14 de julho de 2015

Sexo sem compromisso? Quem deve pagar o jantar?



Olá gente razoavelmente sexy. É dia de mais uma consulta "Doutor G explica como se faz". Já sabem, com tantas dúvidas que ando a receber, se a que enviaram esta semana não estiver aqui, sai na próxima. Ou na outra.

Olá Dr G, há 1 ou 2 anos (devia ter um prémio para mim pq sei diferenciar há de à) conheci um rapaz, amigo de um amigo, que achei logo interessante. Com sentido de humor, girito e culto. Aqui há uns tempos fomos sair com o grupo de amigos comum e ele esteve a noite toda a "fazer-se" a mim (és a mais gira da discoteca, danças mt bem, etc e tal), provavelmente toldado pelo álcool. Entretanto já me convidou 2x para ir tomar café, mas depois nunca concretiza (exemplo: no próximo domingo podiamos ir lanchar. Chega ao Domingo e não diz nada). A minha pessoa julgou que aquela noite foi comandada pelo álcool, mas entretanto já tive conversas virtuais com ele em que me diz coisas atrevidas para quem não tem 2as intenções. Por outro lado, diz coisas parvas como "vou dar-te o meu nº mas não fiques convencida". O que se passa, Dr G? É só parvo, é um conas que ladra mas não morde, ou não tem  interesse nenhum mas gosta de lançar charme?
Q, Lisboa, 25

Doutor G: Cara Q, esse rapaz provavelmente está a pensar o mesmo de ti. Deve estar a pensar que já deu a dica várias vezes e que tu depois nunca insistes para irem tomar café, pensando ele que talvez também não estejas assim tão interessada. Para tirares as dúvidas se ele é ou não um coninhas, basta convidá-lo para um café e ver a reacção dele. Melhor ainda é um jantar a uma sexta-feira ou sábado, que ele aí vai perceber logo que não é para serem amigos e discutirem a crise na Grécia. Nestes casos, o meu conselho é sempre o mesmo: quem quer vai e não fica à espera. Se ele recusar é porque não está interessado e foram as lunetas do álcool que o fizeram achar-te bonita. Vá, mostra que as mulheres da nova geração são proactivas e diz-lhe "Está na altura de te cobrar aquele café. Agora vais pagar é com juros, que é para não te armares em Tsipras. PS: Juros, neste contexto, significa sexo". Só para o caso do gajo ser lerdo.


Caríssimo Dr. G, sou um nortenho em Lisboa (qual “english man in New York”). Enquanto estava lá em cima no fresquinho, não tive muita sorte com o universo feminino. Quando vim para a capital frequentar a universidade, vim com a ideia de que teria mais sorte, por dois motivos: em Lisboa elas não são tão esquisitas, e sou um estudante universitário, que pressupõe ter mais oportunidades no que toca à prática do coito recreativo. No fundo, não estava muito errado. Tudo começa mal quando me apaixono por uma colega de turma logo no início do primeiro ano que me dá um jajão colossal deixando-me numa quase-depressão. Só tinha uma forma de a esquecer: afogar as mágoas em fluidos genitais de outra “individua” (não bebo álcool)! E assim foi! Comecei a namorar com uma gaja um pouco mais velha que eu e estive com ela durante 6 meses...até que ela me adereçou a cabeça com um ex-namorado traficante! Obviamente que a mandei para o caralho, pois eu não perdoo traições. Mas depois pensei e percebi que no caralho ela já tinha estado...e era um caralho certamente mais pequeno que o meu (a minha mãe nasceu em Angola e trouxe os genes africanos que eu herdei no meio das minhas pernas)! Desde essa altura eu tenho tentado uma relação mais estável, mas sem sucesso. Elas deixam de falar de um momento para o outro. Tenho 21 anos e ando com fome de amor e de coito. Actualmente tenho feito um filminho (não do género Kim Kardashian ou Paris Hilton) com uma mocinha muito bonita, de olhos azuis e que está a estudar representação cá em Lisboa. É tudo muito recente, mas ela já me deu todos os sinais de que está interessada (mexer no cabelo enquanto estamos a conversar, olha-me no fundo da retina e dá-me murrinhos e pancadinhas quando se ri depois de eu mandar uma piadola). A minha questão é: eu não estou interessado na rapariga pela luta greco-romana debaixo dos lençóis (embora seja sempre bem-vindo, obviamente), mas sim porque sinto que nos damos imensamente bem e temos muitas coisas em comum. Acha que eu estou mesmo apaixonado por ela ou, na verdade, estou um pouco iludido? Ou terei que ir com calma para não assustar a jovem fêmea?
CC, 21, Lisboa

