28 de novembro de 2017

Relações à distância e reacender a chama do casal



Gosto de preliminares, mas vamos directos ao assunto e comecemos mais um "Doutor G explica como se faz".

Caríssimo Dr. G, sempre me envolvi com homens e mulheres, tendo sempre mantido preferência para namoros com homens. Entretanto, decidi namorar com uma rapariga que mais tarde veio revelar-se uma tremenda pedra no sapato, isto porque: hora estava comigo, hora estava com a ex namorada. A vida sexual com ela era como se eu estivesse com um homem e eu basicamente ficava tipo boneca insuflável. Finalmente pus-me a andar namorei com outra rapariga 3 anos sem nenhum chouriço pelo meio, sendo que à pouco tempo cai na tentação novamente e até agora tem sido uma algazarra com o rapaz. Ele não quer nada sério mas também não quer que eu esteja mais com ninguém. A questão é que fiquei recentemente solteira, e continuo a gostar de chouriço... Mas também gosto muito de mexilhão, e a proposta de fazer uma mista, já foi recusada. Acredito que isto lhe esteja a fazer quase ou nenhum sentido, mas pode por favor esclarecer-me quanto ao meu ser dúbio? 
LA, 25, Lisboa 

Doutor G: Cara LA, namorar com mulheres é tramado, não é? Eu sei que sim. Não nasci gay, caso contrário não tinha metade dos problemas. Se andas com um gajo que não quer nada sério e ele recusou a hipótese de um forrobodó a três com outra gaja, então deixa-me dizer-te que encontraste uma raridade. Mais raro do que um trevo de quatro folhas só que em vez de sorte foi um azar do caraças. Esse gajo é o que se chama, em termos técnicos, um palerma. Primeiro, não quer nada sério e não quer que estejas com mais ninguém? Palerma. Não quer ir para a cama com duas gajas? Palerma ao quadrado. A feira do enchido do Continente deve estar aí à porta, aproveita e troca de chouriço.


Caro Doutor G, sou um rapaz de 22 anos. Há cerca de 2 meses comecei a experimentar o Tinder por conselho de uma amiga e encontrei por lá um rapaz que me agradou bastante. Temos falado regularmente desde aí e já nos encontramos duas vezes. Existiu um clima, mas nunca aconteceu nada a não ser umas trocas de olhares mais prolongadas. Há dias em que parece estar completamente a querer, mas depois começa a dizer que não quer relações com pessoas do Tinder e que só vai lá porque lhe faz bem ao ego. Já experimentei deixar de lhe responder às mensagens para ver se ele demonstrava interesse e foi exactamente isso que ele fez. Contudo, parece que falta sempre aquele próximo passo. Acha que devo investir nele? Ou será melhor partir para outro?
MS, 22, Porto

Doutor G: Caro MS, está giro, hoje a comunidade LGBT decidiu toda enviar emails para o Doutor G. E ainda há umas inCapazes de raciocinar que dizem que sou homofóbico. A homofobia é ridícula! Para quê ter medo de gays se eles nem sabem andar à porrada? Esta era a parte em que eu dizia que é uma piada, só que de cada vez que um humorista diz isso morre uma foca bebé gay e desfavorecida na Nigéria. E na Nigéria nem há focas, por isso vê bem a gravidade. Um humorista dizer "estava a brincar, era só uma piada" é o mesmo que um músico no fim de um concerto dizer "estava a cantar, eram só músicas". Bem, depois desta ego trip, vamos lá esclarecer essa tua dúvida rabicholas. Acho que deves partir para outro. Se ele já disse que não quer nada e que só serves para lhe subires o ego, não vale a pena estares à espera que lhe vás fazer subir o trombinhas. Não sei como é nas relações homossexuais, mas acho que dois encontros sem haver golf com o rabo é sinal que não há atracção. Afinal de contas, são dois homens e toda a gente sabe que os homens só pensam numa coisa. Parte para outro, que esse não vais partir.


