Depois de uma semana de ausência devido a sífilis, o Doutor G está de volta para mais uma consulta soberba na rubrica das das terças-feiras, "Doutor G explica como se faz".
Caríssimo doutor, sempre vi essa xónice de malta que se apaixonada pelo MSN e pelo hi5 nos meus tempos de secundário. A questão é... Eu acho que me apaixonei por uma moça na net. Passamos os dias a trocar mensagens (coisa que eu por norma achava enjoativo até, mas não consigo evitar agora) e ao final do dia falamos pelo Skype. Passamos horas no Skype sem a conversa morrer. Temos imenso em comum e ela é uma besta quadrada encantadora. Além de lindíssima. Mas mora a meio mundo de distância. Já combinamos data para eu ir lá e coisas assim... O meu dilema moral é... Eu não consigo falar disto a ninguém. Tenho uma alegria enorme dentro de mim e vergonha de a mostrar porque toda a minha vida achei ridículo os xóninhas se apaixonarem pelo ecrã. Ok, basicamente não tenho pergunta nenhuma. É mais o desabafo de não saber como ultrapassar este sentimento de vergonha.
Anónimo, 25, Terras Lusas
Olá Doutor G. Estou numa situação complicada. Mais para o desesperante. Namoro com um rapaz há uns meses, e gosto mesmo muito muito dele, do fundo do meu coração. A melhor pessoa que já conheci. É tudo de bom, garanto! Sou infinitamente feliz com ele. Diria até que encontrei uma criação divina. O problema é que ele é ciumento. Muito. Ao ponto de se chatear por eu (supostamente nas costas dele) "conversar" com rapazes que conheço há anos e com quem nunca tive nada (nem queria), mesmo que a tal “conversa” nada tenha de mal. Outra chatice é o meu passado. O meu ex-namorado (que é um parvalhão diga-se de passagem) e do qual o meu namorado acha que ainda gosto (que loucura). Acabámos e tudo isto foi referido por ele, ele é o detentor da razão e nuuuunca está errado (só eu é que estou sempre errada e faço merda). Apesar disso tudo sinto-me de certa forma injustiçada, porque estarei a perder um grande amor por merdas que não fazem sentido e que são passado, mas que no entanto o atormentam. Acrescento que ele diz que me gosta de mim mas não quer ficar com uma pessoa como eu. A minha dúvida é, o que faço? Visto que estou cada vez mais louca e confusa.
- Esperneio, desespero, lamento, arrependo, peço perdão, espero no máximo 60 anos até que ele me aceite de volta e estarei com ninguém até lá.
- Cago neste amor com enorme tristeza de o perder mas life goes on.
- Levo-o a uma terapia para casais de modo a tentar resolver este conflito.
Maria, 23, Lisboa
Caríssimo Doctor G. o meu problema é o seguinte: todos os meus amigos, quando saímos à noite, conseguem estabelecer relação com mulheres, enquanto eu seguro no Gin. Já tentei de tudo Doctor: já tive aulas de Kizomba para melhorar os meus dotes de dançarino, já fui de camisa aberta com terço à Ronaldo, paguei bebidas, corri diferentes temas de conversa e nada. Tenho a lista de contactos carregada de números de quem me mandou sempre para a friend zone. Conhece algum método infalível? Ajude-me Doctor. Gostava muito de contar histórias de engate verdadeiras aos meus netos, mas por este andar nem avó para eles terei.
Chico Lêdo Coutinho, 23, Belém
Doutor G: Caro Chico, tens nome de gueto e da Quinta da Marinha ao mesmo tempo. É raro e acho que devias valorizar mais isso. Se me dissesses que o problema era não conseguires meter conversa nem sacar números, era uma coisa. Agora, dizes-me que consegues meter conversa e sacar números, mas que depois elas não te querem para a javardeira genital e/ou romântica, então acho que não te posso ajudar muito. O problema será mesmo a tua personalidade. O facto de te esforçares em demasia para o engate, fazendo coisas só para ficarem bem, nota-se que não tens confiança no que tu realmente és. As mulheres cheiram à distância homens que não têm confiança e o pipi retrai-se como a cara de um bebé a provar limão pela primeira vez. Devo ter sido a primeira pessoa no mundo a comparar pipis com caras de bebé. Acho que vou meter isso no CV. Bem, não tenho grandes conselhos a não ser dizer-te que se elas te deram o número é porque tinham o mínimo de interesse. Se depois te colocaram na friendzone, foi porque foste xoninhas e não mostraste proactividade, ou porque elas ficaram sóbrias e viram melhor a tua foto.Caro Dr. G, namoro com um rapaz há uns dois meses e gosto mesmo muito dele, completa-me em todos os aspetos. Ora, dadas as nossas idades e porque vivemos relativamente longe, é-nos quase impossível deixar o "funaná pelado" de parte nas poucas vezes que nos podemos ver. Como já percebeu, ainda não foram muitos os confrontos no ringue dos lençóis. É certo que apesar de não ter grande experiência neste mundo da sem-vergonha, nunca fui gaja de orgasmo fácil, e apesar de enlouquecer com o que fazemos e querer sempre mais, ainda só o atingi uma vez desde que estou com ele. E é sobre essa vez que queria falar. Houve uma explosão tal na hora H (ou G?) que, do nada, quando me apercebi, tinha lágrimas a cair-me dos olhos! E depois houve uma mistura de pequenas gargalhadas (dos dois) com as minhas lágrimas! Garanto-lhe que não foram de dor e foram completamente involuntárias. Foi verdadeiramente perfeito, mas não percebi esta minha reação! Diga-me, Dr G, será isto normal? E o que acha que significa?