Doutor G: Caro CC, esse teu testemunho mostra que o tamanho não é tudo, já que já te ofereceram uma prenda de marfim e te deixam do nada. Tens que começar a saber usar melhor os centímetros que tens, que se o fizeres elas não desaparecem sem deixar rasto. Em relação à outra rapariga, tu é que sabes o que sentes. Eu acho que vocês pensam que eu sou a Maya da Buraca ou a Maria Helena da Linha de Sintra. Eu agora é que adivinho o que tu sentes? Tu é que tens que ver se sentes borboletas na barriga ou no capacete da enguia trapalhona. Mesmo que sejam na barriga, confirma que não são gases. Se gostas dela e dizes que ela se derrete toda por ti, qual é a dúvida? Vão à guerra e logo se vê. Ir com calma é coisa do passado, mas também não é preciso ir todo lambão a querer tudo de uma vez. É aquela calma que dá a entender que se quer forrobodó mas que se tem auto-controlo. As mulheres têm sempre uma quantidade maior de gajos à volta e, normalmente, o que vai com mais calma é o que chega em último lugar, ou não chega a vir. Estou muito forte em trocadilhos bardajões. É gerir isso, tendo em conta a personalidade dela. A história da tartaruga e da lebre raramente se aplica nas relações. Elas querem coelhos, não é molengões com carapaça.


Querido Dr. G, muito prezo este espaço de interação direta consigo, uma sumidade das relações pessoais e de lutas greco-romanas! Há quase dois anos voltei a estabelecer contacto com um ex que muito me marcou na altura em que namoramos. Foi ele que me procurou ao fim destes anos todos (muitos)! Para ser mais fácil vou esquematizar:
- na altura não resultou pelo facto de sermos muito novos;
- sempre tive uma preocupação estúpida e, aparentemente, sem razão, por ele;
- desde que voltamos a estabelecer contacto tentamos resolver várias coisas que ficaram mal resolvidas, tendo sido possível resolver;
- obviamente que lutamos pelados com frequência porque a química é estrondosamente grande e o sexo do melhor que já tive;
- no entanto, isto não me parece que seja só cama apesar de ele não ser capaz de me o dizer (alguns exemplos ilustrativos disso ou, se não forem, vou já ali internar-me numa ala psiquiátrica: qual a intenção de fazer kms a correr muito só para me vir dar dois beijos e nada mais; qual a intenção de falar comigo todos os dias, o dia todo, exceto um dia por semana e já vai perceber o porquê disso; o que é que está por trás de tanto carinho que ele demonstra diariamente; e não vou aprofundar mais sob pena de o Dr. escorregar em tanto mel!)
- ele tem namorada, sendo que aquilo me parece uma relação muito estranha, como deve estar a imaginar, pelo relato que lhe estou a fazer;
- eu envolvi-me demais e gosto mesmo dele; preciso que ele me esclareça tudo o que pensa ou deixa de pensar mas ele não é capaz de o fazer (sei que lhe faltam bases comunicacionais para isso, talvez daqui a 20 anos consiga falar, mas não acho que seja só por esse facto que ele não me esclarece...)
Doutor, o que é que acha disto tudo? O que é que me aconselha a fazer para me libertar dele e de toda esta situação? Tenha em conta que eu não acho que uma relação com ele fosse resultar, por falta de confiança. Não obstante, dava qualquer coisa para poder viver com ele tanta coisa que gostava de viver.  
Petra, 24, Setúbal

