Das duas uma, ou a incompetência no negócio da restauração é enorme, ou grande parte tenta enganar os clientes sempre que pode. Nem estou a falar dos casos no Algarve em que cobram aos turistas o dobro do que eles consumiram, na esperança que eles não saibam ler e que mesmo assim achem barato. Nem estou a falar de restaurantes que só por terem gourmet no nome inflacionam os preços em 1000%. Estou a falar quando metem na conta coisas que ninguém pediu, nem nunca vieram para a mesa, mas principalmente da arte mais antiga de todas: cobrar as entradas que ninguém comeu.
Uma vez fui jantar a um restaurante no Bairro Alto, comi Javali, que de tão mal e exageradamente temperado em vinha de alhos, bem que podia ser porco, galinha ou cão, que ninguém notaria a diferença. O prato era 15€, por isso não estamos a falar de uma tasca ranhosa. Ao pedir a conta, vou a confirmar se está tudo nos conformes, algo que faço sempre e lá está uma entrada de presunto, no valor de 6€, que ninguém comeu. Aliás, não fazia parte das entradas que nos trouxeram, por isso era impossível alguém ter comido algo que nem veio para a mesa. Cordialmente, digo ao empregado:
- Olhe, acho que se enganou... ninguém comeu presunto.
- Não? - pergunta ele com uma sobrancelha levantada.
- Não... Não veio presunto nenhum para a mesa.
- Ahhh, sabe o que é? É que normalmente nesta casa toda a gente pede presunto, então vem sempre na conta por defeito. Depois quem não comeu é que pede para tirar.
- Olhe, que me tente enganar ao colocar 6€ a mais na conta, ainda posso deixar passar, agora que depois de eu o confrontar não peça desculpa e ainda me tente passar um atestado de burrice com essa explicação é que não lhe admito. Eu até acredito que coloquem sempre na conta, isso até acredito, mas é por razões desonestas - digo eu num tom sarcástico e parvo - Traga-me o livro de reclamações por favor - finalizo eu, qual toureiro em Barrancos.
Ele fica furioso e começa a levantar a voz, a escostar-se a mim e a dizer que não se pode pedir o livro de reclamações por tudo e por nada. Eu agarro um garfo que estava em cima da mesa e espeto-lho no olho esquerdo. Nisto ele acalma e diz "Logo no olho de que tenho menos dioptrias! Bem, vamos lá resolver as coisas a bem". Mentira. Este parágrafo é todo mentira. Sou um brincalhão. Ele trouxe o livro de reclamações a resmungar e lá fiz a queixa. Depois disso é que puxei de uma faca e lhe de cortei a sacola dos girinos. Mentira. Esta parte também é mentira. Eu já tinha dito que este parágrafo era todo mentira, não podem acreditar em tudo o que eu digo, que eu sou muito malandreco. No entanto apeteceu-me fazer-lhe isso, é um facto, mas como nem tinham facas de serrilha achei que ia dar muito trabalho.
Uma vez também me aconteceu o empregado vir trazer à mesa uma entrada sem ninguém ter pedido, dizendo todo sorridente "Tomei a liberdade de vos preparar esta entrada de farinheira com ovos que de certeza que vão gostar". Eu perguntei se era oferecida, ele fez uma expressão de admiração e disse que não. Eu disse que então escusava de ter estragado comida. A culpa não era dele, tem ordens para o fazer. Ordens de alguém que acha que impingir comida é uma boa forma de gerir um restaurante. Por causa disso não pedi sopa. Nunca peçam sopa num restaurante em que criaram algum tipo de atrito com o empregado. A sopa é o melhor prato para ele esconder cenas que lhe saíram do corpo sem que vocês notem. Peçam antes uma espetada com piri-piri que pelo menos têm a certeza que ele não a passou pelo rabo.
Ele fica furioso e começa a levantar a voz, a escostar-se a mim e a dizer que não se pode pedir o livro de reclamações por tudo e por nada. Eu agarro um garfo que estava em cima da mesa e espeto-lho no olho esquerdo. Nisto ele acalma e diz "Logo no olho de que tenho menos dioptrias! Bem, vamos lá resolver as coisas a bem". Mentira. Este parágrafo é todo mentira. Sou um brincalhão. Ele trouxe o livro de reclamações a resmungar e lá fiz a queixa. Depois disso é que puxei de uma faca e lhe de cortei a sacola dos girinos. Mentira. Esta parte também é mentira. Eu já tinha dito que este parágrafo era todo mentira, não podem acreditar em tudo o que eu digo, que eu sou muito malandreco. No entanto apeteceu-me fazer-lhe isso, é um facto, mas como nem tinham facas de serrilha achei que ia dar muito trabalho.
