30 de setembro de 2014

"Arte" contemporânea é parva



Bom dia caros ouvintes, caso sejam cegos e alguém vos estiver a ler isto. Se não for o caso, então bom dia caros leitores. Ontem saiu uma notícia de uma artista americana que abriu uma galeria com arte invisível, como podem comprovar na fotografia deste post. Há quem diga que foi um protesto e feito a gozar, mas o que é certo é que houve uma catrefada de atrasados mentais que pagaram bom dinheiro e fizeram dela milionária. Sim, milionária. Quando digo atrasados mentais não estou a exagerar, esta gente é clinicamente retardada e deviam estar internados no Júlio de Matos, com tratamentos semanais à base de chapada com as costas das mãos no focinho. Há gente mesmo otária. Bem, já respirei fundo, estou mais calmo, peço desculpa. Peço desculpa o cara...

Bem, isto fez-me lembrar uma vez que fui ao Museu Colecção Berardo. Fui lá porque estava aberto à noite e havia bebida, atenção que não sou nenhum erudito, como já devem ter percebido pelo parágrafo anterior. O que vi eu aí? Vi coisas e cenas, apelidadas de arte que custaram uns bons milhares de euros. Ele era tijolos e bocados de betão amontoados, obras de arte que qualquer trolha faz enquanto come a sandes de torresmos que levou para o pequeno almoço. Ele era pedaços de manequins de loja pendurados em cordas, coisa que qualquer criança com tendências psicopatas também faria facilmente. Mas, para mim o pináculo daquela exposição era uma tela em branco. Não como a da fotografia em que nem telas há, mas sim uma tela branca, pendurada numa parede vazia e também ela branca. Em frente a essa tela estava um guia artístico, um connoisseur de arte moderna, a explicar a cerca de 20 pessoas o que aquilo significava. "O que o artista quer transmitir com este quadro é que a arte está na cabeça de quem a vê, o público é que é o verdadeiro artista ao imaginar o que pode estar aqui". Dissertava ele, enquanto as 20 pessoas olhavam e abanavam a cabeça afirmativamente e largavam um "hum hum" e "exactamente", enquanto coçavam a barba no queixo (as mulheres também) e tinham mini orgasmos hipsters nas calças de flanela. Era um quadro branco, ponto final! Estou a ver Miguel Ângelo a dizer ao Papa "Olhe, se calhar isto fica em branco e depois as pessoas imaginam? O que acha? É mais rápido, mais barato e não me dá cabo das costas". No mínimo tinha sido queimado numa fogueira. Belos tempos.

Depois havia outra obra de arte que não era mais do que uma chapa de metal no chão, em que uma parte era de aço inoxidável e a outra não. Uma chapa quadrada, de 2 metros por 2 metros, com uma circunferência de 10 centímetros de diâmetro algures, não no meio, porque a simetria é para artistas sem imaginação. O mesmo conhecedor explicava mais uma vez "Aqui temos esta peça, em que o metal se vai erodindo com os quatro elementos da natureza e principalmente com todos nós que lhe passamos por cima. Nós é que estamos a criar a arte"


Mais uma vez cabeças concordantes, ovelhas do anti-sistema que acham que são cultas quando não passam de um bando de mentecaptos que seguem a moda de não seguir a moda

A mim apetecia-me fazer arte com a cara deles raspando-a na placa metálica enquanto lhes fazia uma soberbo sapateado na moleirinha. Isso ou puxar ali as calças para baixo e efectuar um excelso cocó em cima da placa e depois dizer em tom solene "É uma honra contribuir para esta obra de arte em constante transformação, estas fezes são os valores da sociedade actual e o cheiro simboliza o imenso esgoto onde todos andamos a vaguear que nem ratos à procura da sobrevivência". Garanto-vos que ia ser aplaudido e ia ser notícia. Nem que fosse nos insólitos do Correio da Manhã. Por falar em parir lontras bebés, há uns tempos também foi noticia em Portugal uma peça artística em que pessoas baixavam as calças e urinavam em cima de jornais com notícias políticas. Fiquei contente porque isso faz do meu falecido cão um artista de primeira água, sendo que não era um cão de água mas sim um shar-pei.

Queria apenas fazer um aparte para falar de muita da dança contemporânea que de artística tem tanto como o rapaz que uma vez vi nas urgências a ter espasmos epilépticos no meio da sala de espera. Aquilo sim, era dança contemporânea com fusão dubstep e ainda o bónus visual da espuma a sair-lhe da boca, de certo uma afirmação política e filosófica de uma profundidade de deixar qualquer menina da casa dos segredos com inveja.

É uma ofensa aos verdadeiros artistas que tentam criar algo diferente. São estes atrasados que descredibilizam a arte e fazem com que cada vez haja menos subsídios e apoios. Realmente para este tipo de arte era dar-lhes os subsídios em notas dentro de um extintor e enfiar-lhes no recto enquanto se puxava a cavilha. Era vê-los aos saltos a expelir neve carbónica num natal dos pobres antecipado. Arte... Mas o que é arte afinal? Quem é que decide isso? Eu não sou é certo, mas arte invisível e quadros em branco são apenas e só isso, digo eu. Uma vez vi o Fernando Alvim a entrevistar um actor pornográfico e perguntou-lhe "Consideras-te um artista?" e ele respondeu "Artista é todo aquele que faz as coisas por prazer". Faz sentido. Eu acho que arte é tudo aquilo que nos faz sentir algo, que nos desperta sentimentos e nesse sentido estas obras despertam em mim raiva e indignação. Mas também sinto isso quando vejo uma debate político e não me parece que os políticos sejam artistas. Pelo menos no bom sentido da palavra.
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26 de setembro de 2014

Os homens preferem mulheres maquilhadas?



Com todas as tensões políticas no mundo, com a crise económica na Europa e com o calendário de eleições que se avizinha, parece-me de extrema importância responder à pergunta: Será que os homens preferem as mulheres com ou sem maquilhagem? Antes da resposta, um pequeno contexto só porque sim.

Cada mulher é uma agência de marketing e de branding sem escrúpulos que não tem pudor em fazer publicidade enganosa. Até no marketing digital são especialistas, com aquelas fotos vistas de cima e carregadas de filtros que faz com que pareçam muito mais atraentes. As mulheres são especialistas na manipulação e dissimulação e isso reflecte-se também na forma em como se produzem. Muitas não conseguem nem ir pôr o lixo sem se aperaltarem todas que parece que vão a um casamento. Muitas vezes parece é que vão para o casamento do Toy. Há outras que parece que vão fazer audições a uma casa de alterne, ou para entrar para a Casa dos Segredos, passe a redundância. As mulheres preparam-se para a noite mais do que um militar se prepara para a guerra. 

