Depois de uma semana de folga, eis mais uma sessão do melhor consultório sentimental exercido por alguém sem diploma para o efeito. É dia de uma rubrica "Doutor G explica como se faz".
Olá Dr G., sou uma miúda algo volumosa, mas apesar disso nunca tive problema em arranjar namorados e coisas assim do género. O que acontece é que eu namoro já há uns 3 anos e não conheço os pais dele, no entanto conheço irmão, mas porque o irmão chegou lá a casa e nós estávamos os 2 juntos lá em casa, não estávamos a zumbar pelados vá lá, fui apresentada como amiga... Amiga??? A sério??? No outro dia estava eu a dizer ao meu namorado que eu achava que ele tinha vergonha de mim, porque as gordas são como as pantufas toda a gente gosta de usar mas ninguém tem coragem de sair com elas à rua. Ao que ele responde que não tem vergonha porque ele vem ter comigo ao trabalho, à faculdade, ao ginásio, leva-me aos jantares com os amigos dele (ah sim, para os amigos eu sou namorada porque uma vez um ficou hipnotizado a olhar para o meu sorriso estonteante, e ele lá disse é a minha namorada e lá o moço acordou) para nenhum se meter comigo. Eu então perguntei porque é que ele não me queria apresentar aos pais dele, ao que ele responde que só apresenta quando eu estiver em forma, então isto é ou não é ter vergonha de namorar com uma gorda?? E depois vocês gajos têm o dom de virar o bico ao prego, porque ele diz logo que eu é que tenho vergonha dele porque não ando de mão dada na rua com ele nem lhe dou beijinhos, ora não gosto de demonstrações de afeto em público... Ele tem vergonha de mim ou não??
Sissi, 26, Lisboa
Caro Doutor G, estive com uma pessoa durante alguns anos e, tendo-me dedicado por inteiro a ela, algumas das minhas habilidades sociais (neste caso, namoriscar/meter conversa com as mulheres) ficaram demasiado diminuídas. Agora que terminamos (e quando digo terminamos, já lá vai um ano), não voltei a estar com mais nenhuma mulher. Sempre que saio à noite e mesmo que beba uns copos, parece que nunca sei o que lhes dizer, ao ponto de lhes provocar interesse ou curiosidade. Para além de sentir falta de companhia do sexo feminino na minha vida pessoal, o meu braço direito está com o dobro do tamanho do esquerdo, se é que me entende. Não há hora do meu quotidiano em que não pense em sexo! Estou totalmente impaciente e ansioso. Já pensei em soluções temporárias, mas são tão dispendiosas! Sinto que o tempo vai passando e que nunca mais estarei com ninguém. Estarei a dar em louco?
Anónimo, 23, Porto
Doutor G: Caro Anónimo, não estás a dar em louco mas está a sofrer do síndrome coitus xoninhux, que se manifesta por uma proporcionalidade inversa entre o nível de xonice e a quantidade de sexo que se pratica. Estás há um ano sem ver sexo do ponto de vista do utilizador, não é assim tão grave. Conheço casos bem mais graves que depois foram ao sítio, salvo seja. Ora bem, abordar mulheres na noite é sempre algo complicado que requer treino e habituação à rejeição. A prática faz a perfeição e não há muito mais que eu te possa dizer. Antes de ponderares soluções que envolvam a troca de orgasmos por capital monetário, sugiro-te as alternativas virtuais. O Tinder e essas ferramentas da moda, ideais para xoninhas com problemas de ansiedade. Na pior das hipóteses treinas os dedos com os swipes, algo que te poderá dar jeito depois quando chegar o tão ansiado dia. É o seguinte, envolvi-me com um homem 15 anos mais velho do que eu, casado e com filhos. É o homem mais giro com quem já estive, divertimo-nos imenso e a coisa durou 6 meses (porque tive de vir embora daquela região). Ainda trocamos mensagens com frequência mas eu sei que esta coisa de ser "a outra" não é para mim e tenho de o esquecer, porque a verdade é que fiquei embeiçada... Agora (o ridículo!): um amigo da minha mãe aprendeu a ler cartas de tarot e do nada disse que eu ia viver com um homem que tinha conhecido na circunstância X (não vale a pena detalhar mas batia certo com este gajo!) e como é óbvio ninguém sabia desta "relação". Eu não costumo acreditar nestas coisas mas fiquei abananada. Doutor, mantenho uma pequena esperança em ficar com ele ou viro a página?
