13 de abril de 2015

Friendzone, sexo sem compromissos e meias no acto



Depois de uma semana de ausência devido a problemas de saúde, o Doutor está de volta. O post está longo mas é porque as dúvidas parece que foram feitas por aquelas pessoas que não sabem contar uma história sem acrescentar 200 detalhes desnecessários.

 
Caro doutor G, conheci uma rapariga numa noite no Verão passado, não falamos muito mas passados uns dias adicionei-a no facebook e não tive que fazer esforço nenhum para começar a falar com ela. Acontece que ela aparentemente não era uma rapariga fácil, e antes de ter alguma coisa (alguns kisses, nada de marmelanços) com ela passaram-se cerca de 3 meses, ela conheceu os meus amigos, saíamos todas as semanas e só mesmo depois de eu me chatear um bocado e estar a desesperar é que lá "curtimos". Parecia-me que ia começar uma relação séria com ela porque ela dizia que gostava muito de mim, queria passeios à beira mar e essas cenas todas românticas e lamechas, como eu gostava bastante dela fazia-lhe a vontade. Passadas duas semanas nisto, ela deixou de me falar, não me respondeu mais a mensagens nem atendeu os meus telefonemas, e sem dar uma justificação desapareceu da minha vida. Passaram-se meses, e como somos da mesma cidade, apanhamos a mesma linha do metro para a faculdade todos os dias, mais tarde ou mais cedo vou vê-la no metro, e não sei como reagir. Será que devo ignora-la ou espetar-lhe com um dropkick mesmo à wwe assim que a vir? É que ela merece!
Daniel, 20 , Lisboa

Doutor G: Caro Daniel, pode dar-se o caso dela ter falecido. Se continua activa no facebook então é porque então deve andar a fazer likes À bruta com outro gajo, que entretanto fez dela "fácil" em menos tempo. Seja como for, é ignorares, é sinal que te safaste de boa já que teria sido muito pior caso tivesse acontecido mais tarde na relação e estivesses mais apaixonado. Se tu não fizeste nada de mal e ela deixou de te falar é porque não lhe deram educação em casa. Pode também estar grávida e ainda não ter tido coragem para te contar. Reza para que não seja teu. Quando a vires no metro, aconselho que a ignores completamente. Se ela vier falar contigo pergunta "Desculpa, conhecemo-nos? Não estou a ver quem és...". Se ela parecer grávida, aí sim, podes dar-lhe o dropkick na barriga e assim resolvem-se todos os teus problemas de uma vez. Se ela afinal não estiver grávida podes sempre dizer "Ahh, desculpa, pensei que estivesses grávida" e destróis-lhe a auto estima como gente grande.


Caro Doutor G, namorei com um rapaz durante meio ano, de quem eu gostava muito. Mas tivemos de acabar porque ele foi para outro país e eu fiquei cá porque ainda não tinha acabado o curso, mas ainda gostávamos um do outro. A razão pela qual ele acabou o namoro foi por achar que a distância só nos ía fazer sofrer. Depois de nos separarmos, ambos estivemos com outras pessoas mas nada sério. Passado 1 ano voltamos a falar e ele disse-me que se tinha arrependido e não me tinha esquecido, mas não quis avançar e ficamos só amigos. Nas nossas conversas ele fala muito de quando éramos namorados e das coisas que fazíamos mas também me fala na vida amorosa dele. Quando tentei dizer-lhe o que sentia ele disse que "os sentimentos não são os mesmos". Depois dessa conversa voltou a falar comigo como se nada fosse, mas continua a falar de quando namorávamos e até chegou a dizer "se nós voltássemos...". A minha questão é: eu não consigo seguir em frente porque ainda gosto muito dele, mas ele não se decide e ás vezes parece que só quer amizade, e outras parece que quer arriscar voltar a namorar comigo. É possível que eu esteja na friendzone? 
Teresa, 20, Porto

Doutor G: Cara Teresa, parte para outro. És nova e tens a vida à tua frente. As relações à distância nunca funcionam, especialmente quando se ainda é novo e há muita oferta no mercado local. O que ele quer é ter a tua atenção mas a liberdade para andar por aí a laurear a pevide. É tramado quando as relações acabam por outra coisa que não por se deixar de gostar e parece que ficam assuntos inacabados, mas com o tempo vai passar. Começa-lhe também a falar da tua vida amorosa, diz que estás toda dorida entre as pernas da noite anterior e vê qual é a reacção dele. Diz-lhe que é a última vez que experimentas um gang bang com uma equipa de rubgy. Que eu saiba, não há registos históricos de uma ex-namorada ter ficado na friendzone, por isso não tomaria medicação. O que acontece é que algumas ficam no banco de suplentes, para quando der jeito. Vai jogar para outra equipa onde sejas titular indiscutível.


Caro doutor G, antes de mais parabéns pelo blog, descobri-o há pouco mas fiquei logo viciado! Bem, é o seguinte: conheci uma rapariga há muito tempo, fomos falando e tal, e começamos a namorar nas férias antes de ir para a universidade. Tudo corria bem, até que vim para a universidade, onde conheci muitas pessoas novas, entre as quais gajas bem interessantes. E algumas querem que lhes salte á espinha, mas não deixam enquanto eu tiver namorada enquanto outras é de qualquer forma.... A questão é que eu gosto mesmo da minha namorada, mas queria ter outras experiências... Mas não a queria trair, mas também não quero acabar com ela! E fazer um banco de suplentes é uma merda mesmo fatela! O que é que eu faço Doutor G?
FS, 19, Coimbra

Doutor G: Caro FS, se gostas mesmo dela deixa-te estar quieto. Quando achares que estás com muita vontade de saltar à espinha dessas "gajas", toca um solo de oboé e vais ver que te passa. Se não queres trair nem não queres acabar mas queres ter outras experiências, a única hipótese para conseguires ter isso tudo é falares com a tua namorada e convencê-la a fazerem todos à molhada. Não é uma conversa fácil mas com algumas técnicas de persuasão consegues. É sempre um risco, porque ela pode querer juntar também o Carlão à festa e não estou a falar do vocalista dos Da Weaseal.


Tenho uma amiga que é praticamente "abusada psicologicamente’’ pelo namorado! Ele faz-lhe a volta à cabeça sempre que quer, acaba com ela trata-a abaixo de cão e depois manipula-a e ela acaba sempre por voltar para ele. Quando estão juntos ela está sempre em casa dele, de modo a que me "negligencia" bastante e me deixa pendurada muitas vezes. Ele só a quer pelo sexo, ela sabe disso mas está tão caidinha por ele que está completamente cega! Tenho medo que se me chatear com ela por causa disso ela deixe de me falar e tenho medo que ele lhe dê a volta à cabeça para ela deixar de me falar. E ela é realmente muito importante para mim. Que posso fazer para que ela abra os olhos? Sinto que ela nunca vai ligar nada ao que eu digo e que vai sempre desculpa-lo!
Adriana Sousa, 19, Bragança

Doutor G: Cara Adriana, normalmente são casos perdidos. Quanto mais tu insistires mais ela vai achar que ele é um príncipe encantado e que tu és a bruxa que os quer separar. Ainda vai começar a pensar que tu é que queres ficar com ele. Desculpa dizer-te, mas amigas dessas, que trocam as amigas pelos namorados, ainda para mais abusador, é deixá-las ir à vida delas. Quando ele cagar para ela de vez, porque isso vai acontecer, ela vem a correr para ti para ter um ombro para chorar. Aí decides, se a amizade vale a pena e se engoles uns sapos à custa do príncipe, ou se a mandas à merda como ela merece. 


Caro Dr.G. É com bastante interesse que sigo a sua rubrica no blog daquele outro senhor esquisito, e até posso dizer-lhe que o senhor Doutor até parece saber mais que o Quintino da TVI, embora sem a voz amaricada. Agora a minha dúvida: Sou casado e feliz! Namorei com a minha mulher desde os 20, temos uma vida sexual ativa e mais importante, de qualidade! A minha mulher faz parte do um grupo restrito de mulheres que atinge o orgasmo em 99% das vezes que tem sexo. Pelo menos é o que ela diz: Que com as amigas delas isso acontece com tanta frequência como o Sporting ser Campeão. Vou parar de me gabar e passar à minha dúvida. Eu sempre fui contra toda e qualquer forma de traição. Mas de vez em quando ainda sou assediado por "amigas" minhas com quem já afundei o martelo no passado, logo eu sei que são pessoas muito inteligentes e realmente válidas. E que pinam como ninguém! A questão é se devo trair os meus princípios, tornar-me naquilo que mais odeio, e fornicar essas ditas amigas? ou se devo continuar a comer do mesmo prato até que a minha luz se extinga. 
Anacleto, 30, Está bem 

Doutor G: Caro Anacleto, realmente o dono deste blogue é um gajo esquisito, mas consta que é um leão na cama e com com ele a taxa de sucesso ainda é mais alta que os 99%. Pelo menos é o que ele diz. Quanto à tua dúvida, a resposta é simples: Não. Se és casado e feliz para quê molhar a sopa fora de casa? Depois ficas com peso na consciência e estragas o casamento. Não se trata de comer o mesmo prato para sempre, mas sim ser fiel ao mesmo restaurante onde podes ir variando os pratos, as receitas e até mesmo a forma de empratar a alheira. Como já disse em cima, não querer trair, acabar nem ficar sem experimentar coisas novas, a única hipótese é convencer o cônjuge a festança em conjunto. Se por acaso cederes, aconselho amigas casadas ou comprometidas, porque são as mais discretas.


Meu caro, comecei a trabalhar num sitio novo, e dou-me super bem com as pessoas com quem trabalho, tanto que o meu chefe anda há 2 anos a pedir para ir trabalhar para ele. O problema é, eu (modéstia à parte) sou gira e jeitosa e falo muito abertamente de sexo, inclusive usar strap-on's em rapazes e por ai fora e o pessoal fica demasiado escandalizado cada vez que se fala em sexo comigo e já começam com comentários de que eu sou uma pervertida. Devo cagar para isso ou deixo de falar nessas conversas?
Isa Pólvora, 23, Margem Sul

Doutor G: Cara Isa, depende. Sou apologista de que devemos ser quem queremos ser, mas por vezes, em contexto profissional, estar calado sobre a vida privada é uma virtude. Os homens são umas bestas e vão começar a imaginar-te em todo o tipo de posições ordinárias e nenhuma delas é CEO. O problema é que deves gostar disso e sabes que os provocas com essas conversas, não digas que não que eu já te topei.


Caro Dr. G, estou numa situação um bocado complicada e estava com esperanças que me pudesse ajudar! Tenho um amigo já de há uns anos com quem comecei a ter uma relação de sexo sem compromisso há cerca de um ano. Há muita confiança e muito à-vontade entre nós, o que é óptimo. O sexo é melhor ainda. O problema é que comecei a ter sentimentos por ele, mas não me parece que ele queira ter algo mais sério comigo. Para além disso, quando estamos juntos, ele é muito meloso e muito querido, andamos de mão dada na rua e abraçados, trata-me como se fosse sua namorada e as coisas não se resumem ao sexo. Mas quando não estamos, parece que não quer saber e não se mostra muito disponível para a nossa amizade como era antes. Portanto, tenho andado a pensar se não será melhor acabar tudo. Acresce ainda que tenho um colega a, e citando as minhas amigas, "bater-me coro intelectual". Não me sinto atraída por ele como me sinto pelo meu amigo, mas tendo em conta a situação com este último, não sei se não será melhor esquecê-lo e partir (para) o meu colega. Qual é a sua opinião? Pode ajudar-me?
M, 21, Lisboa

Doutor G: Cara M, há coisas que nem o Doutor G pode responder. Não posso aconselhar uma coisa ou outra, tudo depende do nível do teu sentimento pelo actual amigo colorido e o nível do sentimento que achas que podes vir a sentir pelo outro. Se fores partir (para) o outro, pelo menos diz ao actual o que sentes e tenta ver se o que ele sente, não vá dar-se o caso de ele por vezes se afastar por estar com medo de envolver em demasia sem ser correspondido. Embora o mais provável é que ele queira namorar contigo apenas quando estão juntos, normalmente é o sonho de qualquer homem: todos os benefícios de namorar + a liberdade para quando quer ser solteiro. Os homens são uns porcos, por isso é que gosto de mulheres. Por isso e porque têm pipi.


Olá doutor, recentemente disse a uma rapariga que gostava dela, ela disse-me que só me via como amigo mas que isso pode mudar. A minha dúvida é se espero ou se parto para outra...?
João, 22, Santarém 

Doutor G: Parte para outra.


Caro, Dr. G, sou uma leitora recente do seu Blog, como tal, ainda não me foi possível ler todas as publicações de fio a pavio e espero não estar a repetir uma questão (dado o clichê). PORQUE É QUE HÁ HOMENS QUE NÃO TIRAM AS MEIAS DURANTE O ATO????? (E sim, já lhe pedi para o fazer e não adianta). Eu odeio sentir-me com dúvidas e se me esclarecer sobre isto, será como encontrar o holy grail!
Isabel, 24, Aveiro

Doutor G: Cara Isabel, andas a dar-te com os homens errados. É tão simples quanto isso. Se ainda por cima já lhe pediste e ele continua a não as tirar, é sinal que não está preocupado com a tua excitação, sendo que calculo que isso seja um turn off para ti. Só é compreensível um homem não tirar as meias quando têm furúnculos nas unhas dos pés. Reza para que nunca comecem a ser meias de rede com cinto de ligas.


Caro Doutor G, a minha pergunta foge um pouco ao tema habitual da sua rubrica, mas decidi abordá-lo na mesma tendo em conta que certamente já passou pela minha situação anteriormente. Iniciei a minha carreira profissional há dois anos como programador, e estou a trabalhar em uma empresa de consultoria. Informática é a área que sempre gostei e que sempre me dediquei ao máximo. No entanto, sinto-me muito cansado... É verdade que nunca trabalho mais do que oito horas. Mas muitas vezes, não tenho vontade nem com concentração para vir para o trabalho. As razões são muitas: prazos apertados que me impedem de trabalhar com a dedicação que me identifica enquanto informático; ser forçado a ter que vir para o computador, ainda por cima oito horas, quando muitas vezes estou com enxaquecas; não gostar de viver em Lisboa; etc. Estes problemas estão-me a prejudicar a vida em vários níveis. Não sei se deva continuar a apostar na informática e procurar outro posto de trabalho, ou se deva apostar em uma outra área. Pode dar-me algum conselho?
GK, 25, Lisboa

Doutor G: Caro GK, para ser programador sem ter uma depressão profunda é preciso adorar o que se faz. Quando não se gosta mais vale procurar outra coisa, a Informática é uma área muito vasta e podes sempre procurar outra coisa que não a programação. Eu cedo percebi que se continuasse a programar 8 horas por dia mais cedo ou mais tarde iria levar uma arma para o trabalho e despachar meia dúzia de colegas. Não me afastei da informática mas neste momento faço outras coisas mais criativas e interessantes para mim. Mas já aqui falei sobre isso neste texto. Portanto, o único conselho que tenho a dar é citar o António Variações com um "Muda de vida se tu não vives satisfeito", mas ele morreu com SIDA, por isso se calhar também é preciso arriscar com algum cuidado.



Está feito, desta vez foram dúvidas muito sérias, querem ver que isto qualquer dia é uma casa de respeito e, como disse o Anacleto, ainda me convidam para substituir o Quintino Aires numa rubrica de um programa da manhã? Se pagarem bem eu aceito, dou o corpo às balas nem que seja para o Quintino deixar de ter tempo de antena. Se querem mais para semana já sabem, partilhem e enviem as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com.


Até lá, façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.





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