Maria, 20, Braga
Caro Dr.G, percebi há uns tempos que uma rapariga com a qual tive uma amizade passageira e que é gira que dói, possivelmente poderia estar interessada em mim. De momento tem um "melhor amigo", que julgo não ser nada sério, até porque o rapaz é uma catástrofe ao lado dela. Sempre que passa por mim fala super bem, já tentei meter conversa com ela mas parece que não rola porque também nunca há assunto para fazer rolar. O que acha que devo fazer? Continuar a tentativa de engate ou desistir e ir para outra?
Paulo, 17, Covilhã
Doutor G: Caro Paulo, se não rola assunto, então não vais aliviar a rola. Viste o que eu fiz aqui? Fiz um trocadilho com palavras homógrafas. Caraças que hoje estou levado da breca, até porque este trocadilho tem o bónus de chegar ao público brasileiro que já começa a ser algum por aqui. Não estou a gozar, até porque estou com as duas mãos ocupadas. Pumba, outro. Muita, muita forte, hoje. Bem, estou só a encher porque o teu caso está perdido. Se não conseguem manter uma conversa, então nem vale a pena continuares a tentar. Mais vale esperares por um dia que a encontres na noite com os copos em que não seja preciso falarem muito. Ah... espera! Tens 17 anos e toda a gente sabe que ninguém bebe com menos de 18! A figura de estilo presente nesta última frase é denominada "Ironia". Pumba, no fim, ainda te ajudo para os exames nacionais de Português.Nobríssimo Dr. G, sou estudante e, como tal, partilho casa com outras estudantes, num ambiente amigável. No entanto, encontro-me perante um problema embaraçoso. Uma das colegas de casa (logo a do quarto ao lado do meu!) tem um relacionamento que me tem proporcionado algumas insónias. Eu nunca vi bem a cara metade porque ele limita-se a chegar a casa durante a noite só para, obviamente, praticar o desporto pelado. Até aqui, tudo ótimo! O amor é lindo e o desporto é essencial e eu, como qualquer ser humano, sou a favor! O problema é que apesar dos esforços para conter os ruídos, eles existem e perturbam-me duplamente por saber a sua natureza. Fico com a sensação de que vivo num bordel e por mais xoninhas que esta sensação seja, ela não deparece! A questão é a seguinte: devo abordar este assunto? Se sim, como que raio fazê-lo?? Não queria ser uma empata fodas mas preciso de dormir à noite!
Vera, 20, Lisboa
Caro dr. G, acabei recentemente uma relação de 4 anos e andei à procura de cura sexual via Tinder. Encontrei um candidato à maneira. Somos indivíduos mt diferentes, mas a conversa sempre flui naturalmente entre ambos. Descobri que o sujeito em causa tb está a passar pelo longo processo de separação conjugal, então este tem sido o tema de conversa à já 3 meses. O sexo sempre esteve na mesa, mas o gajo é um coninhas e nunca se afinfa à febra msm eu já lhe tendo dito milhentas vezes que a brasa ainda tem lume que dure. Tornamo-nos confidentes e íntimos um do outro, mas cm a falta de exercício horizontal entre sheets, estou a desenvolver sentimentos por ele. Então a minha dúvida é: mas que raios quer ele? Porque ele vem sempre bater à minha porta mas no entanto nunca entra! Eu quero mt assexualizar-me (desculpe-me o português) com ele, e não quero me afastar pois ele tem me feito bem ao espírito, mas o corpo está viciado na sua ausência e não quer saber de mais fiambre nenhum, a não ser da sua perna extra!
Súbdita, 25, Porto
É isto. Estamos conversados por hoje. Até para a semana e enviem as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com.
Partilhem e façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.
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