Vão mais artilhadas para a discoteca do que um combatente do Estado Islâmico pronto a ser rebentado. E o objectivo é o mesmo, fazer homens perder a cabeça 

Maomé em vez de receber a visita do Arcanjo Gabriel na caverna do monte Hira, apareceu-lhe a Pipoca Mais Doce a dizer:

Faz um brushing, faz permanente, alisa, estica, pinta e desfrisa. Faz nuances ou madeixas, californianas ou venusianas. Corta, só as pontas, ou então mete extensões e escadeia. Lava com shampoo, condicionador e não te esqueças da máscara. Mete base, pinta os olhos com lápis, eyeliner e rimel. Mete pestanas falsas e tapa as olheiras para ficares com aquele olhar sedutor. Põe sombra e põe blush. Pinta os lábios, mete gloss. Pinta as unhas, mete umas de gel, ou gelinho, pinta as dos pés também. Ficam bem com sandália mas não te esqueças dos saltos altos, stiletto ou plataforma, tens que parecer alta, de rabo empinado e gémeo torneado. Põe um soutien wonderbra, ou pushup, sem costuras e almofadado. Com aro para empinar, que se lixe se aleijar. Mete mais enchumaço para encher o decote. Veste umas calças justas, também com enchumaços. Põe cinta e as collants adelgaçantes. Faz a depilação, com lâmina, com cera, quente ou fria, com laser ou fotodepilação. Faz as virilhas, faz brasileira, descolora o buço e faz as sobrancelhas.

E depois disto o mundo mudou. E tal como os extremistas do Islão, elas também não olham a meios nem a sacrifícios pessoais para atingir os fins. No fim de tanta preparação para sair, são capazes de ir sem casaco numa noite de Dezembro que ameaça nevar, porque acham que têm nenhum que fique bem com o resto da indumentária. Vão de saltos altos para a rua e andam que parece que estão no Chapitô e que a qualquer momento vão esbardalhar-se e dar com cabeça num lancil. Sofrem com a depilação e perdem horas e horas a maquilhar-se para parecerem perfeitas. Tudo isto para ficarem mais bonitas para nós, homens... Mentira, claro que não! Fazem isto principalmente para meterem nojo a outras mulheres.

Daí a pergunta, será que os homens preferem as mulheres ao natural? Bem se falarmos de pelo, claro que não. Haverá os que gostam, há fetiches para tudo, mas a maioria dos homens prefere uma mulher sem 1 único pelo das sobrancelhas para baixo. Por falar nisso, mulheres que tiram as sobrancelhas e metem um risco... parem com essa merda, sim? É só ridículo. Parecem o batatinha. A maioria das mulheres nem precisa de se maquilhar porque as discotecas e bares já têm duas coisas: pouca luz e álcool. A cerveja que os homens bebem faz mais efeito em prole da beleza das mulheres do que toda a maquilhagem do mundo. Uma mulher bonita é bonita sem maquilhagem e sem artimanhas. Uma mulher feia continua a ser feia toda produzida, às vezes até mais. O mais engraçado é que para as mulheres, sempre que se lhes pergunta qual a maior qualidade que querem num homem, respondem sinceridade e sentido de humor. Não me parece de bom tom começar uma relação baseada em tantas mentiras visuais. O sentido de humor no entanto está lá, porque algumas só apetece rir da figura que fazem.

Sim eu sei que a pressão da sociedade é enorme, que as revistas e filmes só mostram mulheres esbeltas e perfeitas. Mas os homens também têm essa pressão, também só se vêem nas revistas homens de abdominais e peitorais definidos, com cabelos perfeitos e olhos claros. Os homens não têm nada que lhes faça realçar a beleza e esconder os defeitos. Haverá cada vez mais os que se maquilham é certo, mas é um nicho muito pequeno. Pelo menos nós somos honestos na nossa aparência. 

Se desatássemos todos a colocar pares de meias para encher as cuecas, como era? Imaginem a vossa desilusão, principalmente se fossem meias usadas 

É assim que nos sentimos quando sai o soutien, que parecia amparar duas glândulas mamárias excelsas e afinal quase nem mamas há, só caroços. O mesmo acontece quando tiram as calças almofadadas e tudo descai a fazer lembrar um pão chapata com os buraquinhos das sementes. E a questão não é que não se goste na mesma ou que tenham menos valor, mas sim a expectativa que se cria. Quem tem mamas pequenas ou rabo quadrado, quando chega a hora H não há nada que disfarce isso, portanto para quê atrair a presa sob falsos pretextos? Só piora a situação. O problema está aí, em sentirmo-nos defraudados e enganados, nós, que provavelmente fomos os que fizemos o esforço todo da conquista e tomámos a iniciativa. Não se faz.

Ah, já me esquecia, falta responder à pergunta se os homens preferem mulheres maquilhadas ou não. Claro que preferem.
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23 de setembro de 2014

Um conto de Natal da corrupção



Parece que o Vale e Azevedo vai ser actor numa peça de Natal na prisão. Na mesma prisão está também Carlos Cruz que deve adorar tudo o que mete o menino Jesus ao barulho. Mas, não vamos por aí, inspirado nessa notícia tomei a liberdade e heresia de rescrever um conto de Natal bem conhecido de todos. Espero que gostem.

Era uma vez, há muito tempo atrás, num reino não muito longínquo e num tempo onde tudo era mágico, (tudo era mágico porque era tudo uma cambada de analfabetos e ninguém sabia explicar nada de acordo com a ciência) em que foi anunciado o nascimento de um menino especial. O acontecimento era também ele tão especial que vieram três reis do Oriente. Vale "Melchior" e Azevedo, Ricardo "Gaspar" Salgado e Isaltino "Baltazar" Morais, os três reis magos, magos na forma de como faziam desaparecer dinheiro dos outros. Decidiram meter-se a caminho para Belém para ver e adorar o menino que acabara de nascer. Como da estação do Oriente não há metro nem comboio directo para Belém, decidiram ir de autocarro, levando consigo os presentes para assinalar o nascimento desse menino especial, Jesus.

- O que levais vós, Azevedo? - perguntou Isaltino.
- Levo ouro, muito ouro para presentear o pequenote. E vós, caro Morais?
- Eu levo incenso, que dizem que cheira a estrume no casebre - diz Isaltino - e vós Ricardo?
- Eu levo mirra.
- Mirra? Que merda é essa? - pergunta Isaltino.
- Não sei. Mas se ele não gostar levo também 1.000.000€, que os outros 3 milhões tive que os gastar no outro dia. - disse Salgado num tom cabisbaixo.

Lá foram eles, atravessando o deserto, suportando o sol abrasador do meio dia e o frio acutilante da meia noite. Quando digo deserto, quero dizer Margem Sul, já que como nunca nenhum deles tinha andado de transportes públicos, enganaram-se no autocarro e foram pela Vasco da Gama e tiverem que ir dar a volta para apanhar a 25 de Abril. Apesar de não saberem ao certo para onde iam, contavam com o auxílio da Estrela de Cavaco Silva, pouco faladora mas que possuía bons contactos e lhes dissera para onde rumaram. Apesar de republicano, a Estrela era conhecida por ter amizades com reis... da corrupção. Chegaram, sãos e salvos, sem serem assaltados, mesmo tendo passado pelo Barreiro, Seixal e Montijo. Ao chegarem lá, bateram à porta de madeira envelhecida e, segundos depois, esta abriu-se e deram de caras com o pai do menino, "José" Passos Coelho.

- Sim? Que quereis? - Perguntou ele não sabendo de quem se tratava.
- Soubemos que foi aqui que nasceu o menino - disse Vale e Azevedo.
- O menino? Mas quem disse isso?
- Vimos no Correio da Manhã! Um acontecimento único, trouxemos prendas para celebrar o seu nascimento - esclareceu Azevedo enquanto apontava para o saco dos presentes.
- Ah bom... se trazeis prendas entrai, entrai bons homens.