Olá caro doutor. Namorava há quase um ano com um rapaz 4 anos mais velho mas, há cerca de meio ano atrás tive que me ausentar 3 meses e, as coisas começaram a descarrilar, ciúmes, discussões, até que ele decidiu acabar, isto no primeiro mês que estive fora. Acontece que algum tempo mais tarde me contou que esteve com outra depois de acabarmos. Passou se o verão e as aulas voltaram, ele aproximou se de mim e decidi tentar "perdoar" (burra eu sei). Acontece que é extremamente ciumento comigo, quase obsessivo. Contudo não me consigo afastar dele, nem ele de mim:
1. Acha que ele é assim por medo que eu lhe faça o mesmo ou que é só a personalidade dele mesmo (visto que sempre foi muito possessivo)? 
2. Acha realmente que perdoar um "traição" é aceitável, ou as coisas nunca vão funcionar?
Leonor, 18, Évora 

Doutor G: Cara Leonor, acho que temos aqui um problema grave que é o facto de não saberes o significado da palavra "traição". Bem sei que o tempo é relativo e que quando um corpo se movimenta à velocidade da luz o tempo passa mais devagar, mas a verdade é que na terra respeitamos uma cronologia de tempo linear. Deixo um pequeno fluxograma para te ajudar a compreender o que quero dizer:
Eu sei que é um fluxograma muito complicado de compreender, mas faz um esforço. Assumindo que já percebeste, passemos agora às tuas questões:

  1. Não. Se ele já era possessivo, está só a ser ele mesmo e se voltaste para ele já sabias com o que contavas.
  2. Esta pergunta não faz sentido neste contexto, mas sim, acho que é possível em alguns casos perdoar uma traição e a relação funcionar no futuro. Improvável, mas possível.
Dito isto, à partida ele acabou contigo porque já tinha a outra em vista. Alambazou-se e andou solteiro enquanto estavas fora e agora quer-te de volta. Se ele é possessivo e ciumento e por três meses decidiu acabar tudo contigo e andar com outra, o meu conselho é que lhe metas os patins porque é um palerma. Se dizes que não te consegues afastar dele nem ele de ti, então só me fizeste perder tempo e espaço precioso aqui no consultório e merecias uma chapada à padrasto que por acaso é o nome do meu novo livro que se pode comprar neste link com 10% de desconto.


Caro Doutor G fazendo uso do conselho que insistentemente faz aos pacientes peguei no meu porquinho mealheiro e comprei dois bilhetes para o espectáculo de Braga. Qual não é o meu espanto quando duas meninas que convidei (uma após a outra e não as duas em simultâneo) rejeitam o meu convite. Afinal o seu espectáculo não é assim tão bom para atrair pipi ou elas é que têm mau gosto?   
Anonimo, 22, Braga

Doutor G: Caro Anónimo, obrigado desde já pela aquisição de bilhetes para o meu bonito espectáculo dia 9 em Braga - que já se encontra esgotado - mas essa situação apenas prova uma coisa: és tão feio e/ou desinteressante que nem com um argumento de peso desses conseguiste que elas quisessem passar cerca de hora e meia sentadas ao teu lado em que nem precisam de falar. Mas admiro a tua confiança por nem ponderares que o problema poderia ser teu. Volta a tentar, como já está esgotado e não tem lugares marcados, pode ser que alguma se agarre a isso - ao bilhete - e se sente com alguns lugares de intervalo de ti. Até dia 9!


Caro Doutor G, já tive alguns namorados, mas parece que tenho o síndrome do desinteresse, porque assim que alguém começa a mostrar que gosta mesmo de mim, todo o meu interesse diminui significativamente. Qual é o meu problema? Será que nunca gostei de ninguém verdadeiramente? Adoro a fase do flirt, mas depois... Há um ano envolvi-me com um rapaz e desde entao somos fuck friends. No início era só mesmo sexo, mas entretanto acho que nos tornámos amigos e falamos muito. Visto que já dura há um ano, às vezes penso que podemos ser algo mais e que ele é cada vez mais querido comigo e que talvez também pense o mesmo. Porém, cada vez que penso nisso e me "dou" um bocado mais, se ele fizer o mesmo e se tornar muito emotivo, só me apetece fugir e penso que na verdade não quero nada além de sexo e atenção. Acha que sou uma cabra? Ou maluca sem cura?
Joana, 23, Leiria