Uma vez também me aconteceu o empregado vir trazer à mesa uma entrada sem ninguém ter pedido, dizendo todo sorridente "Tomei a liberdade de vos preparar esta entrada de farinheira com ovos que de certeza que vão gostar". Eu perguntei se era oferecida, ele fez uma expressão de admiração e disse que não. Eu disse que então escusava de ter estragado comida. A culpa não era dele, tem ordens para o fazer. Ordens de alguém que acha que impingir comida é uma boa forma de gerir um restaurante. Por causa disso não pedi sopa. Nunca peçam sopa num restaurante em que criaram algum tipo de atrito com o empregado. A sopa é o melhor prato para ele esconder cenas que lhe saíram do corpo sem que vocês notem. Peçam antes uma espetada com piri-piri que pelo menos têm a certeza que ele não a passou pelo rabo.
Já não consigo contar pelos dedos das mãos e contar pelos dos pés é um bocado nojento, as vezes que me tentaram enganar em restaurantes. Como já referi, a forma mais habitual é cobrar as entradas que vieram para a mesa sem ninguém as pedir nem as comer. Pão, manteiga, saladinha de orelha de porco, 90% das vezes vêm na conta, mesmo sem ninguém lhes ter tocado. Diz a lei que tudo o que vier para a mesa sem ser pedido é oferta da casa, mas ninguém usufrui dessa lei, eu incluído. Apenas o fiz uma vez, depois de delicadamente ter dito que ninguém comeu azeitonas e o senhor do restaurante ter insinuado que eu estava a mentir.
Não se faz. Pior que isto só os mecânicos, que o problema pode ser algo simples que custa apenas 20€ e eles nos dizem "Pois isto é velas e a correia do alternador e um problema no bazingas do xlackens". Pode ser o que eles quiserem que a maioria de nós não faz ideia e temos que pagar o que ele disser. Ainda somos capazes de dizer "Pois, bem me parecia que era disso". Aliás, diz um estudo que 63% da receita anual dos mecânicos advém desse género de aldrabice. Mentira! Inventei a estatística agora. Provavelmente é mais.
Bem, mas voltando aos restaurantes, o que me faz ainda mais confusão são as pessoas que, depois de ver que a conta tem as entradas que ninguém comeu, preferem pagar do que dizer ao empregado. Estas pessoas deviam levar uma chapada na moleirinha com um pão de cacete de cereais da semana passada e depois serem obrigados a pagá-lo. Mas que cambada de xoninhas! Pior são os que não o fazem por serem xoninhas, mas sim porque acham que dá ar de pelintra, quando com essa atitude os pobres (de espírito) são eles. Já me aconteceu num jantar de grupo estarem 10€ a mais na conta e uma rapariga que eu mal conhecia dizer "Ai, agora vais dizer para tirar isso da conta? Que mau aspecto!". Obviamente que fui, mas só por causa das manias da donzela disse ao empregado, "Olhe, eu por mim resolvia isto a bem, mas aquela senhora ali da mesa diz que quer o livro de reclamações porque estão aqui estes 10€ a mais. Gente conflituosa, sabe como é...". Ele foi lá falar com ela. Ela passou vergonha e eu ri-me. Foi uma noite bem passada sim senhor.
Isto é quase tão desonesto como comprar serviços de uma stripper, ela ao dançar no nosso colo deixar que nós lhe coloquemos as mãos nas maminhas e apenas no fim nos dizer que são 20€ a mais.
Não se faz. Pior que isto só os mecânicos, que o problema pode ser algo simples que custa apenas 20€ e eles nos dizem "Pois isto é velas e a correia do alternador e um problema no bazingas do xlackens". Pode ser o que eles quiserem que a maioria de nós não faz ideia e temos que pagar o que ele disser. Ainda somos capazes de dizer "Pois, bem me parecia que era disso". Aliás, diz um estudo que 63% da receita anual dos mecânicos advém desse género de aldrabice. Mentira! Inventei a estatística agora. Provavelmente é mais.
Bem, mas voltando aos restaurantes, o que me faz ainda mais confusão são as pessoas que, depois de ver que a conta tem as entradas que ninguém comeu, preferem pagar do que dizer ao empregado. Estas pessoas deviam levar uma chapada na moleirinha com um pão de cacete de cereais da semana passada e depois serem obrigados a pagá-lo. Mas que cambada de xoninhas! Pior são os que não o fazem por serem xoninhas, mas sim porque acham que dá ar de pelintra, quando com essa atitude os pobres (de espírito) são eles. Já me aconteceu num jantar de grupo estarem 10€ a mais na conta e uma rapariga que eu mal conhecia dizer "Ai, agora vais dizer para tirar isso da conta? Que mau aspecto!". Obviamente que fui, mas só por causa das manias da donzela disse ao empregado, "Olhe, eu por mim resolvia isto a bem, mas aquela senhora ali da mesa diz que quer o livro de reclamações porque estão aqui estes 10€ a mais. Gente conflituosa, sabe como é...". Ele foi lá falar com ela. Ela passou vergonha e eu ri-me. Foi uma noite bem passada sim senhor.
E era isto que eu tinha para vos dizer. Ando revoltado e achei que com todas as desgraças do mundo, restaurantes que nos tentam roubar meia dúzia de euros não podiam ser deixados passar incólumes. Outros assuntos que me revoltam, são as pessoas que não metem pisca na estrada e as pessoas que não sabem ser simpáticas a atender. Adeus e boa continuação.