Passos guiou-os no seu enorme casebre até uma sala grande. Ali estava uma manjedoura onde já se conseguia ver um bracinho esticado e um palrar precoce para a idade. Ao lado estava a sua mulher, a olhar enternecida para dentro do berço improvisado. Os burros e vacas não estavam lá, porque a Endemol não os deixou sair da Casa dos Segredos para participarem na peça.

- Parabéns minha senhora, muitos parabéns. Qual é o seu nome? - pergunta Vale e Azevedo no seu tom bonacheirão.
- "Maria" Merkl - diz ela num sotaque estranho.
- Muito prazer minha senhora, nós somos os três reis Magos e trazemos oferendas para o menino. Tão lindo que ele é. Saí à mãe... - diz Azevedo, perito em mentir. Isaltino quase que solta uma gargalhada.
Merkl olha para o seu marido, num levantar de sobrolho confuso, mas Passos acena afirmativamente com a cabeça tranquilizando-a.
- Muito obrigado caros reis.
- Posso usar os vossos sanitários para cagar? - Pergunta Isaltino na eloquência que o caracterizava.
- Claro que sim - diz Passos - podeis cagar sempre que quiserdes nesta minha humilde casa.
- Se calhar também vamos, não é Salgado? - diz Azevedo num piscar de olhos de quem queria alguma privacidade.
Chegando ao WC, que era uma árvore no quintal, rodeada de cravos viçosos, Vale e Azevedo diz de imediato:
- Já viste a tromba da Merkl? Já percebi porque é que ainda é virgem...
- Ainda por cima com aquele bigode quadrado e descolorado - comenta Isaltino.
- Não vi bigode nenhum... - diz confuso Vale e Azevedo.
- Não disse que era na cara! - continua Isaltino.
- Tu és um ganda porco ó Isaltino, a falar assim da senhora! - diz Ricardo.
- Deve ser virgem deve. Mesmo que seja, agora toda aberta por causa do parto é que nunca mais ninguém vai acreditar nessa história! - concluí Isaltino.
- Foda-se ó Isaltino, tu és mesmo um badalhoco. Bem vamos lá mas é despachar isto que ainda tenho que ir ao Novo Banco pedir uma caderneta de cheques.

Apressam-se a voltar à sala, onde estavam José e Maria, de pé, numa calma e sorriso sereno de quem acabou de ser pai e mãe. Os reis magos debruçaram-se sobre as suas malas e começaram a retirar as prendas, num natal que chegou antecipado, até porque o Natal foi inventado naquela noite.
- Trago aqui ouro para o menino. Menino... Ouro... Menino de ouro faz-me lembrar um jogador que eu tive no Benfica e depois despedi para ser o melhor jogador no ano seguinte e ajudar o Sporting a ganhar o campeonato - desabafa Vale e Azevedo - Mas atenção, se vieram cá as finanças não digais que fui eu que vos ofereci o ouro.
- Muito obrigado caro rei, muito obrigado. Ouro nunca é demais não é verdade? - Graceja Merkl no seu sentido de humor que lhe é tão característico.
- Eu trago incenso porque ... porque ... calculei que gostassem de ter a casa bem perfumada. Podem também fumar...
- Eu trago mirra! - Interrompe Ricardo.
- Was scheiße ist das?! - pergunta Merkl.
- Santinha! - dizem os três reis.
- Que merda é essa?! - pergunta novamente em português.
- É tipo uma árvore espinhosa ou o que é... - tenta explicar Salgado.
- E para que é que o menino quer uma árvore espinhosa? - confronta-o Merkl.
- Pois, não sei, pensei que pudesse dar jeito. Fazer um chá ou uma pomada para as assaduras nas virilhas. Mas pronto, tenho também aqui um milhão de euros...
- Ah bom, assim já estamos a falar como deve ser. Venha de lá esse cheque então, se for notas tanto melhor.
- Não é dinheiro nem cheque minha senhora, é em acções do BES.
- Com todo o respeito, caro rei Salgado, mas vós pensais que eu sou burra? Posso parecer uma mula mas de burra tenho pouco. Essa scheiße não vale um carra....
- Calma Maria, calma! - acalma Passos - Alguma coisa se há-de arranjar, a gente mete alguém a pagar isso, "nacionaliza-se" mais ou menos a coisa e todos pagam e nós recebemos - diz ele fazendo um gesto de aspas com os dedos, como quem anuncia que vai haver coelho da Páscoa.
- Ai Passinhos, como eu gosto de ti, fazes-me as vontades todas. Sabes mesmo como tratar uma mulher.

Maria retira o menino da manjedoura e aconchega-o junto a seu corpo forte, preparando-se para o amamentar. Os três reis magos olham uns para os outros, num misto de nojo e sobressalto, apressando-se a sair. Nisto, o lençol que aquecia o menino fica preso na palha da manjedoura, destapando-o e revelando que o menino era afinal uma bela menina.

- Não tem pichota! - grita Isaltino, cuspindo-se como se tivesse descoberto a pólvora, mas sem o rastilho.
- Ahhh, ohhh - exclamam os outros reis em uníssono.
- Pois, tendes razão, nós queríamos dizer-vos mas tivemos receio que mudásseis de ideias e decidísseis não presentar a nossa filha. Mas sabeis, o Correio da Manhã inventa muitas coisas e lá inventaram que era um menino e que se chamava Jesus. Mas não, apresento-vos agora oficialmente a nossa filha. Chama-se Troika. Feliz o dia em que José "Espírito Santo" Sócrates me emprenhou imaculadamente,  mas o Passos vai cuidar dela como se fosse sua filha. Far-se-á em sua honra um livro com vários evangelhos, que será bíblico e ao qual chamaremos orçamento de estado. Vai crescer bela, vistosa e não há-de ser virgem como eu. Vai foder muitos portugueses.


FIM

PS - Peço desculpa pelas incoerências (poucas) históricas e cronológicas que este conto contém. Mas tal como a Bíblia, também é uma obra de ficção.
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17 de setembro de 2014

Marinho Pinto, o príncipe que virou sapo



Eu não me lembro de quando conheci o Marinho Pinto mas acho que foi quando teve um acesso de raiva com a Manuela Moura Guedes, acusando-a de não seguir o código deontológico dos jornalistas porque opinava demasiado. Primeiro dizer-se a uma mulher que opina muito demonstra coragem, quantos homens já ficaram sem festa durante meses por dizerem à mulher para estar caladinha e opinar menos. Muitas delas passam realmente a (o)pinar menos, pelo menos com os maridos. Até aqui tudo bem, as pessoas começaram a gostar do Marinho, um homem sem papas na língua e que diz as verdades incómodas. Isto porque muita gente não vai com a cara e especialmente a boca da Manela. O Marinho esteve para a Manela como o Lorenzo esteve para a Judite. Mas à Judite morreu-lhe o filho e já é a melhor pessoa do mundo outra vez, enquanto que a Manela teve que ir para o Quem Quer Ser Milionário.

O Marinho dizia umas coisas acertadas quando era bastonário da ordem dos advogados. Dizia que havia políticos impunes, criticava as ajudas à banca e dizia que o sistema judicial não era isento quando tinha que decidir entre prender uma idosa que roubou um saco de arroz e um gestor que roubou milhões. Depois deixou-se disso e foi-se meter na política. 

