Foi o tema mais votado e como prometido cá estou eu para falar desse grande flagelo da humanidade, que são as pessoas que coçam os testículos em público. Testículos é uma palavra demasiado técnica e, para efeitos de comicidade, vamos passar a chamar-lhes "sacola dos girinos". É uma expressão inventada por mim, por isso espero que sempre que a usem façam publicidade ao meu blogue. Exemplo:
"Isso, lambe mais em baixo... mais em baixo mesmo na sacola dos girinos! Por falar nisso, não te esqueças de fazer like na página do Por Falar Noutra Coisa! Calma, tão abaixo não, que assim fico com dúvidas da minha masculinidade!"
Haver homens que coçam a sacola em público é a prova que Darwin estava certo e que nós somos apenas seres um pouco mais evoluídos que os chimpanzés. Coçar a micose em público é dos actos mais cavernosos que existem, mesmo quando efectuado em frente a um grupo de amigos. Quando praticado em frente a desconhecidos, como por exemplo nos transportes públicos, não só demonstra que o nosso cérebro é ainda muito básico como transparece uma falta de educação tremenda para com as pessoas que têm que coabitar nos mesmos metros quadrados que nós. Este acto mostra também que os homens são seres muito menos evoluídos que as mulheres, embora se possa argumentar que elas não possuem sacola, nem mesmo uma pochette para coçar. Se a tivessem, duvido que a maioria a coçasse avidamente em público e mesmo que fosse esse o caso, cheira-me que a maioria dos homens ia achar tal acto sexualmente excitante e não nojento. Dualidades de critérios desta nossa sociedade machista.
Já vos terá acontecido certamente, estarem a conversar com alguém com quem não têm grande confiança, e denotam que uma das mãos do cavalheiro está abaixo do nível da cintura, a fazer movimentos que se assemelham ao dedilhar de um cavaquinho. Numa fração de segundos baixam os olhos e vislumbram que o espécime homo sapiens que está à vossa frente, está a aliviar a comichão de sua bolsa escrotal. Há automaticamente um sentimento de nojo e de repulsa que se instala e que piora quando e se essa pessoa se despede de nós com um aperto de mão. Ficamos automaticamente com um formigueiro no braço que parece a bicharada a trepar por nós acima. É por estas e por outras situações desagradáveis que eu tive uma ideia que gostava de levar ao Shark Tank português ou tanque das petingas. A ideia passa por criar umas cuecas ou boxers que cocem os testículos de quem as estiver a vestir. Podia ser um protótipo artesanal, feito com palitos, lixa grossa e motores de batedeiras eléctricas, apenas para provar o conceito. Mais tarde passar-se-ia para a nanotecnologia, com a qual teríamos nano robôs que identificariam a fonte da comichão e se apressariam a ir lá coçar assim que esta se manifestasse. Haverá quem diga que seria melhor prevenir a comichão, mas eu discordo, pois estar-se-ia a perder o prazer que se retira do alívio. É de notar que estes nano robôs poderiam ser fêmeas ou machos, consoante o gosto do cliente.
Seria um sucesso, pois coçar o Dom Quixote e os Sanchos Panças é perfeitamente normal e todos os homens o fazem, com excepção do filho do Nené.
Já dizia o António Feio na conversa da treta, que são os vincos dos tomates. Com a depilação e os pelos a crescer ainda piora e por vezes há realmente uma necessidade fulminante de nos coçarmos quais cães com sarna. No entanto, há sempre algumas técnicas para o podermos fazer em público, caso seja realmente inadiável e já estejamos a contorcer as pernas com espasmos de quem está a atingir o clímax ao contrário. Como sabem, sou um estudioso do ser humano e como tal, identifiquei alguns tipos de pessoas que coçam a genitália em público, desde os mais discretos, aos mais garganeiros.
O Cavaco
O Cavaco é um tipo discreto, que nem se dá por ele mas que a faz pela calada. É aquele tipo de pessoa que mete a mão num bolso e subtilmente coça os kiwis como quem está a ajeitar as calças. Este tipo é tão dissimulado que é capaz de ter os bolsos das calças propositadamente rasgados para ter um acesso mais fácil ao seu estojo dos sapinhos bebés.
O ninja
O ninja coça rápido, com veemência e eficácia. Vai lá com uma mão, duas ou três raspadelas e está feito. Os menos atentos nem percebem o que se passou, mas após ver o movimento em câmara lenta, verifica-se que houve efectivamente alívio de comichão voluntária e proactiva.
O quebra-nozes
Este tipo de indivíduo é aquele que entala as miudezas entre o polegar e o indicador e está ali a coçar de modo medicamente desaconselhável. Parece que está a estalar aquelas bolhas de plástico de embrulhar. Este é aquele tipo que não tem vergonha e é capaz de manter toda uma conversa enquanto se vai aliviando.
O connoisseur
O connoisseur não se identifica pela forma como coça, mas sim por todo o acto que se segue. O connoisseur, após aliviar a comichão, leva os dedos às narinas, por vezes de forma directa, outras enquanto simula que está a coçar uma qualquer comichão imaginária no nariz. Faz isto para poder sentir as notas florais e de especiarias, ou até mesmo de amêndoa e avelã, resultado do envelhecimento em casca da carvalho. Viram? Podia ter feito um trocadilho com a palavra carvalho e contive-me, ando a ficar um erudito.
Falta falar da categoria mais nojenta de todos os coçadores de concentrado de tomatada. Essa categoria é a única que abrange tanto os homens quanto as mulheres, embora numa taxa mais pequena. Passam os dias todos a coçar e já nem disfarçam pois sabem que ninguém os irá chamar à atenção. Enquanto coçam a seu belo prazer, vão nos dando categóricos pontapés entre as nossas virilhas desprotegidas, sem coquilha devido à mini tanga que temos que usar em conjunto com cinto apertado que nos deixa com o rego à mostra. O pior é que por muito que nos doam esses pontapés, tendemos a esquecer a dor numa amnésia bissexta. Sim, estou a falar dessa categoria, que se aglomera em belas orgias de esfreganço testicular pagas por nós na Assembleia da República. Um bocadinho de crítica política para isto não ser um texto só parvo.
Para terminar, gostava de vos confessar um sonho que espero concretizar um dia. Esse sonho passa por convencer o Jorge Palma a cantar em pleno concerto, uma versão com letra da minha autoria da música "A gente vai continuar". Ainda me falta terminar e polir o poema mas deixo aqui um lamiré:
Tira a mão dos tomates, não coces mais isso,
Ninguém devia ser obrigado, a ver-te coçar,
Se tem mesmo que ser, mete a mão no bolso,
Esconde com o casaco ou usa a mala da namorada para tapar.
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à inquietação,
Esfrega até onde tu quiseres
Mas por favor não cheires a mão,
Enquanto não houver ferida para sarar,
A gente vai continuar
Enquanto não houver ferida para sarar
Enquanto houver pelos a brotar,
A gente não vai parar,
Enquanto houver comichão para coçar.
Um dia Jorge, um dia. Uma garrafa de James Martin e cantas isto no Coliseu. Vá, boa continuação e já sabem, não cocem isso em público se faz favor.
PS: Se partilharem este texto agradecia que utilizassem a hashtag #sacoladosgirinos. Obrigado.
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