2 de novembro de 2015

Sexo depois do casamento e como sair da rotina



Para compensar a semana passada, nesta e mesmo estando em Dublin em trabalho, tirei um tempo para tratar da consulta e vos alegrar o dia. As respostas vão ser curtas que tenho várias Guiness à minha espera. Vamos então a mais uma sessão do "Doutor G explica como se faz". 



Caro Doutor G, namoro com um rapaz há cerca de 4 anos, e sempre fomos de ter várias zangas. Tudo sempre coisas passageiras e sem importância. Acontece que de há uns tempos para cá ele ficou diferente, mais desleixado. Com isso estas zangas tornaram-se mais frequentes e de maior importância e chegamos mesmo a acabar. Mas ele veio com a conversa do bandido muito arrependido e com isto acabou por haver umas sessões de forrobodó. Acontece que eu descubro, que anda uma gaja a fazer-se ao piso e à qual ele parece dar conversa. Não achei piada nenhuma principalmente porque antes de descobrir isto já o tinha abordado quanto a este assunto, ao qual ele respondeu que nunca deu abusos a ninguém. Eu confrontei-o e a reacção dele foi de pedir desculpas por ter escondido isto e blá blá, o que me deixa ainda mais de pé atrás. Portanto fico na duvida se aquilo é apenas conversa ou se ele anda a ver se arranja um segundo plano.    
Anónima, 21, Norte

Doutor G: Cara Anónima, quando dizes que descobriste, queres dizer que lhe andaste a cuscar o telemóvel, certo? Quem procura acha, já dizia a minha avó quando andava dois dias à procura dos óculos por casa sem se lembrar que os tinha postos. Tu é que sabes se ele merece o benefício da dúvida ou não, pode perfeitamente ter sido apenas um flirt inconsequente. Pode, também, dar-se o caso dele ser um porco como 99% dos homens (e das mulheres). Se antes as zangas já eram constantes, então agora que não confias nele, serão ainda piores. Se o queres manter, então tens de lhe perdoar esse eventual deslize. Se achas que não consegues, mais vale dizeres-lhe para ir ter com a badalhoca da amiga com quem ele anda a falar.


Boa tarde Dr. G! Acontece que eu tenho notado algo em mim que me causa algum desagrado, encontro-me na terceira relação séria e acontece que chego a uma ponto nas minhas relações  em que me sinto farto! Ao inicio tudo é bonito, chafurdar com fartura, na cama, no carro, no meio do mato, em fim onde calha. Sou feliz nos inícios e na descoberta. Mas chego a um ponto tipo um ano relacionamento em que me farto da rotina de namorar e estar com aquela pessoa, de estar preso, de ter que dar satisfações a alguém. Em fim, tenho 25 anos e isto começa a ficar sério =S. Gostava de assentar e fazer vida com alguém mas não esta fácil. Estou no meu 3 mês de namoro mas já andamos a uns sete meses, conheci família dela e tudo. Mas não me estou a sentir bem de novo... Pode dar-e uma dicazita Dr?
Anónimo, 25, Lisboa

Doutor G: Caro Anónimo, noto desde logo um grande problema que é o facto de não saberes escrever português. Calculo que tenhas desistido da escola também ao fim de um ano. A única dica que te posso dar é que deves escolher melhor as tuas parceiras, porque se perdes o interesse ao fim de tão pouco tempo, é porque não merecem o teu tempo. Ou, pode dar-se o caso, de tu seres um coninhas que tem medo do compromisso. O importante é seres honesto com elas e não as levares ao engano a pensar que isso é para durar. Metes um contador mal iniciem a relação, para elas saberem o tempo que têm contigo. Pode ser que a pressão do contra-relógio as faça aplicarem-se ainda mais.


Caro Doutor G, há cerca de 3 anos que sou bastante amiga de dois gajos, sendo que há cerca de um ano ando nas brincadeiras com eles. Sim, com os dois.Tudo começou por ser uma situação de gozo puro, de brincadeira entre bons amigos, quando me disseram pela primeira vez que o sonho de ambos era partilhar uma gaja. Ri-me à descarada e disse “Boa, adorava ser partilhada.” Sempre tive demasiado à vontade e confiança com ambos, e honestamente, nunca pensei que falassem a sério. Saltando partes que não interessam para nada, a verdade é que já tivemos algumas aventuras os 3, pois sempre tivemos uma mente aberta. O problema disto tudo começa quando cada um deles, começou a querer estar sozinho comigo. E ambos estiveram, diversas vezes. Tanto que há meses que já nem estamos os 3 juntos. E morrem de ciúmes quando um está comigo e outro não. Criei monstros. Estão mal habituados e a grande questão é que comecei a nutrir sentimentos por um deles, e não sei que faça. E há que frisar que o gajo pelo qual não sinto mais que amizade e tal, tem namorada. I know, i’m a bitch. Enfim, que faço doutor G? Preciso mesmo de si!
Anónima, 23, Porto