DM, 23, Algarve
Namorei 5 anos com um rapaz era muito nova e sempre pensei que fosse para a vida, até que um belo dia ele decidiu dar um "fora" assim sem mais nem menos. Sofri bastante e depois lá fui fazendo a minha vida, mas já se passaram uns tempos e não me tem aparecido ninguém de jeito e pelo meio, quando eu já não penso no outro, ele aparece-me à frente. Parece sei lá o quê! É que sempre que já estou recomposta emocionalmente ele cruza-se comigo (não estou a falar obviamente em se cruzar na rua comigo...do género manda sms a fingir que não sabe que sou eu. Depois passa um tempo já estou "curada" e aparece numa coisa em que quero participar (o que quero dizer é que parece que já são coincidências a mais). O que faço? O meu estado emocional já se esta a passar.
Ana, 28, Lisboa
Doutor G: Cara Ana, só tens de o ignorar. Se ele te deixou sem dar satisfação e de vez em quando tenta entrar na tua vida só para ver o que se passa é porque é um palerma que, para além de não ter tido consideração por ti, continua a não querer que tu sejas feliz e o esqueças. O problema é que se ele te chamasse de volta tu ias a correr e como ainda não te aprendeste a valorizar, não te posso ajudar. Da próxima vez que ele te enviar uma mensagem a fingir que não sabes quem tu és, manda-lhe a foto da maior pila que encontrares na net com a legenda «O número que pretende contactar não se encontra disponível devido ao facto de estar a ser destruída por este excelso pénis.»Boas, sou o Ricardo tenho vinte e cinco anos e namoro há cinco anos e pouco com uma rapariga mais nova. Acontece que apesar de o sexo ser bastante satisfatório, sou uma pessoa extremamente aventureira e ela não. Gostava de experimentar cenas do género sexo anal, sexo em publico, orgias e até mesmo sexo a 3 (das duas formas). A minha namorada sabe que sou aberto a novas experiências sexualmente mas nunca quer realmente experimentar coisas novas, a "rotina" sexual é praticamente sempre a mesma. Alguma dica em especial? Já tentei falar abertamente com ela sobre isto contudo na grande maioria das vezes ou recebo um não imediato e não se fala mais do assunto ou fica, na falta de melhor palavra, fodida comigo.
Ricardo, 25, Algures
Exmo. Dr.G, como está? Sempre tive dificuldade em gostar verdadeiramente de alguém e em querer alguém ao meu lado como namorado. A realidade é que nunca estive apaixonada. Conheci um rapaz há uns meses, demo-nos muito bem e eu até estava a gostar dele e a ponderar uma coisa séria. A coisa estava bem encaminhada até ao dia em que ele se mostrou um pouco… vamos dizer mentalmente instável. Livrei-me imediatamente dele antes que levasse uma nos queixos e agora estou meio traumatizada. Quer dizer, demoro tanto tempo a interessar-me por alguém e afinal ele é doido? What the fuck? Coloco-lhe então 4 questões:
- O que é que faço para ultrapassar este trauma?
- Como é que sei, sem conhecer bem a pessoa, que ele não bate bem da tola e um dia pode dar uma de Chris Brown na minha cara? Existem sinais?
- O que é que pode explicar a minha falta de entusiasmo em relação aos gajos que conheço? E não, não sou lésbica.
- Caso voltes a ficar solteiro podemos ir beber um café? Juro que não sou feia! Não sou uma Sara Sampaio mas também não sou um Sloth.
Mariana, 27, Lisboa
- É pensar que segundo as probabilidades será complicado encontrares dois psicopatas abusadores e cobardes de seguida. Eu também não sei se o avião não cai, agarro-me às estatísticas.
- Há poucos sinais embora, para os mais atentos, seja possível ver-lhes nos olhos. Os chamados crazy eyes são algo que, com a prática, se conseguem identificar tanto nos homens como nas mulheres. Se ele tiver um livro do Gustavo Santos na mesinha de cabeceira, também é um bom indicador;
- Andas a dar-te com os homens errados;
- Eu não vou ficar solteiro, lamento. Quanto muito posso ficar viúvo e aí sim, aceito ser consolado todo nu que a roupa preta não me assenta bem. Atenção que isto não é um convite para assassinares a minha namorada.
Caro Doutor G, somos a Joana e o Tiago de São Miguel, Açores. Somos os primeiros malucos a partilhar com o doutor a nossa vida a dois? Vamos tentar não ser Alice. O problema em causa é ancestral. A Joana quando praticamos luta greco-romana não atinge o orgasmo. São vários os motivos avançados de parte a parte. Do lado da Princesa, o tamanho da espada, do lado dele a frequência de duelos e o conhecimento do adversário de parte a parte. Como resolvemos este problema facilmente? A vontade de ambos é enorme.
Joana e Tiago, Açores
Continuem a enviar as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. E, esta rubrica terá tanta continuidade quantas as pessoas que a continuem a ler, por isso, partilhem e deixem-se de vergonhas. Até lá,
Façam muito amor à bruta, que de terrorismo o mundo já está cheio.
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