13 de maio de 2015

O mundo contraiu humanos



Bom dia, prontos para um post deprimente e sem piada? Vamos a isso que isto de ser só rir habitua-vos mal. Há uns tempos vi umas imagens poderosas que retratam muito do mal que há no mundo, do qual nós somos 100% responsáveis. Não eu nem tu claro, são os outros. Não sou de fazer posts deste género mas apeteceu-me partilhar estas ilustrações que acho que estão geniais.

Enquanto uns têm brinquedos caros e nascem em berço de ouro, outros não têm infância e tem que trabalhar e ganhar tostões para comer e sustentar as coisas boas dos outros.


O que para uns são brinquedos para outros é trabalho forçado, tal como as armas de plástico com que todos brincámos em pequenos, quando há outros que tinham a mesma idade que nós que eram obrigados a empunhar uma arma verdadeira e ir para uma guerra que não era sua.


Quando os castelos de histórias de princesas que vivem felizes para sempre forem destruídos, vamos deixar de sonhar e deixar de criar construções de areia de encantar.


Enquanto isso vamos consumindo e tornando o dinheiro no ópio do povo, na religião mais massificada e que ninguém parece questionar. No dinheiro é mais fácil acreditar do que em Deus. Temos a certeza que existe.


O dinheiro que nos dá coisas boas, mas que tornou o mundo sujo e pestilento. Que nos dá prendas, mesmo que fechemos os olhos e não queiramos saber quem teve que sofrer para que aquele smartphone topo de gama tenha sido construído.


Não seria de esperar diferente num mundo onde os media existem para nos entreter e não informar. Para amedrontar e não inspirar.


Num mundo onde a educação é formatada para que aprendamos a responder ao "O quê?" e não ao "Porquê?". Que digamos porque sim e não porque não. Que nos estandardiza e nos diz para ter respeitinho e não questionar a autoridade.


Onde se criam cidadãos que preferem o conforto ao desconhecido. Onde nunca nos ensinam a arriscar.


Num mundo onde aos líderes que promovem guerras e morte de milhares inocentes se estendem as passadeiras vermelhas e se entregam prémios Nobel da Paz o exemplo que vem de cima não podia ser o melhor.


Onde os "bons" constroem impérios assentes em mentiras e que dizem aos outros como se devem e podem comportar.


Onde atrás de um líder vem outro que já lá estava plantado para desabrochar, numa flor que parecia cheia de vida mas que murchou tão rápida quanto as outras.


Onde também esses líderes são estandardizados e produzidos em massa por um sistema de reciclagem de lixo tóxico.


Um lixo que gera lixo. E mais lixo. E mais lixo. Que fazem dinheiro com as palavras que dizem mesmo que não correspondam aos actos que fazem.


Um lixo que vai escorrendo para a base da hierarquia e que aliada à educação que não educa, que apenas formata, se torna num pastor que indica o caminho a ovelhas que o sistema ordenha enquanto lhes dá a pastar futilidade.


Uma sociedade onde as amarras não desaparecem, apenas se camuflam. Onde os escravos não deixam de o ser, apenas mudam de departamento.


Uma sociedade que nos põe uns contra os outros, onde mais depressa nos revoltamos com quem faz greve pelos seus direitos do que com os políticos e gestores que levaram à sua necessidade.


Mas o que interessa é que nós vamos assistindo, escondidos e no conforto do lar. Fazemos like na criança subnutrida africana e partilhamos um vídeo de uns gatinhos para alegrar.


E pronto, é muito isto. Ia partilhar só as imagens sem comentários mas depois deu-me para a lamechice só para vocês pensarem que eu sou bué profundo. Aposto que estavam à espera de uma bojarda ou piada final, não era? Não há. A piada se calhar está aí.




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