Ser bastonário fazia dele uma pessoa melhor, até o próprio nome do cargo parece saído de um filme de heróis fantásticos... ou de um filme porno: "Lolita e o bastonário de ferro"

Agora, o príncipe transformou-se em sapo, já vimos este fenómeno com o Paulo Portas, que era considerado um excelente jornalista e comentador, que dizia verdades sem medos de arranjar inimigos. Depois tornou-se no que todos sabemos. Hoje em dia já ninguém gosta do Marinho. Fez declarações que incendiaram as hostes homossexuais, forças de segurança e recentemente mais de 90% da população portuguesa. Os ciganos também não o suportam. Porquê? Já viram aquela cara de sapo que ele tem? Aquilo se lhe metem um charuto na boca ele inspira até rebentar de certeza. Os ciganos pelam-se por sapos e o Marinho é como se o sapo Cocas tivesse encontrado a fada do Pinóquio e lhe pedisse para ser um menino de verdade. Era giro o Marinho processar-me por causa deste artigo, não por lhe chamar cara de sapo mas por o comparar com o Paulo Portas, coisa que compreendo que seja bastante ofensiva para qualquer um.

Como disse, o Marinho agora esticou-se e algo me diz que não lhe vão perdoar. Primeiro foi eleito Euro-Deputado, grande feito, excepto num país em que se vota em quem aparece mais na TV. Depois chegou lá e decidiu que não era vida para ele. Denunciou que o salário de 18.000€ era obsceno mas que ainda assim ficava lá até Janeiro e não ia recusar o ordenado, mas que até andava mal disposto de tanta obscenidade. O Marinho Pinto é o Diácono Remédios do Parlamento Europeu, não havia necessidade. Diz que ao menos ele disse alguma coisa enquanto os outros ficaram lá a comer caladinhos. Aqui é que a porca torce o rabo e não estou a falar de um entorse nos glúteos da Fanny. Os outros não disseram nada porque não acham esse salário obsceno, acham até muito justo e sabe-lhes bem encher os bolsos a fazer, na maioria dos casos, nenhum. Marinho acha obsceno, e ainda vem dizê-lo à boca cheia, mas cheia de caviar, enquanto vai empurrando com um Château Mouton-Rothschild de 1982 e se limpa a uma nota de 500€. Limpa e não são os restos de comida, é aquela espuma nojenta que algumas pessoas fermentam nos cantos da boca. O Marinho devia estar calado porque não se fala de boca cheia. Boca, barriguinha e bolsos. Se não quer o dinheiro, se é obsceno que o rejeite ou mo dê a mim. Vamos acreditar que ele não sabia qual era o ordenado antes de se candidatar? Claro que sabia e foi tudo uma jogada premeditada. Até se pode dar o caso dele o juntar todo e dar a uma instituição qualquer sem dizer nada a ninguém para não dizerem que é para parecer bem. Até pode ser o caso... mas... claro que não é. 

Agora veio mais uma vez abrir a boca para dizer alarvidades. Parece que andou a aprender com o Cavaco Silva e disse que um ordenado de 4800€ líquidos não dá para grande coisa para quem vive em Lisboa. Que "não é digno para um deputado". É indecente não terem dito ao senhor que há mais restaurantes para além do Tavares e o Eleven. Que se pode beber água da torneira em vez de Moët & Chandon e que a Sheila faz o mesmo serviço por metade do preço da Débora Crystal. Ser-se honesto e frontal é uma excelente qualidade, dizer-se o que se pensa é uma grande virtude, excepto quando se pensa muito em merda. Ser-se genuino e fiel a si próprio só é bom quando não se é um idiota. Não estou a dizer que o Marinho é. Também não estou a dizer que não é.

Talvez no dia que o dinheiro não seja um atractivo para quem vai para a política, talvez no dia em que seja por missão se comece a atrair quem quer realmente fazer o bem e mudar as coisas. Até lá, enquanto se achar que esse ordenado é pouco, não esquecendo todas as regalias que ter um cargo de político acarreta, vão-se atrair quem quer fazer da ser político um emprego bem pago e nada mais. Há médicos excelentes que vão para África sem ganhar quase um tusto, há outros que preferem estar nos hospitais públicos ou no interior do país quando podiam estar a ganhar balúrdios no privado, será que não haveria grandes governantes se fosse missão? 

O primeiro ano de deputado devia ser estágio não remunerado, ou ordenado mínimo a recibos verdes ou a apresentar facturas da gasolina e do Pingo Doce.

Com a nossa mentalidade claro que é utópico, mas idealmente era isso que devia ser na minha opinião. Podíamos estar pior mas livravamo-nos dos sanguessugas filhos de uma senhora que aluga partes do corpo à hora num vão de escadas do Intendente. O problema não são os ordenados, o problema é a incompetência! Se vivêssemos como na Suíça ou Dinamarca, onde as coisas funcionam e vemos o dinheiro dos impostos bem empregues ninguém tinha problemas com os ordenados dos políticos. Metam isto na linha e podem tirar 100 mil por mês que eu não me importo. Agora para fazer esta merda? 4800€ para a maioria ir arrastar o cu na Assembleia? É pouco? Não é digno? Fecha a boca se não entra mosca Marinho... é verdade, os sapos alimentam-se de moscas, então nada melhor do que estar no meio fétido da política para comer bem.

Por isto tudo Marinho, eu que até simpatizava contigo antes de te meteres directamente na política, em meu nome e penso que em nome de muita gente, de todos aqueles que vivem com o ordenado mínimo, dos que estão no desemprego, dos que têm que tratar dos filhos e dos pais porque lhes cortaram nas reformas miseráveis que já recebiam, em nome dos que têm que recorrer ao banco alimentar e às ajudas de amigos e em nome dos sem-abrigo que vejo todos os dias a multiplicarem-se nas ruas. Em nome de todos nós um forte bem haja e vai para o caralho, sim?
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16 de setembro de 2014

Pessoas com défice de simpatia



No outro dia entrei num café, estavam duas pessoas atrás do balcão a conversar, eu disse bom dia, ninguém respondeu. Disse novamente um bom dia em alto e bom som e com um sorriso na cara! As senhoras suspenderam a conversa, olharam para mim com ar de desdém e uma delas disse "Já vai, sim?", num tom sobranceiro e de quem não gosta de fazer novos amigos. Eu ri-me, virei costas e saí a abanar o rabo, só para elas verem o que tinham perdido. Ouvi resmungos e um "Mas o que é que quer?", ao que eu respondo sem me virar, "Quero que vás para o car#!ho!". Mentira, não disse mas pensei, em vez disso respondi com mais classe "Agora não quero nada, mas se tivesse vindo aqui para tomar um café e meia dose de falta de educação ia bem servido, menos com o café que deve ser mais azedo que a senhora". Ela mandou-me à merda e eu disse "Oh agora já não, com essa simpatia vou antes a outro lado" e saí do café.

