8 de outubro de 2019

Resumo das Eleições Legislativas 2019



Mais umas eleições, mais uma voltinha. Ficou tudo na mesma, como sempre, mas houve algumas novidades que estão a dar que falar. Claro que a culpa foi da abstenção que só foi a mais elevada de sempre porque há muita gente ainda sem telemóvel com câmara fotográfica que não conseguiu tirar foto ao boletim e publicar nas redes sociais e, assim, o voto não contou.

O PS, sem surpresas, foi o partido mais votado. No seu discurso usou todas as buzzwords como ecologia e igualdade de género, e fez uma espécie de cock teasing, a dar esperanças a todos os partidos pequenos à sua esquerda. Resta saber se o PS tem familiares suficientes para fazer face ao aumento de número de deputados ou se terá de fazer outsourcing e ir aos primos em 3º grau. Por falar nisso, a polémica do nepotismo na política foi muito falada este ano e diz-se que a maioria dos deputados são familiares deste e daquele, mas, agora, há pelo menos um que temos a certeza ser familiar de uma prostituta. Não sei qual será o grau de parentesco - diria que é filho - mas já lá CHEGAremos.

O PSD parecia ser um dos grandes derrotados da noite, mas pelo discurso de Rui Rio parece que ganhou. Notou-se que ele é do Sporting, pois esteve sempre a culpar os outros e gabou-se das pequenas conquistas como a taça da liga. O Rui Rio é daqueles que ficou contente com a derrota do Sporting na supertaça porque estava à espera do 10-0 e, assim, o 5-0 contou como vitória moral. Rui Rio deu um exemplo de como ser feliz na vida: estimar o horrível para o péssimo parecer bom. Nem eu com os copos fico com os padrões tão baixos como o Rui Rio. O Rui Rio varre a mais gorda e feia da discoteca e diz "Chupem! Tinham dito que ia sozinho para casa, mas ó para mim aqui a safar o mamute! Vitória!". 

O CDS foi o grande derrotado da noite e o único que assumiu. Quer dizer, o Aliança também, por isso props para o Santana Lopes, político de carreira, que conseguiu tantos votos como o Tino de Rans. O Santana parece aquele jogador de futebol que já ganhou a Champions e que agora se arrasta num clube da distrital. É preciso saber quando pendurar as chuteiras ou, neste caso, as luvas. Voltando ao CDS, a Cristas demitiu-se e provou que rezar não serve de nada, já que foi à missa depois de votar e conseguiu perder 13 deputados na mesma. Isso ou até Deus acha o catolicismo do CDS ultrapassado e sabe que não se deve misturar religião com política. O único problema é que a Cristas veio dar um bocado força à tese de que as mulheres estão bem é na cozinha, mas é preciso perceber que ter uma mulher a liderar um partido com os valores retrógrados do CDS é como ter o Valete a liderar o Ku Klux Klan. Enfim, o CDS insiste em gays e mulheres como líderes, não percebendo que o parte do seu eleitorado católico os discrimina um bocado.

O Bloco de Esquerda foi um dos vencedores da noite, todos fanfarrões, mas a piar fininho a dizer que estavam disponíveis para novo acordo com o PS. Quando percebes que a pessoa em quem estás de olho tem outras a fazerem-lhe olhinhos, já sabes que não te podes fazer de difícil.

A CDU foi o único partido a sair prejudicado da geringonça, mas tal como Jerónimo é incapaz de assumir que a Coreia do Norte é uma ditadura, também foi incapaz de assumir a derrota.

O PAN passou de 1 para 4 deputados, sendo um dos grandes vencedores da noite. Está aberto a negociar com qualquer partido, até porque dizem não ser de esquerda nem de direita. Acho que é porque os cães são disléxicos. Pensava que a minha cadela gostava do PAN, mas afinal deve ser PSD porque fica toda maluca e vai buscar a trela quando ouve o nome do deputado de Viseu Fernando Ruas. 

A grande novidade destas eleições foi a inclusão de três novos partidos no lote dos que elegeram deputados:
  • Um deputado para o Iniciativa Liberal, o partido dos betos que não sabem que são betos e que têm um bom designer de cartazes.
  • O Livre que veio dar mais diversidade ao parlamento já que é a primeira vez que se elege uma beatboxer.
  • E, por fim, o Chega elege um deputado.
A partir de agora, sempre que alguém disser que foi votar no aborto, não sei se estão a falar do referendo de 2007 ou do André Ventura.

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PS: Podem ouvir esta crónica em formato áudio no podcast Por Falar Noutra Coisa, neste link da Antena 3. Também disponível no iTunes, Spotify e essas plataformas todas.




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