Como tem sido hábito nas últimas semanas, o Doutor G está com pouco tempo e com muito mau humor. Vamos a mais uma consulta curta e à bruta, da rubrica "Doutor G explica como se faz".
Olá Dr. G. tenho um dilema já há 4 anos. Conheci um rapaz com os meus 18 anos, hoje é meu namorado. Houve uma confusão e eu descobri que, enquanto ele dizia que me amava e que namorava comigo, foi dançar para baixo dos lençóis com uma "amiga". Eu descobri e confrontei-o com isso. Acabou por confessar mas não contou a história toda, na altura disse que foram só uns beijos. Estivemos afastados durante um tempo e eu decidi voltar com a relação aos poucos. Estes quatro anos foram de altos e baixos mas a verdade é que ainda não confio nele. O rapaz cresceu. Já não se mete com as miúdas e quando é ao contrário não lhes liga nenhuma (acho eu). Mas o que me custa é o facto de nunca me ter contado a verdade toda. Hoje diz que me ama e que não consegue viver sem mim. Acha que esta relação tem pernas para andar? Não consegui construir uma relação de confiança em 4 anos, será que vou confiar daqui para a frente? É possível viver com alguém em quem não se confia ou construir essa confiança de alguma forma? Deixo de ser stressada e fico com a pessoa de quem gosto? Ou deixo-o e sigo a minha vida?
J.,22, Aveiro
- Não sei se essa relação tem pernas para andar. Há relações mancas e paraplégicas que só a morte as separa, por isso tudo depende do benchmark de sucesso de cada um;
- Depende. Confias mais um bocadinho nele agora do que há 4 anos? Se sim, pode ser que no futuro vás confiando mais. Caso contrário, não.
- Não. Quer dizer, é possível viver com essa pessoa. As filhas do Fritzel também viviam com ele e não me parece que confiassem muito no pai.
Moral da história: perdoar traição é algo nobre e só ao alcance de alguns. Mas perdoar é perdoar, não é ficar a ruminar o passado. Se eu acho que essa relação tem futuro? Não, mas é apenas uma convicção apoiada em dados estatísticos que dizem que dificilmente o primeiro namorado será o namorado para a vida. Deixa andar. Se achas que ele mudou mesmo, dá-lhe o benefício da dúvida. Agora, se achar que os homens (ou mulheres) mudam, é bom senso ou ingenuidade, isso é outra história.
Elucidado Dr. G, sou uma pessoa viajada, já vivi fora de Portugal várias vezes e o que acontece é que como sempre andei de um lado para o outro nunca cheguei a ter relações "fixas". O que acontece é que sempre que desejo alguma moça esta põe-me de parte porque supostamente sou "best friend material", nem dá chance. Estou farto de esta brincadeira do vai e arrisca sabendo que não vai dar e a do não arrisca e fica a pensar no que poderia ter sido, são ambas más. Há uma miúda que tenho interesse neste momento mas já levei barra e gostaria mesmo de estar com ela e se depois não der seguir em frente. Que faço? Afasto-me completamente para evitar ficar novamente magoado e mais frio ou sigo em frente visto que preciso dela e sei que ela seria feliz comigo caso viessemos a ficar juntos apesar do risco?
Anonimo, 19, Lisboa
Doutor G: Caro Anónimo, ai não sei quê que eu viajei muito e tal, mas depois vai-se a ver e sou um xoninhas que nem tem coragem de arriscar fazer dói-dói no ego para conquistar alguém que pode valer a pena. Sabes quem é que também é muito viajado? Os refugiados da Síria. De que lhes serve isso para o engate? Nada. Nem a Joana Vasconcelos conseguiam sacar, e olha que ela não deve ter os padrões elevados. Usa é padrões ridículos nos vestidos. Que trocadilho, meu deus! É humor de linguagem espectáculo, caros leitores! Isto é muito simples, ou "simpes" como diria a nova Marta da OK! Teleseguros: é ir de cabeça e logo se vê! Arrepende-te do que fizeste e não daquilo que não fizeste, já diziam aquelas frases foleiras do mIRC. Embora esta frase seja estúpida porque não fazer alguma coisa implica fazer o contrário dessa coisa. Por isso, no fundo, é impossível arrependeres-te de algo que nunca fizeste. Já agora, uma adenda: quando uma rapariga diz que tu és "best friend material", o que ela está mesmo a dizer é que o pipi dela não saliva ao pensar em ti. «És um gajo fixe mas sinto nojo só de imaginar fazer sexo contigo!» é a tradução à letra.Caro Dr. G., tenho 18 anos fresquinhos e "fresquinha" é também a minha estadia pela universidade. Por aqui as caloiras estão para os rapazes como as 70 virgens estão para os muçulmanos no céu. Há que introduzir a variável dos doutores e aqui começa o jogo do gato e do rato, do pica e despica, da submissão hierárquica, blá, blá blá... Já soa às 50 sombras de Grey. Enfim, como se deve estar a prever, por muitas sombras que a noite possa ter, as luzes da discoteca levaram um certo doutor para debaixo do candeeiro do meu quarto. Não me querendo alongar em pormenores técnicos, a semana seguinte pesou-me muito, pois dei conta do grande atrelado de cornos que tinha em exposição. Vi-o a a beijar outra caloira mesmo em frente aos meus olhos! Bem, mas confesso que os meus olhos, talvez por força do álcool, não foram muito sensíveis a essa visão e portanto voltei a enrolar-me com o doutor nos cobertores... Nessa mesma noite... Entretanto tenho vivido na incerteza, será que nem dou conta se estou a usar um par de cornos por já me ter habituado ao peso? Não queria abdicar do calor daquelas noites... Até porque com o pito a arder faz-me falta.