Permitam-me ser um bocado bruto e quiçá arrogante, mas tirar um café até há macacos que já aprenderam. Não é física quântica! Por isso, se querem manter o trabalho sejam simpáticos e atendam cada pessoa sem se lembrar dos outros 90 anormais que vos trataram mal. Caso contrário serão, e com toda a razão, despedidos, porque há mais uns milhares à espera de emprego e que estão dispostos a ser mais simpáticos e profissionais que vocês. Com isto não estou a dizer que é um trabalho de menos valor, ou que as pessoas que o fazem têm menos valor, nada disso, só estou a dizer que é provável que haja mais gente a saber tirar um café do que a fazer um transplante de coração. Só isso.
Dou muito mais valor a um varredor de lixo simpático e bem educado do que um médico arrogante e prepotente

Isto para introduzir um tema que é o facto de haver pessoas a atender ao público que são mais mal encaradas que a Lili Caneças depois de comer um limão e lhe enfiarem uma malagueta no esfíncter, embora calculo que as papilas gustativas dela, tanto as de cima como de as baixo, já estejam insensíveis. Imagino que atender ao público significa atender muitos atrasados mentais, que não respeitam e tratam como criados quem os atende. Calculo que sim e que deva ser exasperante lidar com pessoas parvas todos os dias. Mas eu também já lidei com clientes e com colegas que só me apetecia partir-lhes o cabo o teclado na cabeça e fazê-los engolir o rato com fio e ainda assim não tratava os restantes como saco de pancada das minhas frustrações e desilusões diárias. Faz parte do meu trabalho saber lidar com pessoas e mesmo que eu não gostasse do que fazia, já que o estava a fazer tentava ser o melhor possível. Sei que ninguém cresceu a sonhar trabalhar numa caixa de super-mercado ou num call center, felizmente para mim e infelizmente para tantos outros, não tive que o fazer para pagar as contas e por isso talvez me falte alguma empatia para compreender essa antipatia. Mas sei que há muitos, que mesmo não estando lá por gosto dão o melhor que têm e sempre com um sorriso no rosto. E digo eu que se alguém vai subir nesses trabalhos, são esses que dão o melhor e não tratam mal os clientes. Se calhar ninguém sobe, é certo, mas a subir hão-de ser esses. Isto partindo do princípio que a maioria são empregados, porque quando são os donos do negócio então era terem que pagar um imposto adicional para não serem parvos e não se queixarem da crise e que o negócio está mau.
Uma vez o empregado era tão antipático que perguntei se o café com simpatia era mais caro. A piada não foi bem aceite e provavelmente o café veio com extra-cuspo

Esses antipáticos não têm nada que se queixar que estão a ser substituídos por máquinas, tanto nas portagens como nas caixas de super-mercados. No que difere uma pessoa de uma dessas máquinas? De que difere ir a um café ou a uma máquina de venda automática? A simpatia e o trato humano. Só isso. Eu nunca vou às máquinas, não por princípio, mas porque já passo demasiado tempo em frente ao computador no meu dia à dia. Mas quando encontro uma pessoa mal humorada fico a pensar que devia ter ido à máquina e que deviam ser todos despedidos e trocados por 1s e 0s, puxando assim a brasa à minha sardinha de Engenheiro Informático. Há um rapaz que trabalha nas portagens da ponte 25 de Abril e que é o único realmente simpático e entusiástico. O curioso é que ele tem um forte atraso, físico e provavelmente mental, mas está ali com uma alegria e com um bom dia rasgado nos lábios sempre que executa a mesma tarefa diariamente, vezes sem fim. "Bom Dia! Aqui tem! Obrigado e boa viagem". A babar-se todo mas sempre, sempre com um sorriso e alegria de criança ingénua que dá mais valor às pequenas coisas e se queixa menos das grandes.

Já fui cliente assíduo de muitos cafés, não pela qualidade exemplar como que tiravam a bica ou abriam a garrafa de água das pedras, nem pelo excelso decote da empregada, mas sim pela simpatia com que me tratavam. Mais rápido deixei de ir a muitos outros "só" porque nem bom dia sabiam dizer ou se faziam de esquisitos quando pagava café com uma nota. Nem é preciso sorrir, se não tiverem os dentes todos até agradeço, mas um bom dia ou boa tarde, ainda que passivo, faz a diferença. A Madre Teresa de Calcutá dizia que um sorriso pode mudar o mundo, pelo efeito borboleta que pode causar. A Teresa era meio avariada da cabeça, obviamente, mas até podia ter alguma razão utópica. Já tive pessoas a ser simpáticas para mim e senti que isso afectou o meu bom humor o resto do dia, tal como já tive pessoas a serem mal educadas que tiveram o efeito contrário. Eu não sou propriamente a pessoa mais simpática do mundo mas gosto de ser bem educado. Há uns anos para cá comecei a obrigar-me a sorrir mais às pessoas com quem contacto diariamente e a dizer bom dia, obrigado e se faz favor sempre com um sorriso na cara. Faz a diferença, nem que seja porque quando não devolvem a simpatia posso-lhes chamar nomes com razão e isso faz-me sentir bem. É como praticar artes marciais mas sem a parte que cansa.

Quem não gostou deste texto porque pensa que me estou a armar em superior é porque não me conhece. A esses queria deixar um pedido "É um Big Mac com um Sunday de caramelo com topping de amêndoa. Se faz favor!"

Receita simples para quem está a atender ao público:

  1. Dizer "Olá" com um ar simpático. Caso o cliente seja o primeiro a fazer isso então é favor responder no mesmo tom.
  2. Se foram os primeiros e o cliente não responde à vossa simpatia, não fiquem logo de trombas que ele pode não ter ouvido.
  3. Tentar novamente com simpatia
  4. Se o cliente for mal educado mandem-no para o vernáculo do pénis
  5. Repetir o mesmo processo para cada cliente novo esquecendo o anterior

PS: Nem falei aqui dos porteiros de discotecas e de polícias. Esses são tão mimosos que terão um lugar especial num texto futuro.
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15 de setembro de 2014

Fui desafiado a escrever sobre E. Coli



Hoje é dia de desgarrada que anda a ser feita com o blogue "Dentro de Horas". Ele disse que eu só escrevia sobre temas fáceis e desafiou-me a escrever sobre "colibris". Eu respondi ao desafio com este texto e desafiei-o a escrever sobre "molas da roupa". Se quiserem ler o que ele escreveu é irem aqui. Depois mando-lhe o NIB senhor Dentro de Horas, que esta publicidade não é à borla. Antes de responder ao novo desafio de escrever sobre "E. Coli", fica aqui um pequeno comentário ao texto desse senhor, que perdeu mais tempo a criticar o meu texto do que a escrever sobre o que o desafiei.
Relembro que o ponto da tua moral 1 dizias: há colibris filhos da puta, e o ponto 3: todos os colibris são maricas.
Primeiro que tudo eu o ponto 3 não diz que todos os colibris são maricas, diz que a palavra colibri é maricas. São coisas diferentes, mas compreendo que quem tem um blogue chamado "Dentro de horas" e não consegue cumprir o prazo do desafio possa ter pequenos equívocos desses.
Ficámos todos a perceber que pessoas a bater punho exercem uma estranha atracção sobre ti.
Se eu for o objecto desse batimento é bom que exerçam atracção sobre mim, caso contrário era sinal que me estavam a violar. E foi isto, de resto limitou-se não a criticar, mas a fazer uma descrição factual do meu texto, que demonstra ou que gostou ou que não o percebeu.

Em relação ao texto do Soutor, não está mau, confesso que estava à espera de pior, ainda assim reparo que a história podia ser a mesma se em vez de molas da roupa tivesse sido um agrafador, um elástico ou um pisa papéis. Ainda pensei que a mola de roupa tivesse sido inventada para o David ter desculpa para estar à janela a estender a roupa durante mais tempo, enquanto via a moça a adubar as rosas. Acho que tinha sido mais giro, meter a mola na ponta da gaita parece-me muito óbvio e, também reparo, na sua fixação por referir várias vezes que o falo era grande. Bem me dirá que cada um fala do falo que tem, mas essa resposta já eu estou à espera e tal como Freud, também encontro outra explicação. Ainda assim dou nota positiva pelo esforço.