Doutor G: Cara Petra, a mania que para aqui vai de manter contacto com os ex-namorados. Eu já disse e volto a afirmar, reciclar relações dá cocó em 99% dos casos. Um dos maiores factores de separação é porque as pessoas querem xixa nova e andam vocês a comer restos guardados num tupperware todo cheio de bolor. Se achas que não ia dar certo e que nunca confiarias nele, qual é a dúvida? É para seguir em frente. A melhor forma de te libertares dele é dizeres que não queres mais nada e arranjares um substituto, uma espécie de cigarro electrónico para o pipi. Pode ser um vibrador ou outro gajo que te faça esquecer o teu ex. Agora, o que eu não gosto é que venham pedir ajuda para deixar de fumar quando já estão a contar os trocos para comprar o próximo maço. É para deixar, é para deixar. Não há cá cigarrinho com os copos porque é só mais um e não faz mal. Ele tem namorada, não vai dar certo. Se ele deixar a namorada, logo vêem. Se ele só a deixa se for para ficar contigo e porque não quer ficar sozinho, não é homem para ti. A não ser que sejas igual, nesse caso só se estraga uma casa.


Olá Doutor, tenho uma amiga que está sempre a chatear-me porque o namorado quer dividir as contas e como ela (que é como eu estudante ) não tem dinheiro ele empresta-lhe e ela a ingénua vai pagando as idas aos fins de semana para fora, as férias e por aí além , pagam quase tudo a meias. Sendo que o namorado é mais velho e está já a trabalhar gostaria de saber a sua opinião sobre quem, na nova geração, deve pagar as contas e no caso de serem divididas como se faz isso. 
PS: Já verifiquei q nos próximos anos o Doutor tem que usar bons produtos para a queda de cabelo...
Anónima, 23, Lisboa

Doutor G: Cara Anónima, gosto de dúvidas que começam com "Tenho uma amiga...". Em relação à questão em si, é a eterna questão da igualdade mas só para o que dá jeito. Do machismo é coisa do passado mas deixem lá ficar o cavalheirismo que regalias todos queremos. Eu sou pela igualdade pura e é óbvio que ele não tem que pagar as contas, era o que faltava. Sim, ele trabalha e ela não, e então? Temos pena. O que há a fazer nesses casos é perceber qual é a capacidade de pagar que ela tem e gerir os encontros e férias consoante isso. Se ele quiser ir a um restaurante caro que sabe que ela não tem meios para pagar, aí sim, ele deve oferecer-se. Ela não pode estar à espera que ele pague tudo só porque já trabalha, nem ele pode querer ir fazer viagens a Bora Bora e fazer com que ela contraia dívidas a juros altos. Pode sempre pagar com o corpo, é um facto, mas parece-me uma relação pouco saudável. Em relação aos produtos para a queda do cabelo, infelizmente não há nada a fazer. Já fiz testes a acusou excesso de testosterona. É um preço que não me importo de pagar para não ter que andar a tomar aquilo que o Futre anuncia. Com estes níveis, hei-de estar em sentido e concentradíssimo até aos 90 anos.


Grande Doutor G, da última vez que escrevi para aqui foi devido a uma rapariga que tinha problemas de confiança (ciumenta). Tenho a dizer-lhe que acabei por seguir o seu conselho e arredar pé dela. De volta à caça... encontrei uma miúda brutal, (é até disturbing a quantidade ridícula de coisas que temos em comum), pronto, sei que não vou perder interesse, a merda é que ela mora longe. O que acha de relações à distância? Acha que devo manter a cena casual e apostar em que no futuro possamos estar mais tempo juntos e oficializar a cena se nos continuarmos a dar bem?  
Manuel, 20,  Aveiro

