20 de março de 2019

Quão importante é o sexo numa relação?



Está tudo em forma? Isso é que é preciso. Vamos, então, dar início a mais uma consulta "Doutor G explica como se faz".


Doutor G, imagine-se uma rapariga totalmente desprovida de qualquer tipo de compromissos afetivos para com terceiros, mas que volta quase sempre para casa acompanhada depois de uma saída à noite. Não é como se ela tivesse orgulho em ser roliça, mas nenhum rapaz a consegue cativar e uma pessoa tem necessidades. Imagine-se agora que esta rapariga encontra um menino que não seja aborrecido e gostava que ele ficasse para o pequeno almoço e refeições posteriores por tempo indeterminado. Acha que uma hipotética relação amorosa ficaria condenada pelo historial de badalhoquice desta rapariga ou é tranquilo?  
Anónima, 24, Coimbra

Doutor G: Cara Anónima,  há aqui vários factores que temos de considerar: se, por um lado, é verdade que muitos homens (talvez a maioria) fique de pé atrás ao saber que um potencial investimento amoroso tem o hobbie de albergar salpicão alheio de forma recorrente, também é verdade que os homens gostam de mulheres que gostem de sexo. Os homens são uns coninhas incoerentes e inseguros e têm medo que uma mulher que pratica o arrastão de pila possa vir a ser infiel ou, que já tenha tido, pela lei das probabilidades, gajos melhores na cama do que eles. Para um homem seguro, se ela teve muitos parceiros melhor, até porque assim há a possibilidade de fazer um brilharete e fazê-la pensar "Bem, este é mesmo bom na cama, porque é o melhor dos 372 com quem já pinei". Dito isto, como é que ele sabe o teu historial? Não tens um contador por cima da cama que incrementas a cada funaná pelado com desconhecidos, pois não? Não ficaram lá todos a viver e a tua cozinha parece o metro em hora de ponta, pois não? Então, é omitir até ele perguntar o historial. Quando ele perguntar, mais vale seres honesta e quando ele fizer uma cara de "Mas quem és tu? A padeira de Coimbra que avia toda a gente?" tu só tens de lhe efectuar um felácio épico e dizer "Vês, mas a prática fez a perfeição".


Caro Dr. G, tenho 63, ela 57, estamos juntos há 13 anos. Eu ainda preciso de 1 ou 2 doses diárias, ela precisa de zero ou uma mensal. Vamos pinando semanalmente, se não ocorrer o mau clima que este desajuste frequentemente acaba por acarretar. Além da quantidade, também a qualidade é muito fraca, não tenta ser sexy, mal me toca e até evita me estimular, pouca imaginação, prato único sem variações nem temperos (ou seja nem anal nem oral); nem carícias locais posso fazer pois arde aqui, doi ali, ou na melhor das hipóteses apenas incomoda. Só tem algum apetite na reconciliação de uma zanga. Passo o tempo frustrado mais ainda porque tive muita e boa experiência sexual e não posso deixar de lembrar como as coisas costumavam e deviam ser. Vês alguma outra saída além de desenvolver os músculos do braço? Não aconselhes o diálogo, já tentei muitas vezes e quando muito resultou por uns dias. Não refiras ajuda médica, ela recusa, incluindo compensação hormonal pois leu que faz cancro. Não digas para causar zangas e aproveitar a reconciliação pois é desgastante. Não sugiras o mais óbvio, mudar de namorada, pois estou muito ligado a esta, não conseguiria e é esta que amo a ponto de ter sempre suportado tudo isto.
Luís, 63, Vila Nova de Gaia 

Doutor G: Caro Luís, desconfio fortemente que esta dúvida seja fidedigna: primeiro porque nunca vi um senhor de 63 anos a utilizar a expressão "pinar", depois porque com 63 anos um gajo tem mais que fazer do que pinar bi-diariamente. O dominó não se joga sozinho! Bem, dito isto, e sendo que todas as sugestões que eu iria dar tu dizes que não servem para nada, só te resta ir às freelancers do sexo. Há pessoas incompatíveis sexualmente, se ela não está para aí virada é porque pode ter uma necessidade de sexo inferior à tua. Ou tem outro, também pode ser. Parecendo que não, com 57 é preciso mais tempo de recuperação que a carne maturada mói mais facilmente. Fui nojento, eu sei. Se não a queres deixar, resta-te resignares-te ao sexo medíocre dessa relação. Não aconselho que a violes porque, além de ser crime, elas tendem a não se empenhar muito quando estão a ser violados, algo que é errado porque seria tudo mais rápido. Experimenta fazer as lides domésticas, se calhar é só isso, libertá-la de fazer o jantar e lavar a loiça e ela já fica com vontade. Falem, se não se resolver e não a quiseres deixar, ou vais trair ou pouco ou nada irás pinar e terás de te conformar. Bonito poema. Parecia uma rima dos DAMA, sempre acabadas em "ar".