Desafio de hoje: E. Coli.

Para quem não sabe, é uma bactéria cujo nome é Escherichia Coli, mas acharam que E. Coli era melhor nome em termos de marketing. Só as doenças que têm nomes bons é que figuram nas notícias e já se sabe que isso é do interesse de todas as farmacêuticas. No negócio de lucrar com as doenças é, como em qualquer outro, bom aparecer na TV, especialmente sob forma sensacionalista e sonante. Mas não, não vou transformar isto num texto de conspiração de que já existe a cura para a SIDA, mas que não há interesse em a divulgar por questões financeiras. Mas vou anotar aqui, que me parece bom tema para outro texto. Também não vou fazer uma metáfora elaborada sobre o estado do país e de como os políticos são como o E.Coli, que fermentam no intestino de Portugal, ou seja, no seio político e de como nós é que levamos com o cocó todo. Em vez disso vai ser um texto didáctico e factual.

A bactéria E. Coli foi manchete há uns tempos por estar a ser transmitida por pepinos, resta saber se por via oral ou sexual

Na dúvida, coloquem preservativo caso sejam vegetariano-sexuais. Isso e aprendam a escolher o vosso pepino quando vão à praça, se tiver manchas escuras e buracos é porque provavelmente tem bicharada lá dentro. É também causadora de muitas infecções urinárias em mulheres, principalmente disléxicas, porque limpam de trás para a frente. Os homens não têm esse problema, mesmo que limpem o rabo no sentido inverso, quanto muito ficam com a sacola dos girinos adubada. Muito nojenta esta parte? Também acho que sim.

eColi faz lembrar um produto da Apple e já que estamos em mês de lançamento dos novos produtos, deixem-me dizer-vos que quem vai para a porta das lojas dias antes e dorme lá à espera do seu novo orgasmo tecnológico, devia apanhar uma bela de uma infecção intestinal e defecar-se todo nas calças. Se ainda assim se mantivessem na fila, deveriam depois ter uma peritonite e falecer. Gente bem parvinha se é que querem saber a minha opinião.

Cada pessoa evacua em média, com as fezes, um trilião de bactérias E. Coli todos os dias e por isso a água potável que bebemos contem uma determinada quantidade dessa bactéria, aliás essa é a medida mínima utilizada para fazer o controlo de higiene da água. Todos nós, portanto, ingerimos resquícios de fezes cada vez que bebemos um copo de água da torneira. Bem dizem os malucos da homeopatia que a água tem memória (vou anotar também para escrever sobre isto mais tarde). Quem tem aquela mania parva de ter medos dos germes agora nunca mais vai beber água del cano, se é que ainda o fazia. Como evitar então esta bactéria? Boa pergunta! Vocês são sempre muito pertinentes! Aqui ficam algumas dicas:
  • Consumir água sem tratamento de esgoto - Beber directamente da sanita está fora de questão. Como quem não quer a coisa, podem dar o conselho aquele vosso colega que cheira mal da boca;
  • Carne não cozida a mais de 71°C - Se forem para a cama com a Érica da Casa dos Segredos ponham-na a desinfectar em forno a 150º primeiro. Ponham um tabuleiro com água por baixo porque é natural que escorra bastante azeite e, por fim, embrulhem com folha de papel de alumínio. Não ela, mas a vossa alheira de Mirandela, que o tradicional latex poderá não ser suficiente.
  • Leite ou queijos não-pasteurizado - Tenham também cuidado caso sejam pastores que gostam de beber directamente das tetas da vaca, só para ela não dizer que é só sexo e nem há preliminares.
  • Vegetais e legumes regados com água contaminada e mal lavados - Cá está a história dos pepinos novamente.
  • Nadar em rios, lagos ou piscinas contaminados - Evitar as Piscinas Municipais dos Olivais e da Reboleira.
  • Contato direto com animais infectados - Já aqui falámos da Érica.
Não tenho mais nada a dizer. Sim, foi um texto de merda, mas dado que estamos a falar uma bactéria que se desenvolve no intestino, pareceu-me bastante coerente da minha parte.

Desafio para o autor do Dentro de Horas para a próxima segunda-feira é escrever sobre "ameixas".
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12 de setembro de 2014

Figuras de estilo com exemplos parvos



Às vezes sou ofendido por algumas pessoas que levam a mal alguns dos meus textos. Na maioria das vezes é apenas porque essas pessoas são parvas, mas acredito que outras seja porque já se esqueceram da matéria de português, em especial as figuras de estilo. Como tal, e porque não gosto de mal entendidos, aqui fica uma pequena revisão, com exemplos bem claros, para que não restem mais dúvidas.


Ironia – Figura que sugere o contrário do que se quer dizer.
"A Ana Malhoa até é uma gaja que tem muito talento" - Começo por uma das mais complicadas de identificar, porque depende de quem a escreve. Para muitos (demasiados), esta frase faz todo o sentido e não possuí qualquer figura de estilo, mas para pessoas de gosto minimamente decente, não só transborda ironia como também azeite.

Metáfora – Comparação de dois termos, seguida de uma identificação.
"Aquela árvore faz lembrar um Cavaco, está ali parada há anos", temos aqui uma metaforização de uma árvore, inerte, muda e velha, referenciando-se ao nosso Presidente da República. Como bónus temos o trocadilho do nome do Aníbal com um cavaco que não é mais que um tronco cortado, ou uma árvore morta.

Aliteração – Repetição de sons consonânticos.
facto que efectivamente fizemos figura de foca deficiente e somos nós a financiar a falcatrua destes falcões que não fiscalizaram as facturas. Foda-se." - Uma frase que não faz sentido mas dá para perceberem a ideia.

Onomatopeia – Conjunto de sons que reproduzem ruídos do mundo físico.
"Uhhh, ahhh, hummm, ui ui ui, já está, já está" - Retirado de um filme de Tomás Taveira, esse erudito do chavasco.


Hipérbole – Ênfase resultante do exagero.
"Este ano ganhamos o campeonato de certeza" - Dizem com uma esperança exagerada os adeptos do Sporting a cada início de época. Eu sei bem do que falo.

Polissíndeto – Repetição dos elementos de ligação entre palavras.
"As pessoas que tratam os filhos por você deviam apanhar um calduço e um murro e um pontapé e uma cabeçada e um piparote e uma belinha e uma faca ferrugenta e velha e romba e suja, no lombo e nas virilhas e no baixo ventre" - E reparem que não estou a usar nenhuma hipérbole. Ou estarei? Se estiver, então ao dizer que não estou é porque estou a utilizar ironia. Sou bué ninja.

Pleonasmo – Repetição de uma ideia já expressa.
"Não tarda vou subir para cima de ti com força e à bruta" - Outras também comuns são o "descer para baixo", "tenho um amigo meu" e "em nome do pai, do filho e do espírito santo".

Antítese – Apresentação de um contraste entre duas ideias ou coisas.
"Os pobres enriquecem os ricos e os ricos empobrecem os pobres" - Para além de uma antítese também contem a figura de estilo chamada verdadeirismo.