Anónima, 18, Porto
Dr. G, há varios anos que namoro com uma rapariga, 5 para ser exacto, e foi a minha primeira relação minimamente séria. Há uns tempos atrás, uma amiga de longa data não se começou a aproximar de mim, simplesmente um dia deparamo-nos num ambiente de extrema tensão sexual Como? Não sei. Estávamos mais bêbados que o próprio vinho e quando dou por ela estamos a dançar, quase a consumar o acto no próprio dance floor. Garanto-lhe, e não podia inventar isto, que o meu tesão era tão grande que desapertou o botão das calças :/ Nessa noite acabou por não acontecer nada mas desde então comecei a olhar para essa amiga minha de outra forma. Não apenas de forma carnal. Vejo nela tudo o que eu quero numa mulher. E é a primeira mulher em anos, que eu consigo imaginar um futuro feliz. Quem sabe, até sermos uma família! Será prudente acabar uma relação de longa data e arriscar tudo numa simples amizade?
Anónimo, 24, Lisboa
- Será que depois de te vires vais continuar a ser amigo dela?
- Será que ela não sabe os teus podres todos?
- Será que ela sente o mesmo por ti?
- Será que não é apenas a novidade que te está a atrair na tua amiga e não te vais arrepender?
- Será que a tua amiga sabe coser os botões das calças?
- Será que existe vida depois da morte?
- Será que era tudo um sonho no filme Mulholland Drive do Lynch?
- Será que a Alexandra Solnado fala mesmo com Deus ou é apenas uma aldrabona que devia estar presa por enganar pessoas?
Todas estas perguntas, menos uma, são de resposta difícil, mas ponderares sobre elas é essencial para tomares a tua decisão.
Tenho um grande problema, recentemente estou numa relação com benefícios mútuos, encontrei um homem num site e agora uma vez por semana, estou com essa pessoa, normalmente ele dá me tudo o que eu preciso, paga-me jantares, compra-me roupa, basicamente tudo o que eu quero ele dá-me, ele até é querido e isto resultou bem durante estes últimos meses, o problema é que já estou cansada dele, não me satisfaz e quero acabar com isto tudo e experimentar coisas novas, o meu problema é ficar sem todas as regalias que já tenho até agora, porque o dinheiro dá mesmo jeito! Os rapazes da minha idade, nem paciência tenho, são umas crianças, não sabem o que querem da vida e nenhum deles tem dinheiro. Por isso Doutor G, dá-me a tua opinião sobre o que devo fazer.
J, 21, Lisboa
Caro Doutor G, sempre fui uma rapariga muito certinha . Até agora só tive lutas greco-romanas com dois namorados. Porém, recentemente sinto vontade de conhecer outros lutadores e, neste momento, tenho três candidatos em vista. O que acontece é que eu entrei recentemente para este grupo de amigos e eu não quero desencadear problemas, nem que eles pensem mal de mim. O que é que acha Doutor?
Eva, 22, Porto
Há várias combinações e variáveis que não estão consideradas e estão apenas representados os cenários mais prováveis, mas tudo depende do grupo de amigos que é e do tipo de homens. De notar que a zona vermelha é a única onde poderá acontecer uma relação séria sem que haja constrangimentos no grupo de amigos. É aquela zona em que acertas à primeira e ficas satisfeita e pode haver namoro no futuro. Está a vermelho porque namoros é coisa de evitar.
Os fluxogramas dão trabalho. O mínimo que podem fazer é partilhar esta bela rubrica até porque quanto mais partilharem mais pessoas apanham isto sem saberem o que é e pensam que é mesmo feito por alguém com diploma na área, o que torna tudo mais divertido. Como sempre, até para a semana e continuem a enviar as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com.
Partilhem e façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.
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