Doutor G: Caro Manuel, folgo muito em saber que os meus conselhos são ouvidos, ao ponto de se acabarem relações. Tenho que começar a fazer uso desse poder de outra forma que me seja mais vantajosa. Já aqui falei de relações à distância e a minha opinião mantém-se: não valem o esforço e raramente resultam no futuro. Se me disseres que daqui a um ano ou dois, vá, vão estar juntos, venha ela morar para perto de ti ou vice-versa, ainda te digo que é sustentável, caso contrário, se for a tempo indeterminado e sem certezas que isso vai acontecer, mais vale cada um fazer a vida para seu lado, sem compromissos e, sempre que estiverem juntos, se quiserem, vão para o ringue dos lençóis fazer uma sessão de treino todos pelados. "Longe dos olhos, longe do coração", é um ditado popular e o povo sabe o que diz. Embora também digam que "quem espera sempre alcança", mas muitas vezes falecem antes.


Caríssimo Dr. G, há uns tempos, enviei-lhe um e-mail com uma dúvida relativamente à relação de sexo sem compromisso que estava a ter na altura. Decidi dar ouvidos ao seu conselho e falei com o rapaz. Fiquei com a certeza que tínhamos interesses diferentes (eu queria avançar para algo mais sério e ele não). Acabei a nossa não-relação e cada um seguiu o seu rumo, sendo que continuámos amigos como dantes, dado que já é uma grande amizade de 5 anos. Entretanto, ele voltou para a ex-namorada que, sem querer ser má, eu arrumo a um canto (em termos físicos). No entanto, num almoço que tivemos os dois, contou-me que a dita cuja ia para o estrangeiro em Setembro. Isto, depois de passar o almoço todo a dar dicas e de eu fazer de conta que não as percebia. No entanto, ele e a rapariga não têm nada de sério, mas pode-se dizer que "estão juntos". Mesmo assim, foi ele quem veio atrás de mim e pisou a linha, a fazer propostas. E fui eu que tive o bom senso de dizer que não, por não ser justo nem para ela nem para mim. A minha questão é: já andamos neste ciclo há muito tempo. Ele nunca se quer comprometer comigo, mas quando "estamos juntos" age comigo como se fôssemos namorados. Já tive relações de sexo sem compromisso e não tinha nada a ver - era só sexo e pronto. Com ele não. Já pensei em vários factores que pudessem estar em falta, mas não encontro nenhum: há atracção, confiança, amizade, à-vontade, intimidade; já passámos por algumas situações juntos; falamos de tudo - tanto temos conversas interessantes e intelectuais como parvas; temos interesses em comum e somos de áreas próximas. Qual será o problema dele em se comprometer comigo, quando não existe esse problema relativamente a outras raparigas, e quando tudo entre nós funciona bem?   
M, 21, Lisboa

Doutor G: Cara M, folgo muito em saber que seguiste conselhos meus, embora ache que isso pode ser perigoso. No entanto, não posso deixar de te dar uma chapada, metafórica, na moleirinha, para ver se acordas para a vida. Então mas continuas na mesma lengalenga? Se falaram e ficaste com a certeza que ele não queria nada sério, qual é a dúvida? É partir para outro e esquecer esse. Eu sei lá porque é que ele não quer assumir nada contigo, às vezes, parece que está tudo alinhado mas não se consegue sentir nada mais pela outra pessoa. Será essa uma das razões pelas quais são apenas amigos. Se calhar ele sabe demasiado sobre ti para querer algo sério. Já lhe confidenciaste muitas aventuras badalhocas do teu passado? Traições que tenhas feito a ex-namorados? Os gajos não são muito picuinhas, mas isso é coisa para afastar um candidato. E tu, já que sabes que ele tem namorada e que a trairia de bom grado contigo, se calhar também deves repensar porque é que haverias de querer algo sério com ele. Vou ser bruto, mas já sabias ao que vinhas: Se ele não quer e tu já sabes que ele não quer e já falaram disso e continuas a querer saber porque é que ele não quer, talvez esteja aí a razão pela qual ele não quer.


