Qual será o problema dele em se comprometer comigo, quando não existe esse problema relativamente a outras raparigas, e quando tudo entre nós funciona bem?   
M, 21, Lisboa

Doutor G: Cara M, folgo muito em saber que seguiste conselhos meus, embora ache que isso pode ser perigoso. No entanto, não posso deixar de te dar uma chapada, metafórica, na moleirinha, para ver se acordas para a vida. Então mas continuas na mesma lengalenga? Se falaram e ficaste com a certeza que ele não queria nada sério, qual é a dúvida? É partir para outro e esquecer esse. Eu sei lá porque é que ele não quer assumir nada contigo, às vezes, parece que está tudo alinhado mas não se consegue sentir nada mais pela outra pessoa. Será essa uma das razões pelas quais são apenas amigos. Se calhar ele sabe demasiado sobre ti para querer algo sério. Já lhe confidenciaste muitas aventuras badalhocas do teu passado? Traições que tenhas feito a ex-namorados? Os gajos não são muito picuinhas, mas isso é coisa para afastar um candidato. E tu, já que sabes que ele tem namorada e que a trairia de bom grado contigo, se calhar também deves repensar porque é que haverias de querer algo sério com ele. Vou ser bruto, mas já sabias ao que vinhas: Se ele não quer e tu já sabes que ele não quer e já falaram disso e continuas a querer saber porque é que ele não quer, talvez esteja aí a razão pela qual ele não quer.


Caro Doutor G, adoro as coisas que escreve e o seu tipo de Humor. E depois desta graxa inicial (que é verdadeira), vou aqui desbobinar o que tenho para dizer. Dividi as minhas histórias em 2 partes, se quiser pode responder separadamemte para nao se tornar demasiado cansativo.

1°:
Sou uma mulher bonita, sei que consigo despertar interesse de muitos homens, o "problema" é que nao sou aquela típica mulher que se apaixona facilmente. Com isto não quero dizer que me faço difícil (aliás porque detesto esse tipo de jogos), mas simplesmente não consigo estar com alguém quando me apercebo que não há paixão ou uma ligação maior (mesmo que nao seja amor). Isto é uma chatice, porque eu adoooro sexo, mas quando só me aparecem homens que nao me conseguem "f*#&r-me a mente", dificilmente vão conseguir "f*#&r-me o corpo".
Com isto, depois de vários anos numa relação sufocante (parvoice minha), lá consegui ficar solteira, e estou há quase 4 anos assim. Desde então saí de Portugal depois de acabar o curso, e claro, tive algumas aventuras. O problema é que essa tal "ligação" raramente acontece e desde fiquei solteira que decidi não voltar a deixar-me ficar numa situação que nao me faz feliz, por isso acabo por me fartar deles, e ponho-os a andar. E claro, como bons homens que são, é quando se apaixonam. Não sei mais o que fazer, porque não me posso forçar a ter interesse por alguém, e a nível de sexo na minha vida, não me posso queixar, porque tive quase sempre bons exemplares. Será que devo apenas ouvir as minhas necessidades físicas, e abusar de quem me aparece à frente que seja minimamente interessante? Ou manter-me na esperança / ilusão de encontrar alguém que me complete mesmo?

2°:
Desde há uns meses, quando estive em Portugal de férias, enrolei-me com um amigo que já conheço há uns 10 anos. Claro, Português que vive em Portugal, porque não há nada melhor do que o produto nacional! Pronto, fiquei super apanhada, como já não me acontecia há muito tempo. Ele também ficou no inicio, mas com o passar dos meses, a distância, o trabalho, a coisa foi esmorecendo. Nunca foi um namoro, e éramos de  livres de estar com quem quiséssemos, mas quando eu estou mesmo apanhada, não consigo. E atenção, como trabalho fora de Portugal, isto implica estar vários meses sem fazer O amor, coisa que é muito complicada para mim, pois logo após uma semana já estou a subir paredes com vontade de estar debaixo dos lençóis com alguém... ou noutro sítio qualquer. Comecei a "chatear-me", porque se eu não lhe escrevesse, ele não escrevia, se eu não fosse a Portugal, ele não vinha ter comigo, etc. Claro que ele via estas minhas reclamações como se eu quisesse algo sério (e ele ainda tem mais pânico de relações do que eu!), mas não era nada disso, o que eu queria era apenas sinceridade, e não sou pessoa de deixar a coisa morrer com o tempo. Se não quisesse mais, teria de me dizer com todas as letras.  Com isto, há cerca de um mês atrás, ele entrou em pânico desnecessariamente com um comentário que eu fiz, e disse logo para "acalmarmos as coisas", sem me ter deixado sequer explicar que o que eu tinha dito não era ameaça nenhuma nem sequer era nada de mal. Desde então que nem ele me responde, nem eu lhe escrevo. Estou a ser parva por ainda pensar nele? Devo tentar novamente remediar a coisa ou devo partir para outra? A luta debaixo dos lençóis era tão boa, mas essa não era a única razão pela qual eu deixei-me levar. Penso que o que me custa mais é eu ter caido na ilusão inicial, e achar que ele era excepção à regra. Agora está só a ser parvo. E como pessoa que tem dificuldade em se apaixonar, isto está a ser particularmente difícil para mim. Acha que se mudasse para mulheres seria mais fácil? Esta pergunta é somente 50% séria... eu sei que as mulheres de descomplicadas não têm muito. E os homens não são tão simples como gostam de pensar. Ajude-me, e faça-me abrir os olhos. Para tudo o que for possível! 
Juliana T., 29, Suíça

Doutor G: Cara Juliana, se há coisa que importa é o tamanho, neste caso o tamanho das vossas perguntas. "É enorme!", já ouvi eu tantas vezes... em relação aos meus textos, claro. Por isso, para compensar, tenho que abreviar na resposta:

  1. Gostas de sexo, faz sexo, caso contrário faz mal à saúde. Vai praticando à vontade e abusando de quem te aparece à frente. Quando aparecer um que te complete, ao menos já viste como ele é na cama e facilita a escolha para algo mais sério. Usa preservativo.
  2. Sexo com amigos dá cocó, mesmo quando não é anal. Estão longe, bem longe, por isso não vale a pena pensar numa coisa séria. Se já te estavas a apegar, ele acabou por te fazer um favor em afastar-te. Pensa que assim sofres menos no futuro. Quando voltares a vir cá, se quiseres funaná pelada, fala com ele e logo se vê, até lá, não penses muito nisso, porque certamente ele também não está a perder horas de sono com isso. Em relação a mudar para mulheres... tu és maluca?! Se tu já tens essas complicações com um homem, tu imagina com uma mulher! Mas se queres experimentar... força nisso e depois, já agora, diz como correu. Fotos e vídeos não são essenciais mas ajudar-me-ão a analisar melhor o caso.
Caro Doutor G, em primeiro lugar, vou esclarecer a minha situação: eu e o meu melhor amigo tínhamos sexo do bom...claro está que a javardice às vezes tomava grandes proporções. E eu gosto! Sou fiel ao lema: "façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio". Acontece que nos últimos meses eu dei por mim a pensar que precisava de espaço... e isso envolvia desligar-me da ligação sexual com o meu melhor amigo. Eu pedi-lhe espaço porque comecei a sentir que estava a ficar demasiado confortável naquela relação (que não era uma relação)... ele não se apega às pessoas mas eu sou mais sentimental! Está-me nos genes! Sou mulher e pronto... O que tem acontecido é que ele passa a vida a querer falar comigo e a tentar convencer-me a andar à luta com ele novamente, tal como viemos ao mundo claro. Além disso, enche-me de elogios dizendo que comigo foi o melhor sexo da vida dele, e sempre vai ser porque sente que temos uma ligação. À conta disso, já tivemos recaídas. E eu preciso que ele tenha mais amor-próprio, que não se prenda sexualmente a mim. Como lhe faço ver que já não dá mais? Que conselho me dá? Não queria ser a insensível que diz o que não sente/pensa para afastar a pessoa que afinal, é o melhor amigo. Longa vida ao consultório do ilustre Doutor G! 
Anónima, 26, Cascais

Doutor G: Cara Anónima, estou a ver que outra das modas que para aqui anda é chafurdar nos lençóis com os melhores amigos. Eu nunca tive a sorte de ter amigas dessas. O que vai acontecer é simples: vocês vão deixar de ser amigos. É uma escolha que se tem que fazer quando se decide brincar aos mineiros todos nus. Salvo raríssimas excepções, ou alguém se envolve de mais ou alguém se farta e o outro fica ofendido porque queria mais. Resultado: Sexo 1 : Amizade 0. Se não queres mais nada, só tens que lhe dizer. É simples. Experimenta assim "Olha, somos muito amigos e tal, o sexo até que sim senhora, mas não quero mais. Nunca mais!". A sério, é bué simples, ele só tem que acatar ou tu chamas a polícia se ele te tentar violar à força. Até porque violar sem ser à força é parvo. O problema é que tu não o queres afastar demasiado porque queres que ele continue a subir-te o ego e a espetar-te uma ou outra bandarilha quando a fome de lide apertar. Verdade? Claro que é verdade. Arranja um namorado ou diz que andas a sair e a ter o melhor sexo da tua vida com outro gajo e que esse gajo tem um pénis enorme! É certinho, ele não vai querer mais nada.


Saudações Sr. Dr. a minha relação tem 5 anos e tenho a sorte de estar a lado de uma pessoa que me completa. Não caímos em rotinas, não discutimos frequentemente, nem acabamos quando ela está com o período e não há festa. A nossa relação é bastante estável e séria. O problema é quando vamos fazer luta greco romana, que não é bem uma luta, já que o guião é sempre o mesmo. Ao contrário de outros casais a nossa relação só caiu em rotina nos lençóis!! Já fizemos o acto em outras posições, mas a maior parte das vezes calha por ser na posição de missionário e eu não sou católico. Outra dor de cabeça, já lhe fiz sexo oral e apesar de ela se estremecer toda e me apertar a cabeça como se me odiasse diz que não gosta e que não quer, apenas me efectuou sexo oral uma vez e nunca mais, e já sinto saudades!!! Diga me Sr. Dr. qual é o remédio para esta doença? Conversar?
João, 24, Braga

Doutor G: Caro João, gosto sempre de começar a ler questões que começam por dizer que são perfeitos um para o outro e que se completam... se assim fosse, não me estavam a escrever. Deixa-me que te diga, que és um bocado xoninhas na cama. "Calha ser na posição missionário."? Calha? Mas não tens mãozinhas para lhe agarrares e a meteres de quatro? Para lhe meteres as pernas nos teus ombros? Para a agarrares ao colo e a encostares à parede? Eu sei que não deve ser o homem apenas a tomar a iniciativa para apimentar as coisas, mas se ela não o faz, faz tu. Toma as rédeas e diz-lhe "Agora sentas aqui, minha menina, que essas pernas e esse rabo estão a precisar de ser tonificados", isto enquanto lhe dás uma palmada daquelas que até ficam as tuas impressões digitais lá marcadas. Em relação ao sexo oral, parece-me uma questão de não se sentir à vontade, alguma vergonha, o que me leva a pensar que, embora tu não sejas católico, talvez ela o seja. Comigo é simples: não há sexo oral? Não vai dar namoro. Temos pena. O meu trombinhas toma até como ofensa que não o encarem e fica cabisbaixo. Pergunta-lhe porque é que não gosta de fazer e porque é que não gosta que lhe faças. Se ela disser "Ah, é porque é nojento", é trocar e mandar vir outra. Dir-te-ia o mesmo se o caso fosse ao contrário. Se ela disser que é por insegurança ou que não se sente à vontade, é trabalhar nisso e fazeres com que a experiência seja melhor para ela. Fica um conselho: A minha sabedoria diz-me que se lhe deres uma batalha épica, ela perde as vergonhas e nojos todos que possa ter. Tens que lhe dar uma ao ponto de lhe causar problemas ao nível do raciocínio cognitivo, mas sem lhe dares pancadas na cabeça. Só se ela pedir. O álcool também pode ajudar.


