3 de maio de 2017

Profissões que só existem porque o mundo é uma m*rda



Existem profissões que só existem porque as pessoas são, na sua maioria, uma merda. Pode ser que num futuro próximo vejamos o aumento do desemprego como um sinal de que a sociedade está a melhorar e que algumas destas profissões passaram a ser obsoletas.

Militar
Se o mundo fosse perfeito, os militares estavam todos no desemprego. O conceito de os países terem de ter uma força militar e investimento na defesa só existe porque o mundo é uma merda. Já dizia o George Carlin que a única forma de acabar com a guerra é os militares despedirem-se todos. Se o Trump tivesse de desafiar o Kim Jong Un para um duelo de espadas em vez de mandarem os filhos dos outros para morrer numa guerra que não é deles, muito provavelmente eles até se davam bem. É estranho a guerra ser um negócio e fazer-se muito, muito dinheiro com ela. Fabricante de armas era outra profissão que nunca iria existir. Havia, no máximo, fabricantes de bisnagas e fisgas. Já melhoramos e abolimos o serviço militar obrigatório, mas ainda temos a palhaçada do Dia da Defesa Nacional. Proponho substituir isso por algo que realmente dá jeito às pessoas: o Dia da Inserção do IRS Nacional, onde durante um dia era dado um workshop sobre como submeter o IRS, recibos verdes e essas cenas todas que nem o pessoal das finanças nos consegue ajudar e que quando um gajo se engana é roubado pelo estado devido à sua ignorância quanto às leis que nem os contabilistas sabem bem.

Polícia
Num mundo onde as pessoas são todas honestas a polícia ficava no desemprego. Ficavam os de trânsito para quando os sinais estão avariados e mesmo assim, se as pessoas fossem todas civilizadas ao volante, não seriam precisos para nada. Termos de pagar dinheiro dos nossos impostos para estarmos mais seguros é uma palhaçada. Impostos para saúde e educação é uma coisa, impostos para pagar polícias é só sinal de que a nossa sociedade não vale nada.  O mesmo com advogados e juízes. Sim, haveria o ocasional julgamento e aconselhamento jurídico para interpretar as leis, mas a maioria ficava toda no desemprego.

Porteiro de discoteca
Num mundo perfeito, poderia haver alguém à porta das discotecas, por uma questão de cortesia ou apenas para dar informações e cobrar as entradas. Nesse mundo, esses porteiros podiam ser anões em cadeira de rodas já que nunca iriam precisar de utilizar a força bruta para fazer face aos problemas causados pelos bêbedos. Na mesma onda, também desapareceriam o pessoal que trabalha na caixa do supermercado porque ninguém saía sem pagar. O mundo caminha para que esta profissão desapareça muito em breve, mas não porque as pessoas estão a ficar mais honestas, mas sim porque sai mais barato aos estabelecimentos ter máquinas em vez de pessoas.

Assistentes sociais
Num mundo sem desigualdades não eram precisos para nada. Como diz uma pessoa que conheço «Eu até gostava de ajudar os pobres, só que pagam mal.». É um trabalho nobre, muito nobre, atenção, mas se fossemos todos boas pessoas e nos ajudássemos mutuamente bem que podiam extinguir os cursos de Serviço Social. Aliás, o pessoal que trabalha nas instituições de caridade tinha tudo de ir trabalhar a sério e deixar de brincar às associações para onde o dinheiro dos peditórios vai, muitas vezes, parar aos bolsos de pessoas que não precisam como temos visto em últimas reportagens. Num mundo perfeito, todas as crianças seriam desempregadas.

Pessoal que faz manuais de instruções de que não se deve ingerir lixívia
Se as pessoas regulassem todas bem da cabeça, os avisos em produtos tóxicos não seriam precisos para nada. Quem bebe lixívia por curiosidade não está cá a fazer nada a não ser consumir oxigénio. E as crianças? perguntam vocês. As crianças não sabem ler e se uma criança não sabe que deve provar primeiro um golo pequeno em vez de mandar uma garrafa de diluente de penalti então também só está cá a estorvar.