Caro Doutor G, adoro as coisas que escreve e o seu tipo de Humor. E depois desta graxa inicial (que é verdadeira), vou aqui desbobinar o que tenho para dizer. Dividi as minhas histórias em 2 partes, se quiser pode responder separadamemte para nao se tornar demasiado cansativo.

1°:
Sou uma mulher bonita, sei que consigo despertar interesse de muitos homens, o "problema" é que nao sou aquela típica mulher que se apaixona facilmente. Com isto não quero dizer que me faço difícil (aliás porque detesto esse tipo de jogos), mas simplesmente não consigo estar com alguém quando me apercebo que não há paixão ou uma ligação maior (mesmo que nao seja amor). Isto é uma chatice, porque eu adoooro sexo, mas quando só me aparecem homens que nao me conseguem "f*#&r-me a mente", dificilmente vão conseguir "f*#&r-me o corpo".
Com isto, depois de vários anos numa relação sufocante (parvoice minha), lá consegui ficar solteira, e estou há quase 4 anos assim. Desde então saí de Portugal depois de acabar o curso, e claro, tive algumas aventuras. O problema é que essa tal "ligação" raramente acontece e desde fiquei solteira que decidi não voltar a deixar-me ficar numa situação que nao me faz feliz, por isso acabo por me fartar deles, e ponho-os a andar. E claro, como bons homens que são, é quando se apaixonam. Não sei mais o que fazer, porque não me posso forçar a ter interesse por alguém, e a nível de sexo na minha vida, não me posso queixar, porque tive quase sempre bons exemplares. Será que devo apenas ouvir as minhas necessidades físicas, e abusar de quem me aparece à frente que seja minimamente interessante? Ou manter-me na esperança / ilusão de encontrar alguém que me complete mesmo?

2°:
Desde há uns meses, quando estive em Portugal de férias, enrolei-me com um amigo que já conheço há uns 10 anos. Claro, Português que vive em Portugal, porque não há nada melhor do que o produto nacional! Pronto, fiquei super apanhada, como já não me acontecia há muito tempo. Ele também ficou no inicio, mas com o passar dos meses, a distância, o trabalho, a coisa foi esmorecendo. Nunca foi um namoro, e éramos de  livres de estar com quem quiséssemos, mas quando eu estou mesmo apanhada, não consigo. E atenção, como trabalho fora de Portugal, isto implica estar vários meses sem fazer O amor, coisa que é muito complicada para mim, pois logo após uma semana já estou a subir paredes com vontade de estar debaixo dos lençóis com alguém... ou noutro sítio qualquer. Comecei a "chatear-me", porque se eu não lhe escrevesse, ele não escrevia, se eu não fosse a Portugal, ele não vinha ter comigo, etc. Claro que ele via estas minhas reclamações como se eu quisesse algo sério (e ele ainda tem mais pânico de relações do que eu!), mas não era nada disso, o que eu queria era apenas sinceridade, e não sou pessoa de deixar a coisa morrer com o tempo. Se não quisesse mais, teria de me dizer com todas as letras.  Com isto, há cerca de um mês atrás, ele entrou em pânico desnecessariamente com um comentário que eu fiz, e disse logo para "acalmarmos as coisas", sem me ter deixado sequer explicar que o que eu tinha dito não era ameaça nenhuma nem sequer era nada de mal. Desde então que nem ele me responde, nem eu lhe escrevo. Estou a ser parva por ainda pensar nele? Devo tentar novamente remediar a coisa ou devo partir para outra? A luta debaixo dos lençóis era tão boa, mas essa não era a única razão pela qual eu deixei-me levar. Penso que o que me custa mais é eu ter caido na ilusão inicial, e achar que ele era excepção à regra. Agora está só a ser parvo. E como pessoa que tem dificuldade em se apaixonar, isto está a ser particularmente difícil para mim. Acha que se mudasse para mulheres seria mais fácil? Esta pergunta é somente 50% séria... eu sei que as mulheres de descomplicadas não têm muito. E os homens não são tão simples como gostam de pensar. Ajude-me, e faça-me abrir os olhos. Para tudo o que for possível! 
Juliana T., 29, Suíça

