27 de fevereiro de 2014

O sonho mais esquizofrénico que já tive



Hoje vou-vos contar o sonho mais estranho que já tive, pelo menos dos que me recordo. Se os sonhos querem dizer alguma coisa sobre nós, então este provavelmente significa que eu sou maluco, coisa que já desconfiava há algum tempo. Eu sonho quase todas as noites e lembro-me quase sempre do que sonhei, mas se não escrevo, anoto ou conto a alguém, passado umas horas já não resta nada.

Não me lembro bem como começou, sei que tinha já havia toda uma história estranha por trás mas apenas me lembro a partir de uma parte em que estava a conduzir na Avenida da Liberdade e, de repente, começo a ver pessoas nuas no meio da estrada, nos passeios, na relva, em todo o lado. Mas não eram apenas pessoas nuas, eram pessoas nuas a praticar o sexo, assim numa mega orgia, mas do que me lembro era cada um para seu lado, não havia cá misturas, e eram todos casais heterossexuais, que eu até a dormir sou extremamente macho. Como a zona do cérebro que controla a lógica e o bom senso está desligada quando estamos a dormir, achei aquilo normal. Pronto, era um bocado chato porque tinha que me andar a desviar do pessoal que estava a praticar o coito no meio da faixa de rodagem, mas fora isso tudo bem. Nisto, enquanto vou a fazer slalom entre rabos ao léu, passo a rotunda do Marquês e está um tanque com um palco em cima, tipo autocarro de dois andares. Estava a bloquear a estrada e então tive que parar o carro para ir lá ver o que se passava. A fornicação que havia à volta entretanto passou para segundo plano e nem a avistei mais durante o sonho. Fui lá ver se podiam desviar o tanque da estrada e nisto aparecem-me os Homens da Luta a dizer que eu ia ter que esperar um bocadinho porque estavam a escrever uma música de intervenção. Sem refilar até me ofereci para ajudar e tratámos disso em conjunto. Deve ter ficado muito jeitosa a música, pelo menos se estiver coerente com o sonho. Pronto, assunto arrumado lá se foram embora. Antes que entrasse no carro, materializa-se uma gaiola gigante à minha frente com gajos com fatos de mergulho e botijas de gás. Mais uma vez não era coisa que desafiasse a lógica, parecia que era algo que acontecia todos os dias. Perguntaram-me se queria ir com eles e sem perguntar nada lá fui. Ao que parece nos meus sonhos confio muito mais nas pessoas do que acordado. Começámos a descer em direcção ao centro do planeta até que entrámos no oceano, pacífico norte provavelmente. Ao que parece íamos ver tubarões brancos e visto que é algo na minha bucket list, estava bastante excitado para o acontecimento. Andavam por ali a nadar até que o cabo da jaula se partiu, o cabo que não existia antes, ou que estava pendurado na estátua do Marquês de Pombal. Afundámos até ao fundo, que normalmente é para onde se afunda e era claro que teríamos que sair da jaula para retornar à superfície. Assim o fizemos, ou fiz, porque nesse momento já não havia mais ninguém lá para piorar a situação. Comecei a nadar para cima, provavelmente deixando um rasto castanho de tão acagaçado que estava. Até acho que vieram uns peixes piloto ver que engodo era aquele. Bati as pernas com tanta força que subi até à superfície a uma velocidade de jacto e emergi graciosamente das profundezas do oceano. Desta vez materializa-se um barco gigante que me iça para bordo. Eu aliviado e todo contente agradeci, porque até a dormir sou bem educado. Passado uns momentos, estava a tirar fotografias a uma paisagem paradisíaca. Lembro-me de ter um pôr do sol e de a ver através da máquina. Tirei fotografias e quando pousei a máquina é que reparo que a paisagem era um poster gigante na parede de uma sala. Olho à minha volta e estão várias pessoas lá. Perguntei o que se passava e onde estávamos e ao que parece estávamos presos em Moçambique. Comecei a achar estranha a situação. Aquilo não tinha ar de ser uma prisão e não havia razões para me prenderem. Dirigi-me à porta da cela, que não era mais que uma porta normal de uma qualquer sala de nossas casas, abri-a e qual não é o meu espanto quando vejo que dava para um dos corredores do Colombo. 

E pronto acordei. Foi aparecer no Colombo que me fez acordar, não foram as pessoas promiscuas no meio da estrada, não foram os Homens da Luta a bloquearem-me a estrada com um tanque, não foi a jaula e os tubarões, não foi a caricata prisão, foi o Colombo. Obrigado Belmiro, estragaste-me o sonho com mais potencial que já tive. Aquilo era coisa para continuar por caminhos bem sinistros e dar uma história melhor para contar.

Devem-me ter escapado alguns detalhes interessantes mas é o que me consigo lembrar. Se quiserem contem nos comentários o vosso sonho mais estranho. Pode ser pornográfico e com muitos detalhes que eu não faço censura. Se houver alguém com formação em psicologia que queira interpretar o sonho também pode ser. Um dia hei-de voltar a escrever sobre sonhos, especialmente sonhos lúcidos, que são das experiências mais alucinantes que se pode ter. Vá, adeus e bons sonhos.




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