8 de março de 2016

Relações à distância (e sem orgasmos) dão certo?



Como ontem foi Dia Internacional da Mulher, a consulta de hoje "Doutor G explica como se faz", será inteiramente dedicada às dúvidas no feminino mas que todos os homens também devem ler para ver se aprendem alguma coisa.


Caro Dr. G, sinto-me atraída por um 'gato' cá da universidade, já falei com ele e perguntei-lhe se lhe podia dar um beijo, só um, nem pedia mais. (mas é óbvio que quero mais que isso!). E digamos que, fiquei um pouco triste com a resposta dele, mas percebi que ele é parecido comigo no que toca a amizade. Então ele disse-me que 'hoje', ou seja, por agora, que não, porque tem um amigo dele, que é como se fosse irmão, interessado em mim, e que não o queria magoar, mas que este 'não', era só até o amigo me esquecer, porque ele também está interessado. E agora, o que é que eu faço Dr.? 
Anónima, 20, Bragança

Doutor G: Cara Anónima, primeiro do que tudo, um beijo não se pede, dá-se! És mulher! Ninguém vai acusar-te de assédio sexual, isto por que ainda vivemos num mundo com muita desigualdade entre os sexos. Ora aí está um amigo honesto que não anda a matraquilhar em pipi no qual os amigos estão interessados. Isso diz-me que ele é bom rapaz e que é para casar. Portanto, agora aconselho-te a andar toda sarrabeca, sem tomar banho nem te arranjares que é para o amigo dele perder o interesse em ti o mais rapidamente possível. Podes também jogar forte e meter umas unhas de gel com desenhos e penduricalhos, mas é sempre um risco: para mim é um deal breaker, mas há por aí muito homem com péssimo gosto. Vai ver os "gostos" dele no Facebook e tenta ser exactamente o oposto, nem que isso implique descer muito baixo, como andares com um livro do Gustavo Santos pela universidade.


Caríssimo Doutor G, é sempre bom reconhecer um camarada na eterna luta contra a má utilização do verbo haver! Quanto à pergunta: o que interpretar quando o namorado de há quase dois anos diz que "não é dependente do sexo"?     
Anónima, 23, Lisboa

Doutor G: Cara Anónima, deves interpretar que tens um namorado que calha numa destas seguintes opções:

  1. Ele é um xoninhas;
  2. Ele tem outra e não tem andamento para fazer sexo com as duas diariamente e então dá essa desculpa;
  3. Ele é gay e tem nojinho a pipi;
  4. Ele dá nos esteroides e tem a líbido do Cavaco Silva;
  5. Tu és péssima na cama.
Limpinho, limpinho. 


Caro Doutor G, o que me traz aqui foi uma das suas sábias frases: "Nunca nenhuma relação foi feliz com um orgasmo de vez em quando". Pois bem, eu acho que nunca tive um orgasmo. Até hoje tive dois parceiros sexuais, um durante quatro anos e o atual, já vai em quase dois anos. Eu nunca encarei isto como um problema até mais recentemente, uma vez que se está a tornar cada vez mais frustrante. Por isso, diga-me Doutor G, o que devo fazer? Será isto normal? Terei algum problema psicológico ou físico? 
Eva, 22, Porto

Doutor G: Cara Eva, folgo muito em saber que as minhas frases ficam na memória. Outra frase que também já utilizei foi «Se achas que nunca tiveste um orgasmo, então é porque nunca tiveste um orgasmo!». Já houve várias mulheres com uma dúvida semelhante e dizem os estudos que 29% das mulheres não atingem orgasmos em todas as berlaitadas de chicha e que 10% nunca teve um orgasmo. Nada desta vida! Sabes o que é nada desta vida? Bem, posto isto, vou repetir-me mas aqui vão as possíveis causas já que a falta de dados me impede de avaliar o caso com maior precisão:

  • Se tens orgasmos sozinha a tocar na campainha de Satã, então é porque não tens problemas físicos e o problema é da falta de jeito dos teus parceiros;
  • Se não consegues ter orgasmos nem a dedilhar a escotilha de bebés, então terás um problema que pode ser físico, ou psicológico no caso de teres tido uma educação católica e castradora;
  • Se nunca experimentaste fazer renda de bilros com os teus dedos no pipi, então é porque tens um problema psicológico que te impede de quereres descobrir o teu próprio corpo e que poderá ser a causa de também não conseguires ter prazer com terceiros.
Moral da história: se nunca tentaste atingir um orgasmo sozinha, tens de tratar disso. Se não gostas de mexer em peitos de frango crus, então arranja uns utensílios numa sex-shop. Se tens orgasmos sozinha então ensina o teu namorado como se faz. Se nem sozinha conseguires, vai ao médico e/ou psicólogo.


Caro doutor G, estamos no ínicio de Março e com este vem tão espera viagem de finalistas encontro-me então num grande dilema, perco ou não a virgindade?! ... com um desconhecido! Estou mais que preparada porém sendo rapariga sempre idealizei este momento para mais tarde contar aos netos.. No entanto as hormonas falam mais alto.. Também já tenho 18 anos caramba! Será que devo ceder aos impulsos da terrível tentação e deixar um rafeiro conhecer a minha deusa interior?
Anónima, 18, Porto

Doutor G: Cara Anónima, 18 anos não são 48! Isso não encarquilha nem ganha bicho em tão pouco tempo. Não sou defensor que a virgindade seja algo sagrado porque isso só os padres é que acham e daí virarem-se para as criancinhas. Mas, se não tens a certeza se deves rebentar a comporta do pipi com um desconhecido, então é sinal que se calhar não o deves fazer porque te poderás vir a arrepender. Se sentires mesmo muita vontade e rolar aquele clima gostoso, força nisso. Caso contrário, não vale a pena forçar e ires já com ideia na cabeça de que tens mesmo de albergar salpicão saloio entre as pernas. Isso só se faz nas feiras de enchidos do Continente que é para os esconder e não pagar na caixa. Quem tem cães é que precisa de ter cuidado porque o cheiro a fumados deixa-os malucos. Já me estou a alongar, faças o que fizeres, aqui ficam duas sugestões importantíssimas:

  1. Não faças sexo bêbeda porque embora te vá anestesiar a boca vertical e fazer com que doa menos a estreia, vais provavelmente arrepender-te no dia seguinte.
  2. Usa preservativo, mesmo que seja anal para preservar a virgindade. É que o que entra tem de sair e às vezes cai para o lado errado e ninguém quer ter um filho que para além de indesejado, vem com cocó.

Olá Dr, primeiro não sei porque é que só te encontrei agora, perdoa-me, ainda vou a tempo de comprar um livro? Segundo, preciso da tua ajuda! Namoro a 2 anos e meio, conhecemos-nos por mero acaso, eu trabalha num café e ele parava por lá com os amigos, dia após dia meti me com ele e olha, 2 anos e meio depois aqui estou eu, desesperada! Porque? Porque ele vai trabalhar para Londres. Durante quanto tempo? Forever and ever! A minha questão é, acreditas em namoros a distância? Eu não, mas por ele e por mim quero acreditar. Ele é um miúdo impecável, super inteligente, excelente namorado e o melhor amigo do mundo e eu estou de rastos... Não tenho dinheiro nem para mandar cantar um cego e ainda estou a acabar o curso, logo não posso ir lá, ele, pelo menos durante os primeiros 6 meses, não pode vir cá. Dá-me a tua opinião, please!
Anónima, 24, Lisboa

Doutor G: Cara Anónima, sim, ainda vais muito a tempo de comprar o meu belo livro neste link. Está com desconto e tudo. Se viveres no estrangeiro podes encomendar neste outro link. Em relação à tua dúvida, a resposta é simples: as relações à distância não resultam. Podem resultar se forem temporárias e depois tu fores (e quiseres ir) para Londres. Acho que ninguém deve fazer uma mudança tão drástica na vida por outra pessoa e apenas o deve fazer se se vir a morar nessa cidade mesmo sozinha, porque dizem as probabilidades que é o mais provável de acontecer. Segundo ponto e muito importante: porque é que ele decidiu ir-se embora para sempre? Quem ama realmente não toma uma decisão dessas, mas isso digo eu. Uma coisa era ir temporariamente ou só ir sabendo que tu irias lá ter em breve, caso contrário é porque dá mais importância à carreira do que a ti e vê bem o futuro dele sem ti. E porque é que não pode vir cá nos primeiros 6 meses? Londres é mais perto de avião do que o Porto de comboio e com as low-costs não há grandes desculpas. Só se me disseres que ele vai para lá estudar para padre e vai estar em clausura e se for esse o caso, afinal ele é só parvo.


Caro Dr.G, tive um namorado durante um ano e tal, e as coisas corriam bastante bem e experimentamos muitas coisas juntos  até começar a haver problemas. Ele era muito ciumento e gostava de me rebaixar. Apesar de tudo, ele é um tipo muito decente e eu gostava muito dele. Depois de termos estado separados umas semanas (por causa de outro rapaz, mas isso é um pormenor que não joga a meu favor), voltamos e eu queria mostrar-lhe que ele era mesmo importante para mim, e comecei a dar-lhe mais atenção. Acontece que uns meses depois ele decidiu por-me os patins porque se sentia sufocado, o que tem alguma lógica. O que não tem lógica é isto já ter acontecido há um ano e eu continuar a gostar dele igual e a querer estar com ele, e ele dizer que continua a gostar de mim igual mas continuar a não querer estar comigo. Eu fiquei em baixo muito tempo mas se pareço melhor ou se saímos à noite, lá vem ele controlar-me como se tivesse esse direito (e é um controlo neurótico, às vezes com insultos despropositados à mistura). E eu quero mesmo parar com esta obsessão inútil que tenho por ele mas está difícil. Conselhos sábios?  
Ana, 20, Braga

Doutor G: Cara Ana, adoro mulheres que dizem «Ele era muito ciumento (...) estivemos separados porque andei a chafurdar com outro gajo.». Seja como for, se ele é um gajo controlador e neurótico que te ofende verbalmente, só tens é de o esquecer. Queres fazer parte das estatísticas da violência doméstica? Em 2015 uma mulher por semana foi assassinada por um companheiro ou ex-companheiro. Homem que controla em demasia e ofende só merece estar sozinho ou com uma gaja que lhe faça pior: a Bernardina, por exemplo. Infelizmente não há receitas secretas para se deixar de ter obsessão por alguém, a única é mesmo arranjar outra pessoa que nos leve ao céu e nos faça esquecer o inferno. Quem diz uma, diz várias. Ao mesmo tempo.


Caro doutor G, fui de erasmus um semestre e conheci lá um rapaz proveniente da mesma cidade que eu. O mesmo rapaz andou meio que atrás de mim com falinhas mansas e a falar em futuro, e a passear e etc e tal. Disse-me, inclusive, que o seu interesse não era apenas ver-me na noite e fazer lutas greco romanas debaixo dos lençóis. Eis que um belo dia eu cedi às tais lutas e a partir daí a conversa do moço mudou porque "o seu erasmus durava mais tempo e que não me queria dar expectativas de nada" (Contradizendo tudo o que tinha feito até então). Ao longo de 4 meses foi-me chamando para as tais lutas e eu como gostava por demais cedi sempre na esperança de que pudéssemos também conversar... Mas nunca dormiu comigo e conversamos poucas vezes. De vez em quando fazia-me o que pareciam ser umas cenas de ciúmes ligeiros e falava também em encontrarmo-nos na nossa cidade. Mas por outro lado esteve com outras raparigas. Ora eu acabei o erasmus e o rapaz não se despediu de mim inventando desculpas e mostrando, quanto a mim, total desinteresse. A minha pergunta é: o doutor acha que durante estes 4 meses ele nunca se interessou realmente por mim, apenas pelas lutas greco romanas e para o conseguir foi jogando sujo e como que me manipulando? Ou talvez haja alguma hipótese para nos conhecermos fora dos lençóis aquando do seu retorno e eu espere deste lado?
Catarina, 21, Braga

Doutor G: Cara Catarina, o que aconteceu foi o seguinte:

  • Ele queria saltar ao eixo contigo;
  • Ele papou-te;
  • Ele lembrou-se que estava em Erasmus e que era uma palermice desperdiçar tanto rodízio de xaroca;
  • Ele ia chamando-te porque nem todas as noites conseguia arranjar secretos de porco preto;
  • Ele não foi despedir-se de ti porque tinha coisas combinadas mais interessantes como, por exemplo, comer picanha com alho;
  • Ele vai procurar-te quando chegar porque lhe vai apetecer luta pelada e a oferta é menor em Braga;
  • Ele pode realmente interessar-se por ti, mas tu vais ficar sempre de pé atrás.
Moral da história: faz a tua vida, não esperes sentada por ele. Espera deitada se a oportunidade surgir. Quando ele chegar, logo vês como ele te procura e reage e se mostra querer algo mais sério, agora que já tem a barriguinha cheia de pipi de leste. Disse de leste porque é sempre aí que imagino os Erasmus, devido à filmografia para adultos que visiono.



Só gente doida! Bem, espero que tenham gostado e façam o favor de continuar a enviar as vossas dúvidas para porfalarnoutracoisa@gmail.com. 


Partilhem e façam muito amor à bruta, que de guerras o mundo já está cheio.





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