Doutor G: Cara Juliana, se há coisa que importa é o tamanho, neste caso o tamanho das vossas perguntas. "É enorme!", já ouvi eu tantas vezes... em relação aos meus textos, claro. Por isso, para compensar, tenho que abreviar na resposta:

  1. Gostas de sexo, faz sexo, caso contrário faz mal à saúde. Vai praticando à vontade e abusando de quem te aparece à frente. Quando aparecer um que te complete, ao menos já viste como ele é na cama e facilita a escolha para algo mais sério. Usa preservativo.
  2. Sexo com amigos dá cocó, mesmo quando não é anal. Estão longe, bem longe, por isso não vale a pena pensar numa coisa séria. Se já te estavas a apegar, ele acabou por te fazer um favor em afastar-te. Pensa que assim sofres menos no futuro. Quando voltares a vir cá, se quiseres funaná pelada, fala com ele e logo se vê, até lá, não penses muito nisso, porque certamente ele também não está a perder horas de sono com isso. Em relação a mudar para mulheres... tu és maluca?! Se tu já tens essas complicações com um homem, tu imagina com uma mulher! Mas se queres experimentar... força nisso e depois, já agora, diz como correu. Fotos e vídeos não são essenciais mas ajudar-me-ão a analisar melhor o caso.
Caro Doutor G, em primeiro lugar, vou esclarecer a minha situação: eu e o meu melhor amigo tínhamos sexo do bom...claro está que a javardice às vezes tomava grandes proporções. E eu gosto! Sou fiel ao lema: "façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio". Acontece que nos últimos meses eu dei por mim a pensar que precisava de espaço... e isso envolvia desligar-me da ligação sexual com o meu melhor amigo. Eu pedi-lhe espaço porque comecei a sentir que estava a ficar demasiado confortável naquela relação (que não era uma relação)... ele não se apega às pessoas mas eu sou mais sentimental! Está-me nos genes! Sou mulher e pronto... O que tem acontecido é que ele passa a vida a querer falar comigo e a tentar convencer-me a andar à luta com ele novamente, tal como viemos ao mundo claro. Além disso, enche-me de elogios dizendo que comigo foi o melhor sexo da vida dele, e sempre vai ser porque sente que temos uma ligação. À conta disso, já tivemos recaídas. E eu preciso que ele tenha mais amor-próprio, que não se prenda sexualmente a mim. Como lhe faço ver que já não dá mais? Que conselho me dá? Não queria ser a insensível que diz o que não sente/pensa para afastar a pessoa que afinal, é o melhor amigo. Longa vida ao consultório do ilustre Doutor G! 
Anónima, 26, Cascais

Doutor G: Cara Anónima, estou a ver que outra das modas que para aqui anda é chafurdar nos lençóis com os melhores amigos. Eu nunca tive a sorte de ter amigas dessas. O que vai acontecer é simples: vocês vão deixar de ser amigos. É uma escolha que se tem que fazer quando se decide brincar aos mineiros todos nus. Salvo raríssimas excepções, ou alguém se envolve de mais ou alguém se farta e o outro fica ofendido porque queria mais. Resultado: Sexo 1 : Amizade 0. Se não queres mais nada, só tens que lhe dizer. É simples. Experimenta assim "Olha, somos muito amigos e tal, o sexo até que sim senhora, mas não quero mais. Nunca mais!". A sério, é bué simples, ele só tem que acatar ou tu chamas a polícia se ele te tentar violar à força. Até porque violar sem ser à força é parvo. O problema é que tu não o queres afastar demasiado porque queres que ele continue a subir-te o ego e a espetar-te uma ou outra bandarilha quando a fome de lide apertar. Verdade? Claro que é verdade. Arranja um namorado ou diz que andas a sair e a ter o melhor sexo da tua vida com outro gajo e que esse gajo tem um pénis enorme! É certinho, ele não vai querer mais nada.