Doutor G: Cara Anónima, sim senhora, deixa-em parabenizar-te por teres uma mente tão aberta para teres à vontade para andar no simulador de ski de chicha com esses dois amigos. Assim é que é! De resto, preconizo que não irás ficar com nenhum numa relação séria. Porquê? Porque não estou a ver um homem que queira namorar com uma rapariga que viu, com os olhinhos que a terra há-de comer, a sugar a salsicha de cocktail de um amigo. Quem é que tinha a maior alavanca de Arquimedes? O que tu gostas ou o outro? Há detalhes que podem fazer toda a diferença. Se o que tu gostas, e gosta de ti, é menos abonado por Deus Nosso Senhor do salpicão do Minho, ele vai ficar sempre com problemas de inferioridade que o vão fazer ter crises de insegurança. Por outro lado, se o que gosta de ti é o que tem namorada, menos mal, está o caso arrumado. O mais provável é nenhum deles gostar de ti a sério e estarem só numa de competição masculina para ver quem sai por cima. Ou por trás. Ou de ladecos. Queres mesmo namorar com alguém, em que sempre que vos perguntam se foi amor à primeira vista, a resposta é: «Sim, percebi logo que era a mulher da minha vida quando os nossos olhos se cruzaram por entre os tomates do Alfredo...»


Caro D.G, tenho 15 anos, sou de estatura pequena, bonita (segundo toda a gente, a não ser que seja mentira generalizada). Bom a verdade é que as minhas características tanto físicas (sou morena, quase um metro e sessenta, com as curvas certas, 58kg, para o caso de depois não dizer que faltavam pormenores) como psicológicas (sou bastante inteligente, modéstia à parte) tudo isto desde sempre atraiu a atenção de rapazes mais velhos. A questão é, embora eu seja segura, extrovertida e divertida, e a oferta até seja bastante até hoje apenas tive um namorado, com quem troquei uns beijos. Eu queria soltar-me, ser capaz de confiar... Mas não sou capaz, e em parte a culpa é minha tenho plena noção disso,  mas a verdade é que hoje em dia já não há aquele rapaz sincero, respeitador (o doutor diz que as mulheres é que se põem com joguinhos, mas os rapazes não são assim tão diferentes) tudo o que eles querem é divertir-se e dizer 'já a comi'.. Wow que bonito e depois uma rapariga está sempre de pé atrás e nunca os deixa sequer chegar.. Depois também acho que não sou para qualquer um logo não vou nessa de curtes.. Agora doutor há também outra coisa, há um amigo meu que eu adoro, que anteriormente tentou algo, que mexe bastante comigo, mas nessa altura ele tentou comigo e com uma amiga minha... Amiga essa que foi na conversa. Um ano mais tarde estou confusa porque nós damo-nos super bem mas sei que ele não é nenhum santo e que está mais bem comportado, mas se me estou a iludir e depois se dá porcaria?? Tudo isto para pedir ajuda em relação à falta de jeito com pretendentes e ajuda em relação a este amigo que devido à questão anterior é o único com quem eu me consigo imaginar.... Não me poupe, diga exatamente o que pensa, nem que isso seja que preciso de acompanhamento psicológico..  
Gabriela, 15, Viseu

Doutor G: Caro Gabriela, tenho um excelente conselho para ti: vai brincar com bonecas pá! Tens 15 anos e estás preocupada porque não te consegues soltar? Se calhar é porque tens 15 anos e devias era estar preocupada com outras coisas do que em levar com a anaconda ciclope. Viseu não é assim uma cidade em que não haja nada para fazer e que só se consiga passar o tempo de joelhos atrás da Sé. Em relação ao teu amigo, se ele tentou contigo e com outra é porque deve ser fresco. Mas, pensando bem, vocês têm 15 anos, é normal que não saibam o que querem e que disparem para todos os lados a ver onde é que a cegonha careca pode fazer o ninho. Em vez de passares a noite no bar «A Livraria» a dançar Kizomba com anões coxos de fato de treino, tenta antes passar os dias na Biblioteca. Para quem não percebeu esta analogia: «A Livraria» é mesmo um bar de Viseu onde ainda se dança o eskema e onde há pelo menos um anão coxo de fato de treino a convidar meninas para dançar. 


Ex.mo. Sr. Dr. G, namoro há 4 anos. Amo a minha princesa medieval e, creio, tal é reciproco. Porém, nunca fizemos sexo. Nunca. Tal seria normal se tivéssemos 15 anos, porém temos 31. E tal só acontecerá depois da benção divina - para os leigos, casamento -  onde todo o pecado do acto será expurgado, fazendo-o como mandam os mandamentos. Ora, Dr. G., não tenho problemas de maior em casar - já estou mentalizado para assentar. No entanto, como bem sabeis, o sexo é fulcral na vida do casal e não estou seguro em assumir um compromisso onde terei que passar um cheque em branco nessa parte da minha vida. Para cheques em branco já bastam aqueles que passamos aos sucessivos governos com o resultado que bem sabemos: acabamos sempre de quatro a levar na anilha. Assim, acabo por entrar num paradoxo: Não caso porque não fodo, não fodo porque não caso. Obviamente que isto já foi falado e mais do que falado e a minha princesa medieval não está disposta a ceder as suas virtudes antes do dia prometido. Acrescendo a tal, e como diversos estudos empíricos e científicos 100% fiáveis indicam - o Dr. G certamente que os conhece... - , um gajo que está numa relação há 4 anos sem brincar ao esconde à morcela dá em maluco e anda num estado de constante subir paredes...
Anónimo, 31, Margem Sul

Doutor G: Caro Anónimo, comprarias um Ferrari sem, primeiro, fazer um test-drive? Pronto... é isso. Diz-lhe que amor no rabo e paixão com a boca não são pecado. Sexo depois do casamento é como pré-pagamento num restaurante. É parvoíce. Depois se a comida é uma merda já não se pode reclamar. 


Caro Dr. G, como tem passado? Já é a terceira vez que recorro aos seus serviços. Já viu a confiança que deposito em si? Devia receber um prémio de paciente do ano. Conheci um rapaz 4 anos mais novo no trabalho. Eu trabalho numa pastelaria e ele noutra, mas são do mesmo proprietário (e patrão) e próximas geograficamente, tanto que há intercâmbio entre ambas (tanto de material como de pessoal). Mas ultimamente com os novos horários não nos temos visto muito. A verdade é que, no início, dava por ele a olhar para mim várias vezes e, quando começámos a conviver mais, ele passou a meter-se muito comigo. Agora, há dias em que passa pela pastelaria onde trabalho só para me cumprimentar. O que eu queria mesmo era ensinar-lhe a escola toda à montada (se é que me entende), mas não sei se o rapaz também está interessado ou se a maneira de ele agir comigo é mesmo a sua maneira de ser. Que conselhos me dá a sua ilustre e infinita sabedoria para esclarecer as intenções do moço sem que os meus outros colegas percebam?
S., 21, Lisboa

Doutor G: Cara S, se já é a terceira vez que recorres ao meu consultório, então já devias ter aprendido mais! Se ele passa na tua pastelaria só para te cumprimentar é mais do que óbvio que quer experimentar os teus brioches. Tu só tens de lhe perguntar se as bolas com creme são do dia. E, se ele sorrir de esguelha, está feito. A pastelaria é todo um mundo para trocadilhos javardos. E nem estou a entrar no âmbito dos salgados como o folhado de salsicha. Nunca lhe perguntes é se quer provar a tua pirâmide de chocolate, que isso é só nojento.


Olá Dr. G, vou ser curta e grossa, para não gastar o seu precioso tempo: tenho um "caso" com um professor que tem mais 20 anos que eu, nunca fizemos luta greco-romana mas andamos lá bem pertinho! A cena toda é que ele casado e tem filhos mas foi ele que começou com esta situação, primeiro com uns comentários, uns beijos e agora constantes insinuações para algo mais sério e javardo. O problema aqui (para além do casamento) é que ele me liga todos os dias, quer saber sempre como estou, o que fiz, desabafa os problemas dele e eu os meus, etc, tal como se fosse meu namorado ou marido, em vez de querer só festa. Isto é normal? 
Maria Carolina, 22, Lisboa

Doutor G: Cara Maria, perguntas-me se é normal um gajo de 42 querer papar uma aluna de 22? Obviamente que sim. Se é normal ele ligar-te como se fosse teu marido ou namorado? É, mas só para quem tem um toquezito de psicopata. Ele, sendo que é teu professor, sente-se numa posição de poder e acha que te controla. Resta-te decidir se queres assim tanto que ele te dê umas reguadas ou não. Deve ser menos complicado andar com alguém solteiro e sem filhos, até porque dele nunca vais levar nada mais do que umas provas orais. Se depois não tiveres boa nota, não só vais pensar que és má aluna, como má amante.



Sou ou não sou um fofo? Podem partilhar que a gerência agradece. Até para a semana e continuem a enviar as vossas dúvidas (menos de 1000 caracteres) para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.





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