25 de agosto de 2014

Voltei de férias



Olá internautas mais lindos. Voltei de férias, depois de uma bela semana onde a melhor coisa que posso realçar é o facto de não ter estado a trabalhar. Ter emprego é muito giro mas se me calhasse o euromilhões só lá voltava para trabalhar um dia com um sorriso enorme no rosto a fazer pirraça. O meu chefe por vezes lê o blogue e quero apenas descansá-lo dizendo que eu não costumo jogar no euromilhões. Bem, para isto não parecer estranho, como aquelas vezes que se vai para a cama com alguém e depois no dia a seguir se cumprimenta com um beijinho na cara, vou-vos falar um pouco das minhas férias antes de falar de outros assuntos mais importantes para a sociedade como a guerra na faixa de Gaza, a situação económica de Portugal, ou o facto de haver muitos gajos que usam camisolas com decotes em V até ao umbigo.

Para começar fui passar duas noites num hotel de turismo rural ali para os lados de Portalegre, em Alter do Chão. O ar condicionado do quarto estava avariado mas a senhora ofereceu o jantar no hotel. Dormi cheio de calor mas com a barriguinha cheia de comida à borla. Não me posso queixar. Espaço giro e tal, sim senhor, deu para ver estrelas cadentes e pedir um desejo, que pelo facto de se terem acabado as férias não foi realizado. Fui comprar tabaco lá numa aldeola e o senhor do café perguntou-me de quais fumava, eu disse "Daqueles Camel, que têm uma coisa de mentol..."O senhor olhou para mim, fez um sorriso, virou as costas e foi buscá-los enquanto abanava subtilmente a cabeça, como quem certamente estava a pensar:

"Estes maricas da cidade..." Eu devia ter pedido também um shot de bagaço com uma palhinha cor-de-rosa só para deixar o homem todo confundido.

Em seguida fui para Lagos, onde pernoitei 6 noites. Já vou a Lagos há muitos anos passar férias e é sempre um bom local para descansar e dormir longas horas que nem um bebé, ou uma Maddie neste caso. Não havia piscina por isso teve que se ir à praia, cuja água estava mais fria que de 90% dos Ice Bucket Challenge que o pessoal anda por aí a fazer. Num desses banhos fui abordado por uma sereia, mas que a metade em que era suposto ser peixe mais parecia um presunto mal curado. Já contei a história no Facebook mas aqui fica aqui resumida para ser eternizada. Estava eu a ganhar coragem para mergulhar e nisto vem uma senhora, 40 anos, de grande porte, meter conversa comigo. De topless, cuequinha reduzida cor de rosa, maminhas pingonas quase a beijar a água e algum pelo (ou algas) a cobrir algumas partes do corpo. Vira-se para mim e diz:

"Esta fria a água caralho!", revelando que juntamente com a beleza acima descrita se juntava também um número superior de dentes em falta do que os existentes. Eu digo "Pois... está fresquinha", e ela "Fresca? Gelada ó caralhoSou de Lagos e nunca apanhei a água assim foda-se! Deve ser daquelas coisas que dizem na TV, coisas frias ou o que é!", continua ela. Eu digo "as correntes..." e ela "Pois é isso mesmo caralho! Com este frio até perco a moca!" e ri-se mostrando novamente o seu belo sorriso. "Isso é que é desperdício", digo eu e ela concorda com um "É verdade caralho!", enquanto passa as mãos com água pelos seus belos seios que nem com o frio da água se empinaram minimamente (sim, eu não consegui não olhar). "Não penses muito caralho, mergulha logo!" diz ela. Eu mergulhei para ver se a água gelada me apagava aquela imagem da cabeça. Mas não. Bem, lá comecei a voltar para a toalha e a senhora vem atrás de mim. Vou em ziguezagues como diz que se deve fazer para despistar os crocodilos, mas ela segue-me o passo e diz: "Estás a ver estas algas? Isto faz bem à pele, não vistes? Não vistes na televisão?" e eu digo "Pois... diz que sim". Lá fomos cada um para seu lado. Como era feia e corcunda a minha namorada limitou-se a ficar na toalha a rir-se e a observar a cena. Se fosse uma rapariga capa de revista quem se ia rir era eu, pelo menos até levar com uma cena de ciúmes à moda antiga. E pronto, foi esta a melhor história da minha estadia em Lagos, de resto foi apanhar sol, comer, beber e dormir. 

Cheguei a apanhar um escaldão, que a meu ver deve ter sido castigo por ter feito uma piada sobre aquele caso em que o pai matou a filha com água a escaldar. Deus é tramado, não deixa passar uma.

Na vinda fiquei por Grândola a passar uma noite. Grândola é uma vila simpática mas depois de ver o Relvas a cantar o Grândola Vila Morena fico sempre com medo em cada esquina que ele me apareça pela frente. Além de que pensar nele me faz lembrar cursos superiores e isso faz-me lembrar o Instituto Superior Técnico. Acho que tive um pesadelo acerca de uma equivalência que estava em falta e tinha que voltar aos anfiteatros nas catacumbas do pavilhão central do IST, local onde ficou enterrada a minha criança interior. Poderia aqui fazer mais uma referência à Maddie mas parece-me que seria de mau gosto.

Lá voltei para a bela terra da Buraca, voltei mais moreno, que é no fundo ao que se resume ir de férias de verão. Não morenei mais para não ter problemas com a polícia da minha zona. Agora estou aqui a escrever, numa depressão domingueira exponenciada por um trauma pós-férias antecipado. Bem hajam.




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