Saudações Sr. Dr. a minha relação tem 5 anos e tenho a sorte de estar a lado de uma pessoa que me completa. Não caímos em rotinas, não discutimos frequentemente, nem acabamos quando ela está com o período e não há festa. A nossa relação é bastante estável e séria. O problema é quando vamos fazer luta greco romana, que não é bem uma luta, já que o guião é sempre o mesmo. Ao contrário de outros casais a nossa relação só caiu em rotina nos lençóis!! Já fizemos o acto em outras posições, mas a maior parte das vezes calha por ser na posição de missionário e eu não sou católico. Outra dor de cabeça, já lhe fiz sexo oral e apesar de ela se estremecer toda e me apertar a cabeça como se me odiasse diz que não gosta e que não quer, apenas me efectuou sexo oral uma vez e nunca mais, e já sinto saudades!!! Diga me Sr. Dr. qual é o remédio para esta doença? Conversar?
João, 24, Braga

Doutor G: Caro João, gosto sempre de começar a ler questões que começam por dizer que são perfeitos um para o outro e que se completam... se assim fosse, não me estavam a escrever. Deixa-me que te diga, que és um bocado xoninhas na cama. "Calha ser na posição missionário."? Calha? Mas não tens mãozinhas para lhe agarrares e a meteres de quatro? Para lhe meteres as pernas nos teus ombros? Para a agarrares ao colo e a encostares à parede? Eu sei que não deve ser o homem apenas a tomar a iniciativa para apimentar as coisas, mas se ela não o faz, faz tu. Toma as rédeas e diz-lhe "Agora sentas aqui, minha menina, que essas pernas e esse rabo estão a precisar de ser tonificados", isto enquanto lhe dás uma palmada daquelas que até ficam as tuas impressões digitais lá marcadas. Em relação ao sexo oral, parece-me uma questão de não se sentir à vontade, alguma vergonha, o que me leva a pensar que, embora tu não sejas católico, talvez ela o seja. Comigo é simples: não há sexo oral? Não vai dar namoro. Temos pena. O meu trombinhas toma até como ofensa que não o encarem e fica cabisbaixo. Pergunta-lhe porque é que não gosta de fazer e porque é que não gosta que lhe faças. Se ela disser "Ah, é porque é nojento", é trocar e mandar vir outra. Dir-te-ia o mesmo se o caso fosse ao contrário. Se ela disser que é por insegurança ou que não se sente à vontade, é trabalhar nisso e fazeres com que a experiência seja melhor para ela. Fica um conselho: A minha sabedoria diz-me que se lhe deres uma batalha épica, ela perde as vergonhas e nojos todos que possa ter. Tens que lhe dar uma ao ponto de lhe causar problemas ao nível do raciocínio cognitivo, mas sem lhe dares pancadas na cabeça. Só se ela pedir. O álcool também pode ajudar.


