7 de novembro de 2017

Argumentos para a independência da Amadora



Inspirado pelo movimento separatista da Catalunha, acho que a Amadora também deveria tornar-se num país independente. Até 1907 chamava-se Porcalhota, mas os seus habitantes uniram-se e conseguiram mudar-lhe o nome, sem saber que o termo "Amadora" seria, agora, dos mais pesquisados no PornHub. A Amadora foi utilizada, durante séculos, como estância de férias das famílias abastadas de Lisboa que, mais tarde, se esqueceram desta bela cidade e a começaram a negligenciar, tal como hoje em que as pessoas apenas se lembram do Algarve quando está calor. Portanto, chegou a hora da independência da Amadora! Deixo alguns argumentos que provam que esta bela terra merece ser independente e proponho um referendo ilegal que é como as coisas na Amadora funcionam.

Língua
Se Portugal tem como segunda língua oficial o mirandês e se no Algarve quem não fala inglês tem dificuldades de comunicação, também a Amadora tem uma língua oficial: o crioulo. Nas escolas onde andei, as aulas eram dadas em português, mas no recreio falava-se crioulo. Qualquer aluno de 7º ano teria melhores notas a crioulo cabo-verdiano do que a Francês e, a bem dizer, o francês não serve para nada a não ser para ver filmes pretensiosos sem legendas.

Comércio
Sinto que a Amadora poderia ser uma zona com uma maior riqueza se não tivesse de tapar os buracos dos restantes concelhos portugueses. A Amadora é o epicentro da indústria e comércio de droga e muito do dinheiro angariado é utilizado depois para coisas que não dizem respeito aos amadorenses. Com uma Amadora independente, facilmente se legalizariam as drogas, o que traria mais receitas ao Estado do que descobrir um poço de petróleo em pleno Amateur Central Park. Rapidamente, a Amadora tornar-se-ia na Amesterdão do Sul da Europa onde rumariam milhões de peregrinos em busca de experiências espirituais. Esses turistas deixariam na Amadora muito dinheiro por vontade própria e outro tanto através de assaltos.

Identidade na diferença
A Amadora, apesar de ter a sua identidade própria, é também o melting pot português. É possível na mesma rua escolher entre jantar cachupa, maminha com alho e kebab. Os restaurantes da Amadora não têm estrelas Michelin, têm estrelas Nelito Racing - Pneus e Ailerons.

Música
A Amadora recusa o hino "A Portuguesa" como mote oficial da sua zona. O refrão "Às armas" corre risco de, na Amadora, ser interpretado literalmente e dar origem a uma guerra civil entre os bairros pobres e os bairros de classe média baixa. A riqueza musical da Amadora exige outro hino: "Wegue wegue", dos Buraka Som Sistema, banda sem qualquer ligação à Buraca, mas sim à Amadora. Aliás, se os Buraka Som Sistema fossem da Buraca, chamavam-se apenas Buraka, já que o sistema de som já teria sido roubado.

Tecnologia
A Amadora está no epicentro da revolução tecnológica portuguesa. Enquanto os centristas apenas dão atenção à Web Summit, o verdadeiro estado da arte da tecnologia está no Centro Comercial Babilónia. Dezenas de lojas de telemóveis de indianos tornam a Amadora numa espécie de silicon valley.

Futebol
Ao contrário do que acontece no movimento separatista da Catalunha, o futebol não será problema já que o maior clube da Amadora - o Estrela da Amadora - já está extinto desde 2011, depois das suas camadas jovens terem formado grandes futebolistas como Dimas, Paulo Bento, Jorge Andrade, Paulo Ferreira e também excelentes comedores de rodízio de dançarinos de discoteca como Miguel e Bebé.

Território
A Amadora tem espaços verdes de fazer inveja ao resto do país e com a sua independência, o oxigénio produzido seria apenas para uso dos amadorenses. Se Monsanto é o pulmão de Lisboa, o Jardim dos Aromas na Buraca é o pulmão da Amadora, até porque é lá que se fuma droga como gente grande.

Penso ter focado os pontos fulcrais que provam por A+B que a Amadora pode e deve ser um país independente. Nunca me envolvo em política, mas estou disponível para ser o Rei do território amadorense se assim o povo o quiser. Estou disponível para um regime semi-democrático onde teria como secretários de Estado e ministros as seguintes personalidades nascidas na Amadora:
  • Ana Bacalhau - Ministra da Música e dos Nomes com Conotação Sexual
  • Bruno Nogueira - Ministro do Humor e da Cultura
  • Fernando Ribeiro -  Ministro da Maquilhagem Preta nos Olhos
  • Jorge Jesus - Ministro da Educação 
  • Jorge Gabriel - Secretário de Estado dos anúncios de Facebook para a Queda de Cabelo
  • Rui Costa - Ministro do Desporto e do SG Ventil
  • Valete - Ministro da Justiça da Street
  • João Baião - Ministro da Saúde e das Danças Latinas
  • Quimbé - Secretário de Estado da Voz Irritante
  • José Figueiras - Seria ministro suplente que taparia o buraco quando um dos outros fosse de férias.
Acho que seria uma equipa vencedora para levar a Amadora à independência sustentável que a tornaria num verdadeiro paraíso e na maior potência do mundo e da Linha de Sintra. Partilhem e ajudem a espalhar a palavra!




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