Caro doutor G, estou noiva e vou casar no próximo ano, mas há uma coisa que me anda a atormentar: o rapaz não parece ter interesse na dança horizontal. Ou seja, de vez em quando fazemos (tipo uma vez a cada 15 dias ou isso), e ele sabe mexer-se, mas tenho de ser eu a iniciar e às vezes nem assim. Só que eu preciso de mais vezes. Vibradores e dildos não são grande substituto e tenho medo que um destes dias me borrife para a propriedade e decida pinar por aí. Gosto mesmo dele e não quero ser infiel. Sugestões?
Carla, 28, Lisboa

Doutor G: Cara Carla, talvez devas juntar-te ao Luís de 63 anos da dúvida anterior. O meu conselho é muito simples: não cases com ele. Fim do esclarecimento, volte sempre e obrigado. Agora a sério: a compatibilidade sexual é fundamental num casamento, especialmente quando ainda são novos. Se, além de pouco sexo ele não mostra interesse nem toma a iniciativa, a tendência será piorar. Cabe-te a ti decidir a importância que o sexo tem na tua vida conjugal, mas se já te passa pela cabeça saltar a cerca com uma vara emprestada, diria que o casamento vai ser curto ou que o marido terá uma avença mensal de ornamentos de marfim. Fala com ele, explica que a tua campainha de satã precisa de mais sinfonia e se ele não mudar, muda-te tu.


Olá Doutor, vivo junto à beira-mar (é relevante) e perto de casa existe um mini-mercado onde trabalha uma rapariga extremamente atraente e simpática. Idade idêntica, trabalhou cá no mês do Verão e dadas as minhas compras recorrentes ela já me conhecia, trocávamos "olás" amigáveis e que eu notava serem diferentes do típico "olá" de boa educação a outro cliente. Mas desapareceu no fim do Verão. Há poucos dias fui lá e, para meu espanto, reparei que está de volta. Ficámos a fitar-nos uns bons dois segundos e trocámos umas palavras enquanto me fazia a conta. Pensei em perguntar-lhe o nome ou em arranjar maneira de lhe mostrar o meu para ver se algo nas redes sociais acontecia que pudesse desbloquear a coisa. Pensei também que o supermercado vende licor e preservativos, e que o meu move pode passar por aí. Tenho pensado bastante e acredite que a moça vale a pena, Doutor. Eis a dúvida: qual a maneira correta de fazer uma aproximação à pista sem dar cabo dos trens de aterragem?
Pedro, 23, Vagueira 

Doutor G: Caro Pedro, se, ao menos, houvesse uma forma de iniciar uma conversa sem as redes sociais. Isso é que tinha sido uma boa invenção, não era? Imagina uma forma em que presencialmente, pudéssemos comunicar com as outras pessoas. Não sei como, sinais de fumo não se pode em locais fechados, danças de acasalamento as pessoas pensam que é flash mob e juntam-se e acaba por ser orgia, não estou a ver nada. Olha, giro era uma cena tipo em que emitias sons que formavam palavras e a outra pessoa compreendia através de um sistema de audição que transformava essas tuas palavras em sinais perceptíveis pelo cérebro dela. Isso é que era, como é que ainda ninguém fez essa app? Andam a dormir. Ahhhh, chama-se falar, caralho! Fala com ela, coninhas da merda! Faz assim: chegas ao pé dela, e quando ela estiver de forma sexy a passar o código de barras no leitor, dizes:
  1. Como é que te chamas?
  2. Eu sou o Pedro, prazer. No verão passado estavas aqui a trabalhar, não foi?
  3. Pois, lembro-me bem da tua cara, por acaso.
  4. Queres ir tomar um café mais logo ou amanhã?
  5. Pronto, então diz-me o teu número para combinarmos.
O que pode correr neste cenário:

  1. Chamo-me Jasmim Vanessa.
  2. Sim, foi o meu primeiro ano, quando fiz 15 anos.
  3. Lembras-te é das minhas mamas seu porco me merda! ACUDAM que me estão a micro-agredir!!!
  4. Obrigado, mas tenho namorado.
  5. Não tenho telemóvel nem redes sociais, sou contra essas coisas e sou vegan. Vais mesmo comprar este bacon que é cadáver de porco? Devias ter vergonha.
Isto é o pior que pode acontecer: ela recusar o café, dando uma desculpa qualquer, ou que tem namorado ou que tem de trabalhar. Na melhor das hipóteses, dá-te o número, trocam mensagens e ela não dá erros tipo "a gente podia-mos ir tomar café no çabado", vão dar uma volta e poderá a coisa desenrolar-se. Se ela rejeitar, começas a ir a outro supermercado ou na próxima compras preservativos XXL só para ela ficar a pensar no que pode ter perdido. Vá, depois diz como correu e se fizerem sexo, vais pensar em mim e vai ser estranho.


E é isto. Façam o favor de chegar as vossas dúvidas (ou dos vossos amigos...) para porfalarnoutracoisa@gmail.com.

Tal como no sexo, é bom dar e receber. O que é que me podem dar em troca desta bonita consulta? Nudes? Também pode ser, mas caso sejam homens, prefiro que comprem bilhetes para o meu novo espectáculo de stand-up comedy. Ficam aqui com as próximas datas:

22 de Março - Vila do Conde - Clica aqui para bilhetes
23 de Março - Guimarães - Clica aqui para bilhetes
30 de Março - Funchal - Clica aqui para bilhetes
4 de Abril - Aveiro - Clica aqui para bilhetes

(NOVA) 23 e 24 de Abril - Lisboa - Clica aqui para bilhetes
(NOVA) 11 de Maio - Braga
 - Clica aqui para bilhetes

Todas as datas e cidades nos locais habituais e nas minhas redes.
Obrigado e, como sempre: 

Façam amor à bruta porque de guerras o mundo já está cheio.





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