Olá Dr.G, tenho 19 anos e nunca tinha tido um namorado (não era uma rapariga propriamente sociável), mas o ano passado,  depois da saída dos resultados da universidade e consequentemente a minha não entrada, tive um amigo muito importante para ultrapassar essa fase, era um colega de trabalho de verão ( trabalhamos ambos Julho e Agosto num negócio de praia) e desde o inicio que havia uma química entre nós. Estamos juntos desde então (10 meses) e tem corrido tudo bem, mesmo bem ;) se é que me entendes, o problema?  Eu quero assumir algo sério, namorar mesmo, mas ele diz que é complicado, e é mesmo porque ele tem mais 10 anos que eu... mas como já passou tanto tempo acho que ele já se devia ter decidido, o que sou para ele e ou ter posto um ponto final ou avançado... ninguém sabe que andamos embrulhados e como agora voltámos a trabalhar juntos durante o verão é meio complicado fingir ser indiferente (as colegas de trabalho estão sempre a mandar bocas e a tentar fazer casal) e controlar a raiva de para ele parecer fácil (ainda por cima raparigas jeitosas de biquíni é o que não falta por lá). Mas quando estamos só os dois ele é mesmo bom para mim... atura as minhas bebedeiras ultra ciumentas, as minhas crises de carência TPM e os meus choros de filmes que não fazem ninguém chorar... (Ah numa das bebedeiras perguntei-lhe enquanto chorava incontrolávelmente com quantas raparigas já tinha estado depois de estar comigo, ele disse que não me ia responder a isso... dois dias depois, quando já não estava de ressaca interpretei aquilo como sendo "ou confias ou não confias,  não estou para aturar cenas de ciúmes", mas nunca falamos sobre isso, será que estava correta ou ele não respondeu por saber que o capava? Mas ele é um rapaz sério,  não acredito que fizesse algo assim...) Outro problema é eu não lhe fazer sexo oral ou bater uma... não é por ter nojo nem nada, mas parece que bloqueio, e quando ele arrasta a minha mão para lá evito logo... acho que me mete confusão saber que já outras raparigas o fizeram (ele é bem mais velho né) e tenho receio de fazer alguma coisa mal ou magoa-lo (até porque uso aparelho) O que hei de fazer da minha vida? Já pensei em pôr um ponto final nisto mas não lhe resisto, basta ouvir a voz dele ou ver o seu sorriso que mudo logo de ideias, estou mesmo perdidinha... sê simpático ao responder por favor ;)
Anónima,  19, Algures

Doutor G: Cara Anónima, vamos por partes. Porque é que ele não quer assumir a relação? Porque tem outra; porque tem outras; porque acha que és muito nova e tem medo do que os outros possam pensar; porque não gosta o suficiente de ti; porque é homem e a maioria dos homens prefere adiar ao máximo, para o caso de aparecer outra poderem usar a desculpa do "Mas nós ainda não namorávamos!". Como não o conheço, nem conheço outros detalhes, não posso opinar em conformidade. Ele já percebeu que manda na relação e que tu não lhe resistes, por isso, está confortável para fazer o que bem lhe apetece. Se ele evita estar contigo em locais públicos, afecto em frente a outras pessoas e passa horas sem responder a mensagens, especialmente à noite, é porque tem outra. Em relação a ter estado com outras ou não desde que vocês "namoram", se ele não assumiu é porque provavelmente esteve. Se não esteve é porque não teve oportunidade. Lá está, isto depende de caso para caso e se o problema dele em assumir for a vossa diferença de idades, pode não andar com outras e nesse caso é só parvo. Em relação ao sexo oral e manual: Ainda consigo perceber a parte do oral, meter uma pila na boca não seria coisa que eu gostasse de fazer, agora o manual? Olha, digo-te já que eu toco na minha todos os dias e é bem fixe. É um bocado de carne, pá! É bem mais nojento temperar bifes de frango para o jantar. Faz-te confusão que já lá tenham andado outras para umas coisas, mas albergar o salpicão no quentinho já não há problema? Não percebo. O aparelho não vai aleijar. Se aleijar ele grita e nunca mais te pede que faças e ficam todos a ganhar. Vá, agora a sério, fazes o que te sentes confortável. Diz-lhe e ele ou compreende ou vai fazer a vida dele para outro lado, que é o mais provável.



Notou-se que estou de mau humor? Estou com uma dor de cabeça do caraças e ponderei não escrever hoje. Por isso, se vierem comentar "Ah e tal, hoje foi muito fraco", tenham em consideração que eu fui um fofo por não vos ter faltado. Obrigado e, como sempre, para a semana há mais, até lá, enviem as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Partilhem e façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.





Gostaste? Odiaste? Deixa o teu comentário: