17 de janeiro de 2014

Portugal é um país de paneleiros



Volta a órbita política a questão da coadopção de crianças por parte de casais do mesmo sexo. Primeiro o que é a co-adopção? Em que difere da adopção? Aqui fica a explicação: "Quando duas pessoas do mesmo sexo sejam casadas ou vivam em união de facto, exercendo um deles responsabilidades parentais em relação a um menor, por via da filiação ou adoção, pode o cônjuge ou o unido de facto coadotar o referido menor". Ou seja, trocando por miúdos, que quem faz estas propostas parece que não passou a português no 9º ano: É quando o filho é de um e, se lhe acontecer alguma coisa, o parceiro pode ficar com a guarda da criança. Actualmente o que acontece é que se tal for o caso, o parceiro (pessoa que o pode ter criado durante anos, ou desde sempre, e que é também pai ou mãe dela) não tem qualquer direito sobre ela. Não é ir a uma instituição buscar uma criancinha ranhosa que por lá ande! Estamos entendidos? Bem então vamos lá começar a parvoíce.

Bem, eu estranho haver ainda tanta discussão em torno da homossexualidade em Portugal.

 Com as eternas eleições de PS e PSD era de esperar que o povo português gostasse de ser enrabado, ou pelo menos que já estivesse habituado.


Um povo que adora apanhar nos refegos das nalgas de forma passiva, era de prever que fosse mais aberto quanto a questões de homossexualidade. Isto não tem nada a ver com adopção. Isto é fácil. É pergunta para 50€ no euromilhões. É óbvio que defender o interesse da criança é salvaguardar que ela possa ficar com quem é, para todos os efeitos, há anos, o seu pai ou mãe. Não me parece que seja do interesse da criança ser retirada para ir para um avó ou tio que não conhece muito bem. Eu acho que aqui quase toda a gente concorda, o problema é que sentem que lhes estão a por a vaselina antes de lhes enfiarem com a adopção verdadeira lá para dentro. Isso é outra discussão, mais complexa da qual já escrevi anteriormente e por isso não me vou repetir. Se quiserem ler ou reler cliquem aqui e não se fala mais nisso.

"Ah mas o pai ou mãe que ficam com a guarda podem não ser boa influência por serem gays, podem ser pedófilos". Claramente se estás a fazer esta pergunta provas que nos casais heteros também há esse problema.

Agora querem fazer o referendo. Os referendos são giros mas podem dar para o torto. As eleições têm dado. A história está feita de vontades de maiorias que foi-se a ver e estavam erradas. Por mim fazia-se um referendo para decidir a questão se se faz referendo. Só para fazer render o peixe.

Se eu fosse gay (ou lésbica) estava a rezar para que a lei não fosse aprovada. Morrer o conjuge já é desgraça suficiente. Eu ter que ficar com a guarda da criança ainda era pior. Mas pronto como não sou gay nem acredito em Deus para rezar, fica apenas a minha opinião. Agora pensando bem, ser gay e rezar é capaz de ser perigoso. É sabido que Deus detesta gays e por isso mais vale ser discreto e andar pela sombra.

E pronto, era isto. Achei que devia falar disto. Não porque alguém leia isto, mas porque me apeteceu e escrever num blogue é como apanhar rabo: quem quiser que o faça e ninguém tem nada a ver com isso.




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