Doutor G: Cara Joana, o cenário que descreves é de facto indicador de um quadro de síndrome do desinteresse. Há muitas pessoas que sofrem disso, sendo que o que realmente lhes dá pica é a fase da conquista e nada mais. Há ainda um subgrupo que apenas consegue aguentar relações nos primeiros meses enquanto a fase da paixão doentia dura e mal desvanece, têm de partir para outra relação para voltarem a sentir aquelas borboletas na barriga. São uma espécie de drogados do amor. Causas para isto? Boa pergunta: normalmente é um trauma do passado, não de vidas passadas porque isso é treta da Alexandra Solnado, mas de uma relação anterior que deixou dói dói no coração. Esse medo do compromisso é mais comum em espécimes do género masculino, mas também bastante incidente no feminino. Não há cura. É ir comendo até aparecer um que se queira repetir para sempre. Ainda és nova, há esperança para não ficares para tia com a casa cheia de cocó de gato.


Caro Doutor G, eu não​ ​do Portugal mas estudei um ano no Porto (sou do México
e o meu português não é muito bom). Antes de ir estudar lá, meu​ ​namorado de três anos e eu concordamos não terminar o relacionamento mas​ ​podíamos sair com outras pessoas. Durante esse ano conheci muita gente mas​ ​teve um rapaz​ ​do Porto do que eu gostei bastante; eu sempre tentei que as coisas não​ ​ficassem​ ​muito sentimentais porque tinha planejado voltar com meu namorado.​ ​No entanto, como ele é muito giro, simpático e sempre ajudava-me com a língua​ ​e demais coisas, acabamos por apaixonar-nos um pouco, mesmo que ele sabia​ ​do meu namorado. Quando voltei no meu país, meu namorado acabou comigo porque achava que​ ​tínhamos estado muito tempo separados. Eu não sofri demasiado mas fiquei​ ​indignada por ter arruinado a minha chance com aquele rapaz. No entanto, o​ ​rapaz do Porto não desistiu depois de saber o que me tinha acontecido. Agora​ ​quer que volte para lá ou ir morar para outro país. Mas estou muito assustada​ ​porque não posso ir para nenhum lado até acabar o mestrado e minha​ ​experiência com relacionamentos à distância foi péssima, como já sabe. O que​ ​aconselha que eu faça agora? 
Anónima, 25, México 

Doutor G: Cara Anónima, e não é que o Doutor G é internacional? Bem, na verdade já tinha recebido dúvidas do Brasil e Angola, mas fora dos de língua oficial portuguesa é a primeira. Obrigado. Depois deste momento de auto-bajulação, vamos lá ao que interessa. O pesadelo de todos os homens estrangeiros são os portugueses que dão ajudas com a língua. Somos muito conhecidos por sermos desenrascados com várias línguas e de sermos muito prestáveis e hospitaleiros, sempre prontos para dar dois dedos (e de conversa também). Ora bem, o teu namorado nem é um problema na equação já que acabaram e nem ficaste muito importada com isso. Por norma, as relações à distância não funcionam, mas é experimentar. Hoje, a tecnologia pode dar uma ajuda e encurtar a distância. Por exemplo, com uma conta de Skype e com este kit que permite que em qualquer parte do mundo ele controle as vibrações do brinquedo! Podem comprar neste link e com o cupão DRG10 ter 10% de desconto.
Vão-se entretendo e quando acabares o mestrado logo se vê. Se calhar até chegas à conclusão que o brinquedo é melhor e que não precisas de homens para nada e que só dão chatices.


Está feito, para a semana há mais javardeira com classe. Mais uma vez, um agradecimento ao patrocinador oficial do Doutor G, Vibrolandia, que não tem medo de arriscar e de apostar em conteúdos como este. Relembro que podem comprar artigos para apimentar a vossa vida sexual ou para envergonhar alguém durante a partilha de prendas de Natal. Obrigado a todos e, como sempre, até para a semana e continuem a enviar as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Partilhem e façam amor à bruta, porque de guerras o mundo já está cheio.





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