Olá Dr.G, tenho 19 anos e nunca tinha tido um namorado (não era uma rapariga propriamente sociável), mas o ano passado,  depois da saída dos resultados da universidade e consequentemente a minha não entrada, tive um amigo muito importante para ultrapassar essa fase, era um colega de trabalho de verão ( trabalhamos ambos Julho e Agosto num negócio de praia) e desde o inicio que havia uma química entre nós. Estamos juntos desde então (10 meses) e tem corrido tudo bem, mesmo bem ;) se é que me entendes, o problema?  Eu quero assumir algo sério, namorar mesmo, mas ele diz que é complicado, e é mesmo porque ele tem mais 10 anos que eu... mas como já passou tanto tempo acho que ele já se devia ter decidido, o que sou para ele e ou ter posto um ponto final ou avançado... ninguém sabe que andamos embrulhados e como agora voltámos a trabalhar juntos durante o verão é meio complicado fingir ser indiferente (as colegas de trabalho estão sempre a mandar bocas e a tentar fazer casal) e controlar a raiva de para ele parecer fácil (ainda por cima raparigas jeitosas de biquíni é o que não falta por lá). Mas quando estamos só os dois ele é mesmo bom para mim... atura as minhas bebedeiras ultra ciumentas, as minhas crises de carência TPM e os meus choros de filmes que não fazem ninguém chorar... (Ah numa das bebedeiras perguntei-lhe enquanto chorava incontrolávelmente com quantas raparigas já tinha estado depois de estar comigo, ele disse que não me ia responder a isso... dois dias depois, quando já não estava de ressaca interpretei aquilo como sendo "ou confias ou não confias,  não estou para aturar cenas de ciúmes", mas nunca falamos sobre isso, será que estava correta ou ele não respondeu por saber que o capava? Mas ele é um rapaz sério,  não acredito que fizesse algo assim...) Outro problema é eu não lhe fazer sexo oral ou bater uma... não é por ter nojo nem nada, mas parece que bloqueio, e quando ele arrasta a minha mão para lá evito logo... acho que me mete confusão saber que já outras raparigas o fizeram (ele é bem mais velho né) e tenho receio de fazer alguma coisa mal ou magoa-lo (até porque uso aparelho) O que hei de fazer da minha vida? Já pensei em pôr um ponto final nisto mas não lhe resisto, basta ouvir a voz dele ou ver o seu sorriso que mudo logo de ideias, estou mesmo perdidinha... sê simpático ao responder por favor ;)
Anónima,  19, Algures

Doutor G: Cara Anónima, vamos por partes. Porque é que ele não quer assumir a relação? Porque tem outra; porque tem outras; porque acha que és muito nova e tem medo do que os outros possam pensar; porque não gosta o suficiente de ti; porque é homem e a maioria dos homens prefere adiar ao máximo, para o caso de aparecer outra poderem usar a desculpa do "Mas nós ainda não namorávamos!". Como não o conheço, nem conheço outros detalhes, não posso opinar em conformidade. Ele já percebeu que manda na relação e que tu não lhe resistes, por isso, está confortável para fazer o que bem lhe apetece. Se ele evita estar contigo em locais públicos, afecto em frente a outras pessoas e passa horas sem responder a mensagens, especialmente à noite, é porque tem outra. Em relação a ter estado com outras ou não desde que vocês "namoram", se ele não assumiu é porque provavelmente esteve. Se não esteve é porque não teve oportunidade. Lá está, isto depende de caso para caso e se o problema dele em assumir for a vossa diferença de idades, pode não andar com outras e nesse caso é só parvo. Em relação ao sexo oral e manual: Ainda consigo perceber a parte do oral, meter uma pila na boca não seria coisa que eu gostasse de fazer, agora o manual? Olha, digo-te já que eu toco na minha todos os dias e é bem fixe. É um bocado de carne, pá! É bem mais nojento temperar bifes de frango para o jantar. Faz-te confusão que já lá tenham andado outras para umas coisas, mas albergar o salpicão no quentinho já não há problema? Não percebo. O aparelho não vai aleijar. Se aleijar ele grita e nunca mais te pede que faças e ficam todos a ganhar. Vá, agora a sério, fazes o que te sentes confortável. Diz-lhe e ele ou compreende ou vai fazer a vida dele para outro lado, que é o mais provável.



Notou-se que estou de mau humor? Estou com uma dor de cabeça do caraças e ponderei não escrever hoje. Por isso, se vierem comentar "Ah e tal, hoje foi muito fraco", tenham em consideração que eu fui um fofo por não vos ter faltado. Obrigado e, como sempre, para a semana há mais, até lá, enviem as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Partilhem e façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.

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