19 de dezembro de 2018

Marial Leal - Review à nova "música"



O Natal está cancelado. Maria Leal, qual grinch, destruir toda a magia desta quadra festiva e eu sinto-me uma prostituta: vocês pedem e eu faço. Só recebi cerca de 320 mensagens a informar-me que, em plena época de milagres, tinha chegado a boa nova. Não que o menino nasceu, mas que nasceu nova música e vídeo da Maria Leal, chamada "Sou a tua menina". Felizmente, minha menina não é e depois da reportagem sobre o casamento, ninguém deve querer que seja a não ser que tenha a conta a zeros. Portanto, é visionar e em seguida a review deste que é o vosso crítico oficial de música de merda.


Saiu-vos massa encefálica pelos ouvidos? A mim sim. Deixem-me só ir ali chorar um bocadinho em posição fetal no banho. Pronto, já voltei e já me sinto melhor. Primeiro que tudo, reparei que na descrição do vídeo diz «Tema extraído do álbum "Sou a tua Menina" de 2018». 


Gostei do verbo extrair já que, normalmente, o que é extraído são os tumores, os quistos ou os pelos encravados. Infelizmente, o que se extrai costuma ser mandado para o lixo, mas neste caso manda-se para o YouTube.

O vídeo começa com a música característica dos carrinhos de choque do Uzbequistão, e uma voz anuncia "Miss Mary Loyal". Soltei uma pinga de azeite. Primeiro, porque é ridículo, depois porque por tudo o que veio a lume sobre a vida da Maria, neste último ano, já sabemos que a lealdade não é um dos seus fortes e que o apelido foi só uma das coisas que ela, alegadamente (wink wink), roubou ao marido. A acompanhar esta parte, vemos umas letras gigantes a dizer Maria Leal, feitas no Word Art. O gajo que fala - e que inteligentemente não dá a cara - termina com um "Respect", enquanto vislumbramos, pela primeira vez, a suricata epiléptica, enquanto se senta no sofá, com a graciosidade de uma lontra paraplégica. Toda a roupa e cenário faz lembrar um bordel de araras, não me perguntem porquê. 

A "música" começa e o porquinho da índia afónico diz "Hey... é tempo de dançar. / É tempo de pular. / Nesta noite fria.". Certo, não chamaria bem "dançar" àquilo que a Maria faz e se estava assim tanto frio ela escusava de ir com aquelas calças rasgadas, já que, no caso dela, quanto menos pele visível melhor para todos. Continua com "DJ... põe a mão no ar. / Põe a pista a vibrar / Até ser dia". Rimas em "ar", claro, e percebemos que o DJ da Maria é daqueles que levanta a mão até porque está a fazer playback com uma música que gravou em casa e só está a mexer nos botões para justificar o cachet de dois panados que cobrou ao dono do bar. Segue-se a bonita quadra:

Não deixes de ser o melhor
Acerta o beat pelo coração
Levanta o copo vamos brindar
E tirar o pé do chão

Acertar o beat pelo coração poderia ser um bonito verso com uma metáfora, mas foi só para ter a palavra "beat" na música e uma rima em "ão" para não serem todas iguais. Depois, tirar o pé do chão? Toda a gente sabe que a Maria tem pé de chumbo e com aquelas pernas de flamingo anoréctico nem os consegue levantar. Segue-se o refrão, se bem que toda a música é um refrão porque repete logo após a primeira passagem:

Hey hey hey
Hey DJ
Sou a tua menina
All night long

Hey hey hey
Hey DJ
Sou tua bailarina
Play my song

Se a Ana Malhoa usa o castelhano nas suas músicas por que é que a Maria não pode usar o inglês? É a tentativa de internacionalização e acho muito bem que pode ser que assim algum país fique com ela e nos livremos da caturra. Parece-me que não terá sucesso até porque o sotaque é "Au nái lóooneee.". Pior do que a azeitice da letra é o facto de percebermos que a Maria é daquelas azeiteiras chatas que ronda a cabine do DJ sempre a pedir músicas. A questão é que os DJs fazem a vontade a algumas porque têm boas mamas e as querem comer, caso contrário fazem vista grossa e não querem de ter uma gaja aos berros ao lado, enquanto eles tentam trabalhar - que é como quem diz carregar no play e na pausa. No entanto, gabo a auto-estima da Maria que se auto-intitula como menina. Não, Maria, já não és menina há uns anos, agora devias dizer "Sou a tua senhora" ou algo do género. A idade passa por todos e não há mal nenhum nisso. Seguem-se repetições de letra e de planos; não há mudança de roupa nem de cenário porque no reino da Mary Loyal tudo é feito em cima do joelho e outras coisas são feitas de joelho a troco de uma conta conjunta onde está uma herança choruda.

Por volta dos três minutos, altura em que já sangramos dos ouvidos, vemos a Mary Loyal a tentar ser sensual, adoptando uma posição de cócoras a fazer lembrar quem tem de cagar no mato ou numa estação de serviço da estrada nacional. Isso ou uma avestruz com medo dos germes a tentar pôr um ovo sem tocar no chão. A parte que mais me enche de vergonha alheia é quando ela tenta ser sexy, a passar a mão pelo corpo. Tal como só os surdos acham que a Maria Leal canta bem, só os cegos podem achar que é sexy. Ou se forem chalupas da cabeça como o ex-marido.

Aos 3:20 parece mesmo que a música vai acabar, mas começa de repente como se fosse uma boa surpresa para todos. É como estarmos a ser violados, o gajo parece que já terminou, mas estava só a fazer uma pausa para aguentar mais tempo e volta a sodomizar-nos, com a diferença que nem um violador teria a falta de decência de nos foder os ouvidos desta forma. 

Infelizmente não vemos muitos passos de dança, mas em alguns momentos somos brindados com os famosos passos de dança que se assemelham a uma sessão de fisioterapia em Alcoitão. E aquela mania de apontar para a câmara? Foda-se, mas que merda é aquela? Parece a bruxa má da Branca de Neve a rogar-nos uma praga. Estão a ver aqueles robôs que tentam imitar os movimentos e expressões humanas? A Maria Leal a dançar parece um deles. Todos os movimentos são meio descoordenados e parece que está sempre a ter mini AVCs.


Há quem diga que tudo fica mais bonito e poético em câmara lenta e há quem nunca tenha visto este vídeo da Maria Leal.

Já agora e não querendo tirar mérito a quem escreveu esta fantástica letra, penso ter uma que poderia assentar melhor à Maria:

Hey... é tempo de casar.
Com comunhão de bens
para eu te chular

Ma-ri-do... dá-me o cartão
O dinheiro é dos dois
não digas que não.

Não deixes de ser parvo
Levanta o copo vamos brindar
Pode ser do champanhe mais caro
que és tu que vais pagar

Moral da história? A Maria Leal dá mau nome à música de merda e acho que isso diz tudo. Não sei quem ficou pior, se o ex-marido da dela depois de ser chulado e enganado ou se eu depois de ouvir a música dez vezes para escrever isto.


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