Não gosto da Greta Thunberg, tem ar de ser uma criança mimada que chora quando não lhe compram o Chalet da Barbie ou o Centro de Reciclagem da Playmobil. Talvez seja por ter 16 anos e aparentar ter 10 ou por ter um ar de psicopata que exterminaria a espécie humana só para travar o aquecimento global. Tem ar de que foi gozada na escola e sorte a dela que não veio estudar para Portugal, onde com o nome Greta teria sofrido bastante bullying.
Sabem aqueles adolescentes irritantes que têm o rei na barriga só porque os pais lhes dizem que são muito espertos e especiais? Agora imaginem isso levado ao extremo numa miúda de 16 anos com meio mundo a dizer-lhe o quão especial e importante ela é. Uma heroína merecedora do Nobel. Tudo isto a deve ter tornado numa mini pessoa insuportável como quase todos os activistas, seja qual for a causa que apoiam. Imaginem serem colegas de escola da Greta:
- Greta, queres vir à minha festinha de anos?
- Vais usar talheres e pratos de plástico de utilização única ou tens uma alternativa sustentável?
- Ó Greta, vai para o caralho, por isso é que não tens amigos.
No Natal, enquanto as outras crianças deliram com os presentes, a Greta anda a recolher o papel de embrulho para meter no papelão e a chatear o Pai Natal com as emissões de carbono do trenó.
Na sua página de Instagram, a bio da Greta é a seguinte: "Activista ambiental de 16 anos com Asperger". Sim, a Greta tem síndrome de Asperger que é aquela doença cool que os pais gostam de inventar para os filhos porque os faz parecer mais inteligentes e não apenas estranhos. Sim, decorares todas as estações de metro é um truque giro para festas, mas vais acabar virgem até aos 30. Quem é que mete a doença na bio do Instagram? Pior que isso só os que metem que são vegans ou o signo. Ninguém quer saber. Imaginem se a moda pega "Kátia, influencer de 21 anos com espondilose" ou "Rúben, personal trainer. Proud to have joanetes". Tenham juízo. Por tudo isto, não gosto da Greta e até me sinto mal por isso, por me apetecer dar-lhe um tabefe e dizer "Vai brincar e ser criança e deixa de nos chatear o juízo".
Não gosto dela por todas essas razões, mas a principal é o facto de ela ter razão no que diz.
Não gosto de putos armados em espertos que me apontam o dedo a algo que faço errado. Ela tem razão e isso irrita-me. Claro que a Greta não sabe nada, é uma miúda de 16 anos, mal fora se ela tivesse um plano infalível para solucionar o aquecimento global, era uma vergonha para todos os cientistas economistas e políticos. Sim, ela papagueia coisas que vai ouvindo na comunidade científica, mas isso é bom, porque quando a ouvimos não precisamos de acreditar nela, só precisamos de acreditar no que ela diz, sabendo que é um megafone a amplificar aquilo que é verdade há muito. A ciência tem a beleza de não precisar de que se acredite nela, não é baseada na fé, é baseada em factos até que seja refutada.
Claro que a Greta é incoerente, como todos nós somos. Claro que o facto de apenas existir polui o ambiente, usa telemóvel com bateria de lítio e só não anda de carro porque ainda não tem idade para conduzir, mas deve usar Uber quando precisa que isto de ser 100% ecológico cansa as pernas. No entanto, não a vejo a centrar o seu activismo em pequenas acções dos comuns mortais como outros pseudo-ambientalistas. Vejo-a a apontar as suas armas aos políticos e decisores porque é a esses que devemos cobrar. Dizer que se separa o lixo, se come pouca carne e se leva um saco de pano para o supermercado, aconchega o ego, mas individualmente não tem impacto nenhum.
A Greta está a despertar muito ódio e deve haver muita gente a vasculhar a vida dela para tentar revelar segredos obscuros do seu passado. Provavelmente, vão descobrir que em 2016 fez batota a jogar ao Uno e renúncia a jogar ao peixinho. Em 2012 levou uma falta de material a Estudo do Meio e teve negativa a Educação Física o ano passado. O bom de ter 16 anos é que se tem poucos telhados de vidro, embora haja quem a acuse de ser um peão e de ter sido manipulada pelos pais. Pode ser, não digo que não, os pais podiam contar-lhe histórias infantis de alterações climáticas ao género:
- A Branca de Neve e os 7 cabrões que trabalhavam numa mina de carvão em vez de montarem torres eólicas;
- A Pequena Sereia que morreu engasgada com uma palhinha de plástico de utilização única;
- Os dois porquinhos ambientalistas e o outro que era burro porque fez a casa de cimento e tijolo, materiais não reutilizáveis.
A Greta quer alertar, mas a discussão centra-se mais nela do que na mensagem que ela passa. Humanos a ser humanos. Talvez preferissem que ela fosse mais uma adolescente que mete fotografias de biquíni a dizer "Está um calor que não se pode! Não usem plástico, malta!".
Estou-me um bocado a borrifar para as alterações climáticas. Não vou ter filhos e não tenho qualquer dinheiro investido no resultado final do jogo humanidade vs planeta. Passo a batata quente, ou o planeta quente neste caso, a vocês.
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