18 de maio de 2022

Marial Leal - Nova música e review


Já há muito tempo que não fazia uma review a uma música e vídeo da Maria Leal. Porquê? Primeiro, porque valorizo a minha sanidade mental, depois porque se tornou muito repetitivo e fácil. No entanto, decidi regredir no tempo e voltar a fazer uma review, depois de algumas mensagens a darem conta que havia algo pior do que uma nova variante da varíola a circular. Deixo aqui o vídeo primeiro e, em seguida, a análise detalhada do mesmo. Vejam à vossa conta e risco e sejam fortes.



O vídeo começa com imagens de stock do Dubai, para fingir que foi filmado lá, quando toda a gente sabe que foi numa praia fluvial do Barreiro. Vemos dromedários a percorrer o deserto. Sim, não são camelos, os camelos têm duas bossas ou também podem ser facilmente identificados quando são vistos nos créditos deste vídeo. Vêem-se shots de uma mulher nas dunas e pensamos “Eh lá, a Maria está mais jeitosa…”. Erro. Nisto, quebrando a beleza das paisagens, aparece a verdadeira Maria, uma espécie de Aparição de Nossa Senhora, mas em pior. Se os três pastorinhos têm dado de cara com a Maria Leal em vez de com a Maria Mãe de Deus, tinham ficado ainda mais traumatizados e Lúcia tinha furado as vistas com a ponta do cajado e nem precisava daqueles óculos fundo de garrafa para o resto da vida.

Nesse sentido, acho interessante a opção do véu a tapar a cara da senhora Leal, acho que só temos a agradecer a quem pensou nisso. Agradecemos também a Maria ter vestido uma cueca saco do pão em vez de algo mais sexy e não termos de ser brindados com o seu nalguedo pão chapata. Vemos também que Maria enverga uma espécie de boina que faz lembrar o início de carreira do Pedro Abrunhosa. Para nosso azar, a Maria não usa óculos escuros e temos de ver aqueles crazy eyes que fazem chorar bebés mudos quando expostos a eles por mais de cinco segundos.

Começa a letra, escrita pelo gajo dos Per7ume, que há uns tempos vi a esganiçar-se todo no programa do Marco Paulo. Também quem tem um número no nome da banda, como se fosse uma discoteca parola, diz tudo.

Pôr do sol
Água de Coco
No Farol
Um amor louco

Porquê amor num farol? Já foram a um farol? Apeteceu-vos fazer amor louco lá? Não dá, normalmente é ventoso e apertado e o varandim é sempre muito instável devido à erosão da água do mar e pode ser perigoso um gajo fazer amor louco encostado àquilo. Ainda acontece como o varandim do Estádio de Alvalade há uns anos. 

É só contigo que eu quero estar
Este Agosto
Anda comigo e vamos ficar 
Até ao sol posto

Reparem que, normalmente, diz-se "ir para lá do sol posto". A Maria só quer ir até ao sol posto, nunca além dele. Para alguém capaz de se expor desta forma, esperava mais atrevimento. Aqui temos de fazer um momento de silêncio pela pessoa com a qual ela quer estar durante Agosto. Pergunto: porque é que ela não quer estar com ele em Julho também? Ou mesmo Setembro, que está bom tempo e menos confusão? E será o Agosto todo ou só na primeira ou segunda quinzena? Um sábado já é demasiado tempo com a Maria Leal, mas convém ela esclarecer para o sortudo tirar férias com antecedência. Este Agosto será o primeiro em desconfinamento total desde há dois anos e, podemos todos concordar, que se foi para isto que se desconfinou, mais vale vir o asteróide. 

Mão no ar
Pé na areia
Junto ao mar
Lua Cheia

Vemos um shot dos pés da Maria e, parecendo que não, são a parte menos má dela. Depois, vemos Maria a esfregar-se a rebolar na areia, algo que acho perigoso pois pode picar-se numa seringa e ninguém quer seringas com doenças na praia. Sim, ela é que pega doenças à seringa, só para ter a certeza que perceberam.

Vamos agora fazer uma pequena pausa na letra para uma tour pelas tatuagens da Maria Leal. Primeiro, parece que foram todas feitas na prisão, por um tatuador cego e com Parkinson: 
  • Tem uma espécie de sol tribal à volta do umbigo, cujo significado é um mistério, mas esperemos que tenha algum, porque se foi só por questões estéticas, ainda é pior;
  • Ainda no baixo ventre tem uns lábios esbatidos e outras merdas indecifráveis que parecem coisas que uma criança escreveria na parede de casa sem a autorização dos pais;
  • Numa das pernas tem outros lábios, maiores, provavelmente em homenagem ao palhaço Batatinha. Depois, tem umas frases que não consigo perceber, mas que aposto que são citações foleiras do Facebook; 
  • Num dos antebraços diz love, depois tem uns caracteres chineses que reconheço do restaurante Nova Ásia e que tenho a certeza que querem dizer Wantan Frito;
  • Numa das mãos tem o que parece ser uma espécie de pena ou daqueles butt plugs com cauda para malta com fetiches com animais. 
De volta à poesia:

Copo na mão
Calor no peito
Dança ao som
A direito

Copo na mão, tudo bem, calor no peito pode ser que seja o início de um enfarte. Rezemos. O que é dançar a direito? Dançar direito é coisa que a nossa suricata desengonçada nunca soube fazer. Parece uma mistura de dança jazz com fisioterapia e ataque epilético. É um estilo que pode pegar, não sei, mas não é dançar nem direito nem a direito. É dançar torto e para todos os lados.

De repente, do nada, aparece um gajo. Brindam com o que claramente é um flute com água choca porque gastaram o orçamento todo a convencer o senhor negro a participar no vídeo para dar um ar mais cool. Nota-se o desconforto na cara dele e, pela roupa, percebemos, mais uma vez, que não estão no Dubai, caso contrário não estava vestido todo de preto e com um casaco de inverno nesta altura do ano, onde estão perto de 40 graus. Apanhados, crl.

A música continua e repete-se e Maria vai exibindo os seus movimentos e brinda-nos, com o que parece ser, uma bonita ponte de glúteos. Está a tentar ser sensual, mas a mim só me dá vontade de corrigir a posição e dizer que assim dá cabo da lombar. Depois vai um leg raise e começo a pensar que este vídeo é mais sobre exercício físico do que sobre sensualidade. Se for esse o objectivo, parece-me tudo bem, embora ter aulas de exercício de alguém com o corpo da Maria Leal talvez seja como ver um careca a recomendar produtos para a queda do cabelo, algo que o meu antigo cabeleireiro fazia. Desconfio sempre. Sim, é body shaming, azar, lidem.

A noite ainda é uma criança
Vem curtir
Nada nem ninguém para esta dança
É só rir!!!

É só rir, de facto, mas não é aquele rir de divertimento de quem está a passar um bom momento; é um rir de vergonha alheia. Quanto a ninguém parar esta dança, espero que esteja errada. É esperar por uma nova variante mais forte que pare com isto tudo.




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