Pessoal que vende cartões do Barclays
O mundo não precisaria de ser muito perfeito para esta gente não existir. Bastava ser um bocadinho mais honesto e perceber que tentar impingir créditos por telefone é uma espécie de professor Bambo proactivo que promete resolver os problemas, mas que, na verdade, apenas causa mais. Num mundo perfeito ou as pessoas tinham dinheiro para fazer face às despesas, ou ficavam contentadas com o que têm possibilidades de comprar e não se metiam em aventuras para mostrar aos outros que estão melhor do que aquilo que estão.

Psicólogos
Estes já estão quase todos no desemprego, é verdade, mas num mundo perfeito em que as pessoas não precisam de pagar a um estranho para os ouvir falar dos seus problemas, o curso de psicologia teria empregabilidade zero e só ia para lá quem tinha pancada e se queria perceber melhor a si mesmo. Ah, espera... isso já é o que acontece. Calma psicólogos, não posso estar sempre a fazer só piadas com o pessoal de sociologia.

Toureiro
Num mundo perfeito, ser-se toureiro seria uma profissão ao género de ser queimador de bruxas que vemos nos livros de história e pensamos como é que os humanos eram tão burros ao ponto de haver este tipo de profissão. Imaginem um toureiro a explicar a sua profissão a um extraterrestre que nos visite:
- Então humano, e tu o que fazes da vida?
- Sou toureiro.
- O que é isso?
- Bem, é estar numa arena a desviar-me de um touro enquanto lhe espeto ferros.
- Hum... mas porquê? Obrigam-te a ir para a arena e tens de te defender do touro?
- Não, não! Estou lá porque quero!
- E porque está lá um touro?
- Bem... porque a gente o metemos lá.
- Mas... porquê?
- Bem, porque as pessoas vão ver e as deixa entretidas.
- Mas as pessoas gostam de ver um animal a ser espetado com ferros?
- Sim... gostam... até pagam bom dinheiro por isso.
- Hum... mas porquê?
- Epá... é uma tradição antiga.
- Tipo aquela que vocês tinham de queimar bruxas?
- Sim... mas isto é diferente. É arte!
- Ah... és artista, ok. Já percebi então a razão dessa roupa rosinha com lantejoulas. Já falei com um da tua espécie que trabalhava para o La Féria, mas ele não me falou de touros.

Superman
Este e qualquer outro super herói seria desnecessário num mundo em que todos convivem em harmonia e igualdade. Sim, é uma profissão ficcional, a não ser que achemos que o Emplastro tem o poder da omnipresência, mas, ainda assim, provavelmente nunca teriam sido imaginados. Fosse o mundo perfeito, o mal nunca estaria na génese das obras de ficção.

Padres
Por falar em ficção, claro que num mundo perfeito a religião não existiria pois ninguém precisava do seu conforto e promessas de uma vida melhor depois desta. Como tal, os padres iam para o desemprego e, num mundo perfeito, não seriam pedófilos em larga escala.

Fadistas
Ia tudo cantar música pimba e alegre. Num mundo sem tristeza, saudade e tragédia, sobre o que iriam cantar os fadistas? Sobre o facto do dia lhes ter corrido mesmo bem e de toda a gente ser muito agradável? Não funcionava. Como vêem o mundo ser perfeito teria as suas coisas más até porque eu gosto bastante de fado, embora muitos fadistas se julguem grandes artistas quando a maioria são só cantores de covers.

Humorista
Se comédia igual a tragédia mais tempo, sem tragédia não havia comédia. Num mundo perfeito o ser humano nunca teria desenvolvido a capacidade de rir. Credo. Never go full Chagas Freitas.

Moral da história: não nos vamos queixar muito do estado do mundo porque muitos de nós estariam no desemprego se não fosse o facto do ser humano ser merdoso.




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