Paradoxo – Um mesmo elemento produz efeitos opostos.
"José Castelo Branco é casado com uma mulher" - Esta frase está cheia de conceitos contraditórios, primeiro porque não seria de esperar que o Zé se casasse com uma mulher e segundo, porque a Betty não parece bem uma mulher. Pelo menos viva.

Eufemismo – Dizer de uma forma suave uma ideia ou realidade desagradável.
"O Passos Coelho é um idiota" - Repare-se no uso do eufemismo "idiota" em vez da expressão "filho da puta".

Personificação – Atribuição de qualidades ou comportamentos humanos a seres que o não são.
"Aquela porta é burra que nem uma Fanny" - A atribuição da qualidade humana de pensar e ser ou não inteligente, a uma porta, dá-se um nome de personificação já que as portas não pensam. A Fanny pensa, maioritariamente em cocó.

Alegoria – Coisificação de um conceito abstracto.
"O buraco do BES é escuro e não se lhe vê o fundo" - Uma alegoria ao buraco financeiro do BES, como se de um buraco físico e profundo se tratasse. Obviamente que qualquer buraco físico tem um fundo, se não seria um túnel, já o buraco do BES provavelmente não tem e quem vai ao fundo somos nós.

Perífrase – Figura que consiste em dizer por muitas palavras o que poderia ser dito em algumas ou alguma.
"António José seguro prima pelo discurso descurado, faltando-lhe pulso e assertividade nas suas afirmações. Não tem postura nem transparece competência para ser 1º Ministro" - É uma figura de estilo muito utilizada pelos políticos e esta demonstra bem a sua utilização, inúmeras palavras quando se poderia dizer apenas "António José seguro é um palerma".

E é isto, ficaram algumas de fora mas estas são as mais importantes. Doravante espero não ser mais insultado (ironia novamente).
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10 de setembro de 2014

Usar fato e gravata é parvo



Porque é que há profissões e empresas que exigem o uso de fato, para dar um ar mais profissional e íntegro aos clientes, quando todos os grandes ladrões e aldrabões que conhecemos andam sempre de fato e gravata? 


#RicardoSalgado #OliveiraCosta #ArmandoVara 
#ValeAzevedo #IsaltinoMorais #etc

Reza a lenda que na Vodafone ali no Parque das Nações não havia dress code oficial, mas também não era normal as pessoas irem "demasiado" informais. Certo dia, o CFO entra no elevador e dá de caras com uma rapariga que trabalhava lá, de top reduzido, barriga à mostra e com letras berrantes sobre os seios a dizer "FUCK ME". A partir desse dia começou a haver dress code oficial. Eu acho que foi porque o CFO tentou comer a rapariga e ela não deixou. Já se sabe que a Vodafone não gosta de publicidade enganosa, quando eles dizem que são 100 mb/s de Internet é porque são mesmo... Nem oito nem oitenta, também não quero ter que levar com pessoal de t-shirt em V até ao umbigo e boné virado ao contrário com uma t-shirt de alças a dizer "Não programo com JAVA, programo com SWAG". Já as mulheres, se quiserem ir de calção que só tapa meia nalga não me oponho. Quer dizer, depende da nalga em questão. Sou um hipócrita bem sei.

Eu trabalhei num banco durante 1 ano, na parte informática, sem qualquer contacto com o cliente. Ainda assim, da primeira vez que lá entrei estava tudo de fato e gravata, 40 macacos numa sala, onde ninguém explicitou que era preciso usar fato e gravata, mas eu como ovelha bem comportada, comecei a ir também. Tinha começado há pouco tempo a trabalhar e ainda não tinha aprendido que as coisas são para serem questionadas, que a teoria dos macacos do "Não sei... as coisas sempre funcionaram assim" pode, e deve, ser desafiada. Às sextas-feiras havia a política comum da Casual Friday, em que a loucura era ir de fato sem gravata. Certo dia, esqueci-me das calças de fato quando fui dormir fora de casa, só reparei de manhã e para não perder tempo a ir a casa buscá-las, decidi ir com as calças de ganga do dia anterior, camisa e blazer, sem gravata. Entrei, fiz o meu trabalho e ninguém me disse nada. Eu pensei "Oh lá... tu queres ver que descobri um erro no sistema?". Assim foi, de vez em quando comecei a não levar gravata, depois passei a levar calças de pano, mais tarde de ganga à sexta feira e depois aos outros dias. A maioria das vezes ainda ia de fato e gravata mas cada vez menos. Cheguei a ir de calção e t-shirt uma vez que fui lá chamado e estava de férias, só para meter nojo. Nunca ninguém me disse nada, aliás, nunca nenhum chefe me disse nada, alguns colegas sim. O que começou a acontecer a seguir, coincidência ou não, foi interessante. Até aí nunca tinha visto ninguém a não levar a gravata num dia normal, quanto mais calças de pano ou ganga, mas gradualmente isso começou a acontecer. Não todos, mas bastantes. Fui o Marquês de Pombal lá do sítio, mas em vez de libertar os escravos libertei alguns pescoços. Outra coincidência é o facto desse banco estar situado no Marquês de Pombal em Lisboa.

Já que estamos numa de bancos, será que confiaríamos menos num por o empregado que nos atende estar de calções e chinelos? Provavelmente a maioria das pessoas sim, as mesmas que mantêm o dinheiro no Novo Banco depois de terem sido quase sodomizados à bruta e sem vaselina por vários senhores de fato e gravata. Mas aí reside o problema, nós continuamos a dar importância à aparência e a roupa faz parte dela. Uma tia minha contava a história de estar no autocarro e ter saído uma paragem antes, porque estava lá um sem abrigo com mau aspecto a olhar para ela. Fez o  resto do caminho a pé onde foi assaltada por um senhor de fato. Provavelmente é apenas uma fábula para nos ensinar que a roupa não faz a pessoa. Um burgesso de fato continua a ser um burgesso.


Há pessoas que se lhes pusessem uma bata branca em vez de parecerem médicos iam parecer talhantes

Os políticos usam todos fato e gravata e ninguém confia neles. Ninguém acha que eles são profissionais ou pessoas idóneas. Se o Costa ontem tivesse ido para o debate de calção e t-shirt o que teria acontecido? Teria ganho ou perdido votos com isso? Podia aproveitar para ir com uma t-shirt com "Vota Costa" impresso na parte da frente, só para baralhar as pessoas.

Respeito que haja quem goste de usar fato, para trabalhar tem a vantagem de não se ter que pensar muito na roupa a utilizar, esconde a barriga e parece que as mulheres até gostam. Mas usar todos os dias por obrigação? Acho que já não conseguia voltar a fazer (só por um ordenado bem chorudo, todos temos o nosso preço). Nós já parecemos lemmings a entrar para o comboio e metro, com as caras de sobrolho carregado enfiadas nos smartphones, a olhar de lado para qualquer encontrão acidental que nos dão, sem um bom dia nem boa tarde. De fato, todos iguais em tons escuros e camisas claras, para quem nos esteja a ver de cima (zero conotação religiosa) não devemos parecer diferentes do que as formigas nos parecem a nós. Todas iguais, sem qualquer individualidade e vontade própria.

Felizmente com as novas empresas geridas por jovens CEOs bilionários de t-shirt, o paradigma parece estar a mudar um pouco. Mas em vez de esperarmos que o exemplo venha de cima, podemos ser nós a tentar mudar a sociedade. Para isso basta irem ter com o vosso chefe e perguntarem se podem começar a não ir de fato. Se ele disser que não, dêem-lhe uma chapada à padrasto e digam que vão da minha parte. Ou melhor, aparecem sem gravata até o chefe vos chamar à atenção e perguntar "Onde está a sua gravata?", nisto vocês respondem "Está no pescoço... de baixo. Foi a sua mulher que fez o nó". Recostem-se e desfrutem o momento.
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9 de setembro de 2014

Desenhos animados da minha infância



Depois do texto de ontem, onde se falou de bater em crianças e de como isso forma o carácter, fica aqui um texto que celebra os melhores anos das nossas vidas. Anos esses onde me sentava a ver televisão embrenhado num mundo de fantasia sem pensar que a vida real cá fora aleija o rabinho, metaforicamente para alguns, literalmente para muitos ali no Parque Eduardo VII. Haverá melhor maneira de começar um texto sobre desenhos animados do que com alusão à prostituição masculina, muitas vezes de menores? Não estou a ver como. Aqui ficam então 10 desenhos animados que relembro com mais carinho.

Tom Sawyer
Lembro-me de ver religiosamente todos os Domingos de manhã e digo religiosamente porque era bem cedo à hora da missa. Felizmente os meus pais eram inteligentes e sabiam bem que era mais importante para uma criança aprender moralidade através de desenhos animados do que com a Bíblia. Lembro-me do José Jorge Duarte a apresentar, ou Lecas para os amigos e da excitação que eram aquelas manhãs, quando ainda só havia 2 canais.

Tartarugas Ninja
O gajo que criou estas personagens devia estar sob efeito de substâncias mais radioactivas do que aquelas que caíram em cima de simples tartarugas e as tornaram bichos de 2 metros com abdominais feitos de carapaça. A juntar a isso uma ratazana gigante mestre ninja, que lhe deu o nome dos melhores pintores renascentistas. Fazia todo o sentido. Todos nós nos revíamos num deles, eu era o Miguel Ângelo, de fita laranja e matracas. Era também o mais parvo de todos. Faz agora ainda mais sentido.

Ren e Stimpy
Os desenhos animados para crianças mais nojentos de sempre. Hoje em dia era impossível uma coisa destas passar sem ter a comissão de pais a enviar cartas à produção para que cancelassem. Lembro-me de um episódio em que entrava o Super-Tosta em Pó, um super herói improvável, em que um deles estava com falta de ar e o Super-Tosta tira uma mangueira de bombeiro de dentro das cuecas, enfia na boca do Ren e dá à bomba, no que agora percebo serem dois reservatórios que metaforizavam testículos. O Ren lá se salvou. Nojento? Genial? Provavelmente ambos.

Doug
Sinceramente não me lembro bem, mas sei que me traz boas recordações ao ver as imagens. Hoje em dia o Doug teria boné no cimo da cabeça, uma t-shirt em V até ao umbigo. A amiga, não me lembro o nome, estaria vestida de empresária nocturna que trabalha numa qualquer paragem de autocarro a horas duvidosas. Em vez de corações e cartas de amor trocariam selfies da pila e das mamas, ela engravidava aos 14 anos e entravam para o Secret Story com o segredo "Temos herpes genital". Bons tempos.

Tom & Jerry
Este clássico incontornável tinha um ritmo alucinante e cheio de criatividade que nos ensinava que os mais pequenos podiam vencer os grandes. Que a inteligência era a mais forte das forças. Éramos pequenos demais para perceber que o mau da fita era o Jerry, o rato. O Tom estava apenas a fazer aquilo que o seu instinto de gato e a sua dona lhe diziam para fazer: apanhar o rato. O Jerry era sádico e estava mais preocupado em provocar o Tom do que fazer a sua vida normal. 

Dragon Ball
Provavelmente nunca haverá outros desenhos animados como estes. Conquistou jovens, adultos, rapazes e raparigas, alunos e professores. A minha escola, tal como muitas, parava ali por volta das 10:20h para ver o Dragon Ball. Dezenas, ou centenas de pessoas encaixavam-se na cantina, de pé para ver o próximo episódio que no anterior nos disseram para não perdermos. O sentido de humor da versão portuguesa destes desenhos era do melhor que por cá já se vez em termos de dobragem. Ainda hoje quando oiço o Henrique Feist a falar parece que estou a ouvir o Songoku. Para muitos foi uma desilusão o homem que dava voz ao nosso maior ídolo ser gay. Há pessoas idiotas.

Boumbo
Este talvez a maioria não se lembre. Eu lembro e estive meia hora no google a procurar "talking yellow car cartoons from the 80s" até encontrar. Sei que eram aventuras ao volante de um carro falante que fazia um barulho inconfundível. Não me lembro de muito mais, mas sei que eram dos meus favoritos.

Duck Tales
Ver na TV o que eu devorava em livros de banda desenhada. O Tio Patinhas, o Donald, o Huguinho, Luisinho e Zezinho. O Gastão e a Maga Patalógica, entre tantas outras personagens que marcaram várias gerações. Ensinaram-nos que 3 criaças viverem com um tio que não tinha irmãos era normal, mesmo que andassem todos sem calças dentro de casa. Ensinou-nos também que ser rico e forreta é do melhor que se pode ser. 

Ursinhos Carinhosos
Os desenhos animados mais panisgas de sempre mas que eram do melhor que já foi feito. Eram heróis com poderes fofinhos e que nos ensinavam a ser melhores pessoas. Hoje em dia, se houvesse um remake, seriam os Ursinhos do SWAG, que lançavam azeite pelo peito, onde os maus da fita escorregavam e partiam a coluna. Pensando bem, era capaz de ser um conceito vencedor.

Filmes da Disney
Os tempos áureos da Disney, com obra prima atrás de obra prima. Rei Leão, Aladino, Toy Story, Rei Artur, Robin Hood, entre tantos outras pérolas da animação à moda antiga, que marcaram a minha infância. Alguns sabia-lhes as falas de cor, de os ter visto, revisto e voltado a rever quando o meu irmão era pequeno e os via com ele. O Rei Leão marcou a transição das dobragens em português do Brasil para o de Portugal. Foi estranho ao início.

Em busca do vale encantado
Este merece um destaque especial. Lembro-me de o ter alugado aqui no extinto video clube 44 da Buraca, sem saber bem o que era, mas se tinha dinossauros tinha que ser bom. Lembro-me também de chorar baba e ranho. "Little foot, há coisas que se vêem com os olhos, outras com o coração" disse uma vez o meu irmão à minha mãe com uns 3 anos de idade. A minha mãe pensou que ele fosse um génio filosófico mas depois descobriu-se que estava apenas a papaguear uma das frases marcantes deste filme. Ainda assim é a prova que tinha bons ensinamentos.


Muitos ficaram de fora, Thunder Cats, Cavaleiros do Zodíaco, Sailor Moon, Inspector Gadget, He-Man, Flinstones, mas não cabiam cá todos e já foi uma luta para escolher estes 10. E vocês? Algum que seja imperdoável não estar na lista? Lembravam-se de todos?


Versão brasileira, Herbert Richers 

(Quem perceber esta frase merece um cafuné virtual)

PS: Já tinha escrito um texto sobre as coisas da minha infância para além dos desenhos animados, para os